Our District| : The White Gate escrita por LittleWenee


Capítulo 3
No Manners; Blackboard




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(Yang Jeongin - 9) 

 

   Eu sabia que seria um problema para mim no dia seguinte se eu não conseguisse pregar meus olhos, mas as imagens horrendas desta noite são inesquecíveis. Um outro eu? Duas luas? O que era aquilo? Parecia um pesadelo, me sentia até doente! 

   O rádio soou no setor para todos saírem, acordei da profunda soneca que eu só consegui tirar por uns 20 minutos. Me levanto sentindo uma exaustão extrema, enjoo e tontura, estava péssimo, sentia fome e sede, espero que eles ofereçam comida aqui. Sinto falta da minha mãe. Peguei o uniforme dobrado ao lado da cama, no chão, naquele quarto não havia nada além de cama e uma janela lateral, dando uma bela vista branca da parede externa do quarto 8. Estiquei macacão branco na cama e observei dando um longo suspiro. 

 

— Onde eu vim parar, mamãe? - Senti uma angústia subir, mas tratei de engolir e me trocar. 

 

   Ouvi algumas portas dos quartos se abrirem e assim que estava totalmente arrumado, a minha também se abria, levando um belo susto! Eles vigiam a gente se trocar?! Levei a mão ao peito com os olhos arregalados e assustados, engulo seco ao escutar passos no piso de ferro da passarela. 

 

— Número 9, por favor comparecer na parte externa de seu quarto em frente a porta. - O rádio dizia e aquela voz robótica feminina… eu odiava. 

 

   Com passos lentos eu pisei para fora, foquei os olhos para frente antes de virar a cabeça para o lado e vendo os garotos já fora de seus quartos e me olhando. Não tive reação, apenas engoli seco novamente e olhei meu vizinho, número 8, que deu um sorriso labial. Escutei passos um pouco mais distantes e avisto número 1 se aproximando, confesso que me sinto intimidado por ele, era como um lobo alfa. Parou em minha frente checando minhas vestes, fechou o botão da gola e arrumava o cinto. 

 

As vestes tem que sempre estarem impecáveis. - Se afastava e sorriu labial apontando para a sua gola. - Tem que estar fechado até o último botão. 

 

   O líder não parecia bem, as olheiras eram visíveis e sua cara de cansado também. Ele tinha esses olhos caídos, mas… até sua voz parecia cansada. 

 

— Se-senhor, você dormiu bem? - Me fiz preocupado, o que o fez me olhar um tanto surpreso. 

 

— Não se preocupe, novato. - Segurou meus ombros abrindo um sorriso. - Não há como não dormir bem aqui. 

 

   Logo se afastava indo ao seu posto. Aquilo me pareceu tão forçado, como se ele fosse perfeitamente treinado. Com os olhos arregalados novamente, desviei para o chão pensativo e estranhando aquele ato. Bem, diga isso a quem dormiu 20 minutos! Hyunjin parecia me olhar torto, o olhei de relance e foi quando ele se aproximou de mim, seu rosto ficou muito perto ao meu e me afastei no mesmo instante! 

 

— Ya… ! - Assim que tentei me afastar, ele levou umas das mãos aos meus olhos abrindo de leve a pálpebra- Está… Louco?! 

 

— Seus olhos estão vermelhos. - Andou para trás e me deu um olhar preocupado. - Novato, você não dormiu? 

 

   Como eu deveria responder aquilo? O jeito que o líder tinha dito sobre "não há como não dormir aqui", me deixou na sensação que não se pode falar mal do local! Ou algo do tipo?! Gaguejei antes de poder dizer e todos continuaram a me encarar. Meu estômago estava revirando de tanto nervoso. 

 

— Eu só… ! - Arregalei os olhos levando a mão a boca. 

 

— Jeongin? - Ouvi a voz de Hyunjin e meu corpo se curvava um pouco para frente. 

 

— Eu estou bem… ! - Tentei respirar fundo, mas era mais forte do que eu, aquele enjoo! 

 

— O que está havendo? - O líder novamente andava apressado até mim, parecia assustado junto com os outros que se aproximavam. 

 

— Não é nada…  - Me levantei recuperando o fôlego, dei um sorriso forçado. - Foram gases. 

 

— Isso não parecia gases. - Ouvi Felix falar e estava de olhos cerrados encarando. 

 

   Número 1 me observou com o rosto fechado e todos estavam quietos, esperando algo de mim, apenas olhei confuso sem fazer movimentos bruscos. 

 

— O que? Eu estou-! 

 

   Aquilo voltou com tudo, o enjoo que se transformou na vontade grande de gorfar. Não deu pra segurar, mesmo tentando. Meu corpo se curvava enquanto vomitava apenas líquido branco, claro, não comia nada a horas. Senti uma mão alheia em minha nuca, era Hyunjin como pude ver pelas pernas magras e compridas. 

 

— Número 9! - Ele dizia em desespero, do outro lado, vinha o líder levando a mão em minhas costas. - Ele deve estar doente, Christopher! 

 

— Sem pânico. - Disse o mesmo curvando o corpo junto ao meu. - Jeongin, o que está havendo? 

 

— Eu… ! Eu não sei, senhor… ! - Minha voz era trêmula e angustiada, não demorou para começar a chorar. - Eu quero ir pra casa… ! 

 

   Escutei o mesmo respirar fundo e levantou meu corpo levemente, minhas mãos já estava em meus olhos enxugando as lágrimas enquanto meus lábios gotejava saliva pelo gorfo. Escutei mais passos se aproximando e era de Woojin. 

 

— Ele não dormiu. - Tratou de dizer enquanto limpava o canto de minha boca com um pano branco. - Não é? 

 

   Olhei o mesmo e pude ver um sorriso simpático que acalmará um pouco meu choro, me fazendo ficar apenas em soluços contínuos de tristeza. 

 

— Ei, está tudo bem, novato. - Sorriu mais agora limpando as lágrimas com seus polegares. - É normal se sentir assim no primeiro dia, mas, pode nos ver como sua nova família por tempo determinado. Assim você não irá se sentir sozinho. 

 

   O maior me abraçou e me senti seguro nos braços dele, tratei de retribuir já mais calmo. Com a cabeça deitada no braço do mesmo, pude ver todos ali, incluindo Christopher que havia se reunido junto com os outros. Minha nova família? Isso é possível? 

 

— Deve estar faminto. - Ouvi Jisung dizer juntando as mãos inquietas, ele logo tratou de sorrir. - Não vejo a hora de comer também! 

 

   Woojin se afastou e bagunçou meus cabelos, o que me fez sentir uma nostalgia, já que meu pai costuma fazer isso comigo. Me fiz um pouco chocado ao ver aquela ação tão familiar, mas logo a imagem de Hyunjin em minha frente me fazia focar novamente. 

 

— Isso vai passar. - Sorriu com a mão em meu ombro. - Confie na gente. Estamos aqui com você. 

 

   Eu não entendia direito aquelas palavras, era como se fosse um "você estará aqui pelo resto de sua adolescência" e não era algo muito confortante de se pensar. 

   Depois de todo o alvoroço, a voz robótica surgia novamente. 

 

— Por favor, mantenham-se em linha em frente aos seus quartos virados 9 horas para a porta de saída de seus setores. Bom dia! E tenha um perfeito café da manhã! 

 

   Bem, pelo menos tinha comida. 

 

(Christopher Bang - 1) 

 

   Eu estava preocupado com o mais novo, claro, mas nunca soube muito o que fazer nessas horas a não ser estar lá quando precisa, bem ao lado, mas nunca sabendo o que fazer. Foi agoniante e triste aquela cena, forçar que estava tudo bem era um limite já ultrapassado para nós, mas era praticamente uma obrigação. Talvez o mais novo já tenha em mente do que estava por vir. 

    Voltando ao meu posto, Seungmin suspirou alto ao meu lado. 

 

— Nunca tinha visto alguém chegar neste estado. 

 

— É normal, não se preocupe. - A conversa era baixa. - Ele deve ter vindo de barriga vazia e é pressão demais. Não se sentiu assim quando chegou? 

 

— Bem… faz alguns meses, mas… - Senti o olhar de relance para mim. - Não lembro de estar tão mal. 

 

— Não foi você quem disse que sua mãe o forçou a comer antes de sair? - Dei um leve riso e logo nos viramos a porta como ordenado. 

 

— Sim, mas! - Seungmin bufava atrás de mim, pude sentir na nuca. - Ah, cada um encara de uma forma. 

 

— Correto. - Respondi com uma feição mais séria agora. 

 

   Andamos em fila até o refeitório, dessa vez o setor 5 não estava presente e geralmente isso acontecia ou quando estava de reforço ou… fizeram algo muito errado. Estranho, Jihyo, líder do setor, geralmente nunca fez nada de errado, uma garota firme e um tanto quanto poderosa. Era o setor de garotas e éramos próximos, eu estava preocupado, mas sinceramente, não era problema meu e do meu setor. É cada grupo por si. 

   Assim que nos sentamos na mesa, na ao lado, estava o setor 2, prestes a sair da fábrica para viver finalmente em Miroh. O líder, Jaebum, nos olhava e sorria. 

 

— Souberam do setor 5? - Todos nós observamos eles, estranhando. - Querem ouvir? 

 

— Com licença, mas… Não é permitido ouvir coisas que não a do nosso respeito, Sr. Lim.

 

Que isso? - Ele ria e logo o mais novo do setor o cutucava. - O que? Eles têm medo da lavagem cerebral? 

 

— Lavagem cerebral… ?! - Ouvi Jeongin repetir ao meu lado, tratei de me colocar de pé. 

 

— Peço desculpas à minha arrogância, mas não queremos saber. 

 

— Elas não eram amigas de vocês? - Disse quase me cortando, suspirei contando até 3 antes de falar novamente, mas tratou de falar na minha frente. - Hoje é nosso último dia, não tem como fazerem lavagem cerebral em nós. 

 

— Já chega, Jaebum. - Jinyoung, número 2,é quem falava com uma voz firme e alta. - Deixe os garotos em paz, aproveite seu último dia como um adulto e não como uma criança egoísta. 

 

— O mundo lá fora é pior, Jae. - Era a vez de Jackson, número 3, que encarava o líder. - É bom não ser dessa forma no exterior. Ele é cruel. 

 

   Aquilo me fez sentar novamente, agora mais calmo, já que calaram a boca do próprio líder que sabia do quão difícil era viver lá fora. Me virei para comer e todos me encaravam com olhos assustados. Eu sei que estavam preocupados, elas eram como irmãs mais velhas para nós. Apenas suspirei alto pegando a caixa de leite. 

 

— O que estão esperando? - Sorri de canto. - Comam! 

 

   Jeongin estava assustado, por que aquele imbecil tinha que falar sobre a lavagem? Sem contar que, se eu soubesse do que aconteceu, não ia querer fazer dua lavagens seguidas em menos de um mês. O garoto não se mexia, novamente suspirei, peguei sua caixa de leite abrindo. 

 

— Precisa comer, garoto. - Deixei em sua frente e ele apenas olhava para baixo. - Você está mal. 

 

   O mesmo pegava a caixa dando um gole, afastava e pude ver sua feição se transformar em choro novamente. Aquilo quebrava o coração de qualquer um. Isso lembra de quando Minho chegou aqui, era o mais quieto e afastado, até um dia ele se sentir exausto por segurar tudo dentro de si e chorou exatamente naquela mesa. Mas, Jeongin? Ele era sensível, eu tinha que cuidar dele.

   Passei as mãos em seus cabelos negros e lisos tentando o reconfortar, ele parecia segurar o choro, mas ainda havia lágrimas descendo por seu rosto. 

 

— 9! Coma isso! - Han dizia sorrindo e lhe dando uma mini torta. - É de maçã! Minha favorita, mas pode comer! Eu como tanto que uuuh, meu estômago não aguenta mais. - Fez uma careta com a mão na barriga, o que fez todos rirem de leve. 

 

— Aqui. - Minho, sentado ao lado de Jeongin no outro lado, lhe passava uma gelatina. - Uva, saborosa e refrescante.

 

— Deem algo pra ele beber também! - Dizia Changbin com uma voz alta como se estivesse irritado, mas logo sorriu passando um leite fermentado de banana. - Era o último! Mas já tomei tanto que vou sonhar com leite fermentado. 

 

   Todos riram novamente e Jeongin parecia surpreso olhando tudo aquilo, os outros membros trataram de entregar suas comidinhas favoritas que conseguiam pegar na cantina lotada, porém organizada. Hyunjin foi o último, foi incrível ele ter dado seu tão amado saquinho de mini cookies que tanto amava. Olhei surpreso pro mais novo, número 8, que sorria para o maknae. 

 

— São muito bons, mesmo que não goste de chocolate, deveria provar um. 

 

   Jeongin olhou confuso, lentamente deixava o leite na mesa e abria o pacote pegando um cookie, logo experimentando. Era engraçado o fato de todos estarmos ansiosos pela reação dele? 

 

— É… bom. - Jeongin sorriu e todos fazia o mesmo.- Obrigado, mas…Eu não vou conseguir comer tudo isso. 

 

   Todos olhamos ao redor da bandeja do mais novo e caímos na gargalhada! Era como uma ceia só pra ele! 

 

— Então vamos dividir! - Woojin batia uma palma e todos concordaram. 

 

   Comida, doces, leite fermentado… sim, a fábrica sempre nos alimentou muito bem, parece até estranho falar. Mas, claro, se não alimentar um trabalhador, ele morre de fome, que lógica faria? 

   A sirene soava e era hora das aulas… pior parte do dia até as 18:00 e ainda eram 9:00.

 

— Hoje é artes, que saco. - Seungmin se levantava murmurando sozinho. 

 

— Ei, cuidado com o que fala, alguém pode ouvir! - Minho dizia quase que em pânico. 

 

— Você tem aula de Interpretação, não reclame. 

 

— Quem disse que gosto? 



(Lee Minho - 4) 

 

   Depois do refeitório, em fila, os setores encontravam-se dentro do prédio maior, se organizando em meio ao enorme pátio e esperávamos em silêncio até o sinal tocar. A fila que saia, ia ao corredor logo a frente, grande e largo, onde havia diversas portas para cada aula. Muitas portas, de verdade! Cada uma com o nome das aulas escritas na frente. A fila para no meio do corredor e quando o sinal é tocado novamente, cada membro vai as suas respectivas salas. Cada jovem tinha seu cronograma e hoje eu tinha aula de Psicologia e Interpretação por uma hora. 

   Nossa fila saiu na quarta chamada; já que eram chamada em ordem numérica de setores. Entrei na sala onde havia várias carteiras brancas e um enorme e mísero quadro negro. Basicamente o que tínhamos que fazer lá era escrever coisas aleatórias, interpretar seu dia em algumas palavras espalhadas no seu espaço no quadro. Era como um teste psicológico e eu sempre me saí um pouco…Abaixo da média. Simplesmente, havia uma força psicológica que você pode ou não controlar, escrevendo coisas com consciência ou não. Eu tinha medo desta aula, as coisas que eu realmente gostaria de escrever, sentia que não podia ou iria me dar mal. Todos iam direto ao quadro assim que o Homem de Branco liberou, eu fui o último que andou lentamente pelo corredor de carteiras vazias e observei o quadro um pouco mais distante pensando, "lá vamos nós de novo". O quadro estava quase cheio de rabiscos e letras feito pelos outros e havia meu espaço ali, preto e vazio. Peguei o giz dando um suspiro longo e escutei a ponta no quadro. Eu tinha que me controlar, era difícil fingir que estava "tudo bem" e que eu era como os outros. Meus pensamentos viraram uma bagunça, o que eu escrevo? Devo fugir? Fingir? Falar a verdade? Senti meu braço tenso e percebi que estava com o giz trêmulo na lousa. Eu quem estava trêmulo e suando frio. A respiração apertava e ficava acelerada, olhei para baixo com o maxilar trincando de raiva.



— Vamos, Minho… você é o melhor. - Eu dizia pra mim mesmo fechando os olhos. 

 

   Depois de alguns segundos, levantei a minha cabeça rabiscando sem hesitar, a primeira coisa que vinha em minha cabeça optei em não me controlar, eu nem sabia o que estava fazendo, deixei meus sentidos trabalharam por si só desta vez. Queria surpreender a mim mesmo. Rabisquei letras grandes e bem visíveis para se ler. Eu rangia os dentes e suava frio, meu outro punho apertava ao lado do corpo, estava com medo, ansioso… apavorado comigo. O apito soou e todos tinham que abaixar os giz, permanecer de cabeça baixa e se virar sem ver o que escreveu. Me virei arfando, eu não era o único daquele jeito, mas tratei de controlar. Ouvi passos do Homem de Branco e pude ouvir também ao meu lado um garoto, mais alto, respirar trêmulo e rápido, parecia que ia surtar. Senti sua mão trêmula bater na minha e estava suando, pude ver de canto. O Homem parava em sua frente, aquilo me deixou nervoso, eu não fazia ideia do que ia acontecer. 

 

— Está nervoso, Número 3? - A voz assustadoramente modificada do Homem por debaixo da máscara surgia, me fez assustar de leve. 

 

— N-não, senhor… ! - O garoto dizia trêmulo, sua mão tremia ainda mais. Um silêncio permaneceu, mas logo quebrou novamente com a voz terrível. 

 

— O que é isso que escreveu na lousa? Leia para todos. 

 

   O garoto se virou morrendo de medo e eu fechei os olhos apertando meus lábios quase chorando, esperando pelo pior. Assim, o mesmo lia. 

 

— "Quero morrer", " Quero viver", "Morte" e… ah… - A última frase, ele sabia que seria seu fim. - "Que tudo desabe, o projeto… é… Uma… farsa. Morram todos! ".

 

   Assim que a última palavra foi dita, um estrondo soou ali com o Homem simplesmente empurrando a cabeça do garoto contra o quadro espontaneamente e com muita força. Aquilo fez todos assustados e não podíamos mover a cabeça ou olhos, mas pude ver de canto, o garoto caído ao meu lado e agoniado, chorando de dor. O Homem o pegava pela roupa puxando. 

 

 Não! Não! Por favor! Me desculpa! Não! - O garoto gritava e chorava escandalosamente enquanto se debatia no chão sendo arrastado pelo Homem para fora da sala. 

 

   Trêmulo e assustado, levantei meu olhar e a porta se fechava bruscamente, o som de um tazer foi ouvido no lado de fora e sons agoniantes do jovem que rapidamente se cessaram com o silêncio. Eu literalmente tremia e suava, com medo de ser o próximo, eu não sei o que escrevi… ! Eu não fazia ideia! 

   A porta se abria novamente e o Homem voltava calmamente. 

 

— O colega será levado para uma sala de interrogatório antes de ser levado ao exílio. - Parou em nossa frente. - Já não é a primeira que comete uma imperfeição dessas, completamente… horrenda e contra Equal Future. 

 

   Logo depois, um silêncio novamente e ele estava em minha frente, controlei minha respiração e os passos vinham até mim. 

 

 -Número 4. - Meu coração parava e arregalei os olhos. 

 

— Sim, senhor? 

 

— Vire-se e leia. 

 

   Meu corpo todo quase travava, lentamente me virei apavorado com o que encontraria. Por que eu fui deixar meu corpo descontrolado? Por que eu fui deixar minha cabeça comandar?! O que eu fiz?! 

   Olhei o quadro e engoli seco, quando li a frase, franzi meu cenho. Eu me surpreendi. 

 

— "I Am Not"...? " Eu não sou".

 

— Você sabe inglês, Sr. Lee? 

 

— Muito… pouco. - Gaguejei e o ouvi grunhir. 

 

— O que você não é, Minho? 

 

   Engoli seco de novo, mas tive uma ideia rápida de escapatória. Rapidamente me virei e peguei fôlego. 

 

— Eu não sou quem quero ser, senhor! - Dava pra sentir meus lábios trêmulo e olhos esbugalhados de medo. - Eu ainda… Não sou quem devo ser. 

 

   O Homem afirmou com a cabeça levando as mãos nas costas. 

 

— Você diz, quem Equal Future vai te transformar? - Perguntou e afirmei com a cabeça. - Responda! 

 

— Sim, senhor! - Respondi de imediato. 

 

— Muito bem, setor 4, bons meninos como sempre. - Dava uma risada quase que maligna pela voz grossa e tenebrosa modificada. - Sentem-se! 



   Todos se apressaram para suas carteiras e eu estava paralisado, meu coração parecia que ia sair pela boca! Meu estômago embrulhava ao olhar para a mesa ao lado e estar vazia, era do garoto que acabara de ser agredido. Lembrar do som do estrondo na lousa, os gritos desesperados, era tudo… Horrível! O Homem começou a citar sobre psicologia, de como a cabeça deveria funcionar e toda a porcaria de como nossa cabeça interpretava coisas diversas, enquanto eu estava com as mãos agarradas nas beiradas na mesa e levantei meu olhar assustado para o chão embaixo do quadro negro. Era possível ver um pouco de sangue derramado do garoto, que pela pancada, devia ter se machucado. 

 

   É isso que eles fazem… eles te machucam. Sem hesitar.


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