Albus Potter e o Pergaminho do Amanhã escrita por lexie lancaster


Capítulo 16
Xarope-Xântipe


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Deixei uma pequena curiosidade na nota final desse capítulo.
Ah, e também temos uma capa nova!

Espero que goste e boa leitura!



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— CAPÍTULO DEZESEIS –

Xarope-Xântipe

A única coisa que Al se lembrava era de sentir uma forte pontada de dor em torno do nariz. Quando voltou a abrir os olhos, não reconheceu o lugar em que estava de imediato, pois só tinha estado ali uma vez antes. Se tratava da enfermaria.

— Você acha que vai ficar assim para sempre? – Perguntou Emma, e Al achou que sua voz ainda parecia um pouco distante.

— É claro que não – Respondeu Rose, que não soou tão confiante quanto Al gostaria.

— Só está assim porque está inchado – assegurou a voz que sabia ser de Scorpius.

— Mas certamente ficará torto – acrescentou Riley, parecendo mais decidida do que Albus gostaria.

Os quatro estavam cochichando ao pé da cama que Al estava deitado, mas nenhum deles pareceu notar que ele já tinha acordado.

— Do que é que vocês estão falando? – Quis saber ele, tentando se endireitar.

Al viu que os amigos se entreolharam apreensivos por um segundo antes de Rose lhe passar um espelho de mão com uma nítida expressão de pena no olhar.

Ele já estava nervoso antes mesmo de olhar seu reflexo, mas não foi preciso muito mais que uma olhada rápida para saber do que se tratava. Havia um grande inchaço escuro no lugar do seu nariz. Estava completamente arredondado, arroxado e avantajado. As margens dos seus olhos também estavam um pouco inchadas, e definitivamente estavam mais avermelhadas.

— Não se preocupe, rapazinho – disse a velha Madame Pompfrey, tirando o espelho de sua mão – Você vai se sentir inteirinho em folha logo-logo. Srta. Nightingale, onde está aquele xarope para luxações?

Al não conseguia não se sentir preocupado, mas viu a Srta. Nightingale misturar um grosso caldo amarelado numa taça púrpura e depois acrescentar duas colherezinhas cheias de pó âmbar na mistura. A Madame Pompfrey lhe garantiu que o remédio faria seu nariz voltar ao normal em um dia, e Al teve que tomar tudo aquilo de uma vez só.

Para sua alívio, o gosto não era tão ruim quanto a aparência, e depois que a Srta. Nightingale deu uma última conferida na aparência duvidosa do septo que dividia suas narinas, ela deixou que Scorpius, Rose, Riley e Emma continuassem com ele.

— Foi Neville que trouxe você até aqui, Al – explicou Rose.

— Você apagou na hora e acho que amorteceu a queda do Fleet, porque ele ao menos conseguiu se levantar sozinho – disse Scorpius.

Albus ficou um pouco surpreso, porque apesar de não se lembrar muito da pancada, sabia que Francis Fleet havia sido derrubado de sua vassoura por um balaço, e isso por si só já devia ser doloroso o suficiente.

— Ele também veio para cá?

Os outros quatro olharam para uma cama cercada por cortinas brancas perto deles.

— Callaghan disse que Francis também deveria checar como estava e o acompanhou até aqui – falou Emma ainda olhando em direção as cortinas.

— Ah, eu estava querendo falar com o Prof. Callaghan quando o jogo terminasse! – comentou Albus, lembrando-se de repente.

Riley balançou a cabeça.

— Ele saiu pouco antes de você acordar – explicou ela – Parece que ele ficou fazendo algumas perguntas ao Francis e depois pediu para que a Madame Pompfrey o examinasse. 

— Que falta de sorte você ter sido acertado junto – murmurou Rose – Está doendo muito?

— Não muito – mentiu Al, tentando parecer melhor do que realmente estava – Mas ficaria melhor se pudesse faltar a aula do Prof. Binns amanhã por causa disso – acrescentou.

E nessa parte ele estava sendo completamente sincero.

— Fico feliz que esteja bem, mas se eu fosse você evitaria faltar aula – disse Rose com seriedade – Sabia que as matérias de agora já vão ser cobradas nos exames?

Emma levantou as sobrancelhas como se tivesse acabado de escutar algo muito difícil de acreditar.

— Eu não me importaria com as matérias se estivesse com uma aparência assim. Ah, não que você esteja tão ruim, Al.

— Obrigado, Emma.

Riley se segurou para não rir, mas Scorpius se manteve compassivo.

— Não tem com o que de preocupar, Al. Eu já ouvi falar do Xarope-Xântipe. Papai tem patentes no ramo de remédios bruxos e sei que esse xarope está entre as melhores soluções rápidas para reverter fraturas e luxações.

Albus reparou que Rose pareceu levemente interessada pelo assunto, mas se conteve antes de falar o que queria, preferindo mudar o rumo da conversa.

— Bom, se você já está melhor vou avisar ao tio Neville que não precisa mandar uma carta de urgência para sua mãe – aclarou ela dando meia volta – E você realmente não deveria matar aula.

Assim que Rose saiu pela porta, Scorpius, Emma e Riley olharam para ele com um ar de evidente incredulidade.

— Tio? — Questionaram os três juntos.

Não era que Al tentasse esconder o tema, mas sentia que simplesmente não havia surgido a oportunidade de conversar com os amigos à respeito antes.

— O Prof. Longbottom não é exatamente nosso tio – explicou lentamente – Ele é muito próximo da nossa família então acho que é como se fosse um tio para nós... Apesar dele também ser... bem... meu padrinho.

Albus disse essa última parte um pouco rápido demais. Por um segundo, Emma e Riley pareceram verdadeiramente surpresas, mas Scorpius colocou a mão no queixo, como se pensasse em alguma coisa.

— Você disse que também já conhecia o Hagrid antes, Al... Então deve ser a mesma situação, não é?

— Basicamente – disse Albus, dando de ombros – Mas é claro que ele não é meu padrinho também... Na verdade é o da Lily.

Emma arregalou os olhos.

— Puxa Al, você definitivamente tem parentes em Hogwarts, não é?

— Só espero que Salazar também não seja madrinha de um dos seus primos – enfatizou Riley, jogando-se na beirada da cama.

Al abafou uma risada, olhando para os lados para se certificar que Madame Pompfrey e a Srta. Nightingale estavam ocupadas antes de voltar a falar.

— Era sobre isso que queria falar com Callaghan – cochichou ele.

Riley ajeitou sua postura imediatamente, parecendo se agitar.

— Você não pode falar com um professor sobre o que viu, Al! Se não você pode acabar pegando outra detenção por ter estado na Floresta Proibida!

— Ou pior – disse Scorpius – Não sabemos o que Salazar pode fazer se descobrir que sabemos de algo.

Al balançou a cabeça.

— Eu não ia perguntar diretamente sobre ela – ressaltou ele – Mas acho que podemos descobrir mais sobre essa tal Sociedade das Sombras, não acham? Assim podemos saber porquê Salazar se envolveu com ela e o que querem com o tesouro...

Assim que Albus terminou de falar, a cortina ao lado se abriu de repente e um preocupado Francis Fleet apareceu sentado na beirada da cama.

— Caramba Al, sinto muito pelo que aconteceu – disse ele se esforçando para esboçar um sorriso – Acho que estava distraído demais pelo pomo.

— Pelo menos você o pegou – disse Al, tentando sorrir um pouco também – A Srta. Nightingale me deu um xarope e a Madame Pompfrey disse que vou melhorar quando acordar de manhã, então acho que vou ficar bem.

— E você, Francis, como está se sentindo? – Perguntou Scorpius educadamente.

— Tudo bem – assegurou ele – Você sabe, faz parte do Quadribol.

Emma fechou a cara, olhando para o campo através da janela.

— É um esporte de bárbaros!

Francis olhou para eles e depois se virou para encarar a janela também.  

— Sabe, eu também costumava achar isso. Na verdade, eu sequer tinha me arriscado a ir muito alto numa vassoura antes...

Enquanto o ouvia falar, Al notou que ele parecia muito concentrado em pensamentos.

— Era o total oposto da minha irmã.... Parecia que ela já tinha nascido em cima de uma vassoura, sabem? Ah, mas vocês já ouviram dela também, não é?

Os quatro concordaram, e Albus e Riley mal conseguiram conter um sorriso.

— Ela é uma das minhas corredoras favoritas  – disseram os dois juntos.

Ainda olhando para longe, Francis Fleet riu.

— Ela é a favorita de muita gente. Os professores também sempre a adoraram, assim como seus colegas e nossos pais também...

— Eles devem estar muito orgulhosos – comentou Emma, lembrando-se da reportagem que lera sobre Fleta Fleet na Wickly Witch.

Lentamente, Frank virou-se para eles outra vez.

— Oh, certamente. Os dois são pessoas muito ocupadas, sabe? Ambos trabalham como Inomináveis no Ministério da Magia, mas sempre fizeram questão de adequar seus horários para não perderem as corridas da minha irmã. Acho que foi isso que me fez ir para o Quadribol afinal.... Mesmo que tivesse boas notas e me esforçasse para ser o melhor da turma, minha irmã e seu talento nas corridas sempre chamaram mais a atenção... Então quando surgiu a oportunidade, resolvi que queria entrar para os esportes também.

Os olhos de Francis brilharam estranhamente, mas Emma parecia concentrada em outra coisa, um pouco perdida em pensamentos.

 – Inomináveis? – Questionou ela – Que tipo de coisa é essa?

— É um cargo no Ministério – explicou Scorpius – Ninguém sabe dizer detalhadamente com o quê eles trabalham, por isso se chamam assim.

Francis Fleet pareceu concordar com Scorpius, e se aproximou deles muito lentamente.

— Estranho, não é? – Perguntou ele num tom de voz controlado – Eu mesmo sempre tive curiosidade... Acho que durante minha vida inteira sempre quis aprender mais sobre o que meus pais faziam. Eles sempre foram o tipo de gente muito responsável e muito profissional, então é claro que nunca consegui nada deles. Mas acho que minha vontade de saber era maior do que isso e nunca deixei de procurar por algo... por qualquer coisa que pudesse me dar uma pista do que eles faziam... Até que tive a chance de descobrir uma coisa relacionada com o que trabalhavam. 

— E o quê era? – Perguntou Riley soando curiosa.

Al reparou que o mesmo estranho brilho passou pelos olhos cinzentos de Francis Fleet outra vez antes dele voltar a responder.

— É um pouco complicado, acho que depois do que descobri, passei a entender melhor porquê algumas coisas devem ser mantidas em segredo. Se eu contar a vocês, estarei compartilhando um segredo que vocês também não vão poder contar a ninguém está bem? Pode ser perigoso, porque envolve uma sociedade secreta muito antiga e muito poderosa...

Scorpius, Riley, Emma e Al se entreolharam e arregalaram os olhos ao mesmo tempo, mas antes que tivessem tempo de perguntar alguma coisa, a Srta. Nightingale se aproximou deles muito decididamente.

— Sr. Fleet, o que está fazendo em pé?

— Ah, eu já me sinto inteiramente bem Srta. Maisie, vê?

Agilmente, Fleet levantou a parte da camisa onde tinha sido atingido pelo balaço, mas para surpresa de todos, ele não tinha um arranhão se quer.

— Oh, minha nossa, parece que a pomada da Madame Pompfrey é mesmo eficiente – balbuciou a Srta. Nightingale um tanto abobada – Bom, se é assim não vejo motivos para te manter aqui. Está dispensado, mas fique de repouso. E por falar em repouso... Sr. Potter, é melhor você descansar também. O Xarope-Xântipe é uma maravilha, mas você ainda precisará ficar sob supervisão enquanto ele estiver fazendo efeito.

Ela lançou um olhar para Emma, Riley e Scorpius como quem diz que já é hora de ir e esperasse que eles se mexessem.

— Hum... Bem, acho que vamos indo então, Al – disse Scorpius.

— Nos vemos amanhã de manhã – garantiu Emma.

— É Al, acho que ainda temos muito para conversar – disse Riley, mas ela não estava olhando para ele. Estava encarando Francis Fleet. – E acho que também queremos escutar mais sobre o que você estava nos contando, Frank.

Parecendo se divertir com o tom persuasivo de Riley, Francis soltou uma risada antes de se virar.

— Se querem saber mais, basta falar comigo. Que tal nos encontrarmos amanhã novamente no mesmo lugar que nos conhecemos?

Al sabia que ele estava se referindo aos Novos Jardins, então se adiantou em ser mais específico.

— Podemos te esperar perto do Espinheiro-Esmeraldino depois das aulas?

Antes de sair pela porta da enfermaria, Francis Fleet olhou para eles atentamente com um grande sorriso confiante.

— Parece perfeito.


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Notas finais do capítulo

Oi de novo!

E vamos para uma curiosidade do capítulo:

O Xarope-Xântipe têm um nome muito estanho, mas em latim “xântipe” significa amarelo, que é exatamente a cor vibrante desse remédio.

P.S: Estou em dúvida se é melhor postar capítulos mais curtos ou mais longos. O próximo cap está dividido em duas partes para ficar mais curto, mas se alguém preferir capítulos maiores posso postar como um só!

Até a próxima!



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