-Uma vampira que dorme! – exclamou Deneve

-Qual o problema? – perguntei sem entender

-Ora, vampiros não dormem! – exclamou Deneve

-Como não? – perguntei surpresa

-Vampiros não dormem, podemos fechar os olhos, perdemos a noção do tempo... O máximo que pode acontecer é ficarmos inconscientes por algumas horas – disse Genesis

-Tá, então como é que eu consigo dormir?

-Bem... – disse Deneve com uma mão no queixo, como se ordenasse às idéias – Um tempo atrás, quando fui visitar uma amiga, ele me contou sobre um vampiro que tinham apelidado de Vampiro do sono, eu não sei o porque do apelido, mais pode ser que quando ele infecta um humano, tornar-se um vampiro capaz de dormir.

-Sei que é descortês perguntar, mais você se lembra como foi que você virou uma vampira, Valquiria? – indagou Easley

-Foi quando voltava da casa de uma amiga, eu só me lembro que ele tinha cabelo e olhos dourados.

-Ele disse alguma coisa? – indagou Deneve

-Se não me engano disse “sinto muito”

-Interessante... – disse Deneve caminhando de um lado para outro

-Deneve, precisamos arrumar algumas coisas – disse Genesis se levantando.

-Vamos – disse Deneve saindo

Genesis se despediu de mim e também saiu.

-Easley, você por acaso teve algo com a Kaori?

-Quase – disse ele vagamente

-Quase?

-Não demos certo.

-E quanto a Mary?

-Não rolo nada e nem vai rolar.

-Tem certeza?

-Por que o interesse? – perguntou ele me encarando

-Porque ela tá apaixonada por você.

Ele riu

-Não é engraçado – o repreendi

-Tem razão, mais pensei que você tivesse se acostumado com isso, somos vampiros, Valquiria. É normal isso acontecer.

-Você está enganado – discordei rapidamente

-Por acaso, você acha mesmo que naquele colégio não tem nenhum humano apaixonado por você?

O olhei meio seria.

-Easley, mesmo assim.

-Valquiria, eu não posso fazer algo que não queira.

-Eu entendo as suas razoes.

-Que bom.

-Agora, você alguma vez se apaixonou de verdade?

-E você?

-Me responde.

-Agora é minha vez de fazer perguntas.

-Sua vez? – indaguei levantando uma sobrancelha

-Uhum.

Era então o começo do interrogatório.

-Você já se apaixonou de verdade?

-Até o momento não.

-Qual é o seu sonho?

-Sonho? Eu não tenho sonho.

-Como não? Todos nós temos.

-Eu queria ser cantora, mais depois perdi essa vontade.

-E por que perdeu?

-Acorda pra vida, Easley. Como você quer que eu seje uma cantora sendo uma vampira?

-Não vejo mal nisso.

-Como você é cabeça-dura – resmunguei

-Não acho.

Ri e ele também. Me despedi dele e fui embora.