7 years - Jily escrita por Pads


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Enjoy :)



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No primeiro e segundo ano, era indiferença. 

Na primeira vez que o viu, todos os primeiranistas aguardavam seus nomes serem chamados para o chapéu seletor decidir em qual casa eles passariam seus longos sete anos na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Assim como Lily, todos pareciam ansiosos e tímidos com os olhares de toda a escola sobre eles, menos o garoto de cabelos rebeldes e óculos redondos. No meio da inquietação e dos cochichos entre os alunos, ela escutava sua risada alta e despreocupada junto a de um garoto de cabelos negros e olhos cinzentos, totalmente alheio ao seu redor. Mas Lily não prestou muita atenção nele depois desse momento, nem quando ele foi selecionado para a mesma casa que ela, e nem pelo resto daquele ano, ou no próximo. Extasiada com o novo mundo que acabara de entrar, tão diferente de tudo que estava acostumada, ela se sentia “atrasada” em relação aos outros alunos que cresceram em meio à magia e, por isso, sentia que tinha que dar o seu melhor. E ela deu. Estudava bastante, tirava sempre as maiores notas da turma e passava seu tempo livre com Severus Snape, seu melhor amigo de infância, ou Marlene McKinnonDorcas Meadowes e Alice Prewett, suas colegas de quarto cuja amizade surgiu logo no primeiro dia de aula. Essa era sua rotina e assim ela passou os seus primeiros dois anos, alheia à presença do garoto com a risada contagiante. 

 No terceiro ano, era curiosidade. 

Começou com olhares. No salão principal, ao se esbarrarem pelos corredores, no salão comunal enquanto ela ficava com suas amigas e ele com seus amigos, algumas raras vezes durante as aulas. Lily não sabia o que era, mas alguma coisa naquele garoto, James Potter, agora ela sabia, a fazia querer observá-lo. O jeito que ele sempre parecia animado; seu sorriso brilhante e maroto; o jeito dele sempre parecer estar planejando alguma coisa, o que na realidade era bem provável, já que ele e seus amigos eram responsáveis por deixar a professora McGonagall maluca com suas pegadinhas pela escola; o jeito que ele sempre bagunçava mais seus cabelos naturalmente revoltados. Tudo isso ela observava e, muitas vezes, ele a observava de volta. Mas era só isso: olhares. Lily ainda mantinha sua rotina, e ele ainda era apenas o garoto do seu ano que gostava de se aventurar com seus amigos.  

 No quarto ano, era implicância. 

Potter já era conhecido como um dos garotos mais bonitos do seu ano, se não de toda a escola. Além da fama entre as garotas, ele também tinha fama entre os professores. De fato, ele e seu grupo, os marotos, eram os garotos mais encrenqueiros da escola. Remus Lupin e Peter Pettigrew eram mais quietos, porém, ele e Sirius Black eram a dupla com mais detenções do que todos os alunos da escola, sempre por trás de alguma pegadinha envolvendo, em sua maioria, sonserinos. E, no meio disso tudo, ele simplesmente não conseguia parar de chama-la para sair. Começou aos poucos, um convite para Hogsmeade que, para a surpresa do moreno, um dos garotos mais cobiçados de Hogwarts, com a população feminina aos seus pés, foi negado pela ruiva. E então, começou. Lily já havia perdido as contas de quantas vezes ouvira um “Hey Evans, quer sair comigo?” ao passar pelo Potter nos corredores. Para ela, era puro orgulho ferido da parte dele, o que acabou tornando-se para ela um jogo divertido cada vez que bolava uma resposta diferente para dizer não ao garoto. “Não Potter, eu não sairia com você nem se o próprio Merlin viesse aqui e me implorasse”. Era apenas divertido demais vê-lo não conseguir algo que tanto insistia. 

No quinto ano, era raiva. 

A fase das brincadeiras havia passado, agora Lily Evans só sentia raiva, muita raiva. Para ela, Potter e seus amigos começaram a passar dos limites com suas brincadeiras, e precisavam amadurecer. Além disso, seu melhor amigo Severus havia se tornado agora o principal alvo dos marotos, fazendo com que Lily tenha que conviver vendo o amigo sendo ridicularizado pelos meninos. Mas o pior foi aquele dia. Lily ouvira que os marotos estavam, mais uma vez, implicando com Sev nos jardins, e foi correndo ajuda-lo. Ao chegar lá, se deparou com o amigo flutuando de cabeça pra baixo enquanto Potter se preparava para abaixar suas calças na frente de um grupo enorme de pessoas que riam. Seu sangue ferveu. Ela gritou para eles pararem, e foi aí que aconteceu. Ouvir seu amigo chama-la daquela palavra horrível a fez retornar para as suas inseguranças que a atormentavam desde o primeiro dia em Hogwarts. Snape sabia o quanto ela se sentia mal em ser tratada como inferior, o quanto ela já se sobrecarregou tentando ser a melhor e provar para os outros que era digna sim de estar ali, mesmo não tendo nascido naquele mundo como eles, e ouvir aquele insulto saindo da boca deleo amigo que sempre esteve ao seu lado, foi demais. Ela sentiu raiva de Snape, por tê-la insultado, sentiu raiva do Potter, por sair por aí humilhando os outros como se ele fosse o melhor, e raiva de si mesma, por ainda se permitir ficar tão abalada por apenas uma palavra ridícula proferida por pessoas que achavam que sangue era o que definia se uma pessoa era digna ou não. Então ela correu. E, pelo resto do ano, ela fugiu das desculpas de Snape, brigava ferozmente com o Potter quando ele tentava chama-la pra sair, e apenas ficava com suas amigas. A amizade dela com Marlene, Dorcas e Alice apenas se fortaleceu depois do distanciamento dela e de Snape, e as quatro tornaram-se inseparáveis. No último dia de aula, antes de embarcarem, quando estava tendo mais uma briga com o Potter, ela explodiu e decidiu que jogaria algumas verdades na cara dele, porque parecia que ninguém ainda o tinha feito, e ele precisava acordar e ver que a vida não era uma eterna brincadeira, que o que ele fazia já havia passado dos limites do aceitável há muito tempo, que ele não era mais uma criança e que deveria começar a amadurecer e parar de ser arrogante, egocêntrico e humilhar as pessoas por diversão como um completo babaca. E foi isso que ela fez. Depois disso, ele ficou calado, e ela entrou no trem. 

 No sexto ano, era surpresa. 

Lily se viu chocada ao perceber que Potter não a havia incomodado na primeira semana após voltarem à Hogwarts. Mais chocada ainda quando, após um mês, além de não implicar com ela, os marotos também haviam diminuído o ritmo, não pararam de aprontar, obviamente, era a essência deles, porém estavam bem mais controlados do que nos últimos tempos. Mas o que Lily realmente não estava esperando era que Potter, num dia qualquer, a parasse num corredor e a agradecesse. Lily simplesmente não poderia estar mais surpresa ao ver aquele garoto arrogante parado na sua frente a agradecendo por tê-lo aberto os olhos e o feito perceber que, realmente, ele estava agindo como um babaca. E desde então tudo mudou. Ela realmente começou a reparar que James Potter estava diferente. Ainda com os cabelos desgrenhados e o sorriso maroto, porém mais... maduro? É claro, ele ainda fazia brincadeiras, mas não era mais imaturo ao ponto de humilhar as pessoas de graça, estava um pouco mais focado nos estudos, até porque pedir mais do que isso seria demais para ele, Lily reconhecia isso, e ele até havia parado de sair por aí colecionando garotas como troféus, mania que irritava a garota profundamente. O moreno realmente havia amadurecido, e Lily estava surpresa. No bom sentido, é claro.  

 

No sétimo ano, era amor. 

Lily não sabia exatamente quando tinha começado. Ela e James Potter haviam construído uma convivência amigável desde a mudança do garoto. Depois de um tempo, alguns esbarrões em Hogsmeade e a entrada de Marlene no time de quadribol da grifinória, os marotos e as amigas de Lily se tornaram bons amigos. Com Marlene e Sirius e sua relação de cão e gato, Dorcas e Remus com o amor secreto que nutriam um pelo outro, Lily se viu passando parte do seu tempo livre com os marotos, os quais ela descobriu serem bem legais. Até que um dia, numa aula de poções, o professor Slughorn passou um trabalho em dupla para a execução da poção amortentia, a poção do amor mais poderosa, e a dupla sorteada de Lily era ninguém mais ninguém menos do que James Potter. “Como a vida é engraçada”, ela pensou, mas agora como eram amigos, não havia tanto problema. E foi assim, em meio aos encontros para realizar as fases do preparo da poção que levaria um mês para ficar pronta, que Lily descobriu que James Potter era bem diferente do que pensava. Ela descobriu que ele desde pequeno sonhava em ser jogador de quadribol, mas que, com a ascensão do novo bruxo das trevas e a guerra eminente, ele decidira que queria ser auror e lutar, pois ele simplesmente não poderia ignorar tudo o que estava acontecendo e ir jogar quadribol, mesmo estando “protegido” pelo seu sangue puro. Descobriu que ele era muito leal aos seus amigos e não hesitaria em dar a sua vida por cada um deles, que seus pais eram as pessoas que ele mais admirava no mundo, que sua cor favorita era vermelho e ele até a confidenciou que ele e seus amigos haviam se tornado animagos ilegais. Lily descobriu que ele era uma pessoa muito fácil de conversar, e se viu também se abrindo com ele. Contou-lhe sobre sua relação conturbada com sua irmã, a insegurança que tinha em relação à ser nascida trouxa e que a amizade com as meninas a ajudou a superar isso, seu medo de altura, sua antiga amizade com Snape que já não existia mais e que também queria ser auror. E eles conversavam até depois de finalizar o que tinham que fazer. Uma vez, de tão tarde que era, Lily até chegou a cair no sono sem querer no ombro do garoto, e dormiu sentindo o cheiro do shampoo do moreno, que era bem diferente, ela não sabia definir, mas era bom. Eles começaram a ficar bem próximos, todos notaram. Suas amigas até comentaram que parecia estar rolando um clima entre eles, coisa que Lily negava veementemente. Para a ruiva, eles eram apenas bons amigos. Tinha certeza de que nada havia mudado, até o dia em que finalmente finalizaram a poção e ela pôde sentir perfeitamente o cheiro de livros novos, café fresco e... aquele maldito shampoo. Ela o olhou completamente atônita, e percebeu que o moreno lhe estava dirigindo o mesmo olhar, como se estivesse acabado de descobrir algo igualmente importante, e depois de um tempo a encarando, James pronunciou uma frase bem conhecida pela ruiva, embora não a escutasse há muito tempo. “Hey Evans, quer sair comigo?”. Dessa vez, ela não disse não.


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