After Dawn - Alvorecer escrita por Alina Black


Capítulo 18
PELO OLHAR DE JACOB – A rendição


Notas iniciais do capítulo

Sei que devem estar achando a Nessie muito bobinha e inocente nesse inicio da história, mas acreditem, ela no futuro será bem foda, vão amar a mulher que ela se transformará.



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— Eu a machuquei...

—Eu a machuquei...

— Eu a ma...

—Jake...

— Não me amole Leah – Gritei em minha mente enquanto corria sem rumo na direção oeste, não bastava eu tê-la machucado, eu havia fugido como um verdadeiro covarde, que diabos eu estava fazendo? Disse a mim mesmo parando diante da pequena clareira.

Leah chegou segundos após, suas patas cravaram na terra, derrapando como um carro de corrida – Se acha que vou ficar correndo atrás de você feito um bebê está enganado Jake.

Permaneci em silêncio, a imagem da garota desacordada e suja de sangue me atormentava a cada segundo, a dor era infernal, como se minha carne estivesse dilacerada, talvez se eu a visse, com certeza agora aquela menina de olhar doce e gentil me odiava, claro que me odiava eu era o monstro que havia a machucado, espera que diabos eu estava fazendo?

— Jake você está surtando – Disse Leah correndo logo atrás de mim, sim eu estava correndo novamente e nem havia me dado conta de em qual momento eu havia voltado a correr, então continuei a correr em silêncio, eu precisava correr daquele jeito, como se correr diminuísse toda a culpa e dor que a cada segundo apenas aumentava, “ minha menina, eu machuquei a minha menina”, porra não havia mais como eu lutar contra isso.

Eu não queria sofrer um imprinting, eu queria ter a liberdade de amar uma pessoa da forma normal, o imprinting sempre tinha sido para mim uma maneira de ter suas escolhas arrancadas de suas mãos.

— Seth, Sam, Jared, Paul, Quil não se importaram e estão felizes! Insistiu Leah em minha mente.

— Eles não pensam por eles mesmos! Respondi.

— E você pensa?  Respondeu ela – Você só está assim porque estava apaixonado pela Lucy, você está dividido entre e a culpa e a felicidade que insiste em dizer não sentir, ao menos você não sofrerá mais por ninguém.

— Eu estou sofrendo.

— Porque é teimoso.

— Leah, eu a feri.

— Converse com Sam! Disse ela ao passar por mim me fazendo parar, Leah caminhou de um lado para o outro com sua calda balançando a minha frente.

— Sam não é meu terapeuta – Disse deitando meu corpo sobre a terra molhada, apesar da companhia de Leah eu me sentia completamente só com ódio de mim mesmo e aquela imensa dor, era como se eu estivesse sendo torturado,  como ser arrastado lentamente sobre um leito de navalhas, doía tanto, que eu receberia a morte com um sorriso, só para me livrar daquilo.

Mas em meio a minha confusão de sentimentos eu lembrei do seu sorriso, um sorriso lindo com covinhas que se encaixavam de forma perfeita naquela pele clara e com aqueles olhos cor de chocolate. Olhei para frente e Leah permanecia em silêncio, porém outras vozes invadiram nossas mentes.

— Bella está caçando você – Disse Brad.

— Sam está acompanhando a movimentação de Bella e Edward mas eles não ultrapassaram o limite.

— A sua sogra quer matar você? Leah gargalhou em minha mente.

— A Leah va se...

— Não se atreva a completar ou eu mesma mato você.

Uma ideia me veio a mente, ignorei o não de Leah, Collin e Brad e disparei na direção da linha que limitava os dois territórios, a morte, ela me libertaria, eu não machucaria mais aquela menina, eu não machucaria mais Lucy, se os sanguessugas que me queriam eu mesmo iria ao encontro deles.

Enquanto eu corria vi Sam e Jared, um de cada lado como sentinelas, Collin e Brad apareceram logo atrás e Leah continuava na minha cola, quando finalmente ultrapassei os limites territoriais eles pararam, consegui correr por mais alguns minutos e em uma tentativa desesperadora de me livrar de tantas vozes em minha cabeça retornei à minha forma humana.

Limpei a bermuda surrada e a camisa a vestindo e segui a trilha que dava na casa dos Cullen, eu sabia que a medida em que eu me aproximasse o papai telepata perceberia a minha chegada, bingo, quando passei entre as samambaias o casal já estava a minha espera.

Mantive distância.

Olhei de soslaio para a casa, como minha Renesmee estaria? A preocupação e a maldita dor me dominaram, a necessidade de vê-la, de saber se ela estava bem, como eu poderia pensar em morrer se ela era a única coisa a qual eu conseguia pensar?

Quando dei por mim Bella estava a centímetros de mim, suas mãos seguraram a malha da minha surrada camisa e sem nenhuma dificuldade eu fui atirado contra uma das arvores – Como ousa machucar a minha filha seu cachorro! Disse ela em um tom alto de voz.

Não respondi, apenas me levantei fazendo uma careta com o fisgar em meu ombro direito “Vamos lá Bella bate com mais força, me arrebenta, anda, eu mereço.” Ela não precisou ler a minha mente como o marido para fazer exatamente o que eu havia pedido, e novamente eu fui atirado contra o pequeno cercado da varanda de entrada da casa dos Cullen.

Essa havia doido, um pouco mais, mas ainda era pouco, eu precisava de mais, precisava de dor, precisava ser punido pelo que eu havia feito com ela. De repetente Seth aparecia ao meu lado, acenei para que parasse e ele imediatamente obedeceu a minha ordem “O que está esperando Bella, anda faça isso direito.”

Bella novamente caminhou em minha direção, eu esperava ansioso para que ela desse o golpe final, mas o cheiro que era uma mistura de flores e frutas paralisou a todos nós, meus olhos piscaram e Renesmee estava a minha frente como um escudo protetor.

— Pare! Disse ela com um tom alto de voz. Bella recuou e meu corpo enrijeceu — Por favor mamãe não o machuque!

Por milésimos de segundos meu coração parou de bater, o ar faltou em meus pulmões, o mundo parou de girar e tudo se resumiu a ela, a menina que tinha o braço esquerdo imobilizado com uma tipoia, eu havia feito aquilo, mas mesmo ferida ela estava me defendendo?

A confusão me dominou quando Renesmee virou seu corpo ficando de frente para mim, permaneci de joelhos a olhando em silêncio enquanto sua mão direita tremia aproximando-se do meu rosto.

Ao sentir o toque suave de sua mão quente eu fechei meus olhos, meu corpo e minha alma foi preenchido por uma invasão de sensações e sentimentos, que não eram meus, eram dela, a curiosidade quando me viu pela primeira vez, o desejo de me ver, e a tristeza por minha indiferença na noite anterior.

Meu corpo estremeceu quando sua voz ecoou em minha mente – Jacob, por que você me odeia? Perguntou ela - É por causa de sua briga com a mamãe? Por isso me tratou tão mal a ponto de me machucar?

Um calor me inundou, mais forte do que antes, mais forte do que na primeira vez que eu a tinha visto,  era impossível, como fugir dela? por mais que eu tentasse compreender porque havia sido ela, como fugir? quando o centro do meu universo girava em torno daquele único ponto, ela, eu precisava dela, eu precisava da minha menina, naquele exato momento eu estava assinando minha rendição, eu pertencia a ela, pertencia a Renesmee.

Tirei uma das mãos da terra e pousei minha mão sobre a dela que permanecia em meu rosto — Eu não odeio você meu anjo! Sussurrei olhando nos olhos que por um breve momento me lembraram os de Bella quando ainda era humana – Eu não queria machucar você pequena, eu jamais machucaria você.

Um sorriso se abriu em seus lábios, o sorriso com covinhas, o sorriso mais lindo do universo – Eu perdoo você Jacob – Disse ela em minha mente.

— Obrigado! Sussurrei dando um sorriso largo, cuidadosamente tirei sua mão de meu rosto e me levantei a puxando contra meu peito a abraçando cuidadosamente temendo machuca-la ainda mais enquanto seu rosto descansava em meu peito – Eu nunca mais machucarei você, de nenhuma forma! murmurei deixando meu queixo sobre a cabeça dela e fechei meus olhos.

Quando meus olhos se abriram baixei meu rosto para olhá-la e o desespero me dominou ao vê-la desacordada, enquanto a pegava em meus braços Bella e Edward já estavam ao meu lado.

— Vou levá-la para o quarto! Falei enquanto caminhava apressado subindo os degraus da entrada ignorando o fato se eles permitiam ou não, para minha surpresa Lucy estava próximo a porta e deu um tímido sorriso ao me ver, foi a primeira vez desde a impressão que não senti nada, apenas Renesmee me importava, passei por ela de forma apressada e entrei na casa sendo seguida por Seth e Rosalice que me indiciou onde ficava o quarto.

— Ela não devia ter se levantado – Disse a menina de cabelos azuis – teremos que esperar o vovô ele precisou ir...caçar – Explicou ela.

Deitei cuidadosamente Renesmee sobre a cama e a cobri com um cobertor, em seguida me sentei no chão ao seu lado na cama.

— Eu estou aqui minha pequena – sussurrei pegando sua mão direita a colocando  sobre a minha – Eu vou cuidar de você.


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