All Star Philosophy escrita por Millis


Capítulo 1
Yellow


Notas iniciais do capítulo

primeiro capitulo yay
só queria dizer que a musica deste capítulo é Pictures of girls do wallows, eu escrevi ouvindo ela e recomendo muito hahaha
boa leitura gatinhos e gatinhas :)



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                                               "I see you                                  there still shy but smiling
                                                        Now we’re                                    finding hard to remember
                                                      All the times                                      I’ve tried to forget her"
                                                                                                

  Nunca imaginei que algum dia me arrependeria de ir no cinema.

O cinema é o tipo de lugar onde você vai com seus amigos para se livrar do estresse de ser um adolescente em pleno século XXI, é aonde se dá o primeiro beijo, o lugar onde você encharca os dedos com manteiga depois de devorar um balde de pipoca amanteigada. Não é o tipo de lugar que se arrepende de ir, de estar.

Mas eu estava. E como estava!

Estou te deixando curioso meu caro leitor? Pois bem, vou te contar a historia com todos os mínimos detalhes possíveis.

Era domingo, mas especificamente, o ultimo domingo antes da volta as aulas. Eu estava observando Thalia enquanto ela rabiscava com sua caneta permanente em seu all star sujo ( leia-se imundo) e tomando a minha latinha de coca cola (que por sinal já estava nos últimos goles) enquanto conversávamos (leia-se reclamávamos) sobre o quanto as férias haviam se passado rápido naquele ano. Thalia Grace era minha melhor amiga, na verdade, Thalia Grace era minha única amiga, não entendia( realmente não entendia como alguém como  Thalia tinha uma amizade tão forte com alguém como eu), os cabelos pretos repicados na altura do ombro, a pele pálida em contraste com os olhos azuis faiscantes, a postura de quem ia socar mauricinhos e pichar os muros da escola e o jeito grosso e rude de responder as pessoas eram parte das características pessoais de Thalia, ela não era o tipo de pessoa com quem você gostaria de arranjar uma briga, tinha que ser muito corajoso, ou muito burro, ou as duas coisas para tentar ir contra ela.  

Aos 13 anos Thalia me convenceu a matar aula pela primeira vez para comer no subway, o que não deu muito certo pois era dia de entrega de boletim e ligaram para os nossos pais e eles acabaram descobrindo tudo (porem o sanduiche tava uma delícia), a questão é: sua má influência funcionava perfeitamente. Não demorou muito até ela me convencer a viajar escondido dos meus pais no primeiro ano  com ela e uma gangue de garotos rockeiros mais velhos que a gente que eu nunca tinha visto em toda a minha vida (pela graça dos deuses eles não nos mataram e venderam nossos órgãos, aleluia). Thalia tinha uma serie de manias: comer doritos e macarrão instantâneo em todas as refeições do seu dia (uma hora ela iria ter uma falência cardíaca, to te falando), escutar musicas no volume estourado mesmo quando estava morrendo de dor de cabeça e rabiscar todos os seus 4 pares de all star sempre que pudesse. E haviam também uma serie de regras para ser amigo dela: nunca criticar suas musicas (eu não ousaria), nem os rabiscos no seus all stars imundos e nunca pedir que ela ficasse calma. Caso seguisse as regras, Thalia podia ser a pessoa mais adorável do mundo ( ou quase isso).

Um dos fones de ouvido caia pelo seu ombro esquerdo enquanto o outro  estava em seu ouvido com a musica explodindo seus tímpanos. Eu e Thalia nos conhecemos desde que eu me mudei pra Londres no jardim de Infância ( ela já era assustadora nessa época, aos cinco fucking anos de idade), eu não tinha nenhum amigo e a vergonha falava mais alto que a vontade de fazer algum, porém Thalia havia me chamado para se sentar com ela, luke e groover no recreio se eu concordasse em dividir minhas bolachas passatempo com ela, (e é obvio que eu aceitei seus termos) desde ai não nos desgrudamos mais.

—Merda!

Olhei para Thalia confusa enquanto ela falava a palavra repetidas vezes.

—O que foi?

—Eu borrei a droga do desenho— Ela tentava limpar os tênis usando seu cuspe, falhando e apenas piorando a situação cada vez mais— Merda! Merda! Merda!

—Não esta tão ruim assim...— menti

—Claro que esta Annabeth.  Era pra ser uma caveira, agora parece um urubu!

Como eu vós disse,  Thalia era um cavalo de tão grossa, pendi meus braços pra trás e apoiei meu corpo neles enquanto segurava o sorrisinho de canto.

—Nem pense em rir Annabeth— Ela falou ameaçadora

—Não estou rindo— respondi aumentando o sorriso

Ela me deu seu dedo do meio  e continuou a rabiscar no seu all star. A porta do quarto de Thalia se abriu e Groover entrou sem nenhuma permissão, lembram da história sobre o jardim de Infância? Pois bem, Groover também era meu melhor amigo e nós três estávamos sempre juntos. Bem diferente de Thalia, Groover era medroso e totalmente amigável,  enquanto ela usava apenas roupas pretas e brancas e parecia sempre estar de luto, Groover tinha cachinhos ruivos e usava blusa de moletom vermelho.

—Não bate não?— Perguntou Thalia claramente irritada (coisa que ela sempre estava)

—É Groover, podíamos estar peladas!— completei sorrindo para ele

—Desculpa, desculpa, desculpa. Mas vocês vão ter que me perdoar depois de ver isso!— ele tirou dos bolsos três ingressos de cinema totalmente empolgado.

—O que é isso ai?—Thalia ainda estava irritada

—Ingressos de cinema pra ver nada mais nada menos que  um filme de STAR WARS— Groover estava animado e incrédulo ao mesmo tempo por Thalia não saber do que se tratava.

—E o que estamos esperando?— Eu me pronunciei enquanto levantava— Logo as aulas vão voltar, pocha.

Thalia levantou-se e espreguiçou-se até a coluna estalar para depois pegar suas chaves

—Vamos

Descemos as escadas da casa de Thalia e fomos para a garagem, onde estava a camionete preta e velha dela. Entramos no automóvel, eu no banco do passageiro, thalia no volante  e Groover atrás ( como sempre) e seguimos rumo ao shopping.

(...)

Estavamos saindo da fila de comida depois de termos pedido dois baldes grandes de pipoca com manteiga e sete coca colas de cereja (duas pra mim, duas pro Groover e três para Thalia) quando eu vi o grupo de garotos que estava a duas faixas atrás de nós, Luke Castellan (ao qual Thalia tinha uma paixão secreta mesmo que negasse até morte, mas isso não vem ao caso agora), Nico Di Angello e ele, Percy Jackson.

Luke Castellan era o garoto mais velho da turma do segundo ano, loiro bronzeado e jogador de basquete (típico), e também trabalhava como garçom no bar de seus avós (ok, talvez nem tanto) e era basicamente um dos garotos mais cobiçados da escola (e também um dos garotos mais cobiçados por Thalia), Luke era um cara legal com um sorriso de dentes perfeitos, e só isso era suficiente para fazer com que todos gostassem dele (inclusive eu).

Nico Di Angelo era o mais novo da nossa turma, sendo dois meses mais novo que eu,  era um garoto pálido feito papel, de cabelos bagunçados pretos e olhos da mesma cor, bastante tímido e quieto (bom...Pelo menos até você o conhecer e perceber que ele podia ser extremamente amigável em seus dias de bom humor), também era extremamente cobiçado pelas meninas ( e pelos meninos também) do colégio, Nico não tinha nada a ver com Luke, mas a amizade dos dois funcionava tão bem que chegava a espantar, eram claramente a prova viva de que “opostos se atraem”.

Percy Jackson, como defini-lo? Eu claramente não sei, ele não era típico, na verdade, estava longe de ser comum. Percy Jackson era o tipo de garoto que quando criança, ninguém o achava nas brincadeiras de pique-esconde, aquele que dentro da sala de aula era quieto e na dele, mas que já havia levado varias advertências por cabular aula e se meter em confusão com os outros coleguinhas, Percy Jackson era também o garoto pela qual todas as meninas fantasiavam com ele ( e eu não era nenhuma excessão). Bonito não era bem a palavra que o descrevia, estava mais para “ desgraça de homi lindo da merda”, os cabelos eram tão bagunçados que sempre parecia que ele tinha acabado de acordar, raspados nas laterais para combinar com seu estilo punk e mais cheio em cima,  a pele pouco- pálida contrastava com os olhos verdes

 aqueles olhos verdes

 Os olhos verdes que carregavam pelo menos metade de todo o seu charme (desgraçado). Preto, talvez essa fosse a palavra que o descrevia, preto da cabeça aos pés, calças (rasgadas como sempre), coturnos, blusa e jaqueta, tudo preto! Até mesmo o pequeno alargador em sua orelha era preto, os piercings  que estavam sobre a mesma e a corrente com pingente de cruz eram as únicas coisas-não-pretas que ele usava. Percy Jackson tinha uma tatuagem( pelo menos que eu soubesse) um tridente no antebraço esquerdo, eu tinha uma paixãozinha secreta por ele desde o dia em que ele me ajudou a subir em uma arvore para nos escondermos juntos durante o pique-esconde, essa foi a única vez que o acharam.

 Percy Jackson também era o tipo de cara que nunca passava despercebido, nunca mesmo, isso desde os seus oito anos de idade quando furou a orelha pela primeira vez, era o tipo de cara que desde os 15 anos já dirigia uma moto e usava jaqueta de couro enquanto todos nós ainda estávamos na fase moletom-da-gap.  Aos 16 anos de idade, ele já não fazia mais as atividades de educação física e nem sequer aparecia no recreio, era o cara que já estava a um nível acima de todos,  com suas musicas de rock e o preto sempre em evidência.

Eles juntos formavam o trio de garotos que fazia arrancar suspiros pelos corredores do colégio, quando pequenos, Nico e Percy eram os garotos quietos do fundo da sala e nem  falavam com Luke direito (a não ser que fossem nas brincadeiras de queimada e futebol do colégio) mas conforme foram crescendo, os três começaram a sentar no fundão e conversar tanto que tomaram a primeira advertência juntos, uma graça de história. Percy era claramente o mais encrenqueiro deles

Ele estava conversando com Nico e Luke enquanto passava a mão pelos cabelos e brincava com o fone que pedia solto em seu pescoço, essas eram duas das muitas mania que Percy tinha ( não que eu estivesse contando), raramente sorria, e quando o fazia, eram sempre sorrisos de canto. Ele me encarou e senti meu rosto ferver, desviei o olhar no mesmo segundo e então percebi que seus dois amigos olharam na nossa direção e acenaram sorrindo para nós três como quem diz “ nós ainda lembramos que vocês existem” pude perceber que Thalia ficou desconcertada. Nós um dia já fomos todos amigos, era a turma do pique esconde no recreio, sempre brincávamos juntos e nos encrencávamos juntos também por burlar a regra de não correr no pátio na hora do lanche, mas como tudo no universo, nada dura pra sempre, e com a nossa amizade não foi diferente, crescemos e aos poucos fomos nos afastando tão naturalmente que quando vimos a única forma de contato que mantínhamos eram os acenos de cabeça nos corredores do colégio.

Passamos por eles e seguimos para a sala de cinema, pegamos nossos lugares na ultima fileira  e nos acomodamos neles, Thalia com um dos balde no canto (mais uma das coisas que eu também nunca vou entender, Thalia sempre se senta no canto, seja no cinema, cafeteria ou na sala de aula, ela senta no canto sempre), Groover entre nós para poder pegar pipoca de ambos os lados, e eu ao lado dele com o outro balde de pipoca . Após conversarmos por um tempo durante os trailers (que ninguém nunca presta atenção mesmo) o trio garotos-que-não-passam-despercebidos-por-ninguém entraram na sala, e para minha infelicidade (ou não) eles subiram as escadas até pararam na nossa fileira, Percy sentou do meu lado, Luke entre eles e Nico na outra ponta, prendi a respiração enquanto tentava não surtar por completo, o cheiro de menta e perfume dele  estava muito forte, a sua presença era muito forte(desgraçado),  tentei me manter calma e focar apenas no filme mas, como o esperado, falhei miseravelmente, durante a exibição eu o vi olhar para mim algumas vezes com o canto do olho, e nossos joelhos se tocaram durante alguns poucos segundos antes de eu sentir que iria desmaiar e mudar a posição das minhas pernas discretamente.

—Hey—Ele me chamou e eu demorei pra responder pois estava  processando se aquilo era real ou se era apenas algo que a minha pobre mente havia criado para me iludir.

—Hm?—Virei minha cabeça em direção a ele.

Muleque desgraçado de lindo!

—Tem pipoca no seu cabelo—Ele deu um sorrisinho com o canto da boca (filho duma mãe)  e eu pude sentir meu rosto queimar enquanto passava as mãos pelo cabelo para achar o maldito milho de pipoca.

Pelos deuses, como aquilo havia ido parar ali?

(...)

O filme terminou e nós esperamos todos saírem primeiro (é o preço que se paga por sentar no melhor lugar) enquanto guardávamos nosso lixo em sacolinhas plásticas para podermos ir embora. Quando estávamos já embaixo no corredor em frente as enormes latas de lixo,  Luke se aproximou de nós e começou a conversar com Thalia (que parecia prestes a ter um ataque)

Após alguns minutos de conversa, Luke virou-se para eu e Groover , até então ambos os dois estávamos plantados sem dizer nada.

—aí, que ceis acham de comer alguma coisa com a gente?

A gente, aquilo me preocupava pois não tinha ninguém com ele naquele momento, portanto só poderia se tratar dos outros dois que estavam com ele a pouco tempo

Eu e Groover nos entreolhamos e ele balançou que sim com a cabeça enquanto eu permanecia quase imóvel com as mãos enfiadas na jaqueta jeans como meu escudo protetor.

—Beleza então. Em frente a cafeteria em dez minutos, pode ser?

“uhum” nós três dissemos em uníssono e olhamos ele andar até a saída do cinema.

Porque diabos isso tinha que acontecer comigo?

(...)

Em frente a cafeteria em dez minutos”

E lá estávamos nós, em frente a cafeteria, pelo menos 5 minutos atrasados considerando que tivemos que esperar Thalia esvaziar as três latas de coca cola que ela havia bebido no banheiro.

Quando chegamos notamos que o trio ja estava sentado em uma mesa pouco distante do balcão e andamos até eles (todos meio desconcertados).

—Hey!—Luke acenou para nós sorrindo

Nico, que estava tomando um suco de canudinho,  sorriu para nós sem mostrar os dentes (e mesmo assim era um belo sorriso, droga!) e Percy, o garoto cuja postura era relaxa e tinha os dois fones por cair sobre o ombros, nem sequer mexeu a cabeça, na verdade, não parecia nem um pouco feliz com a nossa presença.

É nessas horas que eu gostaria muito que Zeus acertasse um raio na minha cabeça.

Nos sentamos na mesinha que possuía espaço para oito pessoas, Thalia no canto (como sempre) em uma cadeira, Luke do seu lado em outra cadeira, Nico, também em uma cadeira, Percy sentado (leia-se jogado)  na lateral do banco, Groover de seu lado, e eu (ainda no banco) ao lado dele.

Fizemos nossos pedidos e a tarde se seguiu com Nico e Luke contando sobre as coisas que fizeram nas férias e como tudo tinha sido divertido pra eles até aquele momento, Thalia fazia alguns comentários de vez em quando mas estava rindo bastante, fiquei feliz (e surpresa) de vê-la sorrindo tanto ( raro demais, demais MESMO), Groover também ria um pouco, mas estava mais ocupado comendo suas panquecas de banana, eu mal conseguia dizer duas palavras, vez em outra dava alguma risada, mas não conseguia focar no que estavam dizendo, por causa da peste dos inferno que estava a poucos centímetros de mim.

Percy não dizia nada, nem sequer sorria, pude reparar que ele colocou seus fones e fechou os olhos pendendo a cabeça para trás como se a nossa presença o tivesse deixando cansado, e ele ficava lindo daquele jeito (desgraçado).

—Eu vou ao banheiro— me levantei falando baixinho, tão baixo que ninguém ouviu na verdade.

—Onde ce vai?— Thalia virou-se pra mim

—No banheiro—Falei um pouco mais alto

Percy, que até o momento não havia dito nem feito nada, também se levantou (ele tava olhando pra mim?) e saiu sem dizer absolutamente nada.

Garoto estranho

Sai da cafeteria e comecei a perambular pelo shopping (sim, o banheiro era só uma desculpa shiu) , lojas de roupas, lojas de calçados, lojas de joias e etc, nada de novo. O shopping era o tipo de lugar que quase todo adolescente ia, não era la muito empolgante, mas pelo menos tinha o cinema, e claro, a minha loja favorita dentre todas as lojas: CD’s House

CD’s House era uma loja de cd’s (claro né dã) e aluguel de filmes, era o lugar mais legal do shopping, por conta da musica boa. Nada dessas modinhas adolescentes que mais parecem poluição sonora e pornografia para cegos, apenas indie, pop e rock (é o paraíso!).Estava andando pelas colunas empilhadas com CD’s e mais CD’s, ouvindo a musica boa do lugar e observando as pessoas (coisa que eu fazia sempre) e la estava ele.

Droga!

Merda!

Merda!

Percy Jackson (sim, de novo), tentei me desviar para trás de uma das colunas mas era tarde demais, ele já tinha me visto e estava vindo em minha direção.

—Me seguindo?— Pude sentir seu olhar sobre mim enquanto tentava disfarçar a grande cara de deuses-me-matem.

Anh?—Dei a risada mais convincente que consegui naquele momento (considerando que eu estava quase tendo um infarte, ficou bastante forçado)—Eu só tava vendo um CD’s.

Percy me encarou enquanto alisava o pequeno alargador na orelha esquerda, deu um sorrisinho de canto e pendeu a cabeça para o lado, cruzando os braços em seguida

—Ok Annabeth.—Ele estava se aproximandoMe mostra então!

Agora ele estava muito perto, tão perto que pude sentir sua respiração nos meus cabelos e seu olhar sobre mim.

Deuses que perfume era aquele?

—Oi?—Foi a única coisa que consegui dizer

—Me mostra os CD’s que você estava vendo

Eu me afastei pouco discreta e ele continuava me encarando, dessa vez mais desafiador.

Desgraçado!

Permaneci em silêncio enquanto meu rosto fervia, ele deu um sorrisinho malicioso e cruzou os braços pendendo a cabeça para o lado.

—Você estava me seguindo— Concluiu sorrindo.

Eu revirei os olhos e fiz a maior cara de pelo-amor-dos-deuses-para-de-ser-tão-metido e me virei, não queria ficar ali com ele por mais nenhum segundo. Ele segurou meu pulso

Merda

Suspirei e virei meu rosto em sua direção

—Calma—Ele riu—Eu só estava brincando—Percy passou a mão pelos cabelos.

—Ok—Soltei meu braço e me apressei para sair de perto dele.

—Eii

Ele parou na minha frente sorrindo e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha

—Vem comigo!

Ele segurou minha mão e me arrastou pelas fileiras de Cd’s, podia sentir seu perfume e ouvir a musica dos seus fones mesmo de longe, Percy parou em uma fileira que era toda dedicada a banda 5 seconds of summer (por coincidência, uma das minhas favoritas)

—Eu amo essa banda—Eu peguei um CD do meu álbum favorito, youngblood.

—Eu sabia—Percy soltou

—Que? Como você sabia?

—Bom, você vive compartilhando coisas deles no seu twitter e a sua camiseta...—Ele apontou para minha blusa—è deles, não?

—Ah...—Percy Jackson já viu meu twitter, eu repito, Percy Jackson já viu meu twitter!—É verdade.

Devolvi o CD a prateleira e coloquei as mãos nos bolsos da minha jaqueta sorrindo pouco a vontade, seguiu-se um silêncio de dez segundos com Percy me olhando com aqueles olhos verdes (que mais pareceram 10 anos) .

—Mas e você? Gosta de 5SOS?

—Claro—Percy sorriu— Mas prefiro Arctic Monkeys, Coldplay, Wallows...

—Wallows?—Interrompi—Nunca nem ouvi falar.

Percy me olhou como se eu tivesse acabado de cometer um pecado, arqueou a sobrancelha direita e sorriu de canto.

—Vem?—Ele estendeu a mão para mim

Aceitei (com bastante receio), Percy me guiou por até sairmos da loja de Cd’s.

A mão de Percy era gelada e eu me perguntava se ele realmente estava vivo ou se eu estava perambulando por ai com um cadáver, em contrapartida seu  toque era extremamente macio, não como bumbum de neném, estava mais para a textura de bochechas gordinhas. Quando já estávamos do lado de fora, Percy parou em frente a um dos bancos que tinham na entrada do shopping e se sentou, me convidando a fazer o mesmo,o ar estava gelado o suficiente para me fazer agarrar meu corpo com os braços na tentativa de me aquecer, ele tirou  um dos fones de ouvido da orelha e colocou-o em mim sem dizer nada, pegou seu aparelho celular e soltou o play de alguma musica, que eu acreditava ser do tal dos wallows, a melodia já começou agitada com o som da guitarra, Percy balançava os pés no ritmo da musica e cantava baixinho de olhos fechados.

Ele ficava ainda mais lindo quando fazia isso (se é que isso era possível)

Eu queria guardar aquela imagem pra sempre, queria poder abraça-lo e dizer o quanto eu o achava lindo, mas me contive e me limitei apenas a observa-lo para poder gravar aquela cena na memória pra sempre. A musica terminou em pouco tempo e ele abriu os olhos de novo sorrindo

—Gostou?—Ele virou o rosto na minha direção

—Eu amei—Sorri, eu realmente havia gostado

—Que bom—Seu sorriso aumentou e ele virou o rosto pra frente e depois para mim de novo—Quer ouvir mais uma?

Eu fiz que sim com a cabeça e Percy virou se de costas e deitou sua cabeça sobre minhas pernas

Se eu não enfartar hoje, não infarto nunca mais eu juro.

Passei minha mão pelo seu cabelo e ele se mexeu assustado, retirei a mão com pressa e ele sorriu.

—Tudo bem—Percy segurou minha mão e entrelaçou meus dedos nos seus

Sorri tendo a plena certeza que estava vermelha feito tomate, ele soltou o play e a musica preencheu nossas almas, sorri cantando baixinho a musica que eu tanto conhecia e amava e percebi que Percy fazia o mesmo.

—Hey—Ele disse depois de exatas 6 musicas, tão baixinho que eu nem saberia que ele havia falado algo se não estivesse prestando atenção no movimento de  seus lábios (me julguem)

—Que foi?—Baixei a cabeça para ouvi-lo e meu cabelo caiu sobre o rosto dele.

—eu quero ficar aqui pra sempre—Ele acariciou minha bochecha com o polegar e sorriu de canto

—Eu também—Sussurrei e o som da musica só não estava mais alto que o som das batidas do meu coração.

(...)

Retirei o capacete da cabeça e sorri.

Percy e eu havíamos ficado nos bancos do shopping por pelo menos duas horas, até meu pai me ligar me perguntando o que eu estava fazendo fora de casa as 9 horas da noite, Thalia e Groover já haviam ido embora pelo que soube (traidores) e Percy se ofereceu para me levar pra casa de moto.

—Bom...—Eu comecei e pude sentir seu olhar sobre mim—Obrigada por me trazer e por dividir suas musicas comigo, a noite foi muito boa.

Entreguei o capacete pra ele e me virei para entrar dentro de casa, Percy puxou meu braço.

—Annabeth?—Ele olhou nos meus olhos

—Que foi?

—Seu cabelo esta mais bagunçado que o meu—Percy soriu e passou a mão por uma das mechas de minha franja—Ah, e de nada!

Meu rosto ferveu

Desgraçado!

Antes que pudesse ter qualquer tipo de reação sua moto já estava sumindo na rua.

Entrei para dentro de casa e passei na cozinha para pegar uma maçã e meu pai me olhava como quem quisesse cortar minha cabeça fora.  

—Onde você tava a esse horário Annabeth?—Ele baixou os óculos até o nariz me olhando.

Ferrou ele me chamou de Annabeth

—Eu só tava no cinema com a Thalia e o Groover, pai—Apoiei as mãos na mesa virada para ele e dando um sorriso como quem diz “eu estou bem, eu estou viva”

Meu pai suspirou

—Nunca mais faça isso sem me avisar ok?—Ele tinha um tom sério na voz—Fiquei muito preocupado Annie.

Uffa

Pode deixar, pai—Eu dei um abraço no meu velho—Eu vou dormir que amanhã tem aula, tabom?

—Boa noite, querida—Ele beijou minha testa

Depois fui direto para o meu quarto, tomei um banho demorado pensando no quanto  aquela noite havia sido incrível e corei ao lembrar de todos os comentários que ele fazia para me provocar, sai do banheiro com a toalha enrolada sobre o corpo e vesti meu pijama me jogando na cama em seguida, sorria igual a qualquer idiota apaixonado.

Eu tava tão caidinha por Percy Jackson, oh se estava!

Eu tava tão ferrada

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

kkjkkk é isso, gostaram da musica?



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