Come over, right? escrita por Carol


Capítulo 1
One shot




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10 horas da manhã.

Foi quando tudo começou. No inicio eu não entendi direito. Tudo estava tremendo. O chão estava tremendo. E eu que sempre fui uma sabe tudo, não entendia o que estava acontecendo. Mas quando vi todas as expressões de medo no rosto das pessoas do jornal que me dei conta. Era algo sério. Estava acontecendo. Não era alucinação. Não, dessa vez.

Abalos sísmicos, ou como todos chamam terremotos, são tremores passageiros que ocorrem na superfície terrestre. Terremotos acontecem, principalmente, quando diferentes placas tectônicas se encontram.

Não é algo que costuma acontecer por aqui.

É engraçado ter me desligado enquanto todos estão ao meu redor, correndo para ir para um lugar seguro. Procurando suas bolsas e pastas. Indo embora. E eu estou parada. Acho que tenho que me mexer.

— Rose?

Eu encaro Roxanne.

— Acho que é melhor irmos. Temos que nos abrigar. Vamos para casa

— Tudo bem.

Acompanho a Roxanne, é bom ter minha prima trabalhando comigo em uma situação como essa. Um mês atras, eu tomaria as rédeas da situação e agiria como a bela mandona que sou. Mas hoje não. Hoje, eu estou quebrada. Não tenho medo de um terremoto me machucar. Eu já to quebrada. Emocionalmente. Acho que deu pra entender.

Céus. Como posso pensar em algo desse tipo? Eu? A rainha da razão? É Malfoy, você realmente me machucou. Mas eu ando, sigo em frente. Quantas vezes eu achei que era o fim do mundo e no dia seguinte estava tudo bem? É, talvez demore um pouco mas vai ficar tudo bem. Vai dar tudo certo.

— Rose? Vamos, entra. Temos que ficar debaixo da mesa.

— Eu sei. Não se esqueça do travesseiro.

Vou para debaixo da mesa. Eu sabia que eu não estava sendo precavida demais comprando uma mesa tão forte. Sabia que mesmo não acontecendo sempre, poderia haver um terremoto. Ainda lembro o que o Malfoy disse quando comprei essa mesa. "Rose Weasley, você é extremamente neurótica. E eu te amo." Foi a primeira vez que ele disse eu te amo. Gostaria de dizer que foi a ultima também. Mas não foi.

Scorpius Malfoy era meu namorado. Meu namorado. Ex namorado. Nós terminamos. Terminamos de verdade. Nunca vamos voltar. Eu não sei como duramos cinco anos. Todos achavam que iriamos ser pra sempre. Eu achava que seriamos para sempre. Mas há quase um ano chegamos a conclusão que não somos feitos um para o outro. Acontece. E está tudo bem.

Mas olhando em volta com esse terremoto, olhando minha prima que está com bastante medo nesse momento. Eu não consigo não pensar que talvez o mundo esteja acabando. Será que o mundo está acabando? É. Parece que sou uma sabe - quase - tudo.

Mas se o mundo estivesse acabando, você viria, não viria, Scorpius?

Por que se o mundo está acabando o que importa se somos ou não o par perfeito? O que importa nossos medos e incertezas? O que importa se você só ficaria essa noite? Quem liga se no final não vamos nós casar? Quem liga se eu hesitei quando me pediu em casamento? Quem liga se eu pedi para pensar? Acho que se tudo acabasse hoje isso não importaria.

— Rose?

— Oi Roxy

— Acho que acabou.

— É, acho que acabou. O mundo não acabou hoje.

— Rose, se eu for para casa, você vai ficar bem?

— Vou sim. Pode ir. Obrigada, prima.

Roxy beija minha cabeça e vai até a porta, me olha antes de ir. Me olha de um jeito bonito. Até parece que tem admiração.

Eu devo ligar? Não, não devo. Mas eu quero ligar. " Toc Toc" Eu ignoro as batidas na porta. Parece tão fácil. É só discar. Apertar na parte da tela escrita Scorpius e falar.

"Toc toc" Ignoro novamente as batidas da porta. Mas falar o que? O que eu tenho para falar? "Eu sinto muito?" Eu não sinto. Eu tinha que pensar antes do sim.

"Toc toc" As pessoas não sabem quando estão sendo incoveniente, não é? "Eu te amo?" Desde quando o amor foi o suficiente?

"Toc toc"

— Quem é?

— Você estava na redação quando começou?

Eu conheço essa voz.

— Estava. Você estava bebendo?

— Estava.

— O que faz aqui?

— Achei que o mundo fosse acabar.

— Então, você veio?

— Pode abrir a porta, sua maldita sabe tudo?

E se for uma alucinação? Será que eu sou tão cruel comigo mesma? E se a porta abrir e não for ele. Eu vou ficar mais quebrada. Puta que pariu.

— Rose?

— Sim?

— Não sou uma alucinação.

— Agora eu realmente acho que é uma alucinação.

— Abre, por favor.

É melhor tirar o band-aid de uma vez. Ele não estaria aqui. É impossível estar. Não tem por que estar.

Abro a porta.

— Eu disse que não era uma alucinação.

— Você veio.

Ele fecha a porta.


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Notas finais do capítulo

Foi inspirada na musica "If The World Was Ending"



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