She's a nightmare escrita por Annabel Evers


Capítulo 1
Capítulo 1 - Medo


Notas iniciais do capítulo

Sabem quando vocês precisam tirar uma história de vocês? Então, estou assim auhsu
Ela vai ser curtinha e focado nos pensamentos da nossa Mione. Como ela tem muitas passagens do Prisioneiro de Azkaban, vai ser bem comum aparecerem na história diálogos e descrições do livro. Escrevi com ele do meu lado rs
Boa leitura!



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Desde que descobrira que era bruxa, Hermione Granger procurou aprender tudo sobre esse novo universo. Magia era tão fascinante! E agora, no seu terceiro ano na escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, ela sentia cada vez mais pertencente a esse mundo. 

Bem, com exceção à Adivinhação. 

Embora muito inteligente, Hermione não entendia muito bem como garotos podem ser tão estúpidos. Naquela manhã de Natal, a garota dirigiu-se para o quarto dos seus amigos (com todos voltando para casa, a torre da Grifinória era praticamente deles), ainda de pijamas e segurando no colo seu gato, Bichento. Queria ver os presentes que os garotos ganharam e, por sorte, pegar alguns doces que a sra. Weasley provavelmente os enviara - como uma filha de dentistas, não era sempre que ela comia doces à vontade. 

Mas seus planos foram frustrados. Harry e Rony estavam excitadíssimos com aquela vassoura famosa, a Firebolt. Pelo o que ela ouvira ao entrar, Harry tinha ganhado a vassoura de presente. Mas ao contrário de Rony, a garota não ficou tão feliz assim pelo amigo. 

Ela amava o amigo, mas francamente! Quem o daria um presente tão caro desses? Harry era órfão e seus tios eram terríveis. Os Weasley, embora adorassem o garoto, não teriam tantos galeões sobrando. Nem ela mesma tinha. Apenas uma opção brilhava na sua mente, piscando em alerta: um bruxo de uma família antiga e muito rica, que tinha muito interesse no garoto que sobreviveu. 

Sentindo um calafrio, Hermione soltou seu gato em uma das camas e dirigiu-se a Harry, preocupada:

— Ah, Harry! Quem lhe mandou isso?

Por favor, que tenha sido qualquer outra pessoa. Dumbledore, talvez? Mas a resposta do amigo apenas confirmou suas suspeitas: “Não tenho a menor ideia. Não tinha nem cartão”. 

Ah, Merlin…

— Que é que você tem? – perguntou Rony.

— Não sei – respondeu Hermione lentamente –, mas é meio esquisito, não é? Quero dizer, essa é uma vassoura muito boa, não é?

Rony suspirou, exasperado.

— É a melhor vassoura que existe no mundo, Hermione.

— Então deve ter sido realmente cara… — como soltar sua suspeita, sem fazer aqueles dois amantes de quadribol a criticarem?

— Provavelmente custou mais do que todas as vassouras da Sonserina, juntas – disse Rony alegremente.

— Bem... quem iria mandar a Harry uma coisa tão cara e nem ao menos dizer que mandou? – perguntou Hermione.

Pronto. É isso. Ao menos Harry conseguiria ver a sua lógica. 

— Quem quer saber disso? – retrucou Rony, impaciente. – Escuta aqui, Harry, posso dar uma voltinha? Posso?

Garotos e vassouras — não conseguiam raciocinar quando o assunto envolvia esportes. Harry, quem infelizmente não tem familiares para lhe dar presentes caros (ou presente algum), recebe simplesmente a vassoura mais cara do mercado. Sem bilhetes, sem indicação de quem havia dado. 

Aquela Firebolt parecia um cavalo de Tróia, exatamente como um presente grego, pronta para enganar um tolo autoconfiante. E ela conhecia alguém disposto a matar seu amigo por uma lealdade doentia — que já matara antes. Harry estava em perigo e o próprio não parecia ver aquilo claramente. 

— Acho que ninguém devia montar essa vassoura por enquanto! – disse Hermione com a voz esganiçada.

Harry e Rony encararam a garota, provavelmente questionando seu comportamento. 

— Que é que você acha que Harry vai fazer com ela... varrer o chão?

Hermione sentiu sua irritação aumentar. Rony e suas respostas debochadas! Mas antes que ela pudesse responder, Bichento saltou da cama de Simas direto para o peito de Rony. A cena envolveu Rony, seu gato, Perebas e o malão de Harry. Ela teria rido de Rony pulando e segurando seu pé (dolorido, provavelmente, depois de ser acertado por um malão), mas outra coisa aumentou a comoção no dormitório dos meninos. 

O bisbilhoscópio de Harry começou a apitar freneticamente e, com a cena que Rony fazia, a garota acabou sendo expulsa do quarto. Ora, era bem feito; ela viu quando ele tentou chutar seu gato.

Mesmo depois de deixar Bichento no seu dormitório, o clima entre a garota e Rony ainda não era dos melhores. Ele era sempre assim, tratando seu gato como um grande vilão que tinha como objetivo destruir seu pobre rato. Ora, francamente. O estresse da garota só aumentou ao ver Harry polindo e cuidando da nova vassoura. 

Ela conseguia imaginar como ele estava feliz — era um garoto e acabara de ganhar a melhor vassoura possível, mas não era apenas isso. Por várias falas e situações que ela pode observar, Harry ainda era um garoto carente. Depois que ele descobriu a real identidade de Black, ela pode perceber o quão ele ficou afetado e o quanto não ter conhecido os pais ainda o doía. Harry era rico, mas nunca teria os pais vivos para o surpreender com um presente que ele ansiasse. 

Hermione já experimentara isso. Rony, mesmo com as limitações financeiras, também. Eles tinham pais, Harry não. 

Mas isso aumentava e mais sua irritação. Ele agora sabia o quão inescrupuloso Black era, havia entregado seus melhores amigos e o afilhado ainda bebê para morrer nas mãos de Voldemort. Ele não iria desistir de matar o garoto, estando livre de Azkaban. 

No primeiro ano, quando o professor Quirrell estava determinado a ferir Harry, enfeitiçou a vassoura para ele cair, em pleno jogo. Será que Harry não lembrava disso?

Vassoura estúpida.  

Na hora do almoço, eles desceram para o Salão Principal, onde encontraram uma situação um pouco intimidadora ao sentarem junto aos professores e outros alunos (como tinham poucos alunos no castelo, uma grande mesa substituiu as quatro das casas). Hermione comeu em silêncio, a sua mente trabalhando rapidamente. Ver a professora Minerva deu-lhe uma ideia. 

Seus amigos, ela sabia bem, não iam aceitar sua sugestão de não usarem a maldita vassoura. Mas se a profª. McGonagall a confiscar, eles não teriam como argumentar. E então, Harry estaria seguro. 

Eles não iam ficar satisfeitos com ela. Ela até podia ver os comentários beirando à grosseria de Rony ou a frieza de Harry quando ele decidisse não intervir na discussão que se geraria. Mas eles veriam a razão. Harry até conseguiria ter sua vassoura de volta, se fosse comprovado que não haviam feitiços nela. 

Então, quando Harry a perguntou se voltaria com eles, a garota negou, alegando que iria conversar com a profª. Minerva. Ao ouvir a fala da aluna, Minerva aproveitou a deixa para retirar-se. A professora não estava em um bom dia com sua colega de Adivinhação — Hermione até engolira suas risadas ao ouvir as suas respostas bem-colocadas para as abobrinhas da profª. Trelawney. 

Elas caminharam até a entrada do Grande Salão; todos os professores e os outros alunos se dispersaram também. 

— A senhorita está tendo algum problema com o vira-tempo? 

— Não, professora. — mesmo tensa, a garota sorriu para sua professora favorita. — E não contei a mais ninguém sobre ele. 

— Não imaginei que faria. — havia um quase sorriso na feição da professora. — Bem, então sobre o que você gostaria de falar, que explicitamente não quis dizer na frente do Potter e do Weasley?

Soltou o ar que prendia, nervosa e se sentindo um pouco culpada, mas sabia que era o certo a se fazer. 

— A senhora sabe sobre Sirius Black está atrás de Harry, claro. Sabemos que ele era um servo de Você-Sabe-Quem e que tem um interesse doentio por Harry. — deliberadamente, a garota escondeu as informações sobre Black ser melhor amigo dos Potter e padrinho de seu único filho. Falar isso seria admitir que ouviram aquela conversa no Três Vassouras. — Hoje pela manhã, Harry recebeu um presente muito caro mesmo, uma Firebolt. E não tinha nenhum cartão.

— E Potter não tem ideia de quem pode ter enviado? — disse Minerva, parecendo entender aonde o pensamento da garota estava indo. 

— Não. Professora, no primeiro ano, Harry ganhou uma Nimbus, mas ele sabia de quem era. — a professora assentiu, pois foi ela quem dera. — Mas agora, pode ser um exagero, mas pode ser uma forma de Black chegar até ele. 

Hermione sabia que a professora não iria discordar dela, pois viu o mesmo semblante assustado que ela ficou ao pensar nessa possibilidade. 

— Você fez o certo ao vir falar comigo, srta. Granger. A vassoura precisa ser devidamente examinada. Vamos agora até o salão comunal. 

Hermione estava nervosa com a reação dos amigos, mesmo sabendo que o apoio da professora Minerva confirmava que seu medo não era infundado. Assim que chegaram na torre da Grifinória, a garota sentou-se um pouco afastada dos amigos, escondendo-se atrás de um livro. Aquilo era familiar — antes daqueles dois, era algo que ela sempre fazia, metaforicamente falando. 

— Entendo... Bem, receio que tenha de levar a vassoura, Potter.

— Q... quê?! – por cima do livro, Hermione pode ver Harry dar um pulo com a fala da professora. – Por quê?

— Teremos que verificar se não está enfeitiçada. Naturalmente eu não sou especialista nesse assunto, mas imagino que Madame Hooch e o Prof. Flitwick possam desmontá-la…

Opa. Com a menção à desmontar a vassoura, até Rony intercedeu e tentou argumentar com a professora Minerva, mas sem sucesso. Hermione já corava furiosamente quando a professora saiu, levando a Firebolt junto. 

— Para que você foi correndo contar à Profª. Minerva?

Tinha que ser Rony. Nem Harry, o dono da vassoura, estava falando assim com ela. Apesar do jeito, Rony era um bom amigo e não ia querer Harry em perigo. Ele, assim como ela, ficou muito preocupado com a possibilidade de Harry is atrás de Black por vingança. 

Vocês sabem o que eu vejo e ouço cada vez que um dementador se aproxima de mim? Ouço minha mãe gritar e suplicar a Voldemort. Harry havia dito que isso não era algo que um filho esqueceria tão depressa. Bem, nem ela. 

Decidida, Hermione largou o livro e levantou-se, pronta para enfrentar Rony. Estava na hora de mostrar o dois mais dois dessa situação para aqueles garotos cegos por quadribol. 

— Porque achei, e a Prof a McGonagall concorda comigo, que provavelmente a vassoura foi mandada a Harry por Sirius Black!


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Notas finais do capítulo

Tão triste lembrar de como Sirius já foi terrivelmente julgado...
Cada capítulo terá em foco um sentimento que estiver aflorando na Mione. O primeiro, como tá no título, é o medo por Harry. Ao desenrolar da história, vamos ver como ela vai ficar afetada com esse distanciamento.
Espero que tenham gostado desse comecinho ♥



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