Sign of the times escrita por hrhbruna


Capítulo 3
Capítulo 03


Notas iniciais do capítulo

Olá! Obrigada pelos comentários absolutamente gentis que foram deixados. Fiquei muito feliz.

Novo capítulo!



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            Faltava algumas horas para o amanhecer quando Harry abriu a porta do chalé em Godric’s Hollow. Conforme sua mãe havia prometido, Sirius estava em sua forma animaga o esperando, enrolado em torno de si mesmo e ocupando o sofá.

            Embora tivesse visto o padrinho se transmutar de homem para cachorro e de cachorro para homem inúmeras vezes, ele nunca deixava de se maravilhar em quão graciosa e incrível era aquela magia.

            Sirius soltou um exagerado bocejo e espreguiçou-se, fez um comentário mal-humorado sobre estar ficando velho para passar tanto tempo em forma de cachorro.

— Você continua muito do mesmo para mim. — Harry disse gentilmente, com as mãos enfiadas nos bolsos do sobretudo. — Como está a mãe?

— Demorou a dormir. — Sirius respondeu. — Preparei um chá e a levei para o quarto quando dormiu na poltrona. Ela tentou te esperar.

            Um sorriso surgiu nos lábios de Harry pela imagem de Sirius carregando sua mãe para o quarto em sua mente.

            Ele já tinha visto algo semelhante acontecer. Sirius era um homem grande e o corpo pequeno e magro de Lily Potter cabia bem em seus braços resistentes. Ele já havia carregado Harry, então não duvidava nada que ele fosse plenamente capaz de subir aquelas escadas com sua mãe adormecida nos braços.

— Do que você está rindo? — perguntou o homem.

— Não estou rindo. — Harry argumentou. — Eu estou sorrindo.

            Sirius revirou os olhos.

— Não precisamos ser técnicos, precisamos? — bufou o animago. — Ótimo! Do que você está sorrindo?

— Você gosta dela. — Harry disse com simplicidade.

            A naturalidade das palavras do bruxo deveria ter deixado Sirius perplexo, mas demorou alguns segundos até o animago perceber o que Harry queria dizer com aquela simples frase.

            Três palavras. Uma afirmação.

— Não. — Sirius respondeu veemente.

— Sim.

Não.

Sim. — Harry sorriu ainda mais e se aproximou do homem, as duas mãos se estabeleceram nos ombros do padrinho. — Eu sei que é verdade. E Julian também sabe. E Remus.

            Sirius evitou o olhar do fantasma de James naquele momento. Falar daquilo com Harry, que era tão obviamente parecido com o falecido pai, tornava a situação ainda mais difícil para ele.

— E eu quero que você saiba que tem minha benção. — disse Harry provocativo. — Godric sabe que a mãe precisa seguir com a própria vida. E, surpreendentemente, ela sempre parece mais viva e segura ao seu redor.

— Está muito tarde para esse tipo de conversa. — Sirius falou num tom estranhamente sério. — É melhor você ir para a cama.

            Harry fez uma careta e disse que não estava com sono, mas assim como na reunião com Dumbledore, Sirius soou mais como pai que como padrinho. Nos últimos anos ele vinha, cada vez mais, perdendo a postura de ‘camarada’ e se tornando o pai de Harry e Julian.

— Vá se deitar, Harry. — Sirius disse pela última vez. — Ou quer que eu lhe dobre sob os lençóis e conte uma história? Isso pode ser facilmente arranjado também.

            Cedendo, Harry decidiu seguir o conselho e ir se deitar.

            Talvez ele não tivesse sido silencioso no andar de baixo, mas não deixou de se surpreender ao encontrar Julian acordado e com um gibi em mãos.

            Os dois irmãos dividiam o maior quarto da casa, e embora a vida adulta normalmente desaproximasse na maioria dos casos, nenhum dos dois fez questão de dormir em quartos separados. A vida inteira eles dividiram um quarto e estavam acostumados a fazê-lo em Hogwarts, então continuavam dormindo juntos em casa.

— O que você está fazendo acordado? — Harry não queria soar rude, mas ele não estava esperando ter qualquer conversa com o irmão a àquela hora.

— Eu estava esperando por você. — Julian informou com tranquilidade. — Você está bem?

— Sim. — Harry disse tentando soar mais brando. Ele tirou o sobretudo e se descalçou dos tênis sujos. — Não era nada demais. Ele me levou para conhecer um professor.

— Um professor? — repetiu Julian, descrente.

— Sim. — Harry revirou os olhos. — Grande coisa, certo? Mas acontece que Dumbledore precisa que esse professor volte para Hogwarts e lecione para nós. Como sempre, estamos desfalcados no time de docentes.

            Julian acenou com a cabeça.

            Ele assistiu Harry se despir e colocar o pijama que tinha sido deixado em sua cama já arrumada. O irmão claramente não tinha a intenção de dá-lo mais nenhuma informação – a não ser que Julian o pressionasse mais.

— Vamos continuar tendo os encontros da AD esse ano? — Julian perguntou interessado.

— Eu não vejo qual o ponto. — Harry respondeu tranquilo e tirando os óculos de grau. — Aquela vaca foi demitida e Slughorn não parece um professor nada mal.

            Julian franziu o cenho. Ele se sentou e esticou o braço para acender o abajur que ficava do lado de sua cama.

— Slughorn? — repetiu o menino.

— Sim, Julz. — Harry soou cansado. — Podemos conversar amanhã?

— Se esse é o mesmo Slughorn que eu estou pensando, então ele não dá aula de DCAT. — informou o menino ainda que o irmão estivesse desinteressado. — É o antigo professor de Poções da mamãe.

— Sim, sim... fantástico, poções. Que seja.

            Era inútil discutir com Harry quando ele não estava afim de papo. Resignado, Julian virou para o lado e decidiu tentar dormir, mas meia hora já tinha se passado, os roncos de Harry eram audíveis por todo ambiente e seus olhos ainda não tinham se fechado.

            O menino de cabelos acaju chutou os cobertores e acedeu o abajur de novo. Ele foi até a mesa de estudos lançando uma careta para o lado desorganizado – o lado de Harry – e ocupou o próprio. Puxou um pedaço de pergaminho, tinta e pena para rabiscar uma mensagem.

Caro Severus,

Como está sendo seu verão?

 Espero que menos problemático que o meu. O clima em casa está tenso, todos me acham jovem demais para ter opinião sobre algo, então, não discutem nada comigo. Apesar de me deixar chateado, tento me controlar para não gerar um conflito em casa.

Mamãe, Harry e Sirius já têm problemas suficiente. Felizmente, eu tenho Remus que sempre está disposto a me escutar e o senhor.

Ah! Remus me trouxe uma pedra da lua pura de presente de sua última viagem. Após nossos longos debates o senhor realmente me desacreditou sobre uma possível cura para a licantropia, mas eu sigo empenhado para buscar melhorias para a poção matacão ou, quem sabe, desenvolver outra fórmula que permita a esses pobres coitados terem transformações menos dolorosas e serem olhados com mais dignidade na nossa sociedade preconceituosa.

Entretanto, eu escrevo porque Harry me disse que hoje ele e o prof. Dumbledore estiveram visitando Horace Slughorn. Parece que ele vai voltar a dar aulas em Hogwarts.

Lembro do senhor me contar um pouco sobre ele. Mamãe também disse que ele gostava muito dela.  Achei curioso o fato e queria me certificar se o senhor vai voltar para Hogwarts no outono.

Responda-me quando puder,

Atenciosamente,

Julian.

P.S: você não se esqueceu do meu aniversário, esqueceu?

            Na manhã do aniversário de catorze anos de Julian, Lily acordou cedo para preparar o café da manhã preferido de seu filho caçula.

            Ela preparou montanhas de panqueca, waffles, biscoitos e fez um bolo de aniversário com tema de quadribol. Também tinha convidado alguns dos amigos dele para se juntarem naquele brunch de aniversário.

— Olá crianças! — ela saudou quando abriu a porta para a turma.

            Ginny e Ron Weasley, Hermione Granger, Luna Lovegood e Neville Longbotton estavam ali. Eles eram também amigos de Harry, claro, mas Julian passava mais tempo com eles de qualquer forma.

            Da sua classe, havia Dennis Creevey que tinha chegado com o irmão Colin. Dennis e Julian dividiam o dormitório da Grifinória e Lily sabia que havia sido ele a acolher os dois nascidos-trouxa embaixo de sua asa, deixando-a completamente orgulhosa e satisfeita por aquilo.

— Precisando de ajuda, Sra. Potter? — Ginny perguntou ao chegar na cozinha.

            Ela sorriu para a menina, mas negou.

— Oh Ginny, é muito gentil. Mas está praticamente tudo pronto. Daqui a pouco Sirius vai subir e acordar os meninos.

            A menção de Sirius casou com a chegada do animago. Ele trazia um monte de bexigas que flutuavam e mudavam de cor. Lily imediatamente sorriu animada, sabendo que Julian ficaria muito feliz com aquilo.

— Bem, se precisar de alguma coisa me diga. — insistiu a ruiva antes de se juntar aos demais colegas.

            Sorrindo, Lily acenou.

            Ela gostava de Ginny. Achava-a particularmente interessante e bonita, perguntava-se como Harry não parecia observar aquelas qualidades na irmã do melhor amigo quando ela era tão atentamente “caída” na dele.

— Chegamos! — a voz de Remus preencheu o ambiente.

— Oh, maravilhoso! — Lily sorriu radiante.

            Tropeçando atrás de Remus vinha Tonks. Naquele dia ela usava cabelos rosa-choque.

— Nós acabamos de sair de uma vigília. — Remus foi rápido em justificar a presença da acompanhante. — Pensei que não haveria problema se...

            Lily revirou os olhos e puxou Tonks para um abraço carinhoso.

            Ela estava perfeitamente ciente que a metamorfoga tinha sentimentos por seu melhor amigo. E Lily estava contente em pensar que Remus parecia, aos poucos, deixar outras pessoas se aproximarem.

— Sirius... — Lily foi até onde o homem estava e o tocou no braço. Quando ela percebeu o que fez, afastou a mão com as bochechas vermelhas. — Pode ir acordar os meninos? Peça a Harry para descer primeiro.

            Lily fingiu não ver que as amigas adolescentes de seus filhos estavam observando Sirius.

            Ele era um homem atraente, não tinha nem quarenta anos e era solteiro. Usava brinco, cabelo comprido e uma calça de couro que lhe caía como luva no corpo esguio. É claro que meninas de dezesseis anos se sentiam atraídas por ele!

            Alguns instantes depois, Harry estava descendo as escadas vestido e apressado atrás de Sirius. A fez sorrir ver o entrosamento dos dois, rindo porque provavelmente pregaram alguma brincadeira em Julian para acordá-lo.

            Em seu íntimo Lily pediu para que fosse sempre assim. Sua família completa e reunida, ver Harry ao lado de Sirius sorrindo daquele jeito, tão alto, tão bonito, saudável e feliz. Ver o homem que tinha a ajudado a criar seus filhos amá-los com tanta devoção como se fossem de sua própria carne.

            Barulhos no andar de cima indicaram que Julian estava descendo e Lily sussurrou num guincho para que todos se escondessem.

            Naquela manhã, Julian acordara já com uma resposta de Snape. Seu professor tinha o respondido quase que imediatamente, o que o fez questionar os hábitos de sono do velho morcego, e o deixava a par de algumas novidades. Além disso, mandava um presente de aniversário.

            Ele estava prestes a pisar no último degrau, sem tirar os olhos da carta de Severus, quando uma multidão de pessoas surgiu na sua frente e gritaram.

— SURPRESA! — disseram seus amigos e todos os membros de sua família.

            Julian abriu um grande sorriso e se assustou com o barulho de Harry e Sirius estourando chuva de pomos de ouro, serpentinas e fazendo uma verdadeira bagunça na sala de sua mãe.

— Feliz aniversário, Julz.

— Parabéns Julian.

— 14 anos! Você está tão grande!

            Quando foi a vez de Hermione abraçá-lo, Harry estava do outro lado da sala o lançando um olhar divertido. Julian conteve a vontade de dar ao irmão o dedo do meio, mas rapidamente se esqueceu da cara de deboche de Harry quando sentiu o perfume de jasmins que emanava da bruxa de cabelos espessos.

— Parabéns Julian. — Hermione disse educadamente e sorrindo. — Puxa vida. Você está tão alto, quase tão alto quanto Harry.

— Sim. — falou imediatamente, feliz por alguém ter reparado o quanto ele tinha crescido. — Sirius disse que vou ficar mais alto que Harry.

— É bastante provável. — Hermione concordou. — Bem, eu lhe trouxe um presente. Espero que seja mais útil para você que foi para seu irmão.

            Julian ficou bastante empolgado ao desembrulhar o presente de Hermione. Ela havia o dado a mesma agenda que tinha presenteado Harry há um ano e embora não fosse de longe o melhor presente que Julian já tinha ganhado, era certamente um dos seus favoritos – porque de fato ele usava agendas e bem... Hermione tinha o dado aquilo.

— Obrigado Hermione. — Julian falou com gratidão. — Farei bom uso.

— Eu tenho certeza disso.

            Hermione saiu de perto dele e Julian se sentiu como um tolo. Absolutamente todos ali sabiam de seu verdadeiro precipício pela melhor amiga de Harry. E ela, assim como todas as meninas ali, só tinha olhos para seu irmão mais velho.

            Julian olhou para Ginny e viu que ela parecia muito à vontade na frente de Harry agora. A AD havia aproximado os dois um pouco, mas enquanto a ruiva tinha parado de corar na frente do irmão, ela ainda não parecia prender o interesse de Harry.

            Olhando para o irmão mais velho, em toda sua glória, em todo seu poder e talento, Julian pensou que Harry provavelmente tinha parâmetros altos para encontrar uma namorada, visto que ele nunca havia saído com nenhuma menina por mais que dois encontros.

            Eles cantaram ‘parabéns para você’ para Julian e atacaram a grande mesa de brunch que Lily tinha preparado. Sirius parecia que ia desmaiar de tanto comer quando disse que precisavam partir o bolo logo, porque Remus e Tonks tinham acabado de sair de uma vigília e estavam exaustos.

— Estou feliz que você pôde vir! — Julian disse ao padrinho, entregando a ele e a amiga um pedaço de bolo para cada.

— E quando foi que eu perdi um aniversário seu? — Remus se inclinou na direção dele e bagunçou seus cabelos acaju. — Bem, teve oportunidade de dar uma olhada naquela pedra?

            Tudo que Julian precisava era de alguém interessado em ouvir sobre suas pesquisas. Embora a maioria das pessoas parecesse tocados com sua determinação ao dizer que descobriria uma fórmula para humanizar as transformações dos lobisomens em noite de lua cheia, Julian frequentemente se sentia subestimado.

            Achava um tanto injusto, visto que Harry em tão tenra idade tinha feitos incríveis. Ninguém subestimava seu irmão mais velho, pelo contrário, Harry sempre foi visto com absoluta estima. Mesmo nos piores momentos, as pessoas se não respeitavam Harry por seu talento, certamente então pelo menos o temiam.

            Julian não precisava ser temido, mas gostaria de ser levado mais a sério e menos como uma criança.

— Severus me enviou de aniversário alguns ingredientes realmente raros na arte de fabricar poções. — contou com os olhos brilhando. — Eu estou ansioso para testá-los.

            Após se despedir do padrinho, Julian se sentou no tapete com os outros amigos para uma partida de Snap explosivo. Ele, Luna, Neville, os irmãos Creevey e Ginny estavam sendo particularmente barulhentos enquanto Harry, Ron e Hermione pareciam tratar de assuntos mais sérios.

            Aproveitando da distração dos demais, Harry contou aos amigos todo o episódio da noite anterior. A discussão com Sirius e Lily, sua pequena viagem com o diretor e as aulas particulares que começaria a ter com ele. Contou também sobre a profecia, porque Dumbledore tinha a ouvido até o final.

            No início Harry estava relutante em contar para os amigos, mas depois pensou que poderia ser o tipo de coisa importante que eles precisariam saber no futuro, dependendo do que fosse acontecer a ele.

— Como se tudo isso não fosse o bastante, Julian e eu teremos que voltar para casa todos os fins de semana. — Harry resmungou mal-humorado.

— Bem... — Ron começou lentamente. — Não podemos culpá-los, podemos?

            Olhando para os amigos e sem entendê-los, Harry disse que aquilo era péssimo.

— Sim, mas o que Ron quer dizer é que seus pais não são os únicos a estarem relutantes em lhe deixar voltar para Hogwarts. — arguiu a morena. — Eu acho que Susan Bones talvez nem volte.

            Harry franziu o cenho.

— Sim. — Ron concordou tristemente. — Mamãe não queria que Ginny e eu voltássemos. Ela e o papai entraram numa discussão braba, mas no fim das contas o pai colocou algum juízo nela.

— Dumbledore jamais deixaria que algo de ruim acontecesse em Hogwarts. — Harry falou ultrajado.

            Hermione encolheu os ombros.

— Como aconteceu com você nesses últimos anos? — disse a castanha em tom meio seco.

— Ora essa. Você também? — Harry replicou a amiga irritado. — Não é como se eu fosse um santo. Eu fui atrás de problemas na maioria das vezes.

— O problema é a facilidade com que os problemas chegam a você... — Hermione respirou fundo. — Voldemort foi quase bem-sucedido em todas as vezes que tentou te matar.

— Quase. — Harry enfatizou.

— Ainda assim! Eu não posso culpar seus pais por não confiarem que Dumbledore pode lhe manter seguro. — Hermione disse dando fim a discussão. — Bem, será que há mais daquele bolo?

            Aos poucos a multidão se dispersou e eles usaram a lareira para retornar para suas respectivas casas. Quando só restou os Weasley, Harry e Hermione, Lily rapidamente os coordenou para a ajudarem com a bagunça.

            Trabalhando em equipe eles conseguiram fazer aquilo de maneira rápida, para Lily suspirar, colocar as mãos na cintura e afirmar.

— Bem... semana que vem é a vez de Harry. — disse a ruiva com uma piscadela.

            Harry sorriu.

            Ron, Ginny e Hermione passaram o dia com eles e almoçaram. Sirius acabou decidindo fazer churrasco no jardim para o almoço, o que deixou Lily mais à vontade.

            Ela colocou um belo vestido amarelo com estampas de girassóis e seus óculos de sol. Há tempos não usava suas roupas trouxas e ver Hermione em short jeans, camiseta e tênis a atinou o quanto ela não tinha aproveitado nenhum dia daquele verão.

            Lily desceu as escadas com um embrulho nas mãos. Ela flagrou um momento entre Harry e Julian, o mais velho também estava entregando o que ela sabia ser o presente do caçula.

            Harry tinha o presenteado com um kit de manutenção para vassouras, enquanto Sirius o deu uma Firebolt idêntica à de Harry. Julian prestaria os testes naquele ano para artilheiro e ele precisava estar bem munido para uma das posições mais disputada entre os alunos.

—Mãe, veja! Harry está bem confiante que eu vou conseguir entrar. — Julian anunciou orgulhosamente. — Eu sei que não sou tão brilhante quanto ele e o papai...

— Quem foi que disse isso? — interrompeu-o. — Você é brilhante. Eu acredito no seu potencial e seu irmão também. E Sirius. E Remus e... bem, Snape.

            Julian encolheu os ombros, sentindo-se culpado. A maioria das pessoas na sua casa não enxergavam com bons olhos seu vínculo com o professor de Poções, mas sua mãe nunca o criticara. Ela só o pedia para ser cauteloso.

— Bem, é minha vez de dá-lo seu presente, Julian Fleamont Potter. — suspirou Lily e o entregou uma caixinha. — Feliz aniversário.

            Animadamente, o menino desfez o laço impecável da mãe e abriu a caixa. Não havia um presente, mas vários.

            Havia um novo kit de poções, ingredientes caros que não estavam em seu estoque, um par de luvas e um caderno de capa preta com seu nome.

— Obrigado mãe. Não precisava disso tudo. — Julian disse sem graça, já que ela tinha tido tanto trabalho com sua pequena festa.

— O kit de poções e ingrediente são coisas bastante úteis que você também usará na escola, então eu conscientemente encaro como um investimento. — Lily sorriu e tocou seu ombro. — As luvas eram do seu pai. Não estão tão boas, claro, mas elas se ajustam magicamente ao tamanho da sua mão.

            Os olhos do menino brilharam de emoção e Lily se sentiu culpada. Muitas vezes sentia que negligenciava Julian, acomodada por ele ser um bom menino e nunca pedir demais, nunca dar trabalho demais, seus esforços estavam sempre para Harry que se metia em enrascadas e escapava por pouco dos maiores perigos.

— Eu adorei! — Julian disse alegremente. — Eu não tinha nada do papai.

— Eu sei, querido. Por isso quis te dar uma coisa que pertenceu a ele. — Lily sorriu amavelmente. — Espero que você saiba o quanto te amamos.

— Eu sei. — Julian acenou com a cabeça.

            Ele entendia, Lily percebeu.

— Eu comprei esse caderno para seu irmão também, mas quando ele entrou em Hogwarts. — Lily contou. — Harry não é muito sentimental, então eu acho que ele acabou usando nas classes como um caderno de anotações comum, mas a intenção é que seja usado como um diário.

            Julian franziu o cenho. Ele já tinha uma agenda, mas de repente um diário poderia ser interessante para organizar seus pensamentos e ajudá-lo na elaboração de fórmulas.

— Esse diário é a sua história. — explicou Lily pacientemente. — Você é o protagonista, Julian, então você decide o que vai acontecer, ok?

            Ele acenou com a cabeça e sorriu.

            Mãe e filho se juntaram aos demais nos fundos.

            Sirius achou que fosse desmaiar quando viu Lily naquele vestido vintage e com os cabelos vermelhos presos num rabo de cavalo.


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Notas finais do capítulo

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