8 & Grace: Tim Stiff, ou Holmes escrita por Cassiano Souza


Capítulo 1
Grace quem? E lá vamos nós.


Notas iniciais do capítulo

olá! Eu juro que não previa escrever nada, mas... quem disse que eu mando na minha vontade? Ela é como 2020, completamente fora de linha. Mas, fiz essa one com esse personagem original que eu hoje em dia gosto bastante, e que já havia pensado nesta possibilidade de one, mas que havia deixado pra um futuro distante. (que chegou felizmente mais cedo pra mim). BOA LEITURA! Inspirada no ep The Caretaker.



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Oi, tá bem frio aqui, deixe eu ajeitar a câmera. Talvez você não me conheça, ou se pergunte quem eu seja, ou talvez não se importe com quem eu seja, mas... Você devia prestar mais atenção na Grace, não em mim! Sério, ela não é uma pessoa normal. E não, eu não sou um tardado assediador!

Tudo começou mês passado, quando uma contagem maluca apareceu no céu, e um prédio corporacional no centro desabou, isso, segundo todos os jornais e colegas de trabalho, porque eu mesmo não me lembro de nada. Não sou muito de beber bebidas alcoólicas, então sei que não foi um delírio de ressaca ou alguma outra droga. Minha avó sempre disse para não usarmos drogas. Não use.

Enfim, após a contagem maluca, o hospital se tornou um hospício gigante, e todos os números de pacientes pareciam ter se multiplicado ao quadrado ou cubo. Grace, eu e a equipe, fizemos o nosso trabalho, o nosso importante e duro trabalho, mas, felizmente saímos inteiros, e com os nossos miolos ainda funcionando. Porém, enquanto todos se despediam na sala do café, percebi algo de errado em meus pulsos; haviam marcas de algemas! E como sei que eram marcas de algemas? Bem... Prefiro não entrar em detalhes.

Mas, sei de uma coisa, a cara que a Grace fez no momento em que eu massageei os meus pulsos... Aquilo estava errado, muito errado, parecia com aquelas personagens de filmes em cenas de revelação. E não, eu não dormi com ela! Nunca, na verdade. Talvez eu não seja interessante o-suficiente... Mesmo eu já tido uma queda do tamanho das cataratas do Niágara por ela. Mas, continuando, percebi a insegurança da Grace, e ela percebeu a minha cara de “deu merda, e desculpe o linguajar”.

Ela ajeitou o cabelo virando o rosto depressa e saiu mais depressa ainda, para fora da sala. Ninguém se importou com a falta de delicadeza em dar um “tchau”, mas eu me importei, sabia que nunca devemos ignorar uma coincidência, amenos, que nós a tenhamos feito.

No corredor, olhei para um lado e para o outro, e no compasso da presa tudo, o que eu pude notar ao longe foi a porta da dispensa de materiais de limpeza batendo. Corri, logico! Aquela mulher poderia ter feito de tudo comigo em momentos importunos da noite passada, a qual eu não me lembrava de nada. E naquele momento, o som mais estranho da minha vida eu escutei, como algo rangendo, quase mais estranho do que os rangidos misteriosos do quarto da minha avó, quando recebia visitas.

Porém, empurrando a porta com a minha maior determinação possível, e com a minha caixa torácica tão cheia quanto as de um galã da TV, nada eu encontrei naquele cômodo, se não, baldes velhos, desinfetantes e esfregões malcheirosos. A decepção veio átona, e a maior sensação de; “o quê?”. Afinal, eu vi o que vi, a Grace havia entrado ali! E o seu perfume até mesmo ainda pairava no ar. Bem, o dela e o dos esfregões.

Entretanto, no dia seguinte, no plantão, sabem o que ela disse como explicação? Ela disse:

— Ah, aquilo? Ah, aquilo, aquilo foi... Eu indo apertada até o banheiro, após seis doses de café.

— Sei, dia agitado. Mas café é um laxante! Nem deve ter tido tempo para... Defecar.

— É. – Respondeu ela, quase como se estivesse engolindo uma pedra de gelo, havíamos chegado em um momento embaraçoso. - Mas enfim, foi uma jornada bem árdua no banheiro, mas no fim tudo acabou bem.

— Ah, com certeza árduo. – Fingi estar impressionado, e esfreguei os pulsos. – Grace, você já acordou achando que tudo ao seu redor estava... Esquisito. – Estreitei os olhos para ela, e ela, recuou com os ombros, talvez eu estivesse sendo esquisito.

— “Esquisito”?! Não, nunca. O que poderia ser esquisito aqui?! Estamos em São Francisco, lembra? – Ela forçou um sorriso bem incriminador. – Mas quando um colega de trabalho me questionando sobre “defecar”, ah, bem, isso é bem esquisito sim.

Fiquei sem palavras, ela estava certa. Porém, quando então, entretanto, da bolsa da Grace, um zumbido estranho começou a ecoar sem parar, algo como um bip, alarme ou brinquedo sexual de última geração. A cara da Grace foi de “tinha de ser agora?”. Mas por que um “tinha de ser agora?”, estava ela gostando da nossa conversa?! Bem, só sei que depois uma voz masculina ecoou da bolsa, e falava loucuras do tipo... Estrelas de neutros de sei lá o que ou onde, Daleks, planeta prestes a explodir, e... Jelly babies! Tipo, “que porra é essa, e perdão novamente pelo linguajar”.

— Tim. – A Grace sorri sem jeito. – Estava ótima a nossa conversa! Mas... Tenho de sair!

— Temos uma cirurgia daqui há cinco minutos!

— Retorno em um minuto!

— O cara falou de explodir planetas! Isso é mais do que um minuto! E como assim explodir planetas?!

— Peça de teatro! Especial de natal para o hospital! Você será o papai Noel, por isso as jelly babies! – Disse ela, cruzando apressada o corredor, rumo às salas de internação. E logico, eu parti atrás dela novamente.

Pulei por macas pelo corredor, quase atropelei pessoas de pês e corpos inteiramente engessados, e por fim, cheguei até onde vi ela entrar, e... Nada de Grace Holloway.

Eu disse:

— Só queria avisar de que... Como assim especial de natal sendo que ainda estamos em junho?!

Mas, enfim, um minuto depois a Grace apareceu novamente, como prometido, mas, vindo ela do refeitório, e com as roupas e cabelos todos cheios de algas marinhas. Segundo ela, havia começado uma menopausa, e precisou urgentemente ir se refrescar, mas ficou com vergonha de dizer e inventou a história do teatro. Porém, o mais gritante no meio desse montante de mentiras, é que ela acha que eu como o médico que sou, eu não saiba a idade em que uma menopausa comesse.

Aí, no jornal daquela noite, a FOX informou que a NASA havia detectado a explosão de um corpo celeste há 30.000 anos luz de distância da Terra. Coincidências? Talvez, mas uma que não foi feita por mim, portanto, não devia ignorar, devia? Só sei que depois de quatro dias, a Grace havia aparecido de roupas vitorianas, mais um cara cabeludo, fantasiado de alguma coisa que eu não sei o nome, e que se não me engano, já vi em algum lugar. E duas semanas depois, a Grace estava de traje especial, bem em cima do hospital! E alegou ser um segundo emprego, onde era a garota do tempo para a CNN.

E o pior de tudo, sempre que ela some ou aparece, eu escuto aquele maldito som parecendo as coisas que ouço por de trás das portas do quarto de minha avó.

E então agora, estou aqui com essa câmera e deitado no chão, por de trás do cercado dos vizinhos da Grace, filmando cada segundo do que acontece frente à casa dela. Sei que parece algo obsessivo, mas é pelo bem de todos, imagino que se ela tem algo a ver com minhas perdas de memorias e algemas, e planetas explodindo, a Grace talvez seja uma ameaça. E pode parecer mais loucura ainda isto que eu vou falar agora, mas, preparem-se... Acho que ela é uma alienígena, um ser de outro mundo, e o mais interessante, uma viajante no tempo. Então, Grace quem? Quem é essa doutora?

***

E dentro de casa, Grace e o Doutor espiavam pela janela da frente. A ruiva pergunta:

— Vamos apagar a memória dele novamente? Já é a decima vez, só essa semana! Temo algum efeito colateral.

— Bem, tem sim. Mas apenas insônia e quem sabe um pouco de disfunção erétil.

— Isso é horrível!

 - Calma! – Riu. – Eu disse apenas um pouco. 

— Porque não é com você, homem do espaço!

— Que seja, vamos pensar em algo, e vamos apagar a memória dele novamente, e endireitar a sua virilidade.

— Certo. – Abraçou a humana ao Senhor do Tempo. – Mas ter sido tão persistente, como ele conseguiu?! Ontem ele quase se deparou comigo fazendo o parto daquela Zygon.

— Sim, mas vejo essa persistência apenas como... Como o significado de que você é especial.

— Você acha?

— Eu tenho certeza.

A ruiva sorri agradecida, e retribui tocando os lábios do outro, mas, com os seus lábios. E Tim, do lado de fora, tinha a cena filmada detalhe a detalhe, o seu queixo desceu abobado:

— Eu já vi isso antes! E eu me lembro desse cara agora! Foi em um pesadelo. 

 


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Notas finais do capítulo

e então, o que achou da one? Ela pega alguns eventos do volume 5, mas não foi necessário entender ele para entender a one. Ela teve essa vibe bem The Caretaker, onde foi aquilo com a Clara e o Danny, e a descoberta do Doutor, mas aqui na minha saga trazido para o que cada um seria o equivalente de cada um. Mas Denny e Tim são completamente diferentes, Tim é mais o tipo Rory.
Pra quem já leu alguma outra história com o Tim deve ter gostado de mais algumas coisas que acabávamos entendendo sobre o Tim, mas ainda assim nada de muito profundo, mas ok.
E apesar do tom leve e neutro da história, o final é completamente infeliz, não? O personagem acaba tendo a garota que já gostou beijando outro cara e ainda com problemas sexuais. Sim, bem triste, mas é o humor tragicômico. Desculpa pra quem já gosta dele, mas ele tem o fim bom no vol 5 e 10. O 10 sairá num sei quando, mas ele tem um fim ótimo. E além disso, ainda paga de vilão em um volume que não posso falar, antes do 10. E essa one se passa depois do 5.
Mas é isso, gostei da one, e talvez ninguém tenha lido até o fim, mas obrigado mesmo assim. Comentários são sempre bem vindos.



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