Vontades do Destino escrita por MayDearden


Capítulo 14
Conciliação


Notas iniciais do capítulo

Perdão! Perdão! Perdão!
Sei que sumi por muito tempo!! Mas já prometi não abandonar as fics. Só não tenho tempo certo para postar… Gente, sou mãe e trabalho por conta própriaaaaa. As vezes fico louca!
Mas as histórias ficam martelando na minha cabeça e eu preciso por pra fora. Escrevo aos poucos até conseguir concluir, as vezes é muito difícil por em palavras o que está na nossa cabeça.

Espero que gostem.



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Eu sentia uma necessidade enorme de sair correndo pra bem longe daquela mulher com Connor. Eu nunca fui de ter birra com ninguém a primeira vista - apenas com Oliver, mas aí era outra história -, mas Samantha só de abrir a boca despertava o pior dentro de mim.

Se Connor não estivesse presente eu teria voado no pescoço dela, com toda certeza. E ela iria apanhar tanto, eu não teria dó.

Quem ela pensava que era para chegar assim e querer ter direitos pela criança?

Ela abandonara um bebê a achava que era um brinquedo? Daqueles que você guardava no armário e voltava para brincar quando bem entendesse? Não era assim que funcionava, não com meu Connor, não com meus meninos.

Respirei fundo voltando para casa e me certificando de que ela não nos seguia. Minha vontade era de por Connor em outra escola, uma que ela nunca sonharia em procurar. Eu poderia pagar a escola mais cara de Starling e a mais segura. Eu sabia que Oliver não permitiria que isso acontecesse, mas era a minha maior vontade no momento.

Algo dentro de mim dizia que Samantha não ia desistir. Algo me dizia que ela seria um incômodo constante.

Eu precisava acionar Laurel o mais rápido possível, uma mãe que abandona um filho não merece diretos ou regalias para com ele. E eu queria me assegurar disso.

Quando entrei em casa, coloquei Connor no chão e pendurei sua mochila no cabideiro da entrada. O pequeno logo correu para o sofá, sem procurar pelo pai, e sentou de braços cruzados, completamente irritado com algo - com certeza pelo show que presenciara. Meu coração se apertou ao ver sua carinha brava e confusa, eu não queria que ele sofresse com problemas dos adultos.

Quando abri a boca para falar algo, Oliver apareceu na sala franzindo o cenho ao encarar o filho no sofá.

⁃ Hey, campeão! - falou animado e se abaixou na frente do menino - O que aconteceu? - preocupação inundou sua voz

Connor não disse nada, apenas olhou para suas mãozinhas em seu como e suspirou. E então Oliver me olhou e eu respirei fundo.

⁃ Connor - chamei e ele não me olhou - Querido, olhe para mim, por favor - pedi e ele o fez - Vou fazer um lanche para você na cozinha, poderia ir tomando banho? Depois eu prometo que vamos passear - o menino pareceu ponderar a proposta e por fim saiu correndo para o banheiro sem falar nada.

Olhei para Oliver indicando a cozinha e fui para lá com ele ao meu encalço. Eu não disse nada, e comecei a preparar pegas na geladeira tudo que era preciso para fazer o sanduíche favorito de Connor. Era a minha especialidade no momento - eu só sabia fazer isso, na verdade.

⁃ O que aconteceu com vocês dois? - Oliver perguntou cruzando os braços e se escorando na bancada

⁃ Onde está sua mãe? - perguntei

⁃ Precisou resolver um assunto do buffet - assenti e suspirei montando o sanduíche do pequeno - Fala, Felicity!

⁃ Samantha - falei olhando em seus olhos e a postura dele mudou ficando em alerta

⁃ O que tem ela? - dava para ver o ódio que sentia pela genitora de seu filho pelo tom de sua voz

⁃ Ela queria levar Connor da escola - disse cortando o pão com uma força exagerada, imaginando a ex de meu namorado ali.

⁃ O que? - ele praticamente berrou

⁃ Ela estava fazendo um escândalo na secretaria querendo levar o MEU menino embora - falei com ódio - Eu não quero que ele volte para aquela escola, Oliver, ela disse que não iria desistir.

O ódio que eu senti quando estava frente a frente com ela na calçada da escola se apossou de mim novamente, imaginar aquela mulher levando o meu filho me causava arrepios, me deixava desesperada.

E novamente minha mentiu voou em minha mãe. Moira. Alguém me colocou no lugar de seu filho biológico, alguém levou seu filho, e ela não estava preocupada com isso. Ela queria a mim. Levaram seu filho e era a mim quem ela queria. Eu não a merecia, eu era uma covarde, ela merecia mais. Eu devia estar ao lado dela, agradecendo por todo amor que recebi e a reconfortanto. Mas não… Eu estava lhe dando mais sofrimento.

⁃ Eu não vejo Samantha desde que Connor era um bebê - ele passou as mais pelos cabelos em completo desespero - Não imagino o que ela queira agora

⁃ Vocês - sibilei e ele me olhou sem entender - Ela disse que quer a família dela de volta - dei de ombros

E então um balde de água fria caiu em meus ombros. Um pensamento totalmente obscuro: Eu estava sobrando ali.

Connor tinha o pai dele, e agora sua mãe voltara. Ele não precisava de mim. Mesmo ela não valendo nada e tendo o abandonado, ela ainda era a mãe dele. Eu não. Ele podia muito bem querer conhecê-la e passar um tempo com ela. E assim eu seria deixada de lado.

Eu já não fazia parte de nada. As únicas pessoas que me mantinham de pé agora, poderiam me deixar a qualquer mome momento.

⁃ Eu sei o que você está pensando - o tem de voz de Oliver mudou, ele está a cauteloso, como se estivesse com medo de dizer algo - Connor nunca vai te trocar por Samantha, Felicity - eu não respondi, continuei montando o sanduíche e senti lágrimas banhando meus olhos - Para com a comida - segurou meus braços me fazendo girar para ele - Vou entrar em contato com Laurel e essa mulher nunca mais vai se aproximar da gente. Quer trocar o Connor de escola? Troca. A mais cara da cidade? Eu não ligo. Mas por favor, não pense menos de você. Você, em meses, foi para ele o que Samantha não foi a vida dele toda. Aquela mulher não vai chegar perto da nossa família, eu não vou deixar - assenti deixando uma lágrima solitária rolar e ele a secou com o dedo - Eu te amo! - e me deu um selinho

⁃ Eu também te amo - o abracei

Oliver foi para a varanda dizendo que iria ligar para Laurel e eu assenti levando o lanche de Connor que estava sentando em sua cama - de banho tomado e roupa trocada - com o semblante triste.

Me aproximei dele e acariciei seus cabelos, coloquei o suco de laranja e o sanduíche em sua escrivaninha e ele levantou da cama sentando na cadeira sem dizer nada.

O observei comer e braços cruzados no parapeito da porta. Fiquei perdida em pensamentos. Não me imaginava mais sem aquele pequeno loirinho em minha vida. Eu o amava tanto que doía em mim. Arrisco dizer que o amava mais do que amava seu pai, mesmo sendo amores completamente diferentes.

Meu coração o escolhera como meu, e eu sabia que o coração de Moira havia me escolhido.

Eu queria minha mãe, precisava dela.

Mas antes eu precisava tirar aquele semblante triste do rostinho o meu filho.

Esperei que ele terminasse de comer, e assim ele o fez. Quando seu prato já estava vazio, ele me olhou e deu um pequeno sorriso percebendo que eu não havia saído dali.

⁃ Você ficou me olhando? - falou por fim

⁃ Sim - dei de ombros - Você é muito bonito por sinal. Ele riu e meu coração se aqueceu com aquilo. Não gostava de vê-lo triste, eu amava seu sorriso. - O que está te perturbando tanto, Connor?

O semblante dele mudou, a expressão triste voltou junto com a minha necessidades guarda-ló em um potinho para que nenhum mal o atingisse.

⁃ É que… - ele se calou olhando por meu ombro, Oliver estava ali, eu senti o cheiro dele.

⁃ Você pode nos falar qualquer coisa - o Smoak mais velho falou e o mais novo assentiu

Andentrei totalmente no quarto me sentando em sua caminha e Oliver assumiu o lugar que eu estava - encostado no parapeito. Connor correu para o meu colo e enterrou o rosto em meu pescoço.

⁃ O que foi, meu amor? - falei acariciando suas costas

⁃ Eu não quero outra mãe - ele disse e eu prendi a respiração

Era normal ele não me querer como sua mãe, ele já tinha uma. Ele a viu hoje e sua cabecinha - muito provavelmente - ficara confusa. Por mais que ele tinha me chamado de mãe na escola, era normal ele ponderar sobre o assunto. Afinal, ninguém tinha duas mães. Na verdade, eu tinha, a biológica e a que me criou. Mas para mim, apenas a que me criou contava. Connor não tinha uma mãe de criação, ele me conhecia a poucos meses. Era lógico que ele iria se sentir atraído pela sua genitora, sua mãe de verdade.

Eu fiquei em silêncio, não sabia o que responder. Apenas continuei com o carinho, queria que ele soubesse que independente de qualquer coisa, eu estaria ali para e por ele.

Olhei para Oliver que me encarava intensamente, daria tudo para ler seus pensamentos agora.

⁃ Está tudo bem, Connor - Oliver falou quando se deu conta de que eu não falaria nada

⁃ Não está - senti o menino fungar, segurando o choro, e aquilo me partiu ainda mais por dentro.

⁃ Por quê não? - o pai quis saber

⁃ Eu já tenho a minha mamãe - respondeu me apertando - Eu não quero que ela mulher ruim me tire da minha mãe. Ela queria me levar da minha escola, Licity não deixou - Connor saiu do esconderijo do meu pescoço e olhou para o pai, deu para ver a raiva em seu delicado semblante - Eu escolhi a Licity, papai, eu não queria aquela mulher ruim. Não quero que ela me leve de vocês.

Toda a minha tensão evaporara com suas palavras inocentes, porém cheias de significados para mim. Permito que as lágrimas que eu nem percebi que segurava rolassem pelo meu rosto. Connor realmente me escolhera, e ter mais certeza ainda daquilo era mágico. Inexplicável. Abracei meu menino tão forte e senti ele me abraçando de volta.

Eu queria gritar para o mundo que aquele menino era o meu filho. Queria gritar para o mundo que ele havia me escolhido e que me amava.

⁃ Ninguém vai te levar da gente - falei por fim com a voz embargada - Nós amamos você! Ouviu bem? - olhei em seus olhinhos azuis e ele assentiu - Ninguém vai te levar de mim.

O abracei novamente e ele se encolheu um mim. Senti Oliver se aproximar e nos abraçar. Era bom estar ali. Era reconfortante. Era um sentimento que eu tinha quando estava com mamãe, papai e Thea. Lar. Eles eram meu lar. E eu lutaria por eles, todos eles, incluindo mais pais e minha irmã.

⁃ Mas e o meu passeio? - Connor perguntou inocente e eu ri junto de Oliver.

(…)

Meu namorado estacionou o carro em frente à mansão Queen e meu coração gelou. Eu não sabia o que esperar e minha barriga estava em cólicas por isso.

Depois do episódio no quarto de Connor, dissemos a ele que iríamos levá-lo até minha casa e ele se alegrou em saber que iria até a mansão. Ele amava deixar Raisa e mamãe loucas de preocupação correndo pelos corredores.

Meu pequeno estava radiante em seu assento para carro esperando que o pai o soltasse.

Antes de sair de casa contamos para Connor que estávamos namorando, e ele apenas riu dizendo que já sabia e que tinha visto nos dois aos beijos na sala quando ele acordou de madrugada para fazer xixi. Eu morri de vergonha e Oliver gargalhou. O pequeno pareceu feliz com a situação, pois abraçou forte eu e seu pai.

Oliver o tirou do carro e andou com o menino em seu colo. Não haviamos avisado aos meus pais que iríamos para lá. Eu queria fazer surpresa, não queria criar expectativas, mas pelas câmeras do portão de entrada, eles já deviam saber que estávamos ali.

Quando eu coloquei a chave na maçaneta para abrir a porta da frente da mansão, ela se escancarou nos mostrando uma Thea decadente. Ela tinha uma expressão triste, e seu olhos estava fundo e com olheiras. Meu coração se apertou ao perceber que provavelmente eu causara aquilo nela. Connor se jogou em seus braços gritando um “Tia!” cheio de felicidade e inocência. Minha irmã o apertou e cheirou seus cabelos lisinhos, para logo depois ele querer descer de seu colo e sair correndo mansão à dentro

A Queen mais nova olhou para Oliver e depois para mim, seus olhos se demoraram em meu rosto, não sei quanto tempo passou, mas foi reconfortante sentir minha mãe pulando em meus braços como uma criança. A apertei forte contra mim e choramos. Choramos muito. Eu estava morrendo de saudades dela. Minha irmã era uma das pessoas que eu mais amava na vida e não importava se compartilhávamos do mesmo sangue ou não, ela era minha irmã. Minha. A bebê que, a muitos anos, sua primeira palavra fora “imã”, direcionada a mim, a criança que eu ensinara a andar de bicicleta, patinete e patins, mas também ensinara coisas erradas como responder nossos pais e se esconder das babás, a adolescente que se espelhava nas coisas erradas que eu fazia e que ensinara as malícias do mundo, a adulta que eu não sabia viver sem.

Thea era tão minha irmã quanto Connor era meu filho. Nosso laço era mais forte do que qualquer laço sanguíneo.

⁃ Eu senti sua falta - sussurrei durante o choro

⁃ Nunca mais faz isso - ela chorou molhando minha blusa

⁃ Prometo - lhe assegurei

Sorrimos uma para a outra e entramos em casa. Oliver já não estava mais ali perto da gente, não percebi quando saiu. Thea me arrastou para dentro da mansão e falou que apenas ela sabia que eu estava ali. Disse que mamãe e papai estavam no quarto deles, iriam jantar lá, disse que nunca mais usaram a mesa de jantar. Sempre cada um em seus quartos. E aquilo me doeu, saber que minha família de quadrou por minha culpa. Eu não os merecia.

Thea e eu paramos na sala de estar e Oliver estava ali chamando por Connor que já havia sumido pela casa.

⁃ Thea? Quem está aqui? - escutei a voz de minha mãe vir do andar de cima e meu coração se apertou de saudade. Escutei seus passos pela escada - Thea? É Connor quem está aqui? Escutei a voz dele e de Oliver… - se calou quando me viu de pé no centro da sala.

Mamãe colocou a mão no peito como quem tentava controlar a emoção, ela respirou fundo com a surpresa e vi lágrimas em sua face. Aquilo foi demais para mim, chorei também. Chorei e corri para os braços de minha mãe. Ah… Como eu queria aquele abraçado. Como eu ansiava por aquilo. Ninguém no mundo me abraçara daquel forma, eu me sentia tão bem ali.

⁃ Desculpe - chorei agarrada a ela - Me desculpe.

⁃ Ah, meu amor! - ela afagou minhas costas, da mesma forma que eu costumava fazer com Connor - Eu te amo tanto, minha filha, minha garotinha.

Apertei mais minha mãe contra mim, como se fosse possível nos fundirmos em uma só. Eu queria tanto matar aquela angústia que estava em mim, queria tanto que ela me fizesse esquecer de tudo que estava acontecendo.

Queria que toda aquela história de ter sido trocada na maternidade desaparecesse.

Me separei de minha mãe apenas para olhá-la, e ela estava tão abatida entre seu choro. Seu semblante estava tão delicado, como se estivesse sofrido a pior das dores. E talvez sofrera, o desprezo da filha. E ela na tinha feito para marece-lo. Me senti ainda mais miserável vendo o estado de minha mãe.

⁃ Eu…

⁃ Felicity! - ela falou séria e eu me calei - Prometa que nunca mais fará isso comigo!

⁃ Eu prometo - acariciei seu rosto - Prometo que nunca mais sairei debaixo das suas asas, mamãe - beijei sua testa - Minha mãe, minha única mãe.

⁃ E você é minha filha, Lis - falou grave, como se fosse algo óbvio e que ninguém mudaria isso - Minha filha! Minha filha mais velha e ninguém vai tirar isso de mim. Você é minha!

Assenti e a abracei de novo. Nós choramos um pouco mais e senti Thea nos abraçando também, escutei ao fundo um “Até que enfim” sibilado baixinho por Oliver e fiz careta.

⁃ Por que estão chorando? - Connor apareceu com um pedaço de bolo na mão. Raisa. - Aconteceu alguma coisa? Licity?

Instantaneamente Moira soltou a mim e a Thea se virando para o pequeno e eu revirei os olhos. Não valíamos nada quando Connor estava presente.

⁃ Eu sabia que tinha escutado seus gritinhos - minha mãe abraçou o menino que sorria para ela - Sentia sua falta, meu nentinho emprestado.

⁃ Eu também, vovó Moira - ele riu se pendurando em minha mãe que o ergueu no colo.

Oliver me olhou sorrindo e eu sorri de volta para ele. Eu devia tudo a esse homem. Ele cuidou de mim e me acolheu quando eu mais precisei, mas também não tinha medo de falar todas as verdades na minha cara. Se ele não tivesse se revoltado mais cedo, eu estaria chorando no sofá dele e não aqui com minha família.

Eu me arrependia muito da forma que nossa história começou, da forma que eu o tratei. Mas hoje eu percebo que era para nos conhecermos, era nosso destino estarmos juntos. Se eu não estivesse com ele agora, eu não sabia como enfrentaria essa situação… Na verdade, eu sabia. Eu estaria bebada em algum lugar, drogada, transando com o primeiro homem que desse em cima de mim - ou homens… Meu passado era um pouco horrível -, eu não estaria aqui fazendo as pazes com ninguém. Muito pelo contrário.

⁃ Filha? - a voz de meu pai inundou a sala e eu fiquei tensa

Meu lado emocional morria de saudade do meu pai, eu queria pular em seus braços e chorar feito uma garotinha indefesa que só o pai tinha o poder de proteger. Mas meu lado racional o culpava, o culpava por tudo. Todos os “e se” vinham com as ações dele nas freses, como:

“E se Roberto não tivesse traído Moira”, certamente nenhum bebê seria trocado e eu conheceria minha família biológica.

“E se Robert não tivesse mandando Isabel abortar um filho”, certamente nenhum bebê seria trocado e eu conheceria minha família biológica.

“E se Robert não tivesse abandonado Isabel”, certamente nenhum bebê seria trocado e eu conheceria minha família biológica.

E por aí vai… Todas as possibilidades de soluções para essa troca de bebês, vinham com ações de meu pai como justificativa. E isso me corroía.

Oliver segurou minha mão quando viu que eu não falei nada para o homem parado na porta da sala. Papai estava acabado, a barba enorme, olheiras profundas nos olhos e estava mais magro. Seu semblante era de alguém abatido.

Olhei para ele e depois para minha mãe que nos encarava em expectativa com Connor ainda em seus braços - que comia o bolo alheio da tensão que se instalara na sala. - Encarei minha irmã que deu um leve sorrindo assentindo, me encorajando a tomar alguma atitude com o homem que me olhava cheio de esperança. Ele sabia que eu o culpava, eu sempre o culpava, desde a primeira traição… Mas agora era diferente, haviam consequências graves.

⁃ Você não vai falar com o seu papai, Licity? - Connor perguntou e eu abri um sorriso involuntário - Devemos sempre falar com nossos pais, não é, papai? - olhou para Oliver.

⁃ Sim, campeão - o pai dele respondeu me encarando sério, como se quisesse me passar o mesmo recado que o filho estada dando, apertando minha mão.

A pouco pensei que ele estava alheio a tudo isso, mas o pequeno era extremamente inteligente e já captara a tensão entre mim e meu pai.

Respirei fundo e soltei a mão de Oliver correndo para os braços de meu pai.

Ele era meu pai, meu. Apenas de seus erros e falhas, ele era o pai que eu sempre iria escolher. Ele falhará como marido, falhará um pouco na minha infância, mas era meu pai e sempre seria. Ele nunca deixou faltar amor em nossa ralação, sempre demostrara o quanto me amava, mesmo com sua constante audiência. Eu sabia que ele me amava.

Me apertei contra ele e senti seu corpo se balançar em um choro silencioso. Chorei também, estava sendo uma noite de muitas emoções. Meu pai me apertou tão forte que me senti um pouco sem ar. Mas era uma abraço tão bom… Passei dias ansiando pelo abraço de minha mãe, as estando ali, atrelada ao meu pai, me dei conta do quanto eu ansiocava por ele.

⁃ Me desculpe, minha menina - ele depois de um tempo, acariciando meus cabelos - Me desculpe por tudo!

⁃ Pai! - me afastei olhando em seus olhos - Não foi você quem fez a troca - falei chorando

⁃ Mas fui o motivo pelo acontecido - Papai acariciou meu rosto limpando as lágrimas que desciam - Se eu não tivesse feito tanta merda…

⁃ Ela não estaria aqui, Robert - mamãe concluiu

⁃ Ela estaria com os pais biológicos - ele me olhou com tristeza - Você queria estar com ele, não queira? Eu não queria outra filha além de você e Thea, mas você tem o direito de querer conhecer de onde você vem.

⁃ Vocês são meus pais - decretei - E é apenas isso que me interessa, eu não queria saber de outros. - assegurei e meu pai pareceu aliviado com minha fala.

Eu não sabia que eu realmente queria deixar as minhas raizes de lado, mas por agora, o que me importava de verdade, estava ali comigo.


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Notas finais do capítulo

Felicity já sabe que foi trocada… Agora falta o Oliver, pistas vão começar a aparecer nos próximos capítulos. Donna esconde um segredinho sujo, quem adivinha???
Comente para saber se estão acompanhando ainda.
Beijos!-



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