Contos de Uma História Sem Fim escrita por Leh


Capítulo 1
Mischief Managed


Notas iniciais do capítulo

Oii, tudo bem?
Primeiramente, queria dizer que a ideia inicial era um capítulo bem curto, mas acho que me empolguei um pouco. De qualquer forma, me perdoem se tiver enrolado muito.
Boa leitura!



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Harry respirou fundo, transparecendo seu nervosismo por estar novamente sentado em uma cadeira preta, ao lado de pessoas chorosas e outras que se sensibilizavam com as dores alheias, esperando que alguém a quem amara tivesse seu corpo depositado em caixão frio, para que mais tarde estivessem enterrados na terra escura. Pensou na Sra. Weasley. A mulher emagrecera consideravelmente mesmo em tão pouco tempo e estava com uma aparência terrível, ao lado dela, o Sr. Weasley parecia frágil, como um vaso de porcelana que quebraria com um único toque. Mas fora ela quem resolveu continuar ali mesmo após enterrar seu filho, pois sentiu que deveria estar ali quando sepultassem Lupin e Tonks.

  Por fim, pensou em Teddy e não conseguiu prestar a mínima atenção no que diziam. Se sentiu imensamente sortudo, afinal, seus pais comemoraram seu primeiro aniversário, celebraram seus primeiros passinhos e até o viram voando em uma mini vassoura dada por seu padrinho. Padrinho esse que mesmo inconsequente fora o melhor que Harry jamais poderia pedir. Enquanto isso, Remus e Tonks deixavam esse mundo antes que o pequeno menino completasse seu primeiro mês. Além disso, Harry Potter, o menino que sobreviveu – ou o eleito, como preferir, não sabia nem mesmo segurar um recém nascido de forma correta, quanto mais ser um padrinho decente.

Remus e Tonks seriam enterrados juntos, assim como Lily e James um dia foram. Mortos no mesmo dia, ao final de uma guerra, deixando uma criança órfã. 31 de outubro e 2 de maio sempre trariam um peso no coração de Harry, o dia em que o primeiro e o último maroto deram seus últimos suspiros.

Pensou também em Sirius, e no fato de que nunca tivera um corpo para que houvesse um funeral. Olhou rapidamente às pessoas em volta, quantos deles chorariam sobre o corpo do homem que o amou como um filho? Era injusto que Sirius não houvesse tido nada do que merecesse: pais decentes, a verdade sobre seu irmão, sua liberdade, um enterro digno. A lealdade de seus amigos.

Assim, uma lágrima silenciosa escapou de seu olho esquerdo. Amava tanto seus amigos que não conseguia entender o que levara Peter Pettigrew a trair os seus. Já sentira raiva dele, assim como nojo e forte repulsa, porém, no momento, sentia algo vazio. Não era raiva, tampouco nojo ou desprezo. Era uma tristeza tão forte que o fez fechar os olhos e suspirar pesadamente tentando afastar qualquer pensamentos ruins que impedissem seu sono mais tarde, como acontecia constantemente desde a batalha final.

Foi então que sentiu uma aperto diferente no peito. Não um aperto, na verdade, era como um leve calor, surgindo do interior de seu bolso onde se encontrava um pedaço velho de pergaminho, que ele não sabia ao certo porque guardara ali antes de sair de casa, mas aquilo pareceu certo no momento.

O pergaminho se abriu ao seu toque, revelando o que realmente era: O Mapa do Maroto, criado há anos por James Potter, Sirius Black, Peter Pettigrew e Remus Lupin. Aquilo nunca havia acontecido, no geral era preciso dizer algumas palavras ao apontar sua varinha, mas foi só seus dedos entrarem em contato com o papel que foram-lhe apresentados os dizeres:

 

          Os senhores Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas têm o orgulho de apresentar o Mapa do Maroto.

 

Seu último pensamento foi na realidade algumas lembranças. O dia em que se comunicara com Sirius e Lupin pela lareira, dois anos atrás. Lembrou-se do olhar dos dois ao falar sobre seu pai, um olhar parecido com o dele próprio quando pensava nos bons momentos que vivera no passado, algo parecido com uma nostalgia, mas mais forte. Lembrou-se também da forma como o padrinho estivera feliz ao ver a casa cheia no natal e no sorriso de seu antigo professor contando sobre o nascimento de seu filho. Até mesmo o olhar beirando piedade nos olhos de Rabicho pouco antes de morrer, quando poupou a vida do herdeiro de seu velho amigo a quem traíra.

Assim que olhou novamente, viu que o Mapa apresentou novas palavras:

 

                    Malfeito Feito

 

Sorriu, como não sorrira haviam dias. Eles não morreram em vão afinal. Com exceção do terceiro, lutaram todos por uma mesma razão. Para que pessoas como ele e Teddy pudessem viver seguros e felizes e prometeu a si mesmo que suas memórias nunca seriam apagadas.

O mapa permaneceu daquela forma até o final do enterro de seu último criador, quando voltou a ser o que era. Um pedaço de pergaminho velho que carregaria a essência de seus inventores por toda a eternidade.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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