Eu Prometo (Repostagem) escrita por UchihaBoke


Capítulo 1
Coisa Certa


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitor!A ideia dessa fanfic não é muito boa, mas como ela foi uma das primeiras fanfics que eu escrevi/postei, em 2014, eu decidi rescrever algumas partes, sem alterar a história e repostar, para reviver os velhos tempos.
Boa Leitura!



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Sexta-feira

Agora,ando pelos corredores de Konoha High School procurando por ele.

"Tem que estar aqui, não pode ter ido embora ainda"

Continuei andando e procurando em todas as salas até achá-lo em frente a seu armário.

Me aproximei dele, cautelosamente. A multidão de alunos me empurrando pra todos os lados até eu finalmente estar ao seu lado.

"Vamos! Coragem, Karin!"

—S-Sasuke-kun? -pronunciei seu nome. Ele se virou pra mim com a cara séria de sempre.

—O que quer, Karin? - ele mal me olha, desinteressado.

—B-Bem eu er... abriu um restaurante novo na minha rua, v-você não... -fechei os olhos e me concentrei para tomar coragem, os abrindo em seguida - Gostaria de ir comigo?

Ele me olhou por alguns instantes parecendo ponderar e deu de ombros.

—Não tenho nada pra fazer mesmo -ele diz, frio.

Meu sangue gelou.

"Sasuke Uchiha aceitou sair comigo. Eu não acredito!"

Naquele momento eu ignorei todos os sinais de apatia do moreno. Digamos que essa não era a primeira, e nem a minha segunda tentativa de chamar a atenção dele.

Ele se virou e simplesmente saiu andando. Quando consegui sair do meu transe ele já estava no final do corredor, agora vazio.

—N-Nos vemos amanhã ? -perguntei, rapidamente.

Ele apenas me olhou com cara de tédio e voltou a andar, suspirando.

—Às 22:00h -ele diz.

Estava me sentido muito feliz. Finalmente iria conseguir sair com Sasuke, meu crush na escola desde muitos anos, até agora, no 3º ano do ensino médio. Como já estava na hora da saída, guardei minhas coisas no meu armário e me dirigi a saída da escola.

                                                               ***                                            ***

Cheguei no meu apartamento e reparei que a porta estava apenas fechada e não trancada, o que era estranho pois eu nunca esquecia de trancar. Abri com cautela e um pouco receosa, mas assim que tive a visão do lado de dentro me deparei com uma cena que me enfureceu. Suigetsu estava sentado no sofá, com os pés na mesinha de centro e olhos fechados, parecendo relaxado. Nem parecia que tinha invadido a casa dos outros sem ser convidado.

—Suigetsu, seu maldito! O que faz no meu apartamento?! - gritei.

Ele se assustou com a minha exclamação, mas assim que me viu colocou aquele sorriso debochado e irritante no rosto.

—Olá, Bruxa- ele disse, calmamente.

—Bastardo! -gritei, furiosa- Como entrou no meu apartamento?!

—Eu tenho uma cópia da chave. - ele sorriu, mostrando os dentes pontiagudos.

—Desde quando?! - eu disse, exasperada. Ele teria sido cara de pau o suficiente para ter feito uma cópia sem me consultar?

—Desde sempre! -ele debochou, alargando ainda mais o sorriso irritante.

Antes que ele pudesse me impedir, fechei a porta, me aproximei do sofá e dei um tapa na sua cabeça.

—Ai! Calma! Não se estressa! - Ele reclamou.

—Seu idiota! Fora do meu apartamento! - Suspirei, ainda irritada com a invasão de propriedade, mas era o Suigetsu e de certa forma eu estava acostumada.

Ele apenas riu, me ignorando e foi na direção da cozinha, voltando com um pedaço de melancia. De repente uma memória distante me veio a mente: o dia em que eu o conheci.

***

—Esse seu cabelo tão vermelho é horroroso! -meu cabelo foi puxado e eu gritei.

—Cala a boca sua esquisita! -um outro garoto exclamou, puxando uma outra mecha do meu cabelo e eu só podia chorar.

—Ei! Deixa ela em paz! -um garoto de cabelos brancos e olhos liláses se pôs a minha frente e empurrou os demais com força em direção ao chão.

—Vocês esquisitos se merecem! -os garotos disseram, antes de se levantarem e irem embora correndo.

O estranho que tinha me salvado se virou pra mim e me pegou pelos ombros.

—Você está bem? - perguntou, parecendo preocupado.

Balancei minha cabeça afirmativamente, ainda chorando. Ele pegou minha mão e eu tive uma sensação de segurança que eu nunca achei que poderia sentir desde que cheguei naquele orfanato.

—Vem comigo -ele sussurrou pra mim, sorrindo e me puxando pela mão.

Chegamos ao refeitório vazio e o menino pediu que eu me sentasse em uma das longas mesas de madeira presentes ali. Sumindo por um instante, ele voltou com um pedaço de melancia em mãos e se sentou ao meu lado.

Repartindo a melancia e me entregando um pedaço, perguntou:

—Qual é o seu nome?

—K-Karin - respondi num fio de voz- O-Obrigada por ter me salvado. - agradeci, tímida.

Ele riu, fazendo com que eu reparasse em como seus dentes eram afiados. Talvez, por esse motivo, aqueles meninos o tenham chamado de esquisito?

—De nada, Karin -ele sorriu abertamente- Eu me chamo Suigetsu. Você é nova por aqui não é? Nunca tinha te visto.

Balancei a cabeça de forma afirmativa, enquanto dávamos as primeiras mordidas na melancia, ficando em um silêncio nem tão desconfortável assim.

—Karin, quantos anos você tem? -ele quebrou o silêncio tempo depois, curioso.

—Oito, e você? - perguntei, me sentindo cada vez mais confortável ao seu lado.

—Nove, meus pais morreram em um incêndio a dois anos, desde então eu estou aqui -seu semblante pareceu triste por um momento.

—Os meus...morreram em um acidente...de carro -lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto pela lembrança triste. Lidar com aquilo ainda era muito difícil pra mim.

—Ei! -ele secou minhas lágrimas com os polegares e sorriu - Não quero que fique triste...uma menina tão bonita deveria sorrir sempre!

Corei e dei-lhe um pequeno sorriso. Ninguém nunca tinha dito que eu era bonita.

—Assim está melhor -ele hesitou por um instante, olhando para a fruta metade comida em suas mãos- Será que é o destino?

—Ahn? - Perguntei, em confusão.

—Nossos nomes juntos. As iniciais. Formam SUIKA e significa...

—Melancia -completei corada, entendendo agora o motivo do seu comentário sobre destino.

Foi a primeira vez que eu vi o seu sorriso debochado tão característico. E, tão bonito.

***

Balancei a cabeça pra afastar aquela lembrança. A verdade era que eu e ele éramos melhores amigos nessa época, até que começamos a brigar constantemente. Não me lembro o motivo inicial mas, desde então "nos odiamos" e vivemos nos provocando.

Eu havia sido adotada alguns anos depois por um casal muito rico, mas que ficaram cada vez mais ausentes com o tempo. Acredito que o motivo para quererem uma criança na época, era apenas status, já que não podiam ter filhos. Eles me deixaram aqui, assim que fiz 18 anos e foram morar e trabalhar no exterior, mas mandam dinheiro pra mim todo mês, então eu não podia reclamar muito. Suigetsu havia saído do orfanato a um ano e desde então me perturba constantemente. Mas mesmo assim, mesmo "o odiando" hoje em dia, essas lembranças ainda mexem comigo, de forma que eu não consigo entender.

—Larga minha melancia, Baka! - gritei, arranjando mais motivos para brigar com ele.

Ele deu uma mordida na fruta.

—É? Vai fazer o quê? -Perguntou, pousando a fruta na mesinha de centro.

Levei meu punho a seu rosto no qual ele parou facilmente com a palma da sua mão.

***

Estávamos no balanço, apenas eu e meu melhor amigo, num dia chuvoso. A chuva caía fraca.

—Eu adoro a chuva, sabe? -ele diz olhando pensativo para o céu, fazendo com que algumas gotículas escorressem pelo seu rosto- Eu gosto quando o céu chora, é como se ele estivesse tendo empatia com todos que estão tristes ou sofrendo nesse exato momento.

Sorri pra ele, ajustando meus óculos, de fato era um pensamento bonito para se ter. Num movimento rápido, ele pulou do balanço e me puxou até ficarmos frente a frente.

—Karin, promete que nunca vai me deixar? -Corei diante de sua pergunta - Estaremos sempre juntos? Mesmo que sejamos adotados um dia? 

—S-Sim. - afirmei, gaguejando.

—Jure -ele pediu - Assim,desse jeito.

Ele levantou a mão aberta.

—Karin, eu juro que nunca irei te deixar e que estaremos sempre juntos -ele sorriu- Sua vez!

Levantei minha mão fechada em punho e bati na sua aberta.

—Suigetsu, eu juro que nunca irei te deixar e... que estaremos sempre juntos - sorri pra ele, ainda um pouco envergonhada, mas, feliz.

***

Me afastei dele rapidamente.

"Por que essas lembranças ficam me atormentando?"

Ele me segurou pelos ombros e perguntou:

—Você está bem? - Mais uma vez sua preocupação faz com que as lembranças me invadam.

"Não,Não,NÃO!!"

—Não -eu disse, um pouco desesperada, me afastando dele novamente- Apenas vá embora, eu tenho que aprontar umas coisas pra amanhã. - virei de costas e fingi estar arrumando algumas almofadas no sofá, tudo para evitar o seu olhar que tanto me perturbava.

— Amanhã? O que tem amanhã?

—Eu vou sair com o Sasuke. - falei, despreocupadamente. Na verdade, com tudo isso, eu sequer tinha pensado no Sasuke e boa parte da empolgação que eu tinha sentido antes com esse encontro havia passado.

Ele fez uma cara de desgosto.

—Sasuke Uchiha? O idiota metido a besta? - a raiva era perceptível em suas palavras. Era óbvio que o conhecia já que eu vivia falando do Sasuke pra ele. E mesmo que não falasse, quem não conhecia Sasuke Uchiha? Além de herdeiro da empresa e marca de roupas de grife " Uchiha's", ele e o irmão mais velho Itachi estavam estampados em quase todas as propagandas da marca.

—Não fale assim dele -repreendi-o.

—Tudo bem, faça o que quiser -sua voz era amarga e furiosa. Ele se aproximou da porta para ir embora.

Eu não entendi. Sabia que o Suigetsu odiava a minha queda pelo Uchiha, mas ele nunca havia se irritado daquele jeito, geralmente só fazia comentários maldosos ou ria da minha cara.

—Hey! - o chamei, sem pensar, me aproximando dele antes que pudesse ir embora -O que houve com você?

Ele se virou pra mim e me avaliou. Me senti constrangida e não entendi o porquê. O que ele fez em seguida me surpreendeu.

Ele me jogou contra a porta ficando bem próximo de mim, nossos rostos a centímetros.

—O-O que você está fazendo? -perguntei, sem saber o que fazer e como reagir. E de repente, meu coração parecia que ia sair pela boca de tão forte que ecoava em meu peito.

—E-Eu não sei -ele afastou minha franja do meu rosto. E por um momento ele parecia tão frágil e perdido quanto eu- Droga! Eu não sei. Apenas, me deixe fazer isso agora porque... eu não sei se vou ter coragem de fazer de novo. - Ele ofega e respira fundo, fechando os olhos, como se estivesse reunindo forças para dizer alguma coisa.

Assenti, ainda tentando entender a situação e ele me surpreende mais uma vez quando me beija, apenas colando seus lábios nos meus. Ele agarrou minha cintura e eu entrelacei meus braços no seu pescoço de modo automático, tocando em seu cabelo. Separamos nossas bocas por centímetros, sentindo a respiração um do outro. Quando eu pensei em dizer alguma coisa ele me beijou novamente, invadindo a minha boca com sua língua. Meu corpo foi tomado por uma sensação incrível de calor. Minha mente foi invadida pelas diversas memórias dele, do seu cheiro, da sua voz e do seu sorriso. Eu queria ficar ali pra sempre.

Então eu percebi que eu não queria ter isso com Sasuke, nem poderia. Suigetsu era o único que me fazia eu me sentir desse jeito, eu me sentia segura, amada. Durante todo o tempo em que estive apaixonada pelo Sasuke, só me lembro de me sentir insegura, e inferior a qualquer outro ser humano da face da Terra. 

Quando saí do orfanato fui apresentada a uma nova vida e rotina que quase não permitia que eu mantivesse algum contato com Suigetsu, mas mesmo assim, ele nunca desistiu de mim. Apesar de tudo ele sempre esteve do meu lado. Ele nunca me deixou, nunca descumpriu sua promessa e agora eu também sentia vontade de cumprir a minha. Porque naquele momento eu percebi o quanto eu o amava.

Nos separamos por falta de ar e nos encaramos por um segundo, até que ele disse:

—D-desculpe, eu não deveria ter...

Os olhos dele refletiam o medo da minha reação, como se a qualquer momento algo fosse ruir entre nós. Olhei fundo neles, podendo enxergar o meu reflexo naquela imensidão arroxeada. Respirei fundo, me afogando nas ondas dos meus sentimentos que transbordavam naquele momento.

—Você? Pedindo desculpas? -fiz piada,querendo demonstrar que estava tudo bem, porém ele continuou sério.

—É que...você está apaixonada pelo Sasuke -ele se afastou totalmente e se sentou no sofá -Finge que isso não aconteceu, tudo bem?

Primeiro tive um choque. Depois fiquei furiosa. Então depois de tudo isso, ele ainda queria fingir que nada tinha acontecido?!

— Seu canalha! Como pode dizer isso depois de me beijar?! - exclamei, nervosa. Meus olhos já querendo encher de lágrimas.

—Porra! Eu só quero que você seja feliz, Karin! - ele grita, com feições sérias e o rosto levemente corado, como se também estivesse segurando um choro.

Fiquei atônita, nunca o tinha visto daquele jeito. Ele sempre foi o garoto corajoso que enfrentava tudo com um deboche e um sorriso no rosto, tirando quando se falava da morte sua família, onde ele demonstrava um certo grau de melancolia e até de saudades, mas chorar? Nunca. Isso simplesmente não fazia parte da personalidade de Suigetsu. Resolvi então tomar coragem para fazer a pergunta que eu tanto queria. Precisava saber.

—Por acaso você...Suigetsu, você...me ama?

Ele arregalou os olhos e olhou pra mim por alguns segundos. Pareceu pensar no que deveria dizer e como deveria reagir. Depois de torturantes segundos, ele disse:

—É, eu amo - Ele abaixa a cabeça, fechando os olhos com um pequeno sorriso de aceitação.

Arregalei os olhos.

—Pois é -ele continuou, após ver minha expressão - Eu sei, eu definitivamente devo ter batido a cabeça em algum lugar -ele riu fraco, fazendo piada do momento, o que não condizia com a sua expressão.

Okay,eu estou ferrada. Ele também me amava, finalmente alguém me amava, de verdade. Fui invadida por uma onda de felicidade. E se eu ainda achava que algum momento com o Sasuke poderia superar isso, como quando ele aceitou sair comigo,por exemplo, essa ideia teria caído por terra agora mesmo, pois no momento que tive meus repentinos sentimentos correspondidos... eu me senti realmente completa. 

Não me lembro de quando comecei a chorar, ou o que deu em mim quando agarrei aquele ser que tanto me irritava e tanto me cativava e o beijei novamente, ou onde estava com a cabeça quando liguei pro Sasuke naquela noite, que pra mim havia sido mágica, enquanto Suigetsu dormia tranquilamente ao meu lado e cancelei o encontro. Eu simplesmente não sei de mais nada.

Eu só sei que, pela primeira vez na vida, eu sinto que estou fazendo a coisa certa.


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