O príncipe babaca e a florista iluminada escrita por Elizabeth Darcy


Capítulo 6
Jantar Romântico??




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POV Eliza

Ouvi duas batidas na porta e quando fui abrir, Arthur entra comigo na cabine, estava com minha blusa presa entre os dedos escondidos atrás das costas, e tinha um sorrisinho de canto de boca, que tive vontade de tirar no tapa.

—Te devolvo sua blusa se me prometer que vai jantar lá em casa hoje a noite - abri a boca para retrucar — me deixa terminar, foi uma intimação da Jojo.

Me encosto nele para tentar pegar minha blusa, no entanto ele antecipou meus movimentos e me “prendeu” ao passar um braço pela minha cintura, então me encostou na parede, e parou com o rosto bem perto do meu.

—Vou considerar que você aceitou - então ele me olhou e se aproximou como se fosse me beijar, então no último segundo, beijou minha bochecha, e puxou minha mão e colocou minha blusa nela.

Coloquei a blusa de qualquer jeito e sai atrás dele, mal notei que as outras modelos já tinham chegado ao camarim e olhavam a cena, perfeito, os rumores que estávamos nos pegando nos provadores era tudo que eu precisava.

O caminho de volta foi silencioso na maior parte do tempo, eu estava emburrada e toda vez que Arthur me olhava ele ria da minha cara.

—Vai ficar braba comigo o caminho todo? Foi só uma brincadeira.

—Uma brincadeira bem boba, todo mundo ficou comentando, é você poderia ter simplesmente me pedido, sabe que eu faria qualquer coisa que a Jojo me pedisse.

—Nunca, nem sob tortura diga isso para aquela pequena monstrinha disfarçada de adolescente, ela faria você de gato e sapato.

Depois disso o clima no carro, ficou mais leve, e passamos o resto da viagem entre risadas e histórias do tempo em que estivemos afastados. Estava tão distraída com uma das aventuras do Arthur, que mal notei que já tínhamos chegado ao bairro de Fátima, menos ainda que em frente ao Flor, estava estacionado o carro da família Monteiro.

Assim que Arthur estacionou o carro, e eu desci, vi ele acenando para todos e antes de ir embora, se virou para mim e disse:

—Venho te buscar às 20h, Jojo vai ficar muito feliz em te ver de novo. - então ele arrancou e eu fui sentar com minha família.

—Filha senta aqui, como foram as fotos? — Germano (ainda era um pouco difícil pensar nele como meu pai) me pergunta.

—Foram ótimas, a empresa pretendem fazer uma festa de lançamento daqui mais ou menos um mês, fiquei muito animada com a proposta que eles apresentaram, acho que tem tudo para ser um grande sucesso. Mas chega não quero ficar falando de trabalho, como está o Gui?

—Daqui um pouco vou pegar Lili, e vamos na escolinha buscar ele, e um menino esperto, muito inteligente, ativo, adora atividades ao ar livre, sabe você deveria passar uns dias conosco para poder ficar com ele, falamos de você e ele tem perguntado sobre a irmã. Gostaria de ir comigo, você poderia jantar conosco.

—Pai, adorei o convite e prometo aceitá-lo em uma próxima oportunidade, mas é que já marquei de jantar com a Jojo e o Arthur hoje, minha pulguinha me intimou a aparecer por lá.  Vamos marcar algo para o próximo final de semana, pode ser?

—Sua mãe comentou comigo que você tem ficado bastante tempo com esse cafajeste, devo me preocupar com isso?

—Dona Gilda está vendo coisas onde não existe nada, foram apenas poucos encontros e a maioria profissional, não tem nada com que se preocupar minha história amorosa com Arthur acabou. 

—Se você diz isso, vou confiar na sua maturidade e na sua inteligência, você não cairia duas vezes na lábia daquele playboy - dito isso, ele se levantou, deu um beijo na minha testa e disse que precisava ir, mas que eu devia um jantar para eles.

Tinha um tempinho antes do Arthur vir me buscar, resolvi que poderia ajudar minha mãe na cozinha, então fui até ela.

—Mãe, precisa de alguma ajuda? 

—Sim filha, por favor, coloca as luvas e tira as empadinhas do forno - fiz o que ela me pediu, antes de dizer para ela:

—Dona Gilda, a senhora precisa parar de fantasiar, já disse mais de uma vez que não tem nada acontecendo entre mim e o Arthur.

—Ai Eliza, eu só me preocupo com você e comentei com seu pai que vocês estavam se vendo bastante.

—Bom já que senhora está pensando desta forma, aviso que vou jantar com ele de novo, Jojo me convidou - decidi ser um pouco má - não me espere acordada, não sei que horas volto - depois disso saí da cozinha.

Dayse e Carlinhos estavam na casa de coleguinhas, então fui até meu quarto escolher a roupa que iria usar, porém quando puxei algumas peças vi lá no fundo o cartaz que Arthur tinha me dado muito tempo atrás, logo depois da prova do beijo.

Puxo o cartaz e me sento na cama, então sou inundada por lembranças boas e ruins, momentos que me marcaram e me transformaram, hoje sei que se não fosse pelo trabalho conjunto entre mim e Arthur eu não teria chegado onde estou hoje, olho para aquele cartaz e mal me lembro da garota de rua que vendia flores.

E nesse momento nostálgico me permiti fazer uma pergunta que evitava ao máximo, mas que rondava minha cabeça, como teria sido se tivesse sido Arthur a ir comigo para Paris? Sacudi a cabeça, e antes que eu fosse muito longe nesse devaneio, resolvo ir tomar um banho pra lavar essas ideias malucas.

Quando terminar de me arrumar, fui para frente do espelho, estava com um vestido vermelho, de cetim, com uma camada de renda que cobria ele inteiro, incluído meus braços, até os pulsos, na parte de cima ele era justo, e terminava em uma saia rodada, era um vestido bonito, delicada e com um ar romântico, calcei sapatos meia-pata pretos, passei uma maquiagem leve e prendi o cabelo em um coque com alguns fios soltos.

Enquanto descia as escadas para o Flor escutei a voz do Arthur, conversando com minha mãe, sobre minha carreira.

—Sim Gilda, a agência pretende manter a Eliza no Brasil por um tempo, a pedido da própria inclusive, mas ela tem se destacado muito, a carreira dela ainda está no começo, mas vejo um futuro brilhante para nossa garota, e pode ter certeza que vou trabalhar para isso acontecer.

—Arthur não sabia que você já tinha chego, espero que não tenha te feito esperar muito - digo parando ao lado dele, e lhe dando um abraço.

—De forma alguma, acabei de chegar e estava conversando com sua mãe, aliás se me permite dizer - pegou minha mão e me fez dar uma giradinha - você está simplesmente encantadora.

—Bobo, você também não está nada mal, vamos? Não quero deixar a Jojo esperando, estou morrendo de saudade dela, e tenho alguns presentes pra minha pulguinha.

—Claro, o carro está logo mais ali na frente, bom Gilda, foi um prazer revê-la, e saiba que vou aceitar sim o convite, e trago Jojo e Cida para jantarmos aqui qualquer dia.

—Tchau mãe, prometo não voltar muito tarde — quando me aproximo para lhe dar um beijo, ela cochicha pra mim ter juízo.

Quando chegamos ao apartamento de Arthur, tomamos um choque, o lugar estava todo decorado de forma muito romântica, ambiente a meia luz, pétalas de rosas sobre a mesa, velas, duas taças de champagne e uma garrafa no gelo, e o pior de tudo, nenhum sinal de Cida ou Jojo, o que elas estavam aprontando.

—Antes que passe pela sua cabeça, eu não tenho nada haver com isso, quando eu saí pra te buscar meu apartamento não parecia uma cena de filme romântico clichê.

—Nem esquenta Arthur, sei que isso tem os cinco dedos da Jojo, vem vamos desmanchar isso e aproveitar a comida, afinal estou aqui, e um jantar me foi prometido, e saiba que estou com fome.

—Que novidade Eliza de Assis com fome, acho que nunca vi isso acontecer - ele diz debochado, passo e dou um empurrão de leve.

Depois que tiramos o clima do ambiente, sento na mesa e encontro um bilhete que pela letra reconheço ser da Jojo.

“Infelizmente Cida teve um contratempo e teve que sair, e quanto a mim, esqueci que já tinha marcado de sair com o Meleka, então aproveitem o jantar.”

Jojo

Entrego o bilhete para o Arthur quando ele termina de trazer as travessas para mesa, espero que ele termine de ler.

—Essa menina vai ver só a hora que voltar para casa, ela acha que pode ficar inventando essas coisas e sair impune, era só o que me faltava, ela começar com essa história de novo.

—Relaxa Arthur, aposto que tudo foi apenas uma brincadeira, senta, deixa eu te servir — falo pegando o prato dele e começando a colocar as coisas como sei que ele gostava.

Depois desse começo conturbado o restante do jantar se passa de forma tranquila, Arthur e Eliza conversam sobre suas aventuras nesses dois anos, comentam sobre coisas que ainda querem fazer, aventuras a serem vividas, Arthur quer pular de bungee jump, Eliza quer conhecer a cidade de bonito no MS, depois eles fazem planos para a carreira de Eliza, imaginam onde vão estar daqui cinco anos, então Arthur sugere que eles assistam um filme, ela aceita, e enquanto serve mais duas taças de vinho, Arthur coloca o filme “Luzes da Cidade”.

—Achei que você ia gostar de assistir novamente esse filme, foi tão especial da primeira vez, e sei que você adora o Carlitos, mas se quiser outra coisa.

—Não, esse está ótimo, me apaixonei por este filme desde a primeira vez que eu vi.

No meio do filme, já com as taças vazias e que percebo que estendi as pernas e elas estão por cima das do Arthur, e que ele está me fazendo um carinho, opto não dar bola para isso por enquanto, mas assim que o filme terminar vou embora, não sei se quero confundir as coisas de novo.

Quando sobem os créditos, percebo que tive a mesma experiência que a da primeira vez, ri, chorei e ri novamente, então quando me espreguiço e me levanto, Arthur faz o mesmo, então antes que eu perceba, ele me puxa para um abraço, então fala com a boca perto do meu pescoço.

—Obrigada pela noite maravilhosa, ver você se emocionando com Chaplin, ainda tem o mesmo efeito em mim, me traz aquela sensação que aquece o coração. 

Fico sem reação, e me mexo dentro do seu abraço, então ele afrouxa o seu aperto e coloca uma mão em meu rosto, então se aproxima para me dar um beijo no rosto, mas por algum motivo viro o rosto e damos um selinho.


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Notas finais do capítulo

BEIJARAM!!!!!!!!!!



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