Aventuras da Fairy Tail escrita por Beatrice Swan


Capítulo 4
Capítulo 04 - Caro Kaby


Notas iniciais do capítulo

Obrigado a quem que está a seguir esta história. Tenho feito o meu melhor para corrigir os meus erros, mas posso perder alguns. Agradeço que me avisem se encontrarem algum que eu tenha perdido.

Não esqueçam de deixar os vossos comentários. É muito importante para mim saber o que acham da minha história.



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Capítulo 04 — Caro Kaby

"Que tipo de mago é ele?" Perguntou o mago com a longa trança preta, deitado no chão.

"Mamãe, posso ver fadas…" acrescentou o mago com cabelos encaracolados, deitado ao lado do irmão.

"Que confusão. Tenho que ir procurar a Lucy. Quem eram eles, afinal?" Natsu falou consigo mesmo, tentando esconder o quanto estava preocupado com a sua companheira de equipa.

"… Somos mercenários." Os dois homens responderam, mas Natsu não percebeu.

Esgoto, Mansão Everlue

"Um inimigo da literatura?" Everlue aumentou a força com que segurava os pulsos de Lucy. "Um indivíduo sofisticado e culto como eu?"

"Quem gosta de ter uma coleção de empregadas estranhas não é culto!" Lucy respondeu, lutando para se libertar.

"Isso não tem nada a ver com as minhas lindas empregadas loiras! Um mapa do tesouro? Um lugar para esconder objetos de valor? Que tipo de segredo esse livro contém?" Everlue apertou os pulsos do mago loiro. "Diz-me ou vou partir os teus dois braços!"

A resposta madura de Lucy foi mostrar a língua para o velho, ela nunca iria contar o verdadeiro segredo àquele velho gordo.

"Esta menina não entende a situação dela!" Everlue forçou Lucy a ficar de joelhos. "Fiz o próprio Kemu Zaleon escrever esse livro para mim! Portanto, qualquer segredo nesse livro é meu!"

Everlue interrompeu o seu discurso quando foi atingido por Happy no rosto e acabou por soltar Lucy.

"Happy!" Lucy comemorou o lançamento e agradeceu Happy. "Muito bom! Obrigada!"

As asas de Happy desapareceram e ele caiu no esgoto.

"Desgraçado… Qual o problema desse gato?" Everlue perguntou com raiva.

"Sou o Happy!" Happy disse, ainda dentro da água de esgoto.

"De qualquer forma, sai daí!" Lucy pediu, segurando o livro.

"A água está boa." Happy não queria sair da água.

"Uh! É água de esgoto." Lucy repreendeu-o antes de se virar para Everlue. "As mesas viraram!" Lucy falou, segurando uma chave de ouro, com a forma de uma pinça. "Se me deixar ficar com este livro, posso-lhe perdoar! Apesar de querer bater-lhe, pelo menos uma vez!"

"Uma maga celestial?" Everlue não estava impressionado. "Para um leitor de livros, certamente usas a linguagem errada! "As mesas viraram!" Implica que estás em vantagem! Mas por teres um gato extra do teu lado, não vais conseguir derrotar a minha magia Diver!"

Um buraco apareceu sob os pés de Everlue, e ele desapareceu.

"Então isso foi magia?" Happy perguntou, já ao lado de Lucy. "Isso significa que Everlue também é um mago?"

"A propósito, cheiras mal!" Embora Lucy estivesse a falar com Happy, sentiu a magia de Everlue e conseguiu evitar os seus ataques consecutivos. Eram nestas situações que ela ficava grata pelas aulas de ginástica que tivera em criança. "Está escrito neste livro! Uma história de aventura horrível onde és a personagem principal, Everlue!"

"O que é isso?" Happy perguntou, sem entender do que Lucy estava a falar.

"É maravilhoso que sou o personagem principal, mas a história é uma porcaria!" Everlue desapareceu noutro buraco e criou outros enquanto passando por eles, até que apareceu no teto. "Kemu Zaleon, entre todas as pessoas, escreveu esse lixo. É uma desgraça!"

Everlue lançou-se para Lucy, mas ela conseguiu evitá-lo no último minuto. Ele virou o seu corpo como se fosse uma broca humana.

"Tu é que o forçaste a escrever! Porque estás a ser tão convencido?" Lucy não soltou o livro.

"Convencido? Sou um grande homem!" A voz de Everlue foi ouvida apesar de o seu corpo não ser visível. Várias pedras caíram na água do esgoto. "É uma honra que alguém possa escrever um livro sobre mim!"

"Chantageaste-o para escrevê-lo!" Lucy replicou, com raiva.

"Chantagem?" Happy estava mais preocupado.

"E?" Isso não significava nada para Eerlue. "Foi culpa dele por ter recusado quando perguntei."

"O que isso quer dizer?"

"Eu pedi-lhe para escrever um livro onde eu era o personagem principal, mas esse idiota se recusou!" Everlue parecia estar a nadar no chão, fazendo buracos no cimento. A sua mão apareceu acima do chão. "Então eu disse-lhe: Escreve o livro ou revogarei a cidadania de toda a tua família!"

"Se fizesses isso, eles não seriam capazes entrarem nas guildas de comerciantes ou de artesãos! És realmente tão poderoso?" Happy perguntou preocupado.

"Eu disse-vos que sou um grande homem!" Everlue voou do chão, destruindo o cimento como se não fosse nada. "E no final ele escreveu-o! Mas fiquei aborrecido com a primeira recusa dele, então o obriguei a escrever na prisão! "Sou um autor!" Ele disse. "Um mestre artesão" Mas quebrei o seu orgulho e atitude!"

Everlue começou a rolar como se fosse uma bola de bowling e atacou Lucy de várias direções. Ela desviou-se dos ataques sem dificuldade.

"Como te atreveste a fazer essas coisas apenas para satisfazer os teus próprios desejos? Ele esteve na solitária durante três anos! Tens alguma ideia de como ele se deve ter se sentido?" Ela perguntou enquanto evitava os ataques de Everlue.

"Durante três anos?" Happy perguntou chocado.

Lucy pulou para trás quando Everlue apareceu à frente dela.

"Talvez ele tenha percebido nessa altura o quão importante eu realmente sou?" Everlue perguntou, rindo.

"Não! Ele lutou com o seu próprio orgulho! Se ele não escrevesse, a sua família estaria em apuros. Mas ele não podia se permitir, como autor, escrever um livro contigo como personagem principal!"

"Como sabes isso?" Everlue perguntou descrente.

"Está tudo escrito neste livro!" Lucy mostrou o livro Daybreak.

"Hã? Li esse livro também. Kemu Zaleon nunca aparece nele."

"Isso é verdade, se leres normalmente, é um trabalho tão ruim, que faria qualquer fã chorar! Mas devias saber que Kemu Zaleon era originalmente um mago!"

"Ele não poderia ter..." Everlue olhou o livro com receio.

"Ele usou toda a sua força restante, e lançou um feitiço neste livro."

"Então esse era o esquema dele! Quando o feitiço acabasse, ele transformar-se-ia num livro que me difamasse? Que rude!" Everlue usou a sua magia e apareceu em baixo de Lucy, mas ela conseguiu evitar este ataque e aqueles que se seguiram.

"Não tens imaginação, tens? É verdade que este livro contém tudo sobre como foi escrito! Mas as palavras que Kemu Zaleon deixou neste livro não eram tão triviais! O verdadeiro segredo é outra coisa!"

"O quê, o quê?" Happy perguntou, desejoso de saber.

"O verdadeiro segredo?" A curiosidade era evidente na voz de Everlue.

"É por isso que eu não vou deixar que tenhas este livro." Lucy escondeu o livro atrás das costas antes de esticar o braço direito segurando uma chave de ouro na sua mão. "Na verdade, nunca tiveste direito a ele, em primeiro lugar! Abre! Portão do Caranguejo Gigante! Câncer!"

Uma luz brilhante surgiu e um caranguejo gigante com forma humana apareceu, ele tinha seis pernas salientes saindo das suas costas, três de cada lado e duas tesouras de corte de cabelo, uma em cada mão. "Câncer!"

"É um caranguejo! Certifica-te de terminar todas as frases com "-kani"! Tens que fazer isso! Afinal, és um caranguejo! Apenas confia em mim! Diz que prometes!" Happy falou com grande entusiasmo, já que kani significava caranguejo em japonês.

"Precisamos de nos concentrar. Se não te calares, ele vai beliscar as tuas patas." Lucy replicou, irritada com Happy.

"Lucy, como gostarias que o teu cabelo fosse feito hoje - ebi?" Câncer sabia que era estranho o que tinha dito desde que Ebi queria dizer camarão em japonês, e ele era o signo do zodíaco caranguejo.

"Ebi?!" Happy questionou, completamente chocado.

"Poderias analisar a nossa situação, por favor?" Lucy levou a mão ao rosto. "Estamos numa batalha! Esmaga aquele velho careca!"

"Ok-ebi."

"Pensei que seria como um direto, mas, acabou a ser um gancho. Podes ir para casa agora."

"Que tal tu ires para casa?" Lucy olhou com raiva para Happy.

'O verdadeiro segredo? Será que ele escreveu as minhas relações com várias empresas. Isto é ruim… Se ela entregar isso ao Conselho de Investigação dos Magos… Isso será o meu fim!' Everlue tirou uma chave de ouro e decidiu acabar com tudo ali mesmo. "Abre! Portão da donzela! Virgem!"

"O mesmo tipo de magia da Lucy!" Happy falou surpreso.

"Você chamou, mestre?" A mulher gorila perguntou assim que apareceu à frente deles.

"Virgem, pegue esse livro!"

"De jeito nenhum! Ela é um Espírito Celestial?" Lucy perguntou, incrédula com a aparência do espírito.

"Ebi." Câncer olhou para o espírito da donzela, sabendo que infelizmente a sua aparência era causada pelo seu mestre atual.

"O quê?" Everlue olhou chocado o mago de cabelos rosados agarrado à Virgem.

"Natsu!" Lucy não podia acreditar que Natsu tinha aparecido agarrado às roupas de Virgem, aquilo era uma quebra séria de contrato, ainda bem que tinha sido através da chave de Everlue.

"Por que estás com a Virgem?" Everlue estava aterrorizado.

"Como você..."

"Depois que ela começou a se mexer, agarrei-a e…" Natsu tentou explicar, mas também não sabia como aquilo tinha acontecido. "… não tenho a menor ideia!"

"Tu agarraste-a?" Lucy não sabia como isso era possível, mas uma coisa ela tinha certeza, ela estava feliz por não ter acontecido com um dos seus espíritos. "Ele não pode ter vindo através do mundo espiritual com ela, certo? Isso é impossível!"

"Lucy, o que devo fazer?" Natsu perguntou, querendo a atenção do seu companheiro de equipe.

"Faça algo sobre ela! Vou lidar com Everlue."

"Virgem, extermina essas pragas!" Everlue comandou.

"Entendido!"

"Vou acabar com você!" Natsu colocou as mãos em forma de cone na frente da sua boca e gritou. "Rugido do Dragão de Fogo!"

"Toupeira pervertida!" Lucy usou o seu chicote novo e usou-o para envolver Everlue, libertando a sua energia celestial para fazer danos no corpo dele. "Não podes fugir através de mais buracos! Uma pequena parte de um romance…"

Lucy jogou o corpo ferido de Everlue pelo ar, libertando-o do seu chicote. Câncer, em seguida, atacou o duque pervertido, cortando os tendões do corpo dele com a sua tesoura mágica, bem como os poucos fios de cabelo que ele ainda tinha na cabeça. "Ebi."

Lucy esperou ele estar imóvel no chão para completar a sua frase. "… é mais que mereces!"

"Senhor, o que acha deste corte-ebi?" Câncer perguntou, a Natsu.

"Muito Bom, Caranguejo! Espera, ebi?" Natsu perguntou confuso.

Com a derrota de Everlue, todos os buracos que ele fez começaram a se ligar e toda a mansão cedeu.

"Bem chamativo, Lucy! Como esperado de uma maga da Fairy Tail."

"Sim! Mas acabamos a destruir tudo, outra vez." Happy falou nos braços de Lucy.

"Isso é minha culpa?" Lucy perguntou, olhando a mansão destruída, de uma coisa ela tinha a certeza não ia usar Pictor para reparar a mansão daquele velho prevertido mas se ele fosse preso tinha um trabalho para Câncer fazer antes de voltar ao mundo celestial.

Mais tarde, mansão do cliente

"A composição e o estilo deste livro são terríveis. Não conseguia acreditar que tinha sido escrito por Kemu Zaleon." Lucy informou Natsu e Happy.

"Então?" Natsu perguntou, sem saber para onde ela estava a ir com essa conversa.

"Então é por isso que pensei que havia algum segredo." Lucy disse antes de entregar o livro nas mãos de Kaby Melon.

"O que significa isto? Tenho certeza de que pedi para que o destruísse." Kaby olhou o livro com mágoa.

"Destruí-lo é uma tarefa simples. Deveria ser capaz de fazê-lo sozinho, Sr. Kaby."

"Então vou destruí-lo!" As mãos de Kaby tremiam enquanto ele segurava o livro. "Eu nem quero olhar esse livro!"

Lucy não estava surpresa com a reação de Kaby à presença do livro. "Sei porque não pode permitir que este livro exista. É para proteger a honra do seu pai. É filho de Kemu Zaleon, não é?"

"Como você sabe disso?" Kaby perguntou, surpreso com a pergunta.

"Já leu este livro?" Lucy perguntou, duvidando de uma resposta afirmativa.

"Não. Eu nunca o vou ler. É lixo, foi o que disse o meu pai."

"Então é por isso que você queria queimá-lo?" Natsu perguntou, começando a ficar irritado.

"Isso mesmo."

"Queimá-lo porque é ruim? Não está a exagerar, senhor?! Foi o seu pai que escreveu esse livro!" Natsu gritou, enraivecido, agarrando Kaby pela gola da sua camisa.

"Natsu, já chega!" Lucy fez Natsu soltar Kaby. "É para proteger a honra do seu pai."

"Certo. Tenho vergonha que o meu pai tenha escrito ou Daybreak."

31 anos atrás…

"Pai!" Um jovem Kaby olhou o pai, incrédulo.

"Desculpa, estou atrasado." Disse um homem com longos cabelos prateados.

"Não nos contactaste durante três anos! Em que lugar, neste mundo, estavas a escrever?" Kaby perguntou com tristeza na sua voz.

"Acabou para mim. Deixei de ser um autor."

"O que…"

"Eu nunca mais vou escrever outro livro!" Kemu Zaleon pegou um machado e cortou a mão sem hesitar.

E depois…

"És um idiota. Eu não te disse há três anos? Eu disse-te que te irias arrepender de escrever um livro tão idiota!"

"O dinheiro foi bom." Kemu disse, deitado na cama.

"Como pudeste?"

"Terminei o pior livro." Kemu disse com um sorriso no rosto.

"Porque estás a sorrir? Graças a essa viagem, abandonaste a tua família durante três anos!"

"Kaby, tu nunca saíste do meu pensamento." Kemu sorriu.

"Então, porque não escreveste uma coisa decente e voltaste para casa? Abandonaste o teu orgulho como autor e a tua família! Estavas certo em deixares de ser um autor. Alguém sem orgulho como tu, não está apto para ser um. Ou um pai."

Presente

"O meu pai morreu logo depois. E odiei-o… Odiei-o desde essa altura. Mas, com o passar dos meses e anos, o ódio que senti transformou-se em remorso. No entanto, o meu pai já não está aqui para eu me desculpar. Então pensei que o mínimo que eu poderia fazer era destruir o seu pior livro. Eu queria livrar o mundo dele, pelo bom nome do meu pai. O meu pai concordaria comigo." Kaby disse, segurando um fósforo aceso na mão.

"Não, você está errado. Começou!"

Com as palavras de Lucy, um círculo mágico prateado apareceu debaixo do livro.

"O que é isso?"

"Kemu Zaleon… Não, o nome verdadeiro dele era Zekua Melon! Ele lançou uma magia neste livro."

"Magia?" Eles olharam com surpresa quando Daybreak se tornou Dear Kaby. "Caro Kaby?"

"Sim! Foi escrito para o seu amado filho, Kaby. Ele lançou um feitiço que reorganizou as letras. Do livro inteiro!"

O livro começou a flutuar, abriu-se e letras douradas saíram dele, começando a voar pela sala.

"Que lindo!" Happy olhou encantado as letras.

"A razão pela qual ele deixou de ser um autor provavelmente não é porque ele escreveu o pior livro de sempre, mas, porque também escreveu o mais incrível. Este livro incrível é uma carta para você, Sr. Kaby!"

"Kaby, tu nunca saíste do meu pensamento." Kaby, ouviu as palavras do seu pai com lágrimas nos olhos enquanto o livro descia suavemente para as suas mãos.

"Esse é o verdadeiro livro que Kemu Zaleon deixou para você."

"Pai, obrigado." Kaby disse de joelhos. "Eu não posso queimar este livro."

"Acho que não precisamos da recompensa, então!" Natsu roçou a cabeça com receio, temendo a reação da Lucy, às suas palavras.

"Sim!"

"Eu penso que é verdade." Lucy disse com um pequeno sorriso pensando no que ela tinha pedido a Câncer. Ele deveria estar de volta em breve.

"Vamos para casa. Você também, Melon. Volte para a sua verdadeira casa."

"Vocês dois esperem lá fora. Tenho algo para conversar com o nosso cliente." Lucy pediu quando sentiu a chave de Câncer começar a ficar mais quente.

Natsu olhou para ela confuso, mas decidiu fazer o que ela pediu, mas isso não o impediu de ouvir atrás da porta com Happy nos seus ombros.

"O que posso fazer?" Kaby estava confuso.

"É realmente sobre o que posso fazer." Lucy sorriu para o cliente antes de pegar a chave de ouro e ligar para Câncer. "Os livros do seu pai, foram uma das poucas coisas que alegraram a minha vida enquanto cresci e saber o que o seu filho está a passar é algo que não posso aceitar. Everlue foi preso devido às suas atividades ilegais por causa da minha queixa ao exército real. Eles deram-me uma pequena recompensa pelo meu trabalho e eu gostaria que você o guardasse."

"Não podemos aceitá-lo." Kaby tentou recusar, ele tinha o seu orgulho.

"Câncer!" Lucy chamou, sem ligar às palavras de Kaby. O espírito apareceu na frente dela com dois enormes sacos de dinheiro que ele havia recuperado da casa de Everlue. "A única coisa que peço é que compartilhe o último livro de Kemu Zaleon quando terminar de ler. É algo que todos os fãs dele merecem ler."

"Se você insiste, aceitamos a recompensa." Kaby sabia que ele não poderia manter a obra-prima do seu pai só para ele. "Com esse dinheiro, podemos fazer algo para honrar a memória do meu pai, essa é a única razão pela qual aceitamos esse presente."

Noite, estrada para Magnólia

"Eu não posso acreditar nisso! É normal apenas deixar 2.000.000 escapar assim?" Lucy fingiu estar chateada com a perda da recompensa sem saber que Natsu ouviu toda a sua conversa com Kaby.

"Receber dinheiro de uma missão que não foi completada prejudicaria o bom nome do Fairy Tail." Natsu explicou, apesar de saber o que ela tinha feito.

"Sim!"

"Mas fizemos um trabalho tão bom! Porque estamos a ir a pé? Eles nem eram ricos. Eles disseram que alugaram aquela casa pelas aparências. Eu teria aceitado o trabalho mesmo sem ela."

"Pergunto-me sobre isso." Happy brincou com a loira.

"Sim, eu teria!" Lucy insistiu, enquanto eles continuaram a andar na estrada de terra.

"Provavelmente." Happy reconheceu.

"É verdade, como percebeste que a casa não era deles?" Lucy quis saber.

"Eles cheiravam diferente da casa. Qualquer um poderia ter notado." Natsu disse enquanto eles começavam a jantar.

"Aye."

"Bem, eu não sou um animal. Mas eu realmente admiro um escritor assim."

"Como pensei. Aquela coisa que estavas a esconder… É um romance que estás a escrever, não é?" Natsu lembrou de quando Lucy o espancou por causa do monte de folhas que ele encontrou.

"É por isso que sabes tudo sobre livros." Happy acrescentou.

"Não digam a ninguém, ok?" Lucy pediu com o rosto vermelho.

"Porque não?" Happy perguntou.

"Eu ainda sou muito ruim! Eu morreria de vergonha se alguém o lesse!"

"Não te preocupes, ninguém vai." Natsu brincou com ela.

"Isso não me faz sentir exatamente melhor." Lucy falou desanimada.

"Mas eu gostaria de saber onde conseguiste o dinheiro que deste ao nosso cliente." Natsu olha cuidadosamente para Lucy. "O exército não dá recompensas como essas."

"Eu não podia deixá-los como estavam." Lucy suspirou quando viu o olhar de Natsu sabendo que ela tinha de se explicar. "Pedi a Câncer para tirar algumas coisas da mansão de Everlue se ele fosse preso. O exército não sabia de tudo o que Everlue possuía e eles não notariam o que Câncer tirasse."

"Não devias ter feito isso, mas como esta é a tua primeira missão, não vou contar ao mestre. Os magos da Fairy Tail não roubam. Este é o único aviso que te vou dar." Natsu disse com uma cara séria.

"Não estava à procura de dinheiro. Eu venci Everlue, e ele foi preso, quebrando o contrato dele com os seus espíritos, então tenho direito a reivindicar as suas chaves." Essa era uma regra dos contratos com os espíritos celestiais que Lucy tinha toda a intenção de evitar quebrar. "Isso é o que Câncer estava à procura. Ele encontrou uma chave de prata, Leo Minor, duas de platina, Andromeda, a princesa acorrentada e Órion, o caçador legendário. Infelizmente, ele não viu sinais da chave dourada da Virgo."

Dia seguinte, Pântano

"Espera um momento, tens a certeza que este é o caminho?" Horologium repetiu as palavras de Lucy, antes de adicionar "… ela diz."

"Happy disse para ir por este caminho, então vamos por aqui," Natsu revirou os olhos "eu digo."

"Que rude! Mesmo sem parecer, sou um gato." Happy falou, ligeiramente ofendido, sentado na cabeça de Natsu. "Os gatos têm um excelente olfato!"

"Isso não são os cães? E o que o cheiro tem a ver com o caminho certo?" Horologium repetiu o que Lucy tinha dito dentro dele, antes de acrescentar. "ela diz."

"De qualquer forma, porque não andas sozinha?" Natsu perguntou, tentando esconder a preocupação atrás de um tom de deboche.

"Estou cansada." Horologium disse feliz por ter sido chamado por seu dono. "Ela diz."

"Droga…" Natsu ouviu um barulho no mato. "Quem está aí?!"

Natsu pulou no mato para ver quem era, preocupado em defender a Lucy, caso fosse preciso.

"Ele está à procura de uma briga?" Horologium repetiu antes de adicionar "ela diz."

"Força, Natsu!" Happy encorajou quando Natsu e Gray saltaram do arbusto. "É o Gray!"

"Por que ele está de cueca?" Horologium repetiu antes de acrescentar "ela diz".

"Eu estava à procura de uma casa-de-banho!" Gray falou como se isso fosse perfeitamente natural.

"Porque te despiste antes de encontrar um, idiota?" Natsu ralhou, zangado por Lucy ver o corpo despido de Gray. "Além disso, não existem casas de banho na floresta!"

"Não devias atrapalhar quando as pessoas vão à casa de banho, seu desgraçado!" Gray respondeu a Natsu.

"Exibicionista!"

"Qual é o problema deles?" Lucy disse, depois de enviar Horologium para o mundo dos espíritos, com duas gotas de suor, estilo anime na parte de trás da cabeça.

"Ela diz!" Happy fingiu ser Horologium.

Mais tarde

Natsu, Lucy, Gray e Happy estavam sentados numa falésia, a descansar e Happy tentava apanhar um peixe.

"Entendo! Estás a voltar de um emprego." Lucy falou, sentada numa pedra.

"Passar pelo meio desta floresta é um atalho conhecido para a Magnólia."

"Vês? Vês, Vês?" Happy vangloriou-se.

"Estavas a gabar-te do teu nariz e nem percebeste que Gray estava lá?" Lucy provocou o gato azul.

"Há algumas coisas que ninguém quer cheirar."

"O que disseste?!" Gray reclamou, irritado.

"Que chato. Anda logo, e volta sozinho." Natsu mandou. Ele queria estar mais tempo sozinho com Lucy, Happy não contava.

"Claro." Gray pôs-se de pé. "Vou ter problemas se não voltar rapidamente."

"Que tipo de problemas?" Lucy, perguntou, curiosa.

"Erza estará de volta em breve." Gray falou, tenebroso.

Natsu ficou assustado.

"Erza… Queres dizer…" Lucy começou a falar, admiração evidente na sua voz.

"A mulher conhecida como a maga mais poderosa da Fairy Tail!" Happy terminou com um peixe na boca.

"Impressionante! Quero conhecê-la! Mas eu nunca vi uma foto dela, numa revista, então que tipo de pessoa ela é?" Lucy perguntou.

"Assustadora." Natsu e Gray responderam ao mesmo tempo.

"Animal selvagem?" Gray acrescentou.

"Besta?" Natsu disse, assustado.

"Mais como um demónio!" Happy disse com um sorriso. "Ela não é tão grande assim."

"Mas ela é maior que imaginas!" disse Natsu, sentado no chão.

"Se for sobre o quão assustadora ela é, a imaginação da Lucy não chegou nem perto." Gray falou, cruzando os braços, imaginando uma mulher a destruir uma montanha com um pontapé. "Na verdade, ela é ainda pior."

"Tipo, assim!" Natsu imaginou Erza partindo uma montanha em dois pedaços.

"Não, eu acho que ela poderia explodir uma montanha de 3 pedaços com um único pontapé!" Gray disse com medo.

"Três pedaços são um exagero, acredito que dois." Happy corrigiu.

"Uma mulher que pode explodir uma montanha em duas com um único pontapé? Isso é muito assustador." Lucy disse impressionada.

"De qualquer forma, temos que nos apressar para chegar a casa." Gray concluiu.

"Droga, vamos!" Natsu também estava assustado.

Os magos ouviram uma explosão Lucy só teve tempo de criar o seu escudo para protegê-la e a Happy. "Escudo Celestial!"

"Magos?" Gray perguntou quando a poeira baixou, revelando cinco magos, dois dos quais eram gémeos.

"Happy!" Natsu gritou, com areia na boca, preocupado.

"Sim..." Happy falou, feliz por não se ter magoado, graças ao escudo de Lucy que tinha desaparecido. "Obrigado, Lucy."

"Finalmente vamos comer alguma proteína depois de tanto tempo!" Um dos gémeos disse com um sorriso.

"Estou tão farto de frutas e nozes!" Acrescentou o outro gémeo.

"Carne!" exclamou o mago parecido com um frango de tamanho humano.

"Parece delicioso." Disse o mago que tinha uma bola de cristal.

"Agora só temos que pegar esse gato azul e fazer um churrasco." Um dos gémeos concordou.

"Carne!" O frango humano que segurava o cajado, usou magia para criar fogo acima do cajado.

"Médio, por favor."

"Nós não vamos deixar capturar o nosso companheiro. Podem estar com fome, mas não podemos deixá-los comê-lo." Natsu estalou os pulsos.

"Também são magos, certo? De que guilda?" Gray perguntou.

"Não é da vossa conta! Apanhem-nos!"

"Gray, vamos fazer isso." Natsu falou para Gray.

"Não me mande dês ordens." Gray protestou.

Natsu se afastou do ataque dos gémeos, enquanto Gray fez o mesmo com o frango humano.

"Peguem isso! Bomba de Areia!" Disse o outro mago criando uma bola de areia ao redor de Natsu e prendendo-o lá dentro.

"Natsu!" Lucy gritou preocupada.

"Deixa-o! Protege o Happy!" Gray derrotou os gémeos que o atacaram com punhais, sem esforço.

"C-certo!" Lucy concordou.

"Ah não! Vou ser protegido por Lucy!" Happy provocou o mago loiro antes de se sentar nos ombros dela.

"Cale a boca, gato." Lucy respondeu com um sorriso. O gato azul estava a crescer no coração dela.

"Carne! Carne!"

O frango humano gritou, sacudindo o cetro sobre Lucy, mas ela afastou-se gritando.

"Arco Celestial!" Um arco feito de magia celestial apareceu nas mãos de Lucy, ela colocou uma flecha no arco, apontou e ao disparar, a flecha transformou-se em três, feitas de magia celestial que atingiram o galo gigante, deixando-o inconsciente.

"Muito bem, Lucy!" Gray elogiou antes de acrescentar. "Quem é o próximo?"

"Receberás um visitante inesperado. As estrelas apontam para problemas com a água e as mulheres." Disse o mago com a bola de cristal.

"Está a adivinhar o meu futuro? Cala a boca!" Gray deu uma cotovelada na cara do vidente.

"Ele não está a usar magia? Uau!" Lucy falou consigo mesma antes de acrescentar, tentando não rir. "Huh, as suas roupas…"

"Ei!" Gray protestou, notando que usava apenas calções.

"Quem é ele?" O mago restante perguntou, antes de a bola de areia explodir e Natsu saltar para o chão.

"Desgraçado. Como ousas fazer isso com a minha boca!" Natsu bateu os punhos juntos. "Aqui vou eu! Punho do Dragão do Fogo!"

Natsu atingiu o mago com um punho em chamas, deixando-o inconsciente.

Lucy, Natsu e Gray amarraram os magos a uma árvore com uma corda depois que o último mago foi derrotado.

"Não precisas lutar a sério contra fracotes." Gray disse, só de 'boxers'.

"Que tal eu queimar a tua boca inteligente?" Natsu respondeu, farto de Lucy ver Gray em trajes íntimos.

"Duvido que pudesses. Não com aquelas chamas mornas."

"Oh sim?"

"Calções largos!"

"Lulla ..." disse o mago de areia.

"Huh, o que?" Lucy perguntou, tentando ouvir o que o mago de areia estava a dizer.

" Lulla…by…" O mago de areia repetiu.

"Hã? Lullaby?" Gray perguntou confuso.

"Cuidado!" Happy gritou, empurrando os companheiros para fora do caminho de uma sombra, com a forma de uma mão. Ela enterrou a árvore onde os outros magos estavam amarrados.

"O que foi isto?" Lucy perguntou, receosa.

"Quem era?" Natsu olhou para os seus companheiros, certificando-se de que eles estavam bem.

"Eu não posso mais senti-lo." Gray acrescentou. "É alguém extremamente rápido."

"Droga! Eu não entendi nada!" Natsu reclamou, com Happy no ombro dele.

"Lullaby?" Lucy repetiu o nome, tentando descobrir de onde ela o conhecia, inconsciente do que a esperava.


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