Os Mistérios do Amor escrita por AmanteSolitária


Capítulo 29
Flores e Homenagens


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei!
O último capítulo acabou de uma forma um tanto quanto... inesperada!
Mas aqui estou para sanar a suas angustias e fazer com que se comovam comigo



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—Meu pai morreu, Sammy.

 

Algumas lágrimas silenciosas percorreram meu rosto enquanto eu abraçava minha melhor amiga. Olhei de relance para Cam, que me encarava com tristeza. Eu sabia que ele precisava de um abraço tanto quanto Emma, mas se eu soltasse ela naquele momento, esta desabaria. A abracei mais forte e soltei um olhar solidário para Cam.

Aparentemente, enquanto ele ia para o trabalho esta manhã, um motorista de caminhão, que estava há mais de 24h sem dormir, cochilou no volante e ultrapassou para a pista oposta na rodovia com destino ao centro. O caminhoneiro está internado, mas o senhor Woods e mais duas pessoas, que estavam em outro carro, morreram a caminho do pronto-socorro.

Conforme mais pessoas iam chegando para prestar as condolências, eu e meu pai nos dividíamos para organizar a cozinha, repor o galão de água, e garantir que a família Woods estava confortável e bem-cuidada. Além disso, meu pai prestou auxilio a Lucy com a documentação necessária para o velório e enterro.

Conclusão: nenhum de nós cinco dormiu, por mais insistente que eu tenha sido com Emma e Cam, para cochilarem antes do velório. Não os julgava, eu também não conseguiria pensar em dormir no lugar deles.

O velório teve início de madrugada e perdurou até o final da tarde, quando ocorreu o enterro. Fiquei aliviada quando Nick chegou e pude, finalmente, dar um abraço em Cam. Ele soltou algumas lágrimas enquanto eu o abraçava, mas nenhum dos dois ousou dizer nada. Quando nos afastamos, segurei sua mão e ficamos assim durante alguns minutos:

—Eu nunca vou conseguir te agradecer por toda a ajuda que você tem me dado. - Ele sussurrou, beijando a minha testa.

— Você não tem o que agradecer. - Olhei em seus olhos.- Eu não poderia fazer nada disso se você não tivesse me convencido a ficar em primeiro lugar. - Ele sorriu fraco. - Além disso, é o que família faz.- Ele fechou os olhos com força.

—Como eu queria poder te beijar agora.- Fiquei na ponta dos pés e dei um beijo em sua bochecha.

—Sam. - Era Emma me chamando para ficar ao seu lado. Sorri uma última vez para Cam e fui em direção da minha melhor amiga.

 

Assim que as homenagens terminaram e todos os convidados e parentes se retiraram, eu e meu pai nos dirigimos com os Woods de volta para casa. Meu pai entrou em casa e foi direto para a cama, vencido pelo cansaço. Já eu, fui até o meu quarto, tomei um banho, peguei algumas roupas, e me direcionei até a casa dos Woods, para fazer companhia para Emma, como havíamos combinado.

Bati na porta, a abrindo logo em seguida, pois sabia que estaria aberta. Cam estava no sofá com os cotovelos apoiados nos joelhos e a cabeça entre as mãos. Me sentei ao seu lado e abracei sua barriga. Ele lentamente passou as mãos ao meu redor, me puxando pra perto. Depois de alguns minutos apenas com o aconchego de nossos corpos e sons das nossas respirações, me afastei lentamente:

—Eu preciso subir, a Emma…- Ele me cortou.

—A Emma esta dormindo com a minha mãe, nenhuma das duas estava muito bem.

—Eu imagino. - Encarei seus olhos por alguns instantes. - Melhor eu voltar pra casa então.- Comecei a me levantar do sofá.

—Não. - Cameron segurou a minha mão. - Eu realmente gostaria da sua companhia hoje.- Seu olhar era de súplica.- Por favor.

—Cam, não sei se é uma boa ideia. - Ele desviou o olhar.- Emma pode ficar irritada, achar algo que não é…- Ele me cortou novamente.

—O que ela vai achar, Sammy?- Ele olhou para mim novamente. - Que nos gostamos? Que você como amiga me fez companhia no momento que eu mais precisava?- Ele bufou e passou a mão pelos cabelos.- Além disso, ela está exausta, não vai acordar tão cedo amanhã.

—Tudo bem, Cam. - Sorri fraco e apertei sua mão.- Eu passo a noite com você.

Diferente de Emma, Cam tinha uma cama de casal. Emma priorizava espaço enquanto Cam priorizava conforto no quarto, era de se esperar.

Já devidamente preparada e com os dentes escovados, olhei para Cam. Ele estava sentado na cama, encolhido, com a cabeça entre as mãos mais uma vez. Puxei o cobertor e me sentei ao lado dele:

—O que passa na sua cabeça? - Perguntei. Ele me olhou. Segurei em sua mão.

—Como eu vou fazer isso sem ele, Sammy? - Ele negava com a cabeça. Seus olhos começaram a encher de lágrimas novamente. - Como eu vou cuidar da minha irmã e da minha mãe? Eu sou só um adolescente idiota.

—Ei. - Apertei sua mão.- Vai ser difícil no começo, mas, com o tempo, vocês vão criar uma nova rotina. - Olhei para ele, tentando decorar cada detalhe de sua face.- Além disso, você não precisa se cobrar tanto. Vocês três vão cuidar um do outro, você não é responsável por ninguém sozinho.

—Eu não mereço você, Sammy. - Ele desviou o olhar.- Eu só faço merda.

—Está tudo bem, eu também faço merda. Tudo isso faz parte do ser adolescente.

—Não, Sam. - Ele bufou. - Eu realmente pisei na bola dessa vez.

—Tem algo que você quer me contar? - Perguntei e ele me olhou novamente. Ele abriu e fechou a boca várias vezes até concluir.

—Não sei se estou pronto pra te perder. - Ele começou a chorar novamente. - Não agora.- Pensei por alguns segundos. Será que tinha a ver com a festa que Luke tinha me falado no dia anterior?

—Se for sobre você com outra garota, eu só não quero saber, ok? - Disse sem pensar muito.- Apesar de gostar de você não só como amigo, sabemos que não podemos ter nada. - Foi a vez dos meus olhos encherem de lágrimas. Pisquei várias vezes para evitar o choro. Ele apenas me encarava.- Mas saiba que, se um dia, isso - Apontei para mim e para ele repetidas vezes.- acontecer pra valer, eu não suporto traição.

—Tudo bem, Sammy. Anotado. - Respondeu ele cabisbaixo. Ele pensou por um tempo antes de sorrir e olhar para mim. -Você realmente acha que podemos acontecer um dia?

—Eu espero que sim, Cam.- Bufei.- Eu gostaria disso.

—Eu também gostaria disso.

Ele segurou o meu queixo e encostou a sua boca na minha lentamente. Eu aprofundei o beijo no mesmo ritmo calmo que o momento pedia. Em certo ponto, comecei a sentir meu rosto molhado pelas lágrimas de Cam. Quando nos afastamos, me encostei na cabeceira da cama, ficando parcialmente deitada e ele deitou em meu peito, abraçando a minha cintura. Mexi nos cabelos dele até que ambos dormissem.

Na manhã seguinte, acordei cedo, me arrumei, e fui para o colégio. Não podia perder dois dias seguidos de aula, por mais que eu tivesse gostado de passar a noite nos braços de Cam. 


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Notas finais do capítulo

Eai... o que me acharam??



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