Ele era o que era. Não desistia de nada, e não havia nada do que não pudesse ter. Era o que pensava, até conhecê-la.

 Já não era mais adolescente, mas, sua arrogância e imaturidade eram vistas de longe por todos ao seu redor. Não se importava com ninguém, a não ser com ele mesmo, andava pelos lugares como se fosse o rei de tudo, seus amigos, poucos, acostumados com o seu jeito, nao passavam de mero coadjuvantes em sua vida, apesar de ser leal a eles, tudo o que fazia, ainda, era por benefício próprio. Ser amigo de alguém, lhe convinha, para ter alguém com quem contar quando precisasse, logo, tudo não se passava de troca. Tinha deles total atenção, e seus problemas era sempre priorizados. E acreditem, apesar de tudo isso, tinha muitos problemas.

 O maior deles começou quando conheceu uma garota, de todas as que formavam círculos para tê-lo por perto, ela era a única que não importava com a existência dele, e isso, claro, era algo inaceitável para alguém tão narcisista.

 Passou a provoca-la, de todas as formas possíveis, desde pregar peças, até, a humilhar em frente a todos. Isso não a fez ceder, aquilo era somente o reflexo de alguém idiota, do qual ela ainda preferia o ignorar. Foi só quando se apaixonou por um de seus amigos, que, a ira deste, realmente chegou a um nível impossível. Como ela tivera coragem de se apaixonar por outro que não fosse ele? Faria a sofrer de todas as formas a ponto de saber como era ruim sentir a dor que o mesmo agora sentia. Então, partindo para a agressão física, o extremo de tudo.

 No mesmo instante em que pra ele aquilo era algo que a garota merecia, se arrependia, pois, por pior que ela fosse, ele havia se apaixonado por ela. A culpa era completamente dela! O erro todo era dela! Mas agora, havia a prometido nunca mais a machucar. E iria manter sua promessa.

 Ao ponto que se afastava, cada vez mais a garota que tinha um visual tão normal, e conseguia ser confundida na multidão, ia se aproximando de um, de seus amigos. E, apesar de todo o seu esforço, não conseguiu tirar aquela menina burra do pensamento. Burra, era como ele a chamava, sempre que a encontrava, e sempre que tivesse a chance de falar com ela, claro que em situações que ele mesmo criava. Ela percebia.

 Eles, totalmente opostos, ela o odiava. Apesar de sempre ser salva por ele, como da vez em que foi atacada, e, ele sem pensar duas vezes correu para a resgatar. Era o seu herói e vilão ao mesmo tempo. Ela, não conseguia mais se ver livre dele.

 E todas as vezes em que ele se aproximava, parecia que tudo ia explodir, os fogos de artifício em forma de palavras que eram pronunciadas pelos dois, fazia qualquer um que os conhecesse temer uma terceira guerra mundial. E assim viviam, ora felizes, ora infelizes, ora íntimos um do outro, ora pareciam que nunca haviam se conhecido, inimigos mortais.

 Ela não conseguia se lembrar em que parte da sua vida em que o perdoou, talvez fosse por agora, ele a tratar melhor do que todas as pessoas no mundo, e, fazer de tudo para que ela estivesse, bem, salva e feliz. Não entendia o seu sentimento por ele, por vezes achava que gostava, até que ele, fazia-a se arrepender de qualquer pensamento a cerca disso. Idiota, ela pensava, era assim que ela o chamava, sempre que o via, o que agora, era sempre mesmo. Ele não desgrudava dela.

 Por ela era capaz de tudo, e ela, não fazia nem 10% disso por ele. Mas ele, compensava todos os outros 90%, viver por ela era como ele queria, mesmo que ela não pensasse o mesmo, a única coisa que o frustava, era não saber o que ela estava pensando. Ele era direto, ela de meias palavras. Menina burra.

 Burra o suficiente a ponto de quase o perde-lo, foi preciso vê-lo partir pra se dar conta de que ela o amava, apesar de todas as declarações já feitas por ele, não era capaz de demonstrar nem ao menos que se importava com o que ele sentia. Até agora. Porque, agora, aquela garota que o odiava, que gostava de outro, que o ignorava, estava lutando por ele, contra tudo e todos, pra retornar ao seu lugar de direito. O de rainha burra, ao lado do seu rei idiota.

 Foi só assim, que ele percebeu, que determinação era de fato algo bom a se usar, e que, sua arrogância o mantinha distante de tudo. Passou a perceber que, ele se importava mais do que pensava, e que graças a alguém, fora capaz de entender o quanto era o maior idiota do mundo, título dado por ele mesmo, afinal, mesmo mudado, ele ainda tinha que ser rei de algo.

 Ela agora, era mulher do maior idiota de todos. Alguém que aguentou o mundo, por causa dela, alguém que acreditava não merecer nada, acabara com alguém que pensava merecer tudo. Agora com o equilíbrio, possamos ver, que realmente haviam sido feitos um pro outro.