Causa e Efeito escrita por Ly Anne Black


Capítulo 4
Um Gnomo Raro




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“OVO DE GNOMO RARO ABANDONADO NA LONDRES TROUXA DEIXA TROUXAS HISTÉRICOS”

Hermione abaixou o jornal e ergueu as sobrancelhas para a mulher que bebia um cappuccino do outro lado da mesa.

— Se bem me lembro, o ovo e a histeria não estiveram relacionados.

Parkinson fez um gesto de “detalhes” com a sua mão de unhas compridas, pintadas de preto.

— Tudo aconteceu ao mesmo tempo, o que no mundo do jornalismo é praticamente sinônimo de causa e efeito.

— Vai ver por isso nunca gostei muito de jornalistas — comentou Hermione, primeiro debochada, depois séria: — Obrigada por ontem, Parkinson. 

— Igualmente. Meu chefe está impressionado com o “alcance da minha investigação jornalística”, quando eu “realmente me aplico”.

Hermione sorriu, servindo-se de mais suco de laranja. Tinha ficado surpresa ao receber o convite de Parkinson para um café, a fim de “pagar a sua dívida”. A mulher estava tentando ser cordial, e quem era Hermione para não reforçar aquele comportamento? 

Hermione a enviara o relatório da análise do ovo misterioso tarde da noite, mas ainda assim a matéria saíra a tempo para edição do Profeta Matinal – na capa, ainda por cima. A foto usada na reportagem, também enviada por Hermione, mostrava um pequeno gnomo albino, pelado e confuso, recém-saído das cascas do seu ovo, que achara por bem chocar pouco depois de Hermione tê-lo recolhido.

A sua teoria era de que algum bruxo achara o ovo negro no jardim de casa e resolvera descartá-lo bem longe. Havia uma superstição – injusta – entre os bruxos de que gnomos albinos representavam má sorte.

Hermione obtivera permissão especial do Sr. Horn para enviar os detalhes da investigação para Parkinson, com a condição de que a eficiência com que “o departamento” lidara com a situação fosse ressaltado.

“Um estranho surto de riso histérico, de origem desconhecida, acometeu vários trouxas que se acumulavam no local, impedindo que as autoridades do esquadrão antiterrorista trouxa chegasse até o ovo antes da sua clínica e precisa recuperação, pela secretária junior de Criaturas, Srta. Hermione Granger”.

Hermione fez uma careta para a menção do seu nome, mas supunha que poderia usá-la sabiamente em suas negociações de promoção. Quanto ao episódio de riso histérico, à altura em que Hermione alcançara o ovo, Pansy já tinha enfeitiçado tanta gente que a balbúrdia lá embaixo parecia um segundo atentado terrorista, dessa vez com pó-de-mico.

Hermione abaixou o jornal e percebeu que Parkinson a observava. Ela se sentiu de repente muito consciente de que seu cabelo estava mais para um ninho de passarinho. Parkinson, que supostamente tinha passado a noite em claro escrevendo a matéria, continuava alinhada e elegante como uma boneca de porcelana amaldiçoada.

— Foi um prazer fazer negócio com você, Granger — Pansy esticou sua mão fina de unhas impecáveis por cima da mesa.

— Não posso dizer que foi um completo desastre — Hermione concordou, apertando-a.

Suas mãos se tocaram e houve uma inegável faísca de atração.

Mas, isso é assunto para outra história.


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