Sede temporária dos Cullen, Volterra-Itália, 06:00 am

Lembro-me de cada detalhe das visões de Alice, as partes de Volterra ter se tornado um pandemônio com vários corpos no chão, paredes cheias de sangue e de uma gosma escura e a parte em que o amor da minha existência morre.

Nunca senti uma dor tão forte, a imagem angelical dela aparecia em minha mente, ela estava sorrindo para mim e a nossa clareira nos cercava assim como os poucos raios de sol que invadiam o local.

Tentei tocá-la, mas a mulher de olhos vermelhos apareceu atrás de Bella, a agarrou e a arrastou para dentro da mata fechada... Para longe de mim.

Eu corria atrás delas para tirar minha Bella das mãos da mulher, mas era em vão e sempre acabava caindo de joelhos no meio da praça tomada pela cor vermelha. Pela primeira vez eu quis chorar até não conseguir mais produzir nenhuma lágrima se quer, sentia o meu coração quebrar de tanta dor que chegava a ser sufocante.

Bem distante ouvi a voz do meu anjo falando com Esme, o cheiro de morango e fresias não me deixava duvidas de que ela estava ali, mas logo ele também foi embora assim como a sua voz reconfortante me deixando com minha mãe novamente.

Senti a mão de Esme apertar a minha e ela soltar um suspiro, conhecia a minha mãe de ponta a ponta sabia o quanto ela estava sofrendo com a ausência de Bella na família e o seu temor por uma recaída minha.

‘’Ora, Edward foi você que quis se afastar de Bella’’ jogou a minha consciência ironicamente

Tem aquele ditado que fala que se o arrependimento matasse já estaríamos todos mortos, concordo plenamente com isso, me arrependia amargamente por ter deixado o meu amor e por conta dessa burrada ela me odeia.

‘’ Se você a ama tanto assim, tente reverter esse ódio dela, ué.’’ Falou a minha consciência novamente ‘’ Pela primeira vez faça o que Esme falou cara, o não você já tem, corra atrás do sim’’

Talvez a minha consciência esteja certa, mesmo que hoje seja o início das visões de Alice ainda iria dar tempo para conseguir um perdão de Bella e salvá-la da última visão.

Apertei a mão de Esme que deu um salto e logo gritou para os outros.

— Edward, filho? – a voz de Esme saiu aliviada 

Soltei um gemido de dor sentindo a minha cabeça dolorida e abri os olhos, olhei para o lado vendo todos na porta me olhando aliviados, Carlisle se aproximou e começou a checar se tudo estava bem.

Bella esteve aqui, ela já sabe de tudo pensou Alice fazendo uma careta torturada

Encarei Alice incrédulo, ela foi capaz de contar a última visão ao meu anjo?

Tive que contar, sabe que quando estou com Bella acabo falando mais do que deveria retrucou Alice cruzando os braços

— Detesto quando vocês têm essa conversa silenciosa – resmungou Emmett

— Alice, o que foi que aconteceu com a gente? – questionei ignorando o resmungo de Emmett e me sentei na cama

— Minhas visões foram fortes e acabamos desmaiando – respondeu – Já contei aos outros sobre elas, sobre as quatro visões.

Entendi rapidamente o que ela quis falar, iriamos ocultar a última visão de todos para não se preocuparem absurdamente como nós dois.

— Isabella falou que iria contar aos caçadores sobre as visões de Alice – informou Rosalie

Assim que ela terminou de falar ouvimos passos no andar de cima, alguém falava rapidamente com outra pessoa de forma urgente, a voz de Isabelle surgiu de forma clara enquanto falava com algum deles.

— Vamos ter que avisar os poderosos sobre os reforços, fiquei impressionada que Lily tenha concordado em participar já que normalmente os vampiros de Nova York não se envolvem ainda mais aquele clã – falou Isabelle

— Agora só falta a Clave liberar, mas pelo jeito Alec está conseguindo convencer a Consulesa – a voz de Clary apareceu 

— Consulesa? – perguntou Jasper tirando a nossa atenção do andar de cima

— Xiu – Emmett colocou um dedo na boca pedindo silencio

— Emmett Cullen, ficar ouvindo as conversar alheias é falta de respeito! – bronqueou Esme

Ele abaixou a cabeça parecendo arrependido, mas seus pensamentos indicavam o contrário havia curiosidade neles, Emmett queria saber tudo sobre os caçadores, tudo sobre a nova vida de Bella.

Pelo menos, a Bella continua a mesma pensou ele relembrando o barulho de algo caindo no chão

— Acham que deveríamos contar as visões de Alice para os outros clãs? – perguntou Jasper atrás de Alice

Olhamos para Carlisle buscando uma opinião, ele se encontrava preocupado e eu o entendia as visões de minha irmã não eram nada animadoras, mas seria egoísta esconder dos outros o futuro.

— Todos devem saber o futuro mesmo ele sendo desanimador – opinou Carlisle

Vi todos concordando e me levantei da cama.

— Preciso do meu espaço pessoal – falei

— Eddie, Eddie olhe lá o que você vai fazer, estamos escutando – Emmett comentou saindo do quarto

— Deixa de ser tapado Emmett – Alice deu um tapa nele

Assim que todos saíram, me locomovi até o banheiro e me tranquei lá, liguei o chuveiro. Olhei o meu reflexo no espelho vendo nos meus olhos a dor sufocante refletida, minha consciência falava que era apenas uma visão e que ela pode mudar, mas meu emocional gritava.

Entrei debaixo da água que caia e fechei os olhos, logo a imagem angelical de Bella apareceu, ela estava sorrindo para mim novamente, mas o sorriso desapareceu dando espaço para um olhar aterrorizado, a mulher apareceu sorrindo atrás dela com a adaga em mãos e apunhalou meu anjo no coração.

Pare, pare, pare repetia em minha mente batendo em minha cabeça e puxando o meu cabelo molhado

Escorreguei até me sentar no chão, puxei as minhas pernas para perto e me balancei nem ligando para a água caindo na minha cabeça e costas, novamente desejei chorar, desejei que essa mulher para-se de me torturar raptando e matando o meu amor, desejei que nada disso acontece-se.

Quarto de Aro Volturi, 06:00 am

Aro entrou em seu quarto depois de longas horas sentado em seu trono, pensando o que raios poderia ter feito para irritar aquela demônio, Lilith, ele não se lembrava de nada grave que havia cometido.

Ele se voltou para a cama após trancar a porta e se deparou com uma caixa branca com um laço vermelho a enfeitando pousada no meio da cama, irritado com aquilo, correu até a mesma e a rasgou.

Seus olhos se arregalaram ao ver a cabeça de Renata rolando até a porta, tinham matado a sua escudo o único alo protetor da guarda e dele.

Aro sentiu uma raiva explodindo e socou uma das madeiras da cama ouvindo a madeira estralar e quebrar. Começou a andar de um lado para o outro evitando de olhar para a cabeça da vampira, bufando como um touro bravo, mas algo em sua mesinha lhe chamou atenção.

Era um papel creme e delicado que estava devidamente dobrado indicando que tinha algo escrito nele, o telepata pegou o bilhete e cheirou, um cheiro horrível invadiu o seu nariz.

Ignorando o cheiro repugnante, Aro resolveu abrir o bilhete.

Aproveite o presente, meu caro irmão.

Com amor, Didyme.

O vampiro deixou cair o papel que causou um pequeno barulho ao atingir o chão, sua respiração ficou ofegante ele não estava acreditando no que tinha lido.

Não, não isso está errado, ela está morta pensou Aro

Logo em seguida ao seu pensamento, o poderoso sentiu uma presença atrás dele, se tremendo um pouco ele se virou e se deparou com uma mulher de cabelos pretos.

Ela vestia um vestido longo branco, com mangas longas, seu cabelo preto longo caia por suas costas parando no meio desta. De forma lenta ela se virou para encarar Aro com os seus olhos vermelhos leitosos exatamente iguais aos dele.

— Olá... Irmão – falou ela sorrindo

O telepata sufocou um grito e acabou caindo no chão se arrastando para perto da porta assim que ela andou em sua direção.

Salão de reuniões, ala central do castelo, 07:00 am

Todos os clãs se encontravam na sala de reuniões a pedido de Carlisle, os dois poderosos dos Volturi estavam sentados em seus tronos, claramente os vampiros presentes estranharam a ausência de Aro, já que ele era o diplomata deveria estar presente.

Eles aguardavam a presença dos caçadores para começar a reunião, as conversas paralelas criavam teorias sobre a possível pauta, mas nenhuma acertava.

Assim que os caçadores apareceram com as suas habituais vestimentas pretas, os olhos de Alice e Edward procuraram por Bella que se encontrava calada ao lado de Isabelle. Os dois Cullen ficaram calmos, mas seus corações gelados voltaram a doer quando viram os olhos da morena, eles estavam sem vida, sem brilho.

Alice se bateu mentalmente, ela não deveria ter contado a sua última visão a Bella, agora a sua amiga sofria com a ideia de sua morte.

Isabella olhou para o canto onde os Cullen ficavam e seu coração pesou ainda mais, porem sua consciência a alertou que ela não deveria ficar emotiva demais pois a batalha dos sete dias iria começar.

— Onde está Aro? – questionou Alec dos caçadores

— Está em seu quarto – respondeu Jane – Eu o vi saindo e indo em direção corredor dos quartos.

— Acho que podemos começar sem ele, afinal depois ele pode pegar a conversa pelos pensamentos – Isabelle deu de ombros

— Que seja – Caius revirou os olhos – Carlisle, nos informe o porquê da urgência desta reunião?

Os presentes viram o líder do clã Cullen dar um passo a frente e limpar a garganta.

— Alice conseguiu ver o futuro – declarou

Houve suspiros de alivio pelo salão inteiro, mas Caius e Marcus não ficaram aliviados em receber a notícia.

— Ih? – Marcus gesticulou com as mãos para Carlisle continuar

— Infelizmente as visões não são nada animadoras – continuou – Vou deixar que ela conte será bem melhor do que eu.

Os olhares se voltaram para Alice que respirou fundo antes de começar a falar sobre o futuro, a cada palavra o medo se espalhava pelo salão até mesmo os caçadores demonstraram nervosismo.

— Eu vou embora – declarou Amun assim que Alice terminou de falar

— NINGUÉM IRÁ EMBORA! – gritou Caius se desencostando de seu trono

O líder do clã egípcio se encolheu e ficou quieto ao lado de seu clã.

— O que faremos? – a voz de Zafrina se fez presente no local

— Contatamos a nossa Consulesa – falou Clary – Ela liberou a ajuda de mais caçadores e mais seres do submundo.

— Vocês passaram por cima de nós? – rosnou Caius

— Se acalme vampirinho – pediu Isabella – Você quer ganhar essa guerra não quer? Aposto que todos nós queremos sair vitoriosos e vivos dessa merda então caríssimo poderoso, vai ter que engolir este seu orgulho e aceitar de bom grado a ajuda da Clave, se não vamos embora e deixaremos vocês todos morrerem.

Caius segurou o seu rosnado e agarrou firmemente o encosto de seu trono se impedindo de atacar a caçadora.

— Ótimo vejo que aceitou, bom vampirinho – provocou Jace sorrindo ironicamente – As ajudas viram de todas as partes do mundo das sombras, eles não estão muito felizes em ajudar vocês, Volturi, mas concordaram quando falamos que outros clãs e mundanos estão em jogo.

— Elas se resumem em mais vampiros, mais caçadores de sombras, feiticeiros e infelizmente para você, Caius, os lobisomens virão ajudar – informou Clary

Se tivesse algo além do ódio, Caius se encontrava lá.

— Mas dada as proporções das visões de Alice, teremos que ter muita sorte – comentou Alistair se desencostando da parece

— Sim, por isso colocaremos em pratica a runa de Aliança, como teremos um bom número de caçadores podemos utilizá-la – falou Isabelle – Foi assim que vencemos a nossa guerra.

— O que seria essa runa? – perguntou Sobihan

Clary deu um sorriso a vampira antes de explicar a runa que havia criado a um tempo atrás.

— Basicamente, os caçadores e os seres do submundo compartilham um laço temporário onde dividimos habilidades, por exemplo, se Bella e – Clary olhou para Bella marotamente – Edward compartilharem essa runa as habilidades como força e velocidade vindas dele serão passadas para ela e as habilidades de guerreira dela passaram para ele. Claro que isso varia se preferirmos nos juntar com feiticeiros ou lobisomens.

Isabella olhou mortiferamente para Clary que segurou a risada.

A ideia da runa agradou os vampiros presentes os deixando mais confiantes e agradou ainda mais Edward que pensava em pelo menos compartilhar algo com Bella advindo do mundo dela.

— Quando eles irão chegar? – perguntou Marcus

— Eles chegarão ao meio dia, pois segundo as minhas fontes o solstício vai começar as duas horas da tarde de hoje – informou Alec

Novamente o desespero rodou a sala, alguns estavam esperando que as visões demorassem para acontecer, mas se encontravam completamente errados.

— Já que resolvemos este ponto, tenho que falar algo antes que eu me esqueça – lembrou Bella – Caius e Marcus descobrimos algo sobre suas esposas.

Isabelle andou até Marcus e entregou dois livros pequenos com a capa feita de couro a ele.

— São os diários de Didyme, talvez responda às suas perguntas – Isabella deu um mini sorriso que desapareceu quando olhou para Jane – Hora de falar, vampirinha.

Todos voltaram os seus olhares para Jane, que encarou Isabella com um falso sorriso inocente.

— Desculpe, mas falar o que? – Jane cruzou os dedos

— Não se faça de sonsa, fale logo que você fez aquela zona toda no quarto das esposas de proposito e ainda sequestrou Athenodora e Sulpicia as arrastando para um portal – exigiu Jace

O choque foi geral, exceto para os Denali e Cullen que encaravam Jane de forma acusatória.

— O que? Eu não fiz nada, não faria nada com as minhas senhoras – se defendeu a torturadora

— Como acusam a minha irmã desse jeito? – Alec Volturi se pós a frente de Jane

Os caçadores reviram os olhos debochadamente.

— Acusando, ué – falou Isabelle de forma óbvia – O cheiro dela estava misturado com o cheiro das esposas e eles foram rastreados por Eleazar até um portal que leva até outro lugar.

Como em um jogo de tênis os olhares se voltaram para Eleazar que confirmou com a cabeça.

Caius fechou os olhos com força antes de encarar Jane, a vampira viu uma fúria declarada aparecendo nos olhos de seu líder quando ele abriu os olhos e se encolheu atrás de Alec.

— Isso é verdade, Jane? – a voz de Caius saiu por entredentes

— Claro que não – negou ela rapidamente

— Está mentindo – acusou Meggie saindo de trás de Sobihan – Fale a verdade.

Jane olhou para Meggie e tentou atingi-la com o seu dom, mas ele bateu em uma espécie de parede invisível, automaticamente ela olhou para Isabella que ergueu uma sobrancelha.

— ARG! – Jane exclamou antes de explodir em fúria – Foram elas que pediram para sair, elas estão do lado de Lilith e eu fiz esse serviço a Lilith e a elas. Sabemos quem iria perder e pela visão da Cullen ali só se provou verdade que elas e eu escolhemos o lado certo!

Em um piscar de olhos, Caius segurou Jane pelo pescoço com força, a vampira olhou para seu antigo líder e usou o seu poder nele que a largou e caiu no chão gritando de dor.

— Nos vemos na batalha seus filhos da puta – Jane deu um sorriso antes de correr porta a fora

— PEGUEM ELA! – ordenou Marcus berrando

Logo os vampiros da guarda saíram atrás correndo atrás de uma antiga Volturi, os outros estavam chocados demais para agirem e os caçadores junto com os clãs Denali e Cullen simplesmente não fizeram nada somente ficaram vendo Caius se recuperar.

— Aí como é maravilhoso colocar tudo em panos limpos – suspirou Clary se encostado em Jace – Vamos comer? Estou morrendo de fome.

— Você falou a minha língua, por isso que eu te amo – Jace segurou a cintura de Clary e deu um beijo nela

— Ah, qual é sem demonstração de afeto na minha frente, meus olhos são sensíveis – reclamou Isabella recebendo um dedo do meio de Jace que continuou com a demonstração de afeto – Desisto, vamos logo.

Alec e Isabelle seguiram a morena segurando a risada e logo os pombinhos se soltaram e foram atrás dos outros deixando um salão cheio de vampiros incrédulos.