Escola de Mutantes e Humanos - Interativa escrita por LudyMii


Capítulo 11
O pacto de sangue


Notas iniciais do capítulo

Capítulo bem grande e muito pensando, feito com carinho para vocês. Espero que gostem!



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~P.O.V Lydia Argent~

Adentrei naquele lugar calmo, conhecido como biblioteca. A decoração estava por conta das estantes quase até o teto e pelos livros que as compõe.

A minha presença acabou exigindo um pouco mais de concentração das pessoas que já se encontravam presentes. Os olhos se fixavam mais, mãos eram levadas à cabeça, na tentativa de encontrar o foco de novo. Mas todos estão em silêncio, respeitando a regra básica do ambiente. Cada um encontrara seu cantinho e concentrados, escreviam palavras indecifráveis ao olhar alheio, mas que transmitia sentimento para quem as escrevia.

Aos poucos as coisas vão se acalmando, não se ouve mais barulho de piso rangendo nem cadeiras arrastando.

Olho em volta. Chama-me a atenção um aluno no segundo andar. Ele aprofundava-se em uma enorme enciclopédia, lembrando-me de uma frase "A leitura engrandece a alma" de Voltaire, seu nome verdadeiro era François Marie Arouet. Sua morte foi algo triste para mim.

Um relógio de madeira ficava pendurado na parede. Achei bem pequeno para uma biblioteca desse porte. Mas lá dentro, ninguém parecia se importar com as horas. Aquele relógio é um mero coadjuvante em meio a tantos livros e pessoas que os procuram.

Percebo então o cheiro característico de biblioteca, que me remeteu a lembranças do tempo em que viajava. Lugares; culturas e línguas.

Ao subir as escadas, um título me chama a atenção: “Formando alunos produtores de texto”. A capa estampa a silhueta de um adolescente segurando uma caneta e escrevendo em um caderno branco. O livro parecia nunca antes folheado, sem dobras e sem poeira. Mas prefiro os livros antigos, imperfeitos, com “orelhas”. Tocar as páginas amareladas e ler aquelas palavras há tanto tempo impressas dão uma sensação de legitimidade.

Segundos depois, a voz fina de Ms. Grim tomou conta do lugar, pelos auto-falantes. Fazendo daquele lugar silencioso, barulhento.

"Atenção alunos e professores, dirijam-se as suas salas, a partir de agora daremos início as aulas."

Assim, desci as escadas e caminhei em direção a grande e velha porta de entrada. Ao passar dela, continuei pelo corredor das salas. Abri minha pasta e de lá tirei um papel dobrado. Desembrulhei-o e li o que estava escrito "Sala 17". Segui por uma sequência de números que denominavam as respectivas portas.

— Quinze, dezesseis... - Contava por cada uma que passava e por fim cheguei a de número 17, a qual eu daria minha primeira aula do dia. Adentrei no local, sentando-me em uma cadeira de professor. Observei a sala. Ela era igual as outras. Havia apenas uma janela de tamanho adequado, já que podia se observar o vasto campo de treinamento, mas suas barreira altas de concreto impediam que a atenção dos alunos fosse perdida.

Ouvi passos ao meu lado direito, onde se encontrava a porta e me levantei. Uma jovem de cabelos negros, olhos verdes brilhantes e de altura mediana entrou em minha sala com um ar de prepotência e pareceu não notar minha presença, ou talvez fingia que não, decidi que ficaria atenta a ela. Ela estava acompanhada de uma garota asiática com um sorriso gentil. As duas caminharam até o final da sala e sentaram-se na última carteira, vulgo "fundão" ao lado da janela.

Logo em seguida, uma garota, um pouco mais baixa adentrou, sua aparência frágil e um olhar triste com olheiras leves me trouxe certa preocupação. Ela era pálida como um fantasma e seus cabelos esbranquiçados acompanhavam seus olhos que possuiam um tom acinzentado, talvez por conta de uma mutação, pensei. Seu traço mais vivo eram as maçãs do rosto acentuadas. Por sua aparência um tanto singular, percebi que a conhecia de algum lugar, e logo me recordei de onde. Havia me esbarrado nela logo de manhã, o que não me deixou animada em recebe-la em minha turma.

Segundos depois, uma outra jovem apareceu. Era alta e herdava cabelo e olhos castanhos, e quando seus olhos encontraram os meus senti insegurança de sua parte, parecia que temia minha presença e para deixa-la à vontade, fitei por um estante minha pequena agenda, em cima de minha mesa.

Assim, em questão de minutos, todos se encontravam em minha sala. Não reclamei pelo atraso dos demais, já que era o primeiro dia e devemos relevar por este motivo.

Levantei de minha cadeira e olhei para todos e eles passaram a me encarar. A turma não parecia animada, percebi que alguns bocejavam e outros já haviam colocado seus fones de ouvido. Então me pronunciei.

— Aham! - Pigarreei para os que usavam fone. Com apenas um olhar e um aceno com a cabeça, eles entenderam o meu recado - Muito bem. Para inicio de conversa, meu nome é Lydia Argent. Mas vocês podem apenas me chamar de Professora Lydia. E estarei dando aula de História, matéria para qual sou especializada. Então, para começarmos, peço que se apresentem e não abram os seus cadernos - Ao dizer, todos abriram um sorriso - Sim, em minhas aulas eu não uso caderno, se vocês apenas prestarem atenção, não será difícil passar de ano comigo. - Assim, todos os que já tinham seus cadernos em cima da mesa, rapidamente enfiaram dentro da mochila, para caso eu muda-se de ideia. E ao fim das apresentações pude dar início. - Agora peço que prestem bastante atenção - e voltei a falar:

Há trezentos anos atrás, era comum entre mutantes, fazerem o ritual do "pacto de sangue". Inicialmente era uma simples e séria promessa de lealdade e respeito até o fim da vida, de irmandade entre amigos, entre clãs ou durante um casamento. Mas, após o festival da lua cheia, muitos mutantes começaram a aparecer mortos, assustando a todos pois ninguém tinha nenhuma pista de quem estava por trás daquelas mortes, apenas todas as vítimas tinham algo em comum: o pulso cortado. Até então tudo era um mistério, até que Cristiny Eldritch, uma feiticeira tomada pela dúvida e curiosidade passou a investigar o que estava acontecendo nos arredores de Evergreen, e tamanha foi a decepção ao descobrir o envolvimento de sua família nas mortes. E amaldiçoou todos aqueles que em dia de lua cheia fossem a montanha mais alta de Evergreen fazê-lo. Mas afinal, como funciona um pacto de sangue? - Interroguei a turma sem querer obter resposta - O mesmo que um contrato de presas feito por vampiros, que é uma maneira mais fácil de entender o pacto, mas caso não saibam aprofundarei esse assunto na próxima aula. Ele é feito por duas pessoas idepentende de sua mutação. Eles cortam o próprio pulso fazendo-o sangrar e juntam-os. Assim, os dois sangues se misturam, formando um pacto. Mas, para o pacto valer, é nescessário fazer um ritual antes e dizer algumas palavras, que provavelmente vocês aprenderão ou não durante alguma aula de feitiçaria.

— Mas, por que Cristiny amaldiçoou aqueles que fossem a montanha para fazer o pacto? O que ela descobriu? - Questionou-me uma jovem que se encontrava em uma das primeiras cadeiras, fazendo a atenção dos alunos se voltarem a ela.

— Qual o seu nome? - Perguntei antes de responde-la.

— Ashley Edwig - Respondeu-me.

— É uma boa pergunta Ash! A família de Cristiny eram umas das mais antigas de Evergreen, o clã dos Eldritch deste os primórdios tinham uma aliança ao clã da Família Black e a Família Headles. Que eram formados por vampiros e feiticeiros, e a grande maioria era praticante da magia negra. Poucos como Cristiny eram diferentes da família, ela possuia um coração puro, enquanto sua família era obsecada por poder. E durante uma reunião em família ela conseguiu ouvir e assim descobriu que em dias de lua cheia, especificamente durante o festival da lua, a energia daqueles que participam do ritual se enfraquece, deste modo, eles preparam uma bebida, fazem com que a vítima tome sem perceber e utilizam a magia negra para herdar os poderes do outro. Então você se pergunta "como?". Bom, ao fazer o pacto de sangue e tendo ingerido essa bebida, a aliança faz com que sua vida de uma forma seja entreguei um ao outro, assim, quando um dos dois for morto, automaticamente seus poderes passam a pertencer aquele com quem você fez o pacto. Quando Cristiny descobriu que, estavam usando mutantes inocentes para se tornarem poderosos, ela os amaldiçoou. A maldição era para que: todo aquele que subindo a montanha mais alta de Evergreen, tendo concluído o ato de fazer o pacto durante o festival da Lua, teria sua morte contada! - Quando terminei, percebi que todos os alunos haviam se interessado pelo assunto, seus olhos se fixavam em meus lábios e apenas a minha voz ecoava pela sala. Mãos haviam se levantado para fazer perguntas, mas meu tempo havia acabado, já que quando disse minhas últimas palavras o sinal tocou, anunciando que haveria uma próxima aula - Continuaremos na próxima aula. Estão dispensados!

Senti um pouco de decepção no ar, mas logo a tristeza desapareceu do rosto dos interessados.

Todos se levantaram, levaram suas mochilas as costas e caminharam até a porta e aos poucos sumiam de vista. Por fim, quando a sala estava vazia, caiu-me a ficha de que havia acabado mesmo a aula. Recolhi apenas a minha agenda e me levantei. Suspirei e caminhei até a porta, dei uma última olhada para trás e avistei apenas cadeiras. Um pensamento veio em minha mente: talvez eles nem se lembrem mais do que acabei de ensinar.. apaguei a luz e segui para a minha próxima aula.

~P.O.V Lydia Argent off~


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