After Dawn - Alvorecer escrita por Alina Black


Capítulo 41
Mia Latifolia




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— Precisa de ajuda para levantar-se querida?

Perguntou Audrey ao me ver por meus pés para fora da cama, eu não sentia mais as dores das duas noites anteriores após meu despertar, segundo a vampira os hematomas em minhas costas a faziam deduzir que eu havia caído, de uma grande altura o que ocasionou algumas fraturas em minhas costelas, mas havia muitas dúvidas quanto a isso, como eu havia caído em um espaço tão pequeno como o túnel onde haviam me encontrado? Qualquer que fosse a razão para tantas fraturas, uma humana no mínimo se tivesse sobrevivido a isso estaria tetraplégica.

— Acho que consigo! Respondi a ela dando um tímido sorriso, fechei os olhos e respirei fundo apoiando ambas as mãos na cama ficando lentamente de pé.

Audrey sorriu – Zo trouxe umas roupas para você, espero que sirva ele se baseou na Morgan devem ter o mesmo físico.

— Morgan? Murmurei enquanto a loira abria um cesto tirando uma toalha de dentro.

— Vai conhece-la em breve – respondeu ela dando um largo sorriso -  Venha, você precisa de um banho, preparei um para você.

Concordei com a cabeça e dei alguns passos desequilibrando, porém a mão gélida de Audrey me segurou, seu braço passou em torno de minha cintura e caminhamos pelo grande quarto, só então me dei conta de como o local era bonito, parecia um quarto visto em castelos medievais, apesar dos moveis serem rústicos e escupidos em madeira bruta, havia uma banheira circular de madeira como um ofurô.
Audrey ajudou a me despir e então sentir a agua quente tocar minha pele, a água tinha cheiro de flores, um cheiro bom e calmo que me tranquilizava – Isso é um castelo? Perguntei a Audrey enquanto ela passava uma bucha em minhas costas.

A vampira loira riu.

— Não criança – respondeu ela jogando a água perfumada em meus cabelos – Estamos em uma caverna.

A olhei por cima dos ombros – por que está cuidando de mim?

— Você me lembra alguém! Respondeu ela – Que assim como você chegou perdida e Zo ajudou e protegeu.

— Ele sempre faz isso?

— Apenas nos que a intuição dele diz para ajudar – Respondeu ela – Assim como você se comunica através de um toque, Zo te uma intuição aguçada, ele sabe reconhecer o que é bom e o que é mal.

— Eu devo ser boa então...sussurrei dando um sorriso.

—É...murmurou ela – você é especial para ele.

— Queria poder me lembrar de alguma coisa – sussurrei enquanto levantava sendo ajudada por ela – Assim ele poderia me ajuda...

— De um tempo a você! Disse ela me interrompendo e colocando a toalha em volta do meu corpo.

— Obrigada! Eu agradeci.

Audrey me ajudou a me vestir e após escovar meus cabelos saiu do quarto para buscar meu café, suspirei fechando os olhos tentando novamente buscar alguma resposta em minha mente mas havia apenas um grande vazio, por um breve instante meus olhos se perderam por cada canto do quarto parando sobre as cortinas que balançavam, levantei devagar caminhando na direção de uma varanda que até então não havia sido notada por mim.

Quando minhas mãos tocaram a pequena mureta de madeira eu sorri encantada ao ver toda natureza que nos cercava, eu não estava em um castelo mas tinha aproximadamente uns dez metros de altura, abaixo haviam casas e pessoas caminhando e conversando com alguns materiais que não consegui identificar o que era.

Afinal onde eu estava?

O som da porta do quarto se abrindo chamou minha atenção, sorri imaginando que seria Audrey mas ao caminhar lentamente o homem de cabelos escuros me olhou com um sorriso em seus lábios.

— Quem é você?

O homem sorriu e em questão de segundos estava próximo demais, dei dois passos para trás tentando me afastar.

— Calma...murmurou ele tocando um fio do meu cabelo – Eu senti seu cheiro a metros de distância daqui – completou ele – você tem um cheiro irresistível.

— Fica longe de mim! Sussurrei tentando me afastar, porém o vampiro novamente estava a minha frente impedindo que eu chegasse até a porta.

— Não vai doer nada! Disse ele sorrindo – não vou matar você eu só quero sentir que gosto você tem.

—Se afasta...sussurrei tentando correr mas não tinha forças suficientes para isso, o vampiro me puxou pelo braço e sem perder tempo cravou seus dentes próximo ao meu pulso, eu gritei caindo no chão enquanto algo se chocava contra o vampiro, Audrey me ajudava a levantar e Zo segurava o vampiro contra a parede.

— Eu disse para não chegar perto dela! Disse Zo o soltando e retornando para perto de mim e Zo que me abraçou de forma protetora.

O vampiro sorriu – foi mais forte que eu irmão – disse ele divertido, porem seu sorriso pouco a pouco se desfez.

Os olhos do vampiro se arregalaram e suas mãos pousaram em seu pescoço, o branco mármore de sua pele começou a escurecer como se algo o sufocasse.

— O que está acontecendo? Perguntou Audrey incrédula.

O vampiro caiu no chão, seu corpo parecia ter ressecado e apodrecido, seus olhos mantiveram-se abertos, mas naquele momento ele era um cadáver sem vida.

Os olhos de Zo se mantiveram fixos sobre mim e então dois garotos desconhecidos entraram no quarto – Cuide dela! Disse ele para Audrey que concordou me puxando na direção da cama – Me ajudem a tirá-lo daqui! Ordenou Zo aos garotos que imediatamente o obedeceram.

A vampira pegou uma toalha colocando sobre o ferimento em meu braço e enquanto limpava o sangue em minha pele a olhei amedrontada – como você consegue? Perguntei ao vê-la tão tranquila limpando o meu sangue.

— Não posso sentir falta do que nunca provei! Respondeu ela.

— Você não se alimenta de sangue?

A loira negou com a cabeça enquanto pegava uma atadura e enrolava em meu braço – Lembra que disse a você que me fazia lembrar de alguém?

—Sim! Respondi.

— Eu já fui como você – disse ela – Zo me encontrou no dia em que fui atacada, eu escalava os alpes, naquela tarde eu realizaria meu sonho até aquele vampiro aparecer – explicou ela dando uma pausa – Zo me encontrou, perdida, desorientada, sem compreender por que minha garganta queimava sempre que via um animal, eu decidi que só me alimentaria de sangue animal.

Audrey terminou que enrolar a atadura em meu braço e colocou uma mexa de cabelo atrás da minha orelha – Sinto muito pelo que Dominique fez, infelizmente ele não tem domínio sobre seus instintos.

Os olhos da vampira se direcionaram para porta e Zo entrou novamente, tinha uma expressão séria em seu rosto, o loiro aproximou-se ajoelhando-se a minha frente – Você é mais instigante do que eu imaginei.

— E Dominique? Perguntou Audrey.

— Ele dessecou, está morto! Respondeu Zo.

Audrey olhou para mim atônica- Como assim está morto, isso não é possível?

— Pois é mais ele está – Explicou Zo – Parece que nossa hospede é mais rara do que podíamos imaginar, como uma Kamia Latifolia.

— Está me dizendo que foi ela?

— Eu sinto muito! Murmurei totalmente perdida, por um breve instante senti medo, eu havia matado um vampiro, o amigo deles, o que eles fariam comigo?

— Domi havia feito isso com outros híbridos e nunca havia acontecido nada diferente, o sangue dela é um veneno.

— O que vão fazer comigo? Perguntei com medo da resposta que eu teria.

Zo sorriu – Preste atenção, ninguém pode saber o que aconteceu neste quarto, se os outros souberem pode gerar pânico e não sei se conseguirei protegê-la, você compreende?

Concordei com a cabeça.

—Mas e os garotos? Perguntou Audrey.

— Deixa eles comigo – Respondeu Zo – sabe o que é uma Kamia Latofolia ? perguntou ele direcionando seus olhos para mim.

—Não! Murmurei balançando a cabeça.

Zo sorriu – é o Louro-da-Montanha, ele produz delicadas flores brancas e rosadas no final da primavera – Explicou ele tocando suavemente minha bochecha com a ponta dos dedos- Ela é belíssima, mas por baixo daquele exterior delicado bate o coração de um assassino, ela é venenosa e mata, você é nossa  Kalmia latifólia.

Audrey sorriu timidamente – Bom, eu estava de saco cheio do Domi atacando qualquer híbrido que chegava aqui – A vampira olhou para mim e para Zo -  Kalmia latifólia ...murmurou ela pensativa – Mia, Mia Latifolia, parabéns você acaba de ganhar um nome ruivinha.

E foi assim que me tornei Mia Latifolia, a protegida de Zo Barthóry e foi ali que comecei uma nova vida, sem saber quem realmente eu era e o que me aguardava,


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