Diversus - Sede de Vingança escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 7
Capítulo 7 - O duelo


Notas iniciais do capítulo

Finalmente a aparição que todos queriam.



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Assim que entrou no local, Evan caminhou devagar pelos corredores do prédio. Apesar de velho e quebradiço por fora, até que por dentro mantinha uma aparência bem-conservada, o que não era surpreendente, o tal assassino o querer encontrar naquele local é sinal de que ele realmente tinha algo sério a mostrar.

Caminhando por alguns corredores, logo viu um quarto. Com cuidado, deu uma olhada no mesmo, havia três câmaras hiperbáricas, todas fechadas e transparente, permitindo que quem estivesse lá dentro fosse visto. Lentamente, Evan se aproximou e logo viu que ao lado das camas tinham o aparelho que mostrava os batimentos cardíacos dos pacientes, os bipes estavam normais, todos estavam com uma aparência normal, sem sinais de violência ou algo do tipo. Eram dois rapazes e uma moça, um era musculoso, tinha uma tatuagem de caveira do braço direito, usava uma regata preta, cabelos loiros com franja lateral. O outro era um rapaz de porte físico atlético, mas sem músculos, pele negra, cabeça raspada, barba mal feita, os olhos fechados, parecia que estava dormindo. E a última câmara mostrava uma mulher morena, de pele clara, com cabelos castanhos. Os olhos estavam fechados, mas ele não ligava, o importante era saber o que eles estavam fazendo ali. Ao se afastar, percebeu que ao lado das máquinas de batimento cardíaco, haviam três frascos de vidro que continham um líquido vermelho-vinho, como se fosse sangue, que ia diminuindo lentamente, como se estivesse sendo injetado neles com muita cautela. Será que aquelas pessoas dentro das câmaras eram sobreviventes de alguma coisa muito perigosa e estavam sendo tratados na esperança de sobreviverem? Porque claramente, aquele lugar era um hospital abandonado, mas porquê o assassino estaria o esperando lá? Talvez para colocá-lo em alguma dessas câmaras e trancá-lo lá e assim o matando lentamente? Só podia ser.

Assustado, Evan saiu rapidamente de lá, querendo encontrar logo aquele assassino e acabar logo com aquilo. Ao sair do quarto, voltou a andar tranquilamente, passando por vários quartos que também tinham câmaras hiperbáricas com pessoas dentro.

— Cadê você? Apareça logo. - falou ele, baixo - Vamos, não tenho o dia todo.

Não obteve resposta, continuou andando, talvez o cara estivesse querendo o pegar de surpresa, atacá-lo por trás, como sempre os mais fracos fazem com os mais fortes. Seguindo seus instintos, ele logo se deparou com o último quarto aceso, o restante estavam escuros, o que significava que não estavam ocupados. Mas, esse último era diferente: ele não tinha nenhuma câmara, mas sim, uma mesa com vários frascos de experimentos científicos, uma pia, bancada. Talvez aquele fosse a sala de operações do hospital que foi transformada em laboratório, mas o que isso significava? O tal assassino que queria o encontrar era um gênio do mal? Mas isso só acontece em filmes. 

Ou será que não?

Confuso, Evan chegou mais perto da mesa com frascos e percebeu que o que tinha dentro deles era o mesmo líquido vermelho-vinho que ele vira nos quartos com câmaras em que os pacientes estavam. Ele analisou, mas não conseguiu identificar o que era, na faculdade em Londres e no Brasil, ele passava bem longe das exatas, ele era mais de humanas assim como Rebekah, então não sabia o que era aquilo. Ao pegar uma e cheirar, logo ouviu uma voz que o assustou.

— Solta isso. - ordenou a voz e ele se assustou, quase deixando o frasco cair.

Ao se virar, pôde reparar que o rapaz vestia a mesma roupa que Cléber e Joilson usavam, incluindo o capuz e a máscara, ou seja, parecia que a intenção dele era se camuflar, seria ele o verdadeiro mandante dos crimes ou apenas mais um truque?

— Que susto! Quem é você? - perguntou, colocando o frasco de volta no lugar.

— Eu devia ter posto um cartaz dizendo que não pode tocar. Mas, você podia ser um analfabeto então resolvi não arriscar.

— Quem-é-você? - ele perguntou, já impaciente.

— Ih que nervoso hein? Eu sou Mateus Ribeiro... não sou estudante de medicina mas tenho uma mentalidade de gênio, então sei tudo que tá acontecendo aqui. 

— Foi você?

— Sim, eu que criei esse "laboratório" para que eu mesmo pudesse fazer minhas experiências. - ele sorriu, orgulhoso.

— Experiências?

— Sim, isso tudo é experimentos que estou fazendo, quero ser cientista sabe?

— Você quem mandou Cléber e Joilson matar pessoas inocentes? - Evan indagou, fechando os punhos.

— Não sei do que está falando, eu mal te conheço. - Mateus deu de ombros.

— Não adianta mentir, ambos foram pegos pela polícia e contaram tudo.

— Puxa vida, pensei que meus aliados eram honestos e sempre se manteriam de boca fechada. É isso que dá confiar nos outros, tá vendo?

— Mas... por quê? 

— Ah... por diversão. - Mateus deu de ombros mais uma vez.

— Isso não é divertido, é cruel! - rebateu Evan.

— Ah é? Se é tão cruel assim porque você fez isso hein?

Evan congelou. Como ele sabia disso?

— E-eu? Quando? - gaguejou.

— Deixa de ser sonso rapaz... todos na cidade te vêem como um herói, mas o dia que você matou seu pai foi estampado em capas de jornais, revistas, até na televisão saiu. 

— Mas todos me vêem como um herói.

— Claro, porque seus atos de heroísmo os fazem esquecer do que você fez com seu pai. Lembra da época em que todos queriam te linchar no hospital por causa da queda do avião? Pois é... Só te perdoaram porque você salvou a gente daquele meteoro. - riu Mateus.

Evan logo começou a desconfiar do jeito risonho do rapaz, ele sentia que estava tramando algo, mas não sabia identificar o quê.

— Olha, se me chamou aqui para uma parceria assassina, pode esquecer. Eu sou visto como um herói e quero continuar assim. Heróis não matam. - vociferou Evan, virando para a porta, querendo sair dali.

No entanto, uma faca passou tirando fino do pescoço dele e acertou a parede. 

— E POR QUÊ VOCÊ MATOU MEU IRMÃO? - gritou Mateus, enfurecido. 

Evan se virou pra ele.

— Eu matei quem? - perguntou Evan, confuso. O olhar de fúria de Mateus para ele não o intimidava.

— Jorge. O meu irmão mais velho. A única família que eu tinha, estava naquele avião que você derrubou na noite em que você lutou com Robert no céu! - ele agora o olhava.

— Mas eu não derrubei o avião, o Robert que foi atingido pelo motor e explodiu, a polícia disse isso. - se defendeu Evan.

— E você não se deu o trabalho de o salvar. Se você é capaz de socar um meteoro quase do tamanho do nosso planeta você também é capaz de salvar um avião de cair. Mas não, você não fez isso! VOCÊ O DEIXOU CAIR! VOCÊ MATOU MEU IRMÃO! 

— Eu não deixei de propósito, a asa bateu na minha cabeça e eu desmaiei.

— Mentira, você deixou cair porque quis. E é por isso que te chamei aqui, você tem que pagar pela morte do meu irmão.

— Até parece que vou perder tempo pagando por algo que não fiz. Se não acredita em mim, problema é seu. 

Evan se virou para sair da sala e avisar para todos sobre as descobertas que fez, mas logo sentiu o puxar pelo capuz e Mateus lhe deu um soco tão forte na boca que não só o lábio partiu, como também o jogou na parede do outro lado da sala, a rachando.

— Mas o quê...? - ele disse, se levantando.

— Morra desgraçado! - gritou Mateus, se jogando para cima de Evan.

Evan não perdeu tempo e lhe deu um chute no rosto, o jogando para o lado, mas ele rapidamente se recuperou e se levantou. Mateus correu e o tentou chutar na barriga, mas Evan segurou seu pé e o arremessou longe, o fazendo atravessar três paredes.

— Eu já disse que não quero te machucar. - insistiu Evan.

Mateus não desistia, ele não se conformava com a perda do irmão e queria vingá-lo a todo custo. Correndo na direção de Evan, que seguia para a saída, ele logo conseguiu pular em suas costas, o derrubando. Com incrível agilidade e rapidez se levantou, pegou Evan pelos pés e o arremessou da mesma forma que Evan. O garoto ficou espantado com as habilidades sobre-humanas de Mateus, que veio em sua direção, tentou socá-lo, mas Evan segurou sua mão. Mateus lhe deu uma cabeçada sem que ele esperasse e assim, o deixou zonzo.

Mas não por muito tempo.

Ao se recuperar, chutou a barriga de Mateus com tanta força que ele vomitou sangue ao cair no chão. Agora Evan não queria mais fugir da briga, então foi pra cima de Mateus que o derrubou colocando seus pés na sua barriga, o fazendo cair no chão. Então Mateus subiu em cima dele e começou a socar seu rosto com força e ódio, mas Evan, usando a força das mãos, apertou o pescoço com força, quase o deixando sem ar, então com uma cabeçada o desnorteou e se livrou de Mateus, mas não desistiu e socou ainda mais o rosto dele, o deixando inchado e sangrando. Ao ver que perderia, Mateus pegou um frasco de vidro vazio grande e quebrou na cabeça de Evan, que não sentiu nada, então o chutou na barriga o arremessando para longe e batendo a cabeça na pia. 

Evan ficou zonzo por alguns segundos. no chão, enquanto Mateus se aproximava com uma faca, então correu e quando ia encravar a mesma na cabeça do garoto, levou um chute entre as pernas e depois, Evan se virou e o chutou novamente, mas agora no nariz. Com o chute, Mateus foi arremessado pra longe, acertando o armário um pouco acima da mesa e caiu no chão, Diversus foi para cima dele novamente e começou a ganhar vantagem na luta.

Depois de muito tempo apanhando, Mateus olhou para Evan com expressão de derrota. Evan estava a um golpe de matá-lo, mas como ele mesmo disse, heróis não matam, então estava apenas encarando Mateus com seus olhos brancos, esperando ele dizer algo antes dele desmaiar e poder chamar a polícia.

— Você é mesmo casca-grossa. Pode ter vencido a batalha comigo mas na guerra eu te vencerei fácil. - disse ele, o olhando.

— Não há futuro para você poder organizar uma guerra, desgraçado. - rebateu Evan.

— Eu discordo. 

Então Mateus tirou algo do bolso do jaleco ensanguentado e jogou para trás, acertando uma bola de vidro que parecia ser aquelas bolas de cristal dos ciganos, mas assim que estava prestes a cair no chão, ela começou a flutuar e abriu um portal branco que emitia uma luz tão forte que quase cegou Evan.

— Mas o que é isso? - disse Evan, fechando os olhos.

Logo, o portal começou a agir feito um buraco negro, sugando o garoto para dentro dele. Por mais que ele tentasse resistir, era impossível, a força do portal era muito maior que a dele. Não demorou muito e Evan estava totalmente dentro do portal, que logo se fechou.

Então, Mateus se levantou e, antes de se limpar, pegou a bola de cristal que ainda flutuava.

— Muito bem Evan, foi um prazer lutar com você, mas agora estás indo para uma desconhecida dimensão que nem eu sei onde é. Existem tantos universos espalhados por aí, mas o importante é que você nunca mais vai voltar para esse, HAHAHAHAHAHAHAHA - gargalhou Mateus, jogando o globo no chão, o quebrando em pedacinhos.

De dentro do buraco de minhoca, Evan não conseguia fazer nada, a transição de um universo para o outro era tão poderoso que o causava dores terríveis por todo o corpo. Era uma dor tão forte e insuportável que ele gritava e urrava, querendo que aquilo passasse logo. Depois de tanto gritar e urrar em vão, sentiu as dores sumindo, a paisagem ao redor mudou, foi quando sentiu atingir o chão de costas.

Ele ainda tentou se levantar, mas cheio de dor, acabou desmaiando.


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Notas finais do capítulo

Que vilão épico hein? O que acharam?



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