Hinata Hyuga não conseguia tirar o nome de Sakura Haruno de sua boca, afinal de contas, ela já esteve lá.

Tudo que a morena de olhos perolados queria era focar nos estudos e passar na melhor faculdade de Konoha. Ela não imaginou que uma inocente festa que se deixou curtir no começo do ano letivo fosse a perdição de todos os seus planejamentos. Uma mulher de vestido de veludo escarlate e um coque frouxo que acentuava o rosa de seu cabelo clamou por sua atenção, e por estar bêbada demais pela vodka barata daquela noite, acabou levando a famosa Sakura Haruno ao banheiro da casa, até o uber de volta, até a casa de seus pais, até a cama de fronha violeta. Acordou no dia seguinte com uma ressaca, ouviu a rosada mentir para seus pais sobre seu paradeiro e comeu as panquecas feitas por Mebuki Haruno.

Um beijo de “até logo” fez com que Hinata se apaixonasse perdidamente pela ficada de uma noite só.

A Hyuga passava a aula de química olhando para o mesmo nu da nuca que a deixou repleta de tesão pela garota de cabelos rosa. E com as olhadas cuidadosas da garota para trás, o coração da morena sentia como se ele fosse escapar por sua boca a qualquer momento inoportuno. Hinata, apesar de claramente apaixonada, não tentava deixar suas expectativas no alto, já que aquela mulher de dezoito anos já havia ficado com outros alunos da escola e era conhecida pelos seus lábios adocicados pelo pirulito que sempre carregava consigo.

Era difícil se manter realista quando Sakura chegou e pegou na mão da Hyuga após química, dizendo que dariam uma caminhada para matar a aula de biologia do rígido professor Hatake. Como esperado, as duas pararam em um parque longe do colégio e se deliciaram em mais um beijo que pegava fogo conforme as línguas se tocavam. Em um canto escondido de todo mundo, tudo ficou mais intenso, com toques em partes que Hinata normalmente não deixaria serem tocadas em público. E de alguma forma, a segunda vez conseguiu ser melhor que a primeira.

A morena acreditava que não seria uma boa namorar no último ano de colégio, mas já que estava matando aula para ter Sakura só para si, sentiu que poderia chutar o balde e se apaixonar de vez.

— Temos algo especial, não é? — citou a Haruno, piscando levemente.

Ou não, já que no mês seguinte, outra festa na casa de Ino Yamanaka rolou, e o cenário da festa fora Sakura beijando o jogador de futebol Sasuke em um canto qualquer, mas um canto que a Hyuga teve o azar de olhar.

Era tudo casual. Todos os beijos românticos e declarações ferventes: tudo aquilo não passava de uma simples jogada sexual. Hinata não se permitiu chorar, apesar de querer muito ao ver um outro homem sentindo tudo aquilo que ela vivenciou.

Hinata não conversou com Sakura sobre o ocorrido, acreditou que fora besta de crer que aquilo era algo mais que uma coisa gostosa de se desfrutar. Passaram-se duas semanas, a Haruno retornou a conversar com a morena, mas desta vez tinha um presente para ela: uma camisa com a inicial “S” estampada, assim como ela usava uma com a inicial “H”.

— Feliz quase dois meses! — a rosada comentou, sorrindo. — Não me diga que não lembrou.

— E—Eu lembrei sim. — menti. Para mim, aquilo havia acabado. — Obrigada.

Então aquilo que aconteceu na festa havia sido apenas uma perdição do demônio, já que Sakura ainda considerava que estaria tendo um caso com Hinata. As duas andaram pelo mesmo parque usando as camisas que claramente eram de casal.

— Então. Acho que deveria conhecer seus pais. — a Hyuga pediu timidamente.

— Acho que você deveria tirar essa ideia da cabeça. — fora curta e grossa.— Eles não são homofóbicos mas….

Droga, Sakura! Você realmente quer algo casual ou está tentando passar o resto da vida comigo?

Meu ano foi resumido a idas e vindas com a Haruno. Momentos que transávamos em todos os cômodos de sua casa e momentos que ela fingia que nunca havia mergulhado em minhas águas. Meu coração doía por estar apaixonada por ela, e infelizmente todo meu ano escolar fora dedicado aos seus cabelos de cor rosada.

No final do ano letivo, recebo uma carta em minha casa. Era da faculdade que eu queria.

Não havia passado na seleção, minha notas haviam caído muito.

Eu lembro de ter chorado muito naquele fatídico dia. Tanto que mais uma vez joguei minha dignidade na casa do caralho e liguei para ela mais uma vez.

— Nossa, que merda isso, Hinata. — ela respondeu minha ligação na hora. — Sabe, também não passei na universidade que eu queria. Estava pensando em morar lá perto de qualquer forma. Quer vir comigo?

Mais uma vez ela brincou com minha mente.

— Eu vou.