Gravity escrita por godEos


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá, voltei com mais SasuSaku!!!

Dessa vez, eu decidi trabalhar o tema 02 do SasuSakuMonth, mas como podemos notar, estou bastante atrasado quanto a data certa de postagem kk Eu havia avisado antes que minha ideia era postar uma história a cada semana com alguns dos temas proposto pelo evento, embora eu não vá seguir a data correta.

Essa one, cronologicamente, vem depois de Our Clumsy Hearts, embora não seja preciso que você leia OCH primeiro. É uma história independente.

Bem, é isso! Espero que gostem!



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Gravity

Capítulo Único

 

A sua postura estava ereta e as suas expressões faciais, relaxadas, enquanto mantinha-se de pé na sala espaçosa, próximo a porta de correr, que cedia passagem para o jardim da casa. Sasuke transparecia uma calma única ao admirar as margaridas que Sakura plantara na semana passada, afirmando que o outono era a estação ideal para o florescer de flores delicadas como aquelas. Apesar disso, ele sentia o suor escorrendo pelas suas costas, o nervosismo e a ansiedade pelo grande momento do dia consumindo-o pouco a pouco.

Sasuke vestia um kimono¹ tradicional. O kosode² e o haori³ eram tão escuros quantos seus olhos, com exceção do símbolo Uchiha bordado nos ombros e nas costas do sobretudo. O hakama4, assim como o haori-himo5, era acinzentado, destacando-se do restante do traje preto. Estava prestes a se casar e, então, se comprometer com Sakura ― e com o amor que os unia ― até seu último suspiro.

Embora o seu olhar capturasse somente o jardim bem cuidado e tranquilo, os ouvidos treinados de ninja ouviam os ruídos agitados que se apoderavam da residência, a qual esteve condenada a um silêncio fúnebre por anos. No entanto, naquele dia, Sasuke tinha uma sensação agradável e, concomitantemente, apreensiva sobre a maneira que a antiga casa havia ganho um no sopro de vida. Ainda não era primavera, mas a presença de Sakura fazia o mundo ao entorno germinar e florir. Estariam casando-se em poucas horas, era um dia de celebração enfim.

O casamento seria realizado no Santuário Naka, que havia passado por uma reforma após a Quarta Guerra Ninja. Desde o início, decidiram que fariam uma cerimônia intimista e simples. Para Sasuke, não existia a necessidade de outros convidados além de Naruto e Kakashi. No entanto, para além de suas vontades, deveria respeitar os desejos de Sakura naquele dia e, diferente de si, ela havia conquistado e construído belas amizades.

Facilmente, Sasuke conseguia distinguir o timbre de Ino, que adorava gritar, tecendo elogios a beleza da Haruno. Ela era apenas mais uma entre as mulheres que ocupavam o andar de cima da casa e auxiliavam a Sakura nos retoques finais antes da cerimônia. Todas falavam ao mesmo tempo, as vozes alheias misturando-se em um burburinho exaltado. A ansiedade crescia, insubordinada, à medida que a curiosidade para vê-la trajando o kimono de casamento tornava-se mais manifesta.

O olhar atento de Sasuke captou, de soslaio, Shizune caminhando pelo jardim para colher uma das margaridas. Ela sustentava um sorriso contente, quase saltitando de alegria enquanto voltava para dentro da casa. Naruto estava ao seu lado dentro daquele cômodo, ele balbuciava inúmeras coisas, todas indecifráveis para Sasuke, que tinha a atenção consumida pela iminência da chegada de Sakura. Kakashi aproximou-se, dando batidas leves nas suas costas, o olhar amigável desenhando um sorriso gentil no rosto parcialmente coberto pela máscara.

― Você pode respirar normalmente, Sasuke ― e só então ele percebeu que estava segurando a respiração. ― Hoje, será o seu dia e o dia da Sakura, não se preocupe demais.

― Teme, é melhor você cuidar bem da Sakura-chan, dattebayo! ― Naruto introduziu-se na conversa, seu tom de voz insinuando uma ameaça, mas Sasuke não se importou.

― Caminhamos muito até chegar aqui ― comentou baixo, sem esperar que alguém ouvisse suas palavras.

Outra onda de gritos reverberou no andar de cima, chegando em sussurros indistinguíveis na sala em que estava. Não saberia colocar em palavras, mas a animação e o entusiasmo que ecoavam por entre as paredes da antiga residência davam a Sasuke a maior certeza que seu recomeço era uma realidade concreta. A história da sua vingança havia começado bem ali, ainda assim, aquele lugar estava tornando-se o princípio de novas memórias que o guiariam através de novas emoções, mais doces e mais aprazíveis do que o ódio amargo que costumava arder violentamente em seu coração machucado.

Em retrospecto, o seu antigo eu era muito além de puro rancor e raiva. Bem mais que a cólera despertada e alimentada por Itachi, o Sasuke criança era uma alma machucada que rejeitava o carinho e o afeto de qualquer um que tentasse ajudá-lo a curar. Inclusive, a intensa afeição de Sakura, principalmente a dela. No início, sua companheira de time transmitia a mesma aura fanática que as outras garotas, contudo, com o tempo e a com convivência, ela revelou-se o completo oposto das demais.

Era estranha a sensação de tê-la por perto, independente das incontáveis vezes que a empurrasse para longe, aquecendo sua existência fria e preenchendo o seu vazio com amor. Os sentimentos de Sakura pareciam incorrigíveis, a dedicação dela não desvanecia e se tornava mais vigorosa em cada momento que Sasuke tentava repeli-la, insistente e, decerto, irritante.

Naquela idade, guiado pela sede de vingança, o afeto desmedido direcionado a si o enervava, porque, em sua cabeça perturbada, qualquer emoção boa e doce tiraria-o do caminho que pretendia seguir. Estabelecer laços, enquanto perseguisse Itachi na tentativa de devolver a honra e glória de seu clã, estava aquém de qualquer pretensão de Sasuke. O seu objetivo era claro e direto e, portanto, rejeitava aquilo que o faria se desviar de seu propósito.

Talvez, um dos maiores defeitos dos Uchihas ― ou apenas seu ― era a arrogância, a prepotência precipitada de acreditar piamente que era alguém capaz de evitar que os outros sentissem afeição por si. Não obstante, sua atitude altiva o levou a supor que, após assistir sua família ser massacrada, o seu íntimo perdera a capacidade de simpatizar por aqueles que estavam a seu entorno.

No entanto, quando se tinha Sakura correndo até si tão inocentemente, despejando o amor desmesurado que ela sentia em cada lacuna aberta no coração de Sasuke, tornava-se impossível fugir daquela sensação familiar que era se sentir amado. E não apenas a kunoichi, mas Naruto e Kakashi também o ensinavam que aquele time, formado pelos quatro ninjas, estendia-se muito além de uma mera imposição da Vila para o treinamento de genins., em verdade, era uma gênese de uma nova família.

Havia algo que tinha sido lhe negado na época do massacre: a chance de lutar pelos seus entes queridos, Sasuke, ainda criança, não possuía chances contra Itachi. Contudo, com o Time Sete ― a nova família que o acolheu ―, ele tinha a possibilidade de defendê-los. Por esse motivo, instintivamente, o Uchiha lançou-se em frente à Sakura para protegê-la durante a emboscada da qual foram alvos quando escoltavam o construtor da ponte ou quando colocou-se diante de Haku para salvar Naruto.

Embora naquele tempo agitado Sasuke não reconhecesse as motivações por trás de seus impulsos inquietos, que o moviam inconscientemente para proteger os companheiros, ele conseguia sentir, ao acordar de uma experiência de quase morte e deparar-se com o corpo franzino deitado sobre o seu, a quentura de Sakura e o amor que ela tanto tentava dar-lhe. A sensação de vê-la chorando por sua causa despertava algo mais que irritação.

Depois de anos sendo exibido como o Uchiha remanescente daquela fatalidade, quem havia chorado de preocupação por Sasuke? As pessoas não costumavam enxergá-lo além de sua beleza ou através de sua tragédia.

Seria mais simples se aquele fosse o único evento isolado em que o cuidado incomensurado de Sakura por si tivesse aflorado. Entretanto, negar-lhe o direito de se preocupar com Sasuke significava reprimir, de alguma maneira, a dedicação e o desvelo que eram direcionados a si continuamente. Diferente daqueles que buscavam por sua atenção somente, ela queria tratá-lo com esmero, ajudá-lo a superar as dificuldades ferrenhas da vida do Uchiha, embora sequer as compreendesse.

Existia um ponto, na percepção de Sasuke, no qual ele poderia afirmar o momento em que percebeu a mudança em seus sentimentos. Por mais que um dia houvesse negado para si, aquele incidente na Floresta da Morte o modificara para sempre e, em verdade, essa afirmação estendia-se para além dos problemas causados pela marca da maldição que havia ganhado de Orochimaru. Fora um período turbulento e incerto em seus dias como genin, açorando ainda mais o desejo de vingança contra Itachi.

As lembranças que marcaram aquele dia eram nuvens, bloqueando a sua capacidade de discernir os acontecimentos que se deram após o confronto direto com o sannin. Independente do esforço implementado para limpar a anuviada, Sasuke não conseguia chegar a uma solução satisfatória para suas indagações. As únicas respostas que conseguia eram lampejos violentos da morte de seus pais e sussurros instigantes do Orochimaru, que o incentivava a buscar poder para alcançar a desejada vingança.

Ao acordar com a energia indescritível da marca da maldição correndo por cada célula de seu corpo, Sasuke depreendeu uma concepção equivocada sobre a maneira como Orochimaru estava manipulando-o através de seus traumas. Acreditou que aquele poder era um dom, dado-lhe para que compreendesse aquilo que era de fato ― um vingador. Preenchido desse sentimento, o rancor mais aceso do que nunca, era intolerável para ele vislumbrar Sakura tão ferida por causa da crueldade daqueles ninjas da Aldeia do Som e, mesmo assim, deixá-los ir.

Sasuke não seria mais uma ovelha no matadouro, completamente inútil. Seria um homem que pagava suas dívidas, que cumpria suas ameaças, que se vingava. Com o corpo coberto pelas manchas da marca da maldição e com um poder que jamais imaginou possuir, abateu o primeiro inimigo em segundos sem misericórdia, sem escrúpulos. Enquanto caminhava na direção do último oponente restante, certo de que o derrubaria da forma mais severa possível, sentiu braços delgados enlaçarem seu corpo, uma torrente de lágrimas encharcando a sua camisa. Sakura o abraçou com tamanha força naquele momento, agarrando-se a ele conforme lhe implorava desesperadamente para parar com aquilo.

Mesmo sob o efeito do selo, Sasuke não saberia como negar aquele pedido sobressaltado. Não existiu um dia da sua vida em que não ressentiu o amor pelo Itachi que havia dentro de si, mesmo que persistisse com a vingança e buscasse a morte de seu único irmão, aquele sentimento não desvanecia. Era um laço que havia amarrado quando criança e não sabia desfazer-se dele. Por isso, durante dias, agonizou, incapaz de se libertar daquele genjutsu em que fora pego, enquanto assistia o rosto marcado e olhos vermelhos-sangue esfregarem na sua cara que faltava-lhe ódio para concretizar o seu maior desejo.

Aqueles dias em que sua consciência esteve imersa em uma escuridão densa e fria, que obrigava-o a reviver, ininterruptas vezes, a morte pavorosa de seus pais e as palavras ríspidas de Itachi para si, Sasuke tinha a impressão angustiante de estar afogando-se. O corpo estava   na água escura e gelada, os braços estendidos na tentativa falha de ascender até alcançar a superfície para, enfim, respirar.

Contudo, seus instintos de sobrevivência eram sufocados pelos cortes repetitivos de suas memórias mais tristes, cada reação ansiosa era abafada pelo grito de horror que escapava da garganta seca ao assistir o sangue de seus pais jorrar sobre piso limpo da casa. Naquele mar de sombras sem calor, mesmo que colocasse os braços para cima, esperando que alguém o puxasse para fora daquele vazio taciturno, a resposta para seu pedido de socorro mudo continuava a ser inexistente.

Severas, as transgressões não paravam, abusando do psicológico já fragilizado. Assistir aquelas imagens novamente, cheias de cores e de sons, vívidas, feriam, mais uma vez, a alma machucada de Sasuke. Era terrificante a forma como sua mente estava sendo forçada a reviver as mesmas emoções, sucumbir a dor da perda, ao medo e ao pânico de presenciar tamanho carnificina. Sozinho, cativo naquele pesado verídico, trancava o seu coração e aguentava a rodada seguinte.

Havia estado preso naquele ciclo doentio tantas vezes que perdeu as esperanças sobre conseguir ser salvo. Então, desfeito de expectativas vãs, fora tomado pela sensação quente e inconfundível de estar dentro de mais um abraço da Sakura. Os braços o envolviam sofregamente, como se vê-lo desperto fosse o maior desejo da kunoichi naquele momento. Apesar disso, o toque das mãos delicadas era suave, acariciando as costas de Sasuke com cuidado, e ele se perguntou se ela imaginava o horror ao qual fora condenado ao ser capturado pelo genjutsu de Itachi.

Por alguma razão que lhe fugia à compreensão, ela gostava de abraçá-lo com firmeza em situações distintas, em que as únicas variáveis imutáveis eram eles. Os braços finos apertaram o corpo do Uchiha após a luta contra Haku no País da Névoa, o gesto fora repetido, na Floresta da Morte, para impedi-lo de fazer algo hediondo e, igualmente, viu-se preso no abraço caloroso ao despertar no hospital de Konoha. Para Sasuke, o calor amável que lhe era distante em seus devaneios, era facilmente sentido ali, através de Sakura.

Existe sempre aquela quentura gentil emanando de Sakura, por meio dos gestos singelos, dos abraços apertados ou do timbre doce. Sasuke notava o calor tornando-se mais evidente na voz dela a cada declaração apaixonada que recebia. Não obstante à distância, a maneira com ela chamava por seu nome antes de professar o amor que sentia tinha uma maior firmeza. Ela apenas parecia adquirir maior certeza do sentimento que a governavam.

Sakura sequer pestanejava para anunciar em voz alta que o amava. Sasuke lembrava perfeitamente dos detalhes minúsculos que compunham as cenas de cada declaração devota. Aos portões de Konoha, logo após o confronto contra os kages, instantes antes de enfrentar Naruto no Vale do Fim. Ela nunca escondeu o amor que a movia ou envergonhou-se de senti-lo.

Por tantos dias em que esteve longe de casa, peregrinando em busca de respostas e de paz, fora a constatação desse amor inarredável que a Haruno sentia por si que acalentara o seu coração dolorido após acordar de um pesadelo desafortunado. Naquelas noites angustiantes, em que a nostalgia e a saudade adiram no peito, inoportunas, Sasuke sentia-se eternamente grato pelos sentimentos genuínos de Sakura e pelo fato de que suas atitudes mesquinhas e degeneradas não foram capazes de corrompê-los, transgredi-los, mantendo-os inalteráveis, livres de másculas.

Há anos, Sasuke deixou de procurar uma razão para a existência vibrante do amor de Sakura, no entanto, continuou sustentando a ideia equivocada de não ter o direito de receber sentimentos tão puros. Tentou enxergar de uma forma lógica as emoções viscerais que os uniam e nunca encontrou uma resposta satisfatória. Eles excediam a coerência e extrapolavam os limites racionais, estavam além da mediocridade da lógica.

A física tinha a premissa incontestável de que o volume de um corpo era proporcional a sua massa, todavia Sasuke negava veemente essa afirmativa ordinária. Sakura era tão pequena e tão leve quanto as folhas delicadas de cerejeiras que flutuavam pelo céu da primavera e, ainda assim, atraía o Uchiha com uma força maior que aquela exercida pela Terra. Na brevidade dos segundos, ele caía e rolava em direção a ela, como maçãs que despencavam da macieira, em um baque forte e duro.

Mesmo quando esteve longe de Konoha, dando passos vacilantes e hesitantes em rumo à redenção que tanto almejava, Sasuke não conseguia se desassociar dos sentimentos etéreos da ex-companheira de time. O indulto para os pecados e os crimes que cometera distanciava-se de si sempre que seus pensamentos rodopiavam em torno da figura sorridente de Sakura. Perambular pelo mundo afora, aninhando-se com a saudade e afastando-se das sombras, trouxe ao Uchiha, depois de muito tempo afastado, o entendimento fulcral que a redenção de sua jornada inquieta seria inalcançável enquanto não estivesse ao lado dela.

Sakura era sua gravidade, a força ferrenha que o impedia de vaguear pelo mundo. O tempo, a distância, o ódio cego, nada poderia evitar que Sasuke fosse atraído novamente para ela. Fora com essa certeza tenra que decidira voltar para Konoha, cheio de expectativas sobre o futuro que gostaria de desfrutar ao lado de Sakura e temendo cada uma delas. Seu retorno sugestionava o cumprimento de sua promessa e, finalmente, após tempos solitários, estava pronto para cumpri-la. Os receios que tinha provaram-se infundados mediante à forma ansiosa e precipitada que o relacionamento entre ambos se deu, sinalizando os quão necessitados estavam os corações inquietos que ansiavam se unir.

Sasuke fingiu não saber sobre os sentimentos que tinha por Sakura ao longo dos dias e das noites em que esquadrinhou as grandes nações e os pequenos vilarejos. Entretanto, experimentar a doçura do amor e a temperatura cálida da paixão atestou que não poderia continuar afastando-se da mulher que tanto amava. Recordava, com carinho, o semblante vultoso e o choro copioso da kunoichi no dia em que a pediu para se casar consigo.

Estava tão certo, naquela noite fria, sobre querer viver até o seu último suspiro ao lado da dela. Igualmente, possuía certeza absoluta das suas escolhas naqueles instantes que antecediam a cerimônia. Queria guiar Sakura pelo mundo e apresentar-lhe todos os lugares bonitos e apaixonantes que conheceu.

― Sasuke-kun ― a voz doce chamou seu nome, levando-o a desviar a atenção do jardim.

Sakura estava parada no batente da porta ente aquele cômodo e a sala principal da casa. Os gritos no andar de cima haviam cessado e Naruto e Kakashi não se encontravam mais ali. Estavam sozinhos, cercados pelo silêncio abafado de suas respirações atônitas. Ela estava trajando um shiromuku6 branco, com detalhes vermelhos nas mangas, enquanto o kimono interno possuía detalhes de mesma cor. Na altura do coração, enxergava-se o futokoro-gatana7 e a hakoseko8. Apenas alguns pequenos fios do cabelo nacarado escapavam do chapéu de formato triangular, o tsunokakushi9, enfeitado com as margaridas que Shizune colhera mais cedo, que descansava sobre a cabeça dela.

Contemplando a beleza impronunciável que era Saruka dentro daqueles trajes, Sasuke esqueceu-se de respirar por alguns segundos. Ficou imóvel, perdeu a fala e a assistiu se aproximar graciosamente, oferecendo um sorriso tímido devido à intensidade do olhar que recaía sobre ela.

― Estou bonita, Sasuke-kun? ― Perguntou risonha, ainda evitando encará-lo. ― Tsunade-sama disse que eu era a noiva mais bela que ela já viu… acho que era exagero dela.

― Você está linda ― professou às pressas. ― Você é linda, Sakura.

Colocou-se de frente a ela; os olhos pretos depararam-se com os olhos verdes vibrantes, tomados de alegria pela chegada do esperado dia, e a mão grande e áspera pegou a mão pequena, cobrindo-a com facilidade. Sasuke admirava o sorriso genuíno que bordava o rosto alheio, embriagado pelo efeito apaixonante que se apoderava de si. Puxou o corpo dela contra o seu, perfazendo os últimos centímetros entre eles. Abraçou Sakura, que se surpreendeu pelo gesto inesperado, sobressaltada, mas que o correspondeu com um imediatismo impressionante.

Como de costume, o calor de Sakura, que sempre esteve ao seu lado, o abraçava e aquecia sua existência. O ardor daqueles sentimentos entusiasmados tornou-se mais pronunciável depois que aceitara o amor incondicional dela e passara a retribuí-lo. Ainda assim, Sasuke sentia como se a privação de anos houvesse deixado-o com uma carência impreenchível. Aumentou a pressão do seu abraço, pressionando-a contra si com mais vigor à espera que ela entendesse o que queria de fato.

   Sakura, como em todas as vezes, escutou aquilo que lhe era surrado através do silêncio tácito do Uchiha. Então, quando ela o abraçou, envolvendo-o com a quentura inconfundível do amor dela, Sasuke soube que, finalmente, havia encontrado seu lugar.

Betagem por Rebel Princess

Design por StellaMatos14

 


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Notas finais do capítulo

¹ Kimono é uma vestimenta tradicional japonesa utilizada por mulheres, homens e crianças.
² Kosode é um robe japonês básico para homens e mulheres, que é usado como uma roupa de baixo.
3 Haori é uma jaqueta tradicional japonesa com mangas largas e gola estreita.
4 Hakama é um tipo de vestimenta tradicional japonesa que cobre a parte inferior do corpo e se assemelha a uma calça larga.
5 Haori-himo são cordões curtos de tecidos que podem ser presos aos pequenos laços que se encontram nas costuras internas de uma haori.
6 Shiromuku é uma vestimenta utilizada por noivas durante as cerimônias tradicionais de casamentos, normalmente realizadas em templos.
7 Futokoro-gatana é uma espécie de punhal, o qual é colocado por dentro do kimono de casamento na altura do coração.
8 Hakoseko é uma carteira de seda chamada, que representa fortuna no casamento
9 Tsunokakush é uma chapelaria tradicional usada em cerimônias de casamento no Japão


Espero que tenham gostado!! Até a próxima semana!



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