Loving the enemy escrita por Trice


Capítulo 8
SETE – Oh, why can I not conquer love?


Notas iniciais do capítulo

OIE, leitores! ♡♡

Depois de alguns meses, cá estou eu hahaha vocês me perdoem a demora, é que a vida adulta atrapalha minha vida fanfiqueira, mas a boa notícia é que posso demorar, mas sempre apareço!

O que se esperar desse capítulo? Algumas coisas serão explicadas... e talvez terá uma emoçãozinha hahahaha e vai ter bolo de chocolate! HAHAHA

Obrigada por estarem lendo! Um agradecimento especial para Rose Weasley, que favoritou, para quem comenta ♡, para o Dani e para Foster, que é minha beta maravilhosa! hahaha

Espero que vcs gostem do capítulo ♡



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"Oh, why can I not conquer love?

And I might have thought that we were one

Wanted to fight this war without weapons" 

(Elastic Heart – Sia)

R O S E

APOSENTOS DE SCORPIUS MALFOY – 3 MESES E 1 SEMANA

— Se formos considerar de quem realmente é o quarto, eu não estaria invadindo nada – rebateu Rose, levantando o queixo. 

— Você está dizendo que por ser a princesa, e supostamente proprietária do Palácio, pode invadir quartos alheios? – indagou Scorpius e caminhou na direção dela, parando pouquíssimos passos de distância. 

Rose reparou que as roupas que ele usava eram informais de uma maneira como nunca havia visto em Scorpius; somente uma camisa cinza lisa e uma calça de moletom branca. Não saberia dizer como o preferia. Naquele estilo, a sensação de arrogância que sempre parecia segui-lo praticamente desaparecera. 

— Não. Bom, dependendo da situação sim. Por exemplo, caso eu esteja em perigo. Invadir um quarto seria… plausível. 

— Você está em perigo, Rose? – ele cruzou os braços no peitoral e Rose tentou não fitar os músculos dos seus braços.  

— Não de fato. Talvez só minha paciência esteja em perigo de acabar

Scorpius riu. 

— Certo. Sem perigo aparente, então. Devo presumir que você apenas sentiu minha falta?

Rose levantou as sobrancelhas, pensando que não poderia negar com veemência que nem ao menos pensara em Scorpius ou nos seus beijos. Porque ela pensara e muito mais do que o adequado. A situação ainda se tornava pior quando envolvia o herdeiro da família historicamente inimiga da sua. Sabia que nada estava certo naquela equação. 

— Claro – Rose concordou ironicamente, ainda que tivesse deixado que um sorriso aparecesse em seus lábios. – O  que você faz acordado, afinal? 

— Não consigo dormir e você? 

— Fome – a qual aumentava a cada segundo que passava. Fitou Scorpius, reparando pela primeira vez como os bonitos olhos cinzentos dele pareciam abatidos. Ficou tentada a convidá-lo para acompanhá-la na cozinha. Assim que o pensamento repentinamente surgiu, Rose não conseguiu mais ignorá-lo. Ela não pretendia ter companhia na sua aventura noturna até a cozinha. Desejava se afastar um poucos dos seus pensamentos nada bons para sua ansiedade e ela tinha certeza que um bolo de chocolate ajudaria. 

Naquele momento, olhando o Malfoy, lembrou-se que, por mais que ele a irritasse, de algum modo também a fazia esquecer dos problemas ao seu redor e, quem sabe, poderia vir a se tornar um razoável acompanhante. Parou de pensar tanto e apenas o convidou: – Quer ir comigo até a cozinha?

— Eu?

— Tem mais alguém aqui? – ela revirou ligeiramente os olhos, apesar do tom calmo. 

Scorpius sorriu.

— Acho que acabei de perceber que também estou com fome – ele afirmou, sem retirar o sorriso bonito dos lábios.

Ela assentiu, desejando que aquela não fosse uma péssima ideia. Depois, deu a volta em Scorpius e foi em direção à porta, logo os dois caminhavam lado a lado, seguindo o conhecido caminho das cozinhas reais. Na realidade, pretendia ir em uma das cozinhas menores, levando em consideração que era mais provável de não serem encontrados. Rose tomou o cuidado de não passar pelos corredores movimentados, além de que seus olhos e ouvidos permaneciam atentos aos indícios de algum tipo de aproximação. 

— Então, Malfoy – ela começou, virando levemente o rosto para fitá-lo. – Está gostando do intercâmbio diplomático? – Rose não conseguiu evitar o suave tom de deboche da própria voz. 

Para sua surpresa, Scorpius ignorou a provocação. 

— Mais do que deveria – contou o Malfoy com um sorriso fácil nos lábios e a Weasley sentiu as bochechas corarem devido ao olhar que ele lhe lançou. 

As lembranças dos beijos que trocaram invadiram seus pensamentos sem qualquer tipo de aviso. Se, porventura, acabassem aquele encontro imprevisto com um novo beijo, Rose não se surpreenderia. A princesa conseguia sentir a tensão entre eles. No mais, sua impulsividade encontrava-se mais agitada que nunca, insistindo para que Rose o beijasse mais uma vez. O fato dos beijos furtivos não significarem nada a deixava ainda mais propensa a repetir os atos. 

— E, Vossa Alteza, gosta de morar no Palácio? – ele indagou ressaltando o pronome de tratamento. Então, ele não havia ignorado realmente a provocação, apenas guardara o rebate para um momento posterior. A ruiva teria devolvido o tom insolente, caso sua mente não tivesse sido arrastada para um assunto complicado diante daquela pergunta. 

Tratava-se de uma pergunta difícil. Desviou os olhos do Malfoy e tentou decidir o que responder. Não poderia afirmar que não gostava da sua vida, pois, certamente, seria uma mentira; entrementes, nunca experimentara uma rotina, ainda que minimamente, diversa. Só conhecia a vida de princesa. Não era ruim, apenas sufocante em alguns momentos, ainda mais considerando sua personalidade. 

— Acho que sim – afirmou por fim, mesmo sem saber de fato. – É tudo que eu conheço, na verdade. Não tenho muito com o que comparar. 

— Você nunca ficou um tempo fora? Viajou? Fez um intercâmbio diplomático?

Rose soltou um riso forçado. 

— Não. Nunca. 

— Por que não? Princesas podem viajar, não?

— Não esta princesa – apontou para si mesma. – Meus pais não acham seguro. Acho que são os traumas da guerra que os fizeram superprotetores. 

No instante em que a ruiva proferiu aquelas palavras, Scorpius pareceu escurecer ligeiramente a expressão. 

— Desculpe por isso. 

— Por que você teria que se desculpar? Você não tem culpa de nada, Malfoy. São efeitos reflexos de uma guerra. Tenho certeza que, mesmo você nem existindo na época, acabou também por sofrer consequências do que nossas famílias passaram. 

Ele somente assentiu, sem efetivamente responder e Rose não tentou insistir no assunto. Percebeu que Scorpius ficou desconfortável, seus olhos azuis desviaram dos de Rose, focando no corredor, como se quisesse evitar o tema. Ela entendia o sentimento. Ninguém, mesmo eles que não viveram a Guerra em si, gostava de relembrar tais momentos. Claro que o esquecimento não era válido. Eles precisavam recordar dos antigos acontecimentos sórdidos a fim de evitarem momentos futuros parecidos. Só que o objetivo daquela ida à cozinha não era entrar em uma discussão pesada, assim, Rose apenas deixou o assunto morrer. 

O clima ficou um pouco estranho até chegarem à cozinha que a ruiva desejava; porém, quando ela retirou o bolo de chocolate da geladeira, seu humor mudou drasticamente. A mistura perfeita de cacau e açúcar sempre a fazia feliz. Sempre. 

— Você pode comer bolo de chocolate? – indagou, de repente. 

Com todos aqueles músculos, Rose se viu em dúvida sobre o que seria permitido na dieta de Scorpius.

— Claro que sim – ela assentiu e foi pegar os pratos e talheres necessários. – Por que a pergunta? 

— Você tem tantos músculos nos lugares certos que achei que pudesse estar em alguma dieta restritiva. 

Assim que as palavras saíram da boca de Rose, ela achou que pudesse morrer de vergonha. Maldita língua. Scorpius arregalou de leve os olhos, provavelmente surpreso demais e, logo após, começou a rir. Rose resmungou, colocando os pratos e os garfos na mesa, depois se sentou. E esperou o Malfoy parar de rir, quando ele começou a secar as lágrimas, a ruiva os serviu com pedaços generosos do bolo de chocolate. 

— Não sei o que foi tão engraçado assim – murmurou Rose. 

— Você me elogiou e no segundo seguinte parecia prestes a morrer. 

Ela deu de ombros. 

— Foi quase assim que me senti. Eu costumo falar antes de pensar. Simplesmente sai, mas já fui pior. Hoje até me considero controlada. 

— Reprimida – Scorpius corrigiu. 

Rose estava quase levando o garfo com um pedaço do bolo à boca, quando parou e observou o Malfoy, pensando no que ele havia falado. Scorpius não estava errado. Ela fora reprimida por toda a sua vida. As pessoas tentavam moldá-la ao papel da princesa ideal, coisa que Rose estava longe de ser. Por mais que diversas pessoas no Reino reclamassem, principalmente o Conselho, ela gostava da própria personalidade. 

— É, acho que sim. 

— Bom, eu gosto da sua personalidade – ele falou enquanto mergulhava mais seu pedaço de bolo na calda de chocolate. – Nunca conheci alguém assim. 

Scorpius disse as palavras de uma maneira habitual. Sua voz não era sedutora e ele sequer a olhava enquanto falava, suas orbes cinzentas continuavam fixas no trabalho de colocar o máximo de chocolate no bolo. Assim, Scorpius não viu o olhar surpreso e, ao mesmo tempo, cheio de emoções de Rose. As pessoas sempre elogiavam sua aparência; nunca sua personalidade, pelo contrário, Rose ouvia inúmeras críticas, principalmente de como suas condutas e qualquer tipo de fala era inadequada. Somente sua família, uma vez ou outra, falava positivamente de sua personalidade. Rose não conseguiu evitar sentir que Scorpius, de algum jeito, a via

Ela limpou de leve a garganta. 

— Hm, obrigada. Eu… eu tento ser o melhor que posso. 

O Malfoy finalmente levantou os olhos para ela e somente anuiu com um maneio da cabeça, levando o bolo à boca. Assim que mastigou, Scorpius soltou um murmúrio de prazer. Rose o entendia perfeitamente; aquele era o melhor bolo do mundo. Achando que já havia perdido tempo demais sem comer aquela sublimidade, Rose deu sua primeira mordida e, imitando Scorpius, suspirou quando o sabor doce invadiu sua boca. Depois de alguns pedaços, Rose largou o garfo e esticou-se na cadeira. Ela fitou Scorpius que estava indo para o, provável, quinto pedaço. 

— Por que você não consegue dormir? – indagou, curiosa, lembrando do que ele havia falado no quarto. 

Scorpius a olhou brevemente antes de responder. 

— Pensamentos demais que resultaram em insônia.

— Que tipo de pensamentos? 

— Do tipo ruins e ansiosos. Você não iria querer saber – ele mordeu outro pedaço do bolo de chocolate. 

— Na verdade, eu quero.

— Acredite, você não quer— Scorpius rebateu com rapidez e parou de comer, parecendo ter perdido o apetite. 

— Você me deixou curiosa agora – Rose reclamou e apoiou os cotovelos na mesa, a fim de se colocar mais próxima dele. – Me deve um pensamento por isso. 

Scorpius riu.

— Só se você me der um seu. 

Ela o analisou, buscando entendê-lo. O que poderia ter deixado o Malfoy ansioso ao ponto de lhe tirar o sono? Pelo que sabia, a estadia de Scorpius estava sendo tranquila. Ele passava a maior parte do tempo com Hugo, seus primos Potter, Louis e Fred. Soube também que Molly o encontrara algumas vezes na biblioteca e, em outras, no lago; ela disse a Rose, com todas as palavras, que Scorpius ficava ótimo no traje específico para a prática de remo. Depois daquela informação, Rose fez questão de passar longe do lago; afinal, já era difícil não se sentir atraída por ele, não necessitava de mais uma nova imagem de Scorpius nos seus pensamentos. 

O fato era que o Malfoy aparentava estar bem e não com problemas que não o deixavam dormir. Essa era mais uma prova de que, muitas vezes, não sabemos verdadeiramente o que se passa com o outro. De qualquer forma, Rose decidiu que valia a pena uma troca de pensamentos.

— Tudo bem, eu aceito – anunciou e, usando do seu específico (e por vezes inconveniente) dom de falar sem pensar, Rose contou: – Eu penso todos os dias se vou ser capaz de me casar para manter o trono. Se vou conseguir ser altruísta o suficiente. 

Scorpius a encarou por alguns segundos.

— Essa lei não faz sentido, atualmente. Primeiro diz que é o primogênito do Rei que deve subir ao trono, sem mencionar sexo. Depois, que uma mulher não pode subir ao trono sem estar casada. É completamente misógino – Rose assentiu, concordando com suas palavras enquanto ele falava. – Se você não se casar, quem assumiria? Hugo? 

— Não. Só um primogênito pode subir ao trono. Até se eu morresse, ele não poderia.

— De novo: sem sentido. Então, o que acontece? 

Por mais que Scorpius estivesse perguntando, Rose tinha certeza que ele já sabia o que aconteceria, já que, de certa forma, sua família também participou da história de Hogwarts.

— É uma lei que foi criada há mais de 300 anos e, pelo que eu saiba, um Malfoy participou da elaboração – Rose levantou as sobrancelhas para ele, mas continuou falando: – O que acontece, se eventualmente eu não casar, é que o Conselho abre uma votação direta e escolhem a nova família governante. Essa lei foi feita para dar poder ao Conselho. Não é para fazer sentido; é para que possam existir brechas que os possibilitem de ter como retirar do poder quem bem entendam. 

— Vocês poderiam reformar a lei, não?

— Claro, mas, adivinha? É necessária uma votação do Conselho e, surpresa: eles estão satisfeitos em me afastar cada vez mais do trono – de repente, Rose começou a se sentir pesada com aquela conversa. Scorpius ainda não havia retirado os olhos de cima dela e, antes que ele pudesse responder, a princesa inquiriu: – Sua família sabe o que está acontecendo? 

Ele assentiu, sem demora. 

— E? 

— Eu não estou interessado no trono, se é isso que você está perguntando. 

Rose o observou por alguns segundos, com os olhos verdes focados nos cinzentos dele. Surpreendentemente, ela acreditava em Scorpius. O que achava estranho era que o Malfoy decidiu começar seu intercâmbio diplomático logo quando havia a possibilidade de uma nova família ascender ao trono. Era suspeito, sem dúvidas; mas Scorpius não lhe dera nenhum motivo significativo para desconfiar. Por enquanto, apenas decidiu permanecer com os olhos atentos. 

— Certo. Agora é a sua vez: que tipo de pensamentos ruins e ansiosos?

— Sobre o futuro. Decisões que preciso tomar e possíveis repercussões. 

— Ah, por favor, isso é ambíguo demais. Seja mais específico. 

Scorpius deslizou a mão pelos fios loiros, aparentemente desconfortável.

— Talvez eu não queira voltar. Digamos que eu queira coisas diferentes do que minha família espera de mim. 

Rose entendia com perfeição o sentimento dele; contudo, a ideia de Scorpius permanecer em Hogwarts era inusitada. 

— Você quer ficar aqui

— É tão surpreendente assim? 

— Um pouco, a princípio. Mas, pensando bem, não. É isso que diplomatas fazem, sim? 

— É, mas eu também não iria querer ser um diplomata. 

— Não? O que você gostaria de ser, então? 

Scorpius deu de ombros levemente.

— Eu sou bom em mecânica, principalmente naval. Poderia trabalhar nessa área ou até dar aulas de remo. 

Rose esperava que o Malfoy respondesse algo que envolvesse uma posição de poder; naquelas profissões que ele indicou, talvez nem necessitasse morar no Palácio. A ruiva conseguia compreender o porquê da família de Scorpius não concordar; eles constituíam uma família conservadora e, pelo que sabia, com tradições específicas. Decerto, na concepção deles, a ideia do herdeiro dos Malfoy desejar ser um professor de remo era inevitavelmente absurda. 

— Bom, não temos nenhum treinador de remo em Hogwarts – ela disse, sorrindo e, de forma automática, pensou em Scorpius nos trajes do esporte. Foco, Rose. Depois, completou: – Parece que nós dois temos decisões importantes a tomar. Espero que você tenha coragem para ser quem você é e não quem as pessoas ao seu redor querem que você seja. 

Após aquela conversa, Rose decidiu que era hora de voltar ao seus aposentos, considerando que já passara tempo demais fora, o que aumentava as chances de ser descoberta. Ela e Scorpius continuaram a conversar, só que os assuntos políticos não foram mais citados. Rose perguntou sobre o remo e o Malfoy, em uma falha tentativa, explicou como funcionava, terminando por convidá-la para um dia se arriscar na prática; por outro lado, a Weasley negou com firmeza, seu medo de lagos e oceanos a impedia. 

Quando chegaram no quarto de Scorpius, Rose caminhou diretamente até a varanda, sendo acompanhada por ele. Virou-se na direção do Malfoy e sorriu. 

— Agora voltamos ao normal? De discussões e provocações? 

— Dos beijos que não significavam nada? – ele respondeu e, sem perda de tempo, acariciou o rosto dela com o polegar enquanto os seus outros dedos enfiavam-se pelos cabelos ruivos de Rose. Seu coração bombeava com força, a expectativa da aproximação de Scorpius criando uma sensação de frio na sua barriga. 

De algum modo, o beijo que estava prestes a acontecer parecia diferente dos demais. O primeiro havia sido apenas um beijo com um garoto bonito demais, o qual Rose achara que nunca mais veria na vida. O segundo fora com uma sensação de culpa por estar beijando conscientemente Scorpius Malfoy e, ao mesmo tempo, com uma adrenalina que provocava batimentos cardíacos irregulares nela. Naquele instante, ainda que a ansiedade do segundo beijo estivesse ali, Rose não sentiu nenhuma pontada sequer de culpa. Talvez por causa da conversa que tiveram na cozinha, que a fez perceber que Scorpius Malfoy era muito mais que irritante e arrogantemente bonito.

Fitou os olhos cinzentos dele uma última vez, antes de fechar suas próprias orbes. Quando sentiu os lábios de Scorpius nos seus, Rose o segurou pelos ombros, quase suspirando quando a língua dele encontrou a sua. Ele aprofundou o beijo, puxando um pouco os cabelos ruivos de Rose. A outra mão de Scorpius, que a segurava com firmeza pela cintura, escorregou para dentro da blusa de Rose, encontrando a pele macia de sua barriga. Só aquele simples encontro de peles provocou na ruiva um gemido. Ao ouvi-la, Scorpius apertou-a com mais força contra si e Rose sentiu-se inebriada pelo seu cheiro, além do corpo quente dele fazê-la pensar repetidamente em aproveitar cada vez mais o momento. 

Quando já estavam sem fôlego, Scorpius parou o beijo para poder deslizar os lábios pelo pescoço macio de Rose, resultando em um arrepio que percorreu sua coluna. Ela se segurou mais firmemente nele, de olhos fechados e pendendo a cabeça perto do ombro de Scorpius, deixando-se sentir o hálito quente dele contra sua própria pele. Rose aproveitou para passear as mãos pelos braços do Malfoy, sentindo os músculos rígidos. A camisa fina de Scorpius fazia com que ela pudesse apreciá-lo melhor, além de experimentar a sensação da pele quente dele. Uma das mãos de Scorpius ainda envolvia a sua cintura, por dentro da blusa, e, quando ele subiu o toque até o seu seio esquerdo, Rose não o impediu. Rose não conseguiu evitar de arfar com a nova sensação de prazer. Ela sentia seus seios pesados pela excitação e uma vontade quase absurda de mais

Rose voltou a buscar a boca de Scorpius em um beijo intenso e deslizou a mão entre os fios grossos de cabelos dele, apertou-se mais contra ele. Sabia que deveria interromper o momento. Era o esperado a se fazer, mas Rose deixou que o beijo demorasse mais um pouco, inebriada pelo gosto de Scorpius. Apenas quando uma brisa gélida os alcançou que Rose pareceu despertar, afastando-se devagar dele. 

Scorpius abriu os olhos, os quais estavam nublados de desejo e Rose sorriu.

— Boa noite, Malfoy – ela disse, depositando um último beijo nos lábios dele e retomando o caminho conhecido até a sua própria varanda. 

S C O R P I U S

APOSENTOS DO MALFOY – 3 MESES E 7 DIAS

Ele acompanhou com os olhos todo o percurso de Rose da varanda até o quarto da princesa, de fato impressionado com as suas habilidades fugitivas. Logo que ela desapareceu para dentro do próprio quarto, Scorpius fez o mesmo, jogando-se na cama confortável e fitando o teto. Se fosse em qualquer outra situação, depois dos momentos que teve com Rose, acabaria dormindo tranquilamente com uma excelente sensação de satisfação no peito. Mas não era o caso. Seus pensamentos que antes se encontravam conturbados, agora eram desesperados. 

Como dormir quando todos os seus pensamentos se agitavam sem piedade? Lembrando-o a cada momento o que ele era: um traidor. Não importava o lado que escolhesse, de qualquer modo, Scorpius seria um traidor. Era uma decisão cruel ter que optar entre a própria família e o que era, em sua concepção, o correto. Decidir por não influenciar os dois lados, estava fora de cogitação. Não teria como ser isento, se quisesse evitar que Rose sofresse, considerando que o plano, mesmo que a passos lentos, começava a se concretizar. 

Lyra iniciou a infiltração de pensamentos de desconfiança entre a família Weasley e Potter com o incêndio premeditado, buscando desestabilizá-los e afastá-los, notando que as famílias se encontravam excessivamente unidas em encontrar a solução para o impasse de Rose. E ela conseguira, porquanto Fred e James ainda se recusavam a conversar, além de que o Weasley passava por uma investigação, aumentando o clima de desconfiança no Palácio. Havia ainda a possibilidade, mesmo que pequena, de que naqueles documentos queimados existisse algo que pudesse ajudar Rose a não necessitar se casar para governar. 

Scorpius sabia que precisava mudar sua estratégia, considerando que Lyra era perspicaz e percebeu que o Malfoy não estava totalmente ao lado deles, por isso, limitava-se a lhe contar apenas o necessário. Para que pudesse ajudar Rose, precisaria fingir que estava, efetivamente, em concordância com todas as intenções sujas de Lucius. 

Ele suspirou, cansado.

Para piorar a sua situação, Scorpius reconheceu naquela noite que estava, sem sombras de dúvidas, criando sentimentos reais por Rose Weasley.

R O S E

APOSENTOS DA PRINCESA – 3 MESES E 8 DIAS

A princesa acordou lentamente e rolou várias vezes entre os lençóis lilás macios, adiando o máximo que pôde o momento que teria que levantar. Por mais que o sono efetivamente houvesse desaparecido, não eram raras as vezes em que a vontade de permanecer na sua cama confortável se prolongava. Reputando que passara uma boa parte da madrugada acordada, era mais que compreensível o desejo por mais um tempo descansando. Lembrou do beijo que dera em Scorpius na porta do seu quarto e um sorriso tímido, além de involuntário, apareceu. Será que conseguiria arrastá-lo para algum canto do Palácio a fim de repetir? Esperava que sim. 

Uma música alta começou a soar dentro do seu quarto e Rose enfiou a cabeça entre os travesseiros, tentando – inutilmente – ignorar o som. Era o método que Claire pensara para arrancar Rose da cama quando começava a passar dos limites principescos aceitáveis. 

Bufou de leve depois de alguns minutos e levantou a cabeça. Pelo menos a música era boa. Começou a se espreguiçar, sentindo os músculos acordarem. Depois, alcançou seu celular na mesa de cabeceira. Estava quase sem bateria, acabara esquecendo de carregá-lo depois que havia chegado do seu passeio na cozinha com Scorpius; contudo, ainda conseguiu ver que uma mensagem de um número desconhecido chegara. 

Quando viu de quem era, arregalou brevemente os olhos. 

Como ele conseguira seu número? Provável que tenha sido Albus que passara, mas, mesmo assim, eles possuíam uma regra rígida acerca de números de telefones. O vazamento para imprensa dessa informação era a própria formação do caos. 

Abriu a mensagem.

 

oi, Rose 

espero que não tenha sido um incômodo ter pedido seu número. mas o que você acha de um passeio nos jardins hoje? 

é o Ethan Wood.

 

Aparentemente, ele levara a sério a promessa de Rose para um diálogo. Não era como se não estivesse disposta a conversar, só não esperava que fosse em um futuro tão próximo. Mordeu a bochecha, pensando no que responder. Depois do momento com Scorpius na noite passada, precisava admitir que não estava nada propensa a conversar com qualquer um que pudesse ser considerado um pretendente. Porém, era apenas um passeio despretensioso nos jardins e seria bom desvincular seus pensamentos do Malfoy – afinal, era perigoso deixar que a situação com Scorpius a afetasse. Desejava que se limitasse apenas a beijos bons demais para serem esquecidos no dia seguinte. 

De qualquer forma, poderia ir, ficar um curto tempo e inventar alguma desculpa de afazeres. Na realidade, não precisava ao menos inventar; sabia que Claire poderia produzir uma bela lista de todas as suas obrigações. Assim, respondeu-o, marcando o encontro (na sua concepção, não amoroso) para o meio da tarde. Não demorou para chegar uma nova mensagem do Wood confirmando.


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Notas finais do capítulo

Oie novamente! Acho que os dois estavam precisando de uma conversa como essa, não? E, fiquem ligados nas dicas que estão nesse capítulo ahhahaha quero saber as teorias de vocês!

E o Wood tentando uma aproximação hahahaha veremos como vai ser no próximo!

Não esqueçam de comentar, vou amar saber o que vcs estão achando! Obrigada por lerem ♡♡



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