‘’ Eu não te amo mais, Bella’’ aquelas palavras ainda rondavam a minha cabeça quando acabei desmaiando no meio da floresta enquanto procurava e gritava o nome de... Edward. A dor era demais para o meu coração aguentar e nem me lembrava de ser carregada por Sam ou de ter chegado em minha cama. Apenas me lembrava das palavras duras de Edward, o carinho de meu pai e por fim uma conversa vinda do andar de baixo.

Abri os meus olhos quando ouvi a voz exaltada de Charlie, olhei para o relógio que marcava exatamente duas horas da manhã e pelas minhas contas meu pai já deveria estar dormindo. Intrigada, me descobri, calcei o chinelo e sai do quarto tentando não fazer nenhum barulho andando diretamente para a sala onde encontrei Charlie andando de um lado para o outro totalmente furioso.

— Charlie o que aconteceu realmente? – a voz era da minha mãe, mas ela não estava ali e muito menos Charlie segurava um celular já que falava que o telefone da cozinha bastava. – Preciso saber exatamente os detalhes para passar a Clave além disso nossa filha deve ir para New York já protelamos isso demais.

— Eu sei, melhor contar isso para Bella amanhã cedo – passou a mão do rosto e virou de costas

— Contar o que? – perguntei me fazendo presente

Ele deu um pulo se virando para mim com os olhos arregalados, ele ficou pálido e correu para pegar a sua blusa, a vestiu para esconder seus braços, mas acabei vendo que tinham algumas coisas desenhadas neles.

— Be-Bella? – gaguejou e pigarrou – Nós conversamos depois Renée

Charlie falou aquilo ainda olhando para mim, e percebi algo luminoso sumir atrás dele, ficamos em silencio desconfortável.

— Pensei que estava dormindo, filha – falou respirando fundo

— Não estava com sono – dei de ombros – Ouvi a sua voz... Conversava com a mamãe?

Meu pai suspirou e fechou os olhos passando a mão no rosto.

— Precisamos conversar, Bella – abriu os olhos, se sentou na sua poltrona e apontou para o sofá onde me sentei – Pode parecer loucura o que eu vou te falar, mas é algo que eu e sua mãe viemos discutindo desde o ano passado.

— E o que é? – questionei

— Mesmo se eu mentisse, você iria descobrir no fim das contas – ele se recostou na poltrona – Eu e sua mãe estávamos planejando contar isso a você ainda esse ano, mas aquele vampirinho de merda adiantou o nosso trabalho.

Se eu não estivesse sentada com toda certeza teria ido parar no chão, como que Charlie sabia que... Edward era um vampiro? Pelo que ele e sua família me falaram os vampiros tinham que se manter em segredo para ninguém descobrir a verdade. E papai nunca agiu dessa forma ainda mais comigo.

— Você deve estar se perguntando como eu soube desse segredinho – Charlie revirou os olhos – Acontece que assim como você descobriu isso, eu e sua mãe também descobrimos, mas é claro que com meios mais rápidos e...

— Charlie, o que você e minha mãe estão me escondendo? – perguntei não aguentando aquela enrolação.

— Bella, bem... Você é uma caçadora de sombras – revelou rapidamente

Minha primeira reação foi olhar para Charlie como se ele fosse um maluco e depois dei risada, até bati palmas de tanto rir.

— Está brincando comigo, não é? – perguntei tomando folego

A cara dele era totalmente séria e não tinha nenhum traço de divertimento ou de piada.

— Eu uma caçadora? – perguntei novamente

— Sim, eu e sua mãe somos caçadores e passamos essa genética para você, quando você nasceu foi batizada em Idris e ganhou uma marca no meio de suas costas – contou suavemente – Essa marca é uma runa de visão, o mundo das sombras é revelado a você nos seus primeiros dias de vida, mas eu e Renée decidimos esconder isso por conta de uma guerra estava estourando na época, mas por conta de sua runa foi mais complicado do que imaginamos.

Charlie acabou me contando tudo o que eles fizeram e descobri que até a separação dos dois era mentira.... Isso é coisa demais para a minha cabeça, a algumas horas atrás meu namorado, quer dizer, ex namorado me largou e agora meu pai me fala que sou uma caçadora.

— Vou ter que te mandar para New York e treinar no instituto de lá– anunciou meu pai que chegou perto pegando a minha mão – Bella, filha, eu e sua mãe não fizemos isso para te machucar e agora não vamos sair do seu lado, apenas estaremos em Idris e qualquer coisa pode nos mandar mensagem que iremos te ajudar.

Ele se levantou, me puxando junto e passou os braços ao meu redor me abraçando, mas logo soltou-se do abraço.

— Tente descasar um pouco, pois amanhã bem cedo voará para New York – falou dando um pequeno sorriso

5 anos depois

New York – EUA  

Durante esses cinco anos consegui conseguir me desprender totalmente dos Cullen e da minha antiga vida, aprendendo sobre o mundo das sombras. É irônico pensar que o Cullen tentava me ‘’proteger’’ desse mundo e eu faço parte dele da cabeça aos pés, queria ver a cara de surpresa dele estampada naquela carinha perfeitinha.

E nesses anos conheci mais caçadores e formei uma segunda família com eles que ficavam no instituto, passamos pela guerra maligna e agora tivemos a tão desejada paz, bem isso era o pensávamos até recebermos uma carta vinda diretamente da Clave

— Mãe o que aconteceu? – perguntou Isabelle quando entramos na sala de reuniões

Mesmo estando com uma expressão rígida, Maryse estava pálida indicando que algo não estava certo. Ela indicou que nos sentássemos para começar a falar, todos nós nos entreolhamos desconfiados e fizemos o que ela pediu.

— Bem, acabo de receber uma carta vinda da Clave – Falou soltando a bomba

— Estava pacífico demais para ser verdade – resmungou Jace revirando os olhos

— Vou ignorar o que você disse Jace – Maryse cruzou os braços – A Clave deseja que vocês partam para a Itália imediatamente, ao que parece os Volturis estão com problemas e pediram a ajuda dos caçadores.

— Pera os Volturi? Aqueles que não participaram da reunião para fechar os Acordos e fizeram leis próprias? – perguntou Alec arqueando uma sobrancelha – Agora eles querem a nossa ajuda?

— Sim, e vocês irão cumprir a ordem da Clave – respondeu Maryse de forma cortante – Vou pedir para Magnus criar um portal para vocês viajarem mais rapidamente até Volterra.

— Um momento – pedi levantando a mão – Nós iremos ficar no instituto da Itália, não é?

— Não, os Volturi disponibilizaram para vocês alguns quartos no castelo – respondeu ela – A Clave cuidou de tudo por lá e eles só podem entrar no recinto com a permissão de vocês.

Estava tudo bem normal para ser verdade pensei

Denali, Alaska 18:00

Deixar Bella foi a coisa mais difícil que eu já fiz, tinham se passado cinco anos desde que eu a deixei, agora ela provavelmente está casada ou com alguém que será melhor que eu.

Jasper por muito tempo ficou se culpando por ter atacado Bella, mas todos nós conseguimos tirar essa culpa dele, porem Alice, Emmett e por incrível que pareça Rosalie ficam jogando a culpa em mim o tempo todo, Esme e Carlisle sentem falta de Isabella mesmo que escondam. Por isso viemos para a casa dos Denali que nos receberam de braços abertos.

Nessa longa estadia Tanya tentou se aproximar de mim, mas a rejeitei novamente com delicadeza.

— Edward – chamou Alice – Carlisle e Eleazar estão esperando você na sala, então pare de se lamentar aos quatro ventos por algo que você fez.

As falas de Alice ainda me atingiam como faca, eu havia a proibido de ver o futuro de Bella, queria deixar que ela seguisse a sua vida sem nenhuma interferência nossa. O mundo em que eu e minha família vive é muito perigoso para ela, não suportaria vê-la morrer na minha frente por conta de um de nós.

— O que eles querem falar? – perguntei a olhando

Alice apenas me encarou, revirou os olhos e deu de ombros saindo em seguida como se declarasse que apenas veio para me chamar. Suspirando fui atrás dela e assim que entrei na sala todos estavam lá em silencio cada um imerso em seus pensamentos, mas ao mesmo tempo compartilhavam a curiosidade.

— Me chamaram? – perguntei em emoção

— Obrigado por ter se reunido a nós, filho – agradeceu Carlisle

— O que querem falar? Estamos curiosos – falou Tanya

Carlisle e Eleazar se entreolharam antes de olhar para todos nós. A única coisa que eu consegui pegar foi um nome Volturi.

— O que tem os Volturi? – questionei atraindo a atenção de todos

— Bem, os Volturi mandaram uma carta pedindo a nossa presença em Volterra, ao que parece eles estão com problemas – respondeu Eleazar

— Isso é algo que eles podem resolver sozinhos, não precisam de nós – resmungou Rosalie – Eles têm vampiros poderosos na guarda.

— Mas ao que parece não é o bastante – retrucou Jasper – O que eles falavam na carta?

— Apenas nos convocaram para uma reunião e que teríamos quartos no castelo deles e não deram mais detalhes provavelmente darão na hora em que todos estiverem reunidos – Carlisle cruzou os dedos

— Então iremos para Volterra? – Irina se levantou e se encostou no batente da porta cruzando os braços

— Sim – declarou Eleazar

Senti Alice se mexer inquieta do meu lado e olhei para ela querendo saber daquela inquietude, mas ela apenas olhou para o lado e bloqueou os pensamentos cantando mentalmente o hino da Irlanda.

— Melhor arrumarmos as nossas malas – Carmem deu um sorriso forçado e se levantou saindo da sala com Esme ao seu lado

Aos poucos a sala foi se esvaziando sobrando apenas eu e Carlisle.

— Tem algo que te preocupa, Carlisle? – questionei

— Não sei Edward – Carlisle suspirou se levantando – Vamos ver o que nos aguarda em Volterra.

Ele me deu um tapinha no ombro e saiu da sala me deixando sozinho.