Diversus - Sede de Vingança escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 10
Capítulo 10 - Segunda luta


Notas iniciais do capítulo

Voltei galera, depois de um fim de semana de descanso. Capítulo meio pesado esse aqui, mas calma, não me matem depois de lerem!



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Enquanto caminhava para casa, Evan atravessava a rua deserta quando quase foi atropelado por um carro que vinha ali, mas ele conseguiu pará-lo com a mão, amassando um pouco. Quando a porta do carona se abriu, abriu um sorriso.

Era sua mãe.

— Evan, por onde você andou? Eu estava preocupada com você sabia? - esbravejou ela, saindo do carro.

— Eu explico... - disse ele.

— Explica depois, precisamos ir rápido, a Danielle precisa de você.

Rapidamente eles entraram no carro e Mikaela dirigiu correndo até o hospital. Ao chegar, Natalie estava sentada num banco, aflita. Ao ver Evan, se levantou e foi até ele.

— Ai Evan, que bom que você chegou, por onde andou? Minha filha está na pior com sua ausência. - disse ela.

— Depois eu explico, deixe-me entrar... - falou ele.

Logo ele foi levado até o quarto onde ela estava, a garota desenhava algo em alguma folha, mas parou ao ouvir a porta.

Quando ela se virou na direção de Evan, o mesmo levou um susto: a garota estava pálida, com olheiras, tinha o cabelo todo desgrenhado e arrepiado, os olhos esbugalhados, a roupa toda amassada, além da magreza. Ela provavelmente estava há dias sem comer nem beber e muito menos tomando banho. Evan suspirou, ela estava exatamente como ele ficou quando veio para o Brasil na tentativa de recomeçar a vida e foi parar naquele mesmo local. 

— Danielle... sou eu, Evan. Eu voltei. - disse ele, se aproximando lentamente.

Ela o encarava fixamente, Evan não tinha medo de vê-la naquele estado, e sim preocupado, porque foi graças à um Deus que ele conseguiu sair dessa. Mas e ela? Como sairia²

Quando chegou perto o suficiente, ela tocou o rosto dele com as mãos, o encarando fixamente. Evan se preparava para se afastar dela caso ela desse algum ataque.

— E-Evan... - sussurrou ela.

— Sim, sou eu. - ele disse, esperançoso, mas sem baixar a guarda.

E ele não estava errado. Do nada, o pequeno sorriso em seus lábios desapareceu, seu olhar passou de feliz para raiva e suas mãos saíram do rosto dele tentando lhe dar um tapa.

— Me abandonou por quê? - ela começou a gritar, tentando atacar ele com as mãos.

— Não te abandonei nada! Calma! - ele balbuciou, segurando as mãos dela.

Mikaela e Natalie suspiraram do lado de fora, mas não interferiram.

— Você foi embora! Você me deixou aqui! - ela insistiu, gritando.

— Tem um maluco vingativo lá fora, ele quer me matar, por isso sumi! - ele falava, tentando parar ela.

— Idiota, falso-moralista, me abandonou! 

Como nada que ele falava a fazia mudar de ideia, Evan rapidamente olhou para Mikaela e Natalie, que fizeram um "não" com a cabeça e então, ela estremeceu, caindo no chão. Evan pôde sentir a descarga elétrica no seu corpo e percebeu que a garota possuía na perna algum dispositivo que quando acionado dava um super choque no indivíduo. Com isso, ela foi ao chão e Evan saiu do quarto, enquanto os médicos cuidavam da Danielle.

— Sinto muito por isso... - disse ele.

— Você não tem culpa querido. - falou Natalie, colocando a mão no ombro dele.

— Você só precisa vir visitá-la todos os dias, nem que seja só por uns minutos, que ela vai melhorar. - disse Mikaela, acariciando seu rosto.

— Vou tentar. Com esse assassino querendo me matar vai ser complicado.

— Como assim? Não entendi! 

Então Evan contou toda a história que descobriu sobre Mateus, desde a queda do avião até o dia em que Joilson contou sobre o garoto e ao ir de encontro à ele, acabou indo parar em um outro lugar. 

— Esse menino é um louco! Como ele pôde confundir as coisas assim? - disse Natalie, indignada.

— É assim mesmo querida, aquele amor de irmão que sempre o inocenta. - bufou Mikaela.

— E por quê você não foi á polícia? 

— Acabei de retornar de onde ele me enviou. - respondeu Evan.

— Então vamos na polícia agora denunciar isso. 

— Não, você fica aí com sua filha, ela precisa de você. Eu irei com ele até lá. - falou Mikaela.

— Sem provas mãe?

— Filho, nesses cinco dias que você ficou desaparecido a polícia fez várias descobertas sobre esse tal garoto, agora acham que você é inocente sim.

Evan ficou chocado com a revelação.

— Cinco dias? 

— É sim. Agora vamos, eu explico no caminho.

Então se despediram de Natalie com um rápido "tchau" e foram pro carro rumo à delegacia.

Enquanto isso, Rebekah estava devastada, preocupado com Evan, afinal, havia dias que não tinha notícias dele, seu principal medo era de que o assassino tenha o encontrado e o matado de uma vez.

— Não fica triste amiga, você não pode pensar essas coisas, daqui a pouco ele aparece. - falou Tita, acariciando o ombro da amiga.

— Mas como ele foi sumir assim? Ainda mais sabendo que tem um assassino cruel matando gente por aí? Não faz sentido. - insistiu Rebekah.

— Mas ele é forte e jovem, ele pode estar somente preso ou escondido em algum lugar se preparando para atacar, mas logo ele vai voltar. - disse Mariana, as três estavam na casa de Rebekah, tentando ajudá-la a pensar positivo sobre o sumiço do namorado.

— Não Mari, ele não ia chegar à esse ponto de se esconder assim, eu tô com um mal pressentimento que aconteceu algo muito grave com ele. 

Mesmo com o apoio das amigas, Rebekah passou a noite toda só pensando em Evan, preocupada com o sumiço dele, pois ninguém havia noticiado sobre o retorno dele ainda.

                                      ***

Ao entrar na delegacia com Evan, Mikaela logo tratou de ir até a sala de Augusto.

— Delegado, precisamos ter uma conversa séria. - disse ela, puxando Evan.

— Garoto, que bom ver você! Precisamos de sua ajuda. - falou Augusto, se levantando.

— Já descobriram quem é esse assasino? - perguntou Evan.

— Ainda não garoto. Assim que você desapareceu, fizemos uma investigação naquele mesmo hospital que o Joilson falou para você ir, não encontramos ele, mas sim, várias pessoas deitadas em cãmaras hiperbáricas, exatamente como ele falou, mas se você o viu, precisamos que nos diga como ele é.

— Sim, eu vi o rosto dele na luta.

— Então precisamos que desenhe o rosto dele para identificarmos.

— Eu não sou bom em retrato falado. Além do mais, ele anda com um capuz e máscara para não ser reconhecido

— Mesmo assim será importante você nos mostrar. Venha cá Jonas, ensine ele. 

— Sim senhor.

E logo Evan, com a ajuda de Jonas, conseguiu fazer o esboço de como era o rosto de Mateus, o problema é que ninguém o conhecia, mas mesmo assim, eles não desistiriam.

— Já temos todas as provas em definitivo, só precisamos mesmo é descobrir o paradeiro desse garoto. - disse Augusto.

Quando tudo foi resolvido, Evan começou a escutar vozes conhecidas vindas de longe. Ele não hesitou em seguir aquela voz.

— Ele sentiu algo. - falou Augusto.

— Ele descobriu onde o garoto está. - afirmou Mikaela.

— Vamos atrás dele! - ordenou Augusto, preparando sua tropa. E quando ele começou a ir na direção da mesma, todos perceberam ele, o que fez com que logo em todos os lugares, desde os rádios até a televisão, tivessem como matéria principal "O DIVERSUS VOLTOU!"

— Meninas, liguem a TV. - pediu Tânia, Rebekah obedeceu e viu o anúncio.

— Viu amiga? Eu te disse! - sorriu Tita.

— Falei que ele ia voltar. - respondeu Mariana.

Mesmo feliz, Rebekah ainda estava com um pressentimento ruim e ansiosa, pois queria saber o que havia acontecido com ele pra sumir assim.

Quando Evan finalmente chegou, alguns minutos depois, ele percebeu que o local era um pouco afastado da cidade, em um galpão abandonado tão podre quanto o anterior, a ponto de parecer que ia desabar a qualquer momento. Mas, ele não tinha escolha, precisava entrar e entrou.

Quando entrou, seguiu o som da voz e logo percebeu que não era apenas uma, eram mais de uma voz que gritava por ajuda, tinha mais de uma garota em perigo. Até que percebeu uma pequena tampa embaixo do seu pé, o som vinha de lá, então se ajoelhou, fechou um olho para olhar pelo outro e percebeu o que ele mais temia: as meninas que sobreviveram ao ataque feito pelo Joilson, que ele conseguiu impedir, estavam agora sendo estupradas por homens encapuzados. 

Os gritos delas e a cena que viu foram aterrorizantes para ele, que logo fechou os olhos e se virou de costas, não queria ver aquilo, aquela cena fazia-o lembrar do seu maior trauma, cada detalhe de Danielle sendo colocada naquela posição, seu pai por cima, a luta dele com seu pai até a morte, tudo aquilo voltava como um flashback.

— Pelo visto você ainda não superou isso né? - disse a voz de Mateus.

— Cadê você? - Evan olhou em volta.

— Acho que descobri o seu ponto fraco. - riu Mateus.

— Apareça sua cobra covarde! - rosnou Evan.

— Ah, você me acha uma cobra? Então vai gostar de conhecer minha amiguinha! 

Evan respirou fundo e retornou a sua concentração para a cena que via, precisava impedir que aquilo acontecesse, então quebrou o vidro da janelinha e pulou bem nas costas do indivíduo, apenas para ele virar rapidamente e acertar-lhe um golpe no rosto, voando para longe. Evan então foi pego pelas mãos por duas cordas e puxado para cima, onde acabou aparecendo Mateus.

— Agora você vai ficar aí quietinho, até meus amigos matarem essas desgraçadas que fizeram mal pra Tita. - disse ele

— Você era tão amigo assim da Tita para querer se vingar delas? - perguntou Evan.

— Não, isso foi apenas para te atrair até aqui com os gritos delas, mas já que eu comecei tenho que terminar isso né? - ironizou Mateus.

— Você é maluco! Se quer se vingar de mim, deixa elas em paz. Você quer vingança? Luta comigo, se vinga de mim mas solta elas.

— E se eu não quiser?

Enfurecido, Evan se soltou das cordas e voou em Mateus. Sua reação foi tão rápida e inesperada para o vingativo que ele nem teve tempo de se defender, Evan distribuía socos por todo o rosto dele enquanto Mateus retribuía todos os golpes. Com o calor do momento da luta, ambos caíram no subsolo do galpão, onde Mateus pegou um pedaço de concreto e acertou Evan na cabeça, o jogando pro lado.

— Agora! - gritou ele.

Então, todos tacaram fogo nas garotas desacordadas com lança-chamas, envolvendo-as numa bola de fogo, que ajudou Evan a perceber que um deles tinha uma tatuagem de uma alguma palavra em chinês no pulso direito, exatamente como no dia em que visitou o laboratório onde os dois se enfrentaram pela primeira vez. Ou seja, eles eram aqueles homens que estavam dentro da câmara hiperbárica que ele viu.

— Você... você colocou alguma coisa neles para enfeitiçá-los e fazê-los obedecer tudo que você mandar? - perguntou Evan, indignado, enquanto se levantava.

— Quem enfeitiça é bruxa! Eu apenas usei um soro que roubei de um cientista louco da região para aplicar neles. Agora, eles fazem tudo que eu mando! - disse Mateus, rindo.

— Seu psicopata miserável! - gritou Evan, partindo pra cima dele de novo.

Mas, Mateus rapidamente conseguiu desviar dele, que logo foi agarrado por trás por um dos capangas.

— Bom, terminem o serviço por mim, estou cheio de coisas pra fazer. - disse Mateus, acenando enquanto saía.

Evan bem que tentou se soltar, mas ele era forte demais, logo veio outro para cima dele primeiro o socando no rosto várias vezes, deixando o seu rosto roxo e inchado. Quando ele parou, Evan decidiu que precisava ir além e então se desvencilhou do rapaz com uma chave de pescoço, em seguida, o chutou nas costas, o jogando em um dos pilares de sustentação do local, desmaiando.

Em seguida, o outro tentou acertá-lo com o lança-chamas, mas Evan era mais rápido e habilidoso, com isso, desviou das chamas, deslizando pelo chão e o acertou nas pernas, o derrubando. O capanga então, tentou usar a força e partiu pra luta, tentando usar uma barra de ferro bem grossa para acertá-lo, Evan desviou dos golpes até conseguir pegar na barra e dobrá-la ao meio, mas isso não intimidou o rapaz, que logo tentou chutá-lo, mas Evan o segurou pelo pé e o jogou no teto, acertando-lhe a lâmpada, causando um curto-circuito na mesma e quando ele voltou ao chão, desmaiou.

Depois, veio o terceiro, que lhe acertou no rosto durante uma distração, quando Evan se deu conta, levou outro soco, mas no terceiro murro, desviou. Tentou outra vez e Evan segurou seu pulso, finalizando com uma cabeçada, o fazendo ir pra trás. Depois de socar o rosto dele várias vezes, Evan chutou-lhe na barriga e o arremessou contra uma pilastra, a mesma se quebrou no meio em vários pedaços. Quando ele tentou sair dali, Evan pegou outro pedaço e bateu com tudo na cabeça dele, o derrubando, mas precisava logo sair dali, pois o prédio iria desabar com três pilares de sustentação quebrados. Ele correu, correu, até que conseguiu subir para o hangar, onde viu apenas a mão do último rapaz aparecendo, pedindo ajuda, mas logo morrendo.

Durante a distração, quando havia baixado a guarda pensando que não havia perigo, sentiu algo o apunhalando por trás, era uma lâmina gigante que atravessou-o das costas ao peito.

— Desde a nossa primeira luta eu sabia que seria difícil te derrotar corpo a corpo, então, como o rei do preparo, cá estou eu, com algo que você nunca escapará. - disse Mateus, no seu ouvido, logo o jogando no chão.

Enquanto Evan agonizava, Mateus se ajoelhou ao seu lado.

— Quando chegar no além, diga pro meu irmão que estou com muitas saudades. - ele sussurrou, antes de deixar o local em definitivo.

Tentando manter-se consciente e se levantar, Evan acabou fazendo tanto esforço que acabou desmaiando e, poucos segundos depois, todo o prédio desabou sobre ele.    


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Notas finais do capítulo

Claro que o Evan não morreu né gente? O Diversus é mais forte do que parece, mas... algum palpite de como ele irá sair dessa?



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