New romantics. escrita por Jones


Capítulo 11
The Lights and Noise are Blinding...


Notas iniciais do capítulo

Hello, fazia um tempo que eu não vinha aqui :/
Tava envolvida em uns outros projetos e acabei negligenciando a besteirinha - que inclusive está quase pronta e não está postada. Sorry ♥



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— Rose querida, antes de irmos, você pode vir aqui me ajudar a colocar cobertura no bolo? - Hermione a chamou da cozinha.

— Claro, mãe. - Rose respondeu, se levantando do sofá.

— Olá, querida. - A mãe disse tirando a cobertura do fogão. - Me ajude a espalhar, sim?

Rose assentiu e com uma espátula começou a dispersar a cobertura delicadamente até cobrir todo o bolo uniformemente. Diria até que tinha feito um bom trabalho, já que ele parecia atraente.

— Eu entendo que estou fazendo um bolo de chocolate porque hoje é aniversário do menino Malfoy. - Hermione comentou colocando os pequenos confeitos de chocolate de maneira decorativa. - E porque de acordo com sua tia Gina é tudo o que eu sei fazer na cozinha.

— Não é verdade mamãe. - Rose sorriu, tentando ignorar a outra parte do assunto. - Seus sucos são maravilhosos. Gosto especialmente do de couve com limão.

— Só você gosta desse suco, minha filha. - Hermione sorriu encolhendo os ombros - Foi uma indireta mal dada para a barriga de cerveja do seu pai.

Rose sorriu e pensou em como era fácil simplesmente conversar com Hermione. Era óbvio que parte da expectativa que Rose colocava em si mesma não tinha nada a ver com nenhuma atitude que sua mãe tenha tomado ou algo que tenha dito, apenas com a existência dela e do fato de ela ser brilhante.

A verdade era que Hermione era sábia, paciente e protetora em relação aos filhos. No fundo Rose sabia disso.

— Eu gosto dele. - Ela murmurou, colocando o bolo na geladeira.

— Quem, mãe? - Rose fingiu-se de desentendida.

— Ah, eu já tive dezessete anos, Rose. - Hermione sorriu e girou os olhos, o que Rose achou muito jovial de sua parte. - Muitas coisas boas aconteceram comigo naquela época, como começar a namorar o seu pai, não que eu não tivesse namorado outras pessoas antes...

— Mãe! - Rose fez uma careta diante do pensamento dela com outras pessoas.

— O que foi? Eu costumava ser muito bonita, assim como você.

— Você ainda é, você sabe. - Rose acariciou os cabelos armados e agora mais curtos da mãe.

— O ponto é. - Ela sorriu para a filha e a abraçou, como quando ela era criança. - Que coisas ruins também aconteceram naquela mesma época, algumas delas inclusive na mansão Malfoy.

— Eu sei. - Rose afagou o braço da mãe. - Eu sinto muito.

— Muito tempo se passou de lá para cá, meu bem. - Ela beijou o cabelo da filha de forma protetora. - Eu e Draco Malfoy já tivemos a nossa resolução e redenção. Scorpius não tem nada a ver com o que aconteceu naquela época. Como poderia? Nem nascido ele era.

— Mas eu não sei se eu consigo me imaginar indo a casa dele. - Ela confessou, seus lábios formando uma linha rígida. - Não sabendo o que a família dele fez com você e como papai se sente em relação aos Malfoy. Isso vem sendo um dilema, porque eu não posso agir como se tudo estivesse perdoado, como se eu pudesse olhar para a cara de Draco Malfoy e não ver ele te causou dor.

— Filha, essa não é uma batalha ou narrativa que te pertença, honestamente. - Hermione disse suavemente. - As coisas mudam, eu estou bem. Pelo que entendo, o rapaz Scorpius é uma boa pessoa que é um bom amigo para seus primos e aparentemente você gosta muito dele.

— Mas eu posso deixar de gostar.

— Se pudesse já teria deixado, não é verdade? - Hermione lhe lançou um sorriso amável. - Sabe, eu levei um tempo para admitir que eu tinha sentimentos pelo seu pai, ele era um rapaz bem teimoso.

— Era? - Rose riu.

— Um rapaz. - Hermione brincou. - Teimoso ele continua. No quinto ano teve um baile que ele quis me chamar de última hora porque eu era uma garota e ele não tinha par. Como se eu não pudesse ser chamada por outra pessoa.

— Não acredito. - Rose riu novamente. - Isso se parece com papai.

— Ah, sim. - Hermione riu também. - No sexto ano ele resolveu sair com outra e ficar grudado nela o tempo inteiro. Era nojento.

— Como eles terminaram?

— Quando ele se acidentou, ainda no mesmo ano. - Hermione sorriu com a lembrança. - Quando ele estava inconsciente na enfermaria ele falou o meu nome ao invés do dela. Ele me chamou e eu estava ao lado dele.

— E aí vocês ficaram juntos?

— As coisas entre nós nunca foram simples. - Hermione riu. - A gente só foi ficar juntos um tempo depois... Acho que um ano depois. Enfim, por mais que a gente tenha tido nossos problemas, a gente sempre se amou e é o que nos faz ficar juntos até hoje.

— Eu achei que éramos eu e Hugo. - Rose murmurou, com um fiapo de voz.

— Nosso amor por vocês é infinito e por isso te digo que nós nunca seríamos empecilhos para a felicidade de vocês. - Hermione sorriu, prendendo o cabelo de Rose em uma trança embutida como a de uma princesa de um filme que ela gostava quando criança. - Mas um casal só fica junto e feliz por tantos anos se se amar de verdade. E pelo o que Hugo me disse...

— Hugo é um fofoqueiro, minha nossa. - Rose riu sem graça.

— Ele só é mais propenso a soltar informações, igual ao pai dele... Ele não faz por mal. - Hermione gargalhou. - De qualquer forma, ele me disse que isso entre vocês dois acontece há um tempo.

— Acontecia. - Rose confessou. - Ele tem uma namorada agora.

— Entretanto, tenho certeza que se ele tivesse na enfermaria, ele diria o seu nome ao invés do dela. - Hermione sorriu para a filha. - Não que eu quero que ele vá para a enfermaria, você me entendeu.

— Acho que eu entendi. - Rose retribuiu o sorriso da mãe. - Você acha que se vale a pena eu deveria parar de arranjar desculpas.

— Algo assim. - Hermione se sentiu satisfeita.

Houve um tempo em que se sentira muito culpada por não estar em casa com tanta frequência por estar trabalhando. Parecia que tudo tinha saído de seu controle: a educação de seus filhos, seu casamento... E ela não queria abrir mão de nada. Ela aprendeu a fazer tranças, ela se obrigou a aparecer a noite para ler para os filhos antes de dormir e Ron se oferecia para ajudá-la a terminar seus relatórios em casa.

Foi quando ela aprendeu que admitir que precisava de ajuda não significava fraqueza. Rose acreditava que ela era uma super mulher, do tipo super heroína de filme trouxa.

— Obrigada mãe.

— Eu que agradeço, minha filha, por me deixar fazer parte da sua vida. - Ela sorriu, amável. - Eu tenho muito orgulho de ter feito parte do que te transformou nessa pessoa maravilhosa.

Rose sentiu vontade de chorar, teve certeza naquele momento - se não tinha antes - que a melhor mãe do mundo era a dela.

— Agora vá se trocar. - Ela disse. - Eu preciso acordar seu pai.

— Estou bem aqui. - Ouviram a voz de Ron atrás delas, com as mãos nos bolsos.

— Alguém já te disse que é feio ouvir as conversas dos outros? - Hermione murmurou, cruzando os braços. - Estávamos tendo um momento agradável de mãe e filha.

— Eu também sou pai dela, você sabe né? - Ron murmurou aborrecido.

— Vou me vestir. – Rose disse e depositou um beijo na bochecha do pai. - Também te amo pai.

— Se aquele loirinho Malfoy fizer alguma coisa com você... - Ele murmurou.

— Ah, você vai fazer o inferno da vida dele. - Rose completou franzindo o nariz.

— Pode apostar que eu vou. – Ele disse contrariado e a observou indo para o quarto. - Sabe, acho que fizemos um bom trabalho com os dois que a gente tem. A gente deveria estragar um terceiro.

— Ah, esse navio já zarpou, Ronald Weasley. - Hermione riu beijando-lhe os lábios.

Das escadas Rose não pode evitar sorrir: tinha muita sorte na vida.

Quem também se sentiu sortudo, apenas por vê-la em toda a sua beleza, era Scorpius Malfoy. Rose apareceu levitando o grande bolo de chocolate com velhinhas verdes pelo portão da casa dos Potter.

Ele estava tão ansioso que tinha chegado um pouco mais cedo, ajudado a colocar as cadeiras no jardim e a James acender a churrasqueira para os hamburgueres e salsichas de Harry. Sempre que visitava a casa dos Potter imaginava que era aquilo que queria para o futuro: uma família grande com um quintal bonito e churrascos aos domingos.

Dado o histórico de sua família com os Potter e os Weasley, ele se sentia grato por ser bem recebido e pelo carinho que os Potter em especial tinham com ele - principalmente depois da morte de sua mãe.

Scorpius era um rapaz tímido, com poucos amigos que era apenas conhecido por ser um Malfoy a princípio e depois por ser um bom jogador de quadribol. Sentia que tinha herdado o visual do pai, mas a personalidade desafiadora da mãe. Se não fosse assim, não seria apaixonado por quem era, não teria os amigos que tinha, não seria, enfim, quem era.

E ali estava, tendo a visão perfeita dela: uma trança desalinhada e ruiva, um corpo tamanho 44, unhas roídas, jeans desbotado e um suéter amarelo que ficava lindo em contraste com aquela pele cor de canela.

Scorpius tinha certeza que seu coração saltitara um tanto, naquele vento gelado de inverno sob o sol que aparecera timidamente; ele se sentira mais aquecido pela presença de Rose que pela grande fogueira do jardim.

Ela sorriu ao colocar o bolo na mesa junto a todos as outras comidas que os Weasley tinham trazido. Não estavam todos ali. Scorpius entendeu que alguns passavam esse dia com as outras partes da família, como os Delacour na França.

Então todos os rostos que estavam de fato presentes eram mais familiares: ele tinha recebido um abraço de Roxanne e um dos apertos de mão complexos de Fred. Albus tinha lhe comprado um aparelho trouxa de ouvir música chamado iPod e James o presenteou com sua expertise de desbloqueá-lo com uma série de feitiços para o uso em Hogwarts. Lily tinha dito que o presente dela era emprestar sua família para ele no natal e Hugo disse:

— Você costumava agarrar minha irmã. Acho que não preciso te dar presentes.

Rose que estava por perto só sentiu o rosto queimando e bufou pensando em como seria interessante matar seu irmão durante o sono.

Era um dia desses em que você agradecia por estar vivo, que você se sentia feliz por ter algumas pessoas que gostam de você.

Para Rose a visão de Scorpius era quase cegante, era como se ele estivesse envolto de luz naquele dia claro. Por isso resolveu que aquele era o momento de conversar com ele.

Scorpius estava na cozinha dos Potter, com um prato de hambúrguer e salsichas conferindo as playlists que Albus tinha feito em seu iPod. Não ouviu quando Rose se aproximou dele e o beijou no rosto.

— Feliz aniversário, Malfoy. - Ela sorriu nervosa, sentando-se ao lado dele. - Cansou de tantos Weasley?

— De maneira alguma, adoro os Weasley. - Sentia seu rosto formigar onde ela tinha encostado os lábios. - Vocês são todos bem mais afetivos do que eu estou acostumado.

— Sinto muito por isso. - Rose não pode evitar sorrir. - Famílias grandes são assim.

— Eu gosto. - Scorpius sorriu. - Eu gostaria de uma exatamente igual, um dia.

— Você sempre pode participar da nossa. - Ela olhou para baixo, tímida.

— Você é uma pessoa muito confusa, Rose. - Scorpius murmurou com a voz baixa. - Tem dias que você não quer nem me ver e em outros está preocupada com o meu bem estar.

— Eu sempre estou preocupada com seu bem estar. - Ela encolheu os ombros. - Nós somos amigos.

— Nós fomos mais que amigos, Rose. - Ele suspirou com pesar. - Foi você que não quis mais nada comigo.

— Não é bem assim, Scorpius. - Ela apertou os lábios. - Nós estávamos querendo coisas diferentes.

— Eu queria você e você queria me esconder por aí, como se eu te desse vergonha. - Scorpius deu de ombros. - Realmente, coisas diferentes.

— Eu só precisava de um tempo...

— O ano e meio que estivemos juntos não foram tempo o suficiente para você? - Cruzou os braços.

— Scorpius. - Rose sentia sua cabeça latejando, sabia que ele tinha razão em estar magoado, mas achou que essa seria uma conversa mais simples. - Eu sou ruim nisso... Eu não sou romântica, eu não sei fazer isso.

Rose pensou em deixá-lo sozinho na cozinha e de repente enviar uma carta mais tarde dizendo "ei, eu sou confusa, mas eu meio que te amo, que tal?".

Ao invés disso, apenas fechou os olhos e disparou:

— Eu sou uma idiota. - Começou a coçar o cabelo ansiosamente. - Eu tenho dito para mim mesma desde o quarto ano que o que eu sentia por você era apenas uma...

— Quarto? Mas a gente se beijou pela primeira vez no quinto ano. - Scorpius murmurou confuso.

— Pois é. - Ela abriu os olhos cheios d'água. - E como a idiota que eu sou eu só percebi que eu não posso simplesmente me convencer que eu não amo você quando... Você pareceu feliz sem mim.

Scorpius a encarou com o semblante sério e ela fechou os olhos novamente.

— E então eu pensei que não era justo. - Ela mordeu o lábio secando uma lágrima teimosa que insistia em cair. - Não você ser feliz sem mim, mas eu atrapalhar sua felicidade com essa baboseira de amor.

— Por Merlin, Rose. - Scorpius quase berrou, mas respirou fundo e disse num tom de voz mais controlado. - Olhe para mim.

Ela abriu os olhos com relutância e o observou. Scorpius tinha um semblante que ela não estava conseguindo decifrar: tinha o maxilar tenso, as sobrancelhas franzidas e um olhar confuso.

— Você sabe quanto tempo eu esperei você sentir a mesma coisa que eu sinto? - Ele respirou fundo tamborilando os dedos na bancada de mármore. - Quantas vezes eu disse que eu gostava de você e esperava ouvir pelo menos um "eu também"?

— Eu sei. - Rose assentiu resignada.

— Quantas vezes eu ensaiei conversar com seus pais e dizer que apesar do passado eu faria tudo o que fosse possível para que eles não fossem contra nós dois? - Ele olhou para cima tentando conter o fluxo de palavras. - Você sabe quantas vezes eu pensei em desistir de te fazer ver que nós dois... Que a gente valia a pena?

— Você acabou desistindo, não é? - Rose murmurou ressentida.

— Não. - Scorpius a olhou, com raiva. - Você desistiu, você me disse depois que eu te beijei com toda a saudade que eu sentia que nada tinha mudado.

— Caramba, Scorpius. - Rose franziu o cenho. - Eu já te disse que eu sou idiota e que eu faço as coisas erradas, que eu sou confusa e etc. Então só me diz: é tarde demais? Se for eu fico no meu canto e te deixo em paz e é isso.

— Você não entende que é por isso que eu estou com raiva? - Scorpius girou os olhos. - Porque você me coloca nessa bagunça e foi só dizer que me ama e eu estou aqui, completamente entregue.

— Você está com raiva porque não conseguiu deixar de me amar? - Rose sorriu timidamente. - Isso é até fofo.

— Você é tão estranha.

— Você queria me ouvir sendo romântica, Scorpius? - Ela encolheu os ombros. - Eu te amo. Gosto de você desde o quarto ano e desde o quinto não existiu um dia em que eu não pensasse em você antes de dormir ou ao acordar, ou o dia inteiro, para ser honesta.

— Custava me dizer isso antes? - Foi a vez de ele sorrir e encostar os lábios nos dela. - Foi tão difícil assim?

— Você não faz nem ideia. - Ela riu, beijando-o com ainda mais intensidade nas banquetas da cozinha.

— Eu disse para vocês se reconciliarem, mas pensei que talvez seria em um local mais discreto. - Hermione disse após coçar a garganta e olhou para Scorpius com uma leve irritação. - De qualquer forma, existe uma garota chamada Scarlet o procurando, Scorpius.

— O que? - Rose e Scorpius disseram e uníssono.


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