Os Mistérios do Amor escrita por AmanteSolitária


Capítulo 12
Me chame de Cam


Notas iniciais do capítulo

AVISO: Este capítulo pode causar sobrecarga emocional nas pessoas com maior conexão a história.
Boa leitura!
VEJO VOCÊS NAS NOTAS FINAIS



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No primeiro dia de apresentação, eu havia enfiado na minha cabeça que o que eu senti no beijo com Cameron era apenas nervosismo de estreia. Entretanto, essa sensação não havia diminuído nem um pouco até o último beijo do último dia de apresentação. Pelo contrário, ficava cada vez melhor, o que era completamente errado, mas completamente incrível.

Conforme as apresentações e os beijos foram avançando, fomos pegando mais e mais intimidade com o toque um do outro, o que fez com que a peça parecesse muito real. Todas as outras vezes eu cedi quando Cam pedia passagem, o que não parecia certo, mas, ao mesmo tempo, eu dizia para mim mesma que aquilo tornava o beijo mais real. Mas o último beijo da última apresentação havia chegado, o que significava que a minha trégua com Cameron também havia acabado, ou seja, potencialmente, minha vida viraria um inferno novamente em poucos minutos.

***

Na sexta-feira da semana seguinte ao final das apresentações da peça, seria um dos jogos mais importantes da temporada de basquete. Eu estava presente na quadra para torcer por Nate e para participar do show do intervalo mais uma vez.

O primeiro tempo correu tranquilo e estávamos ganhando com uma boa vantagem. Nate saiu da quadra correndo junto com o time e me roubou um selinho no caminho, já que eu estava preparada para entrar, o que me fez sorrir.

Eu mais uma vez depositei meu amor pela música e pela vida através dos meus movimentos. As cheerleaders se apresentaram logo depois de nós, seguidas pelas cheerleaders do time adversário, para que então os jogadores pudessem retornar à quadra.

Nossa vantagem no jogo aumentava cada vez mais. Entretanto, em algum momento do jogo, vi Nate comentar algo com Cameron, que ficou enfurecido. Ele foi atrás de Nate para então derrubá-lo no chão.

O arbitro parou o jogo e o treinador puxou Nate e Cameron de lado para dar uma bronca neles. Eles deram as mãos a contragosto e voltaram para a quadra. Depois disso, o time não foi mais o mesmo. Entretanto, pela vantagem que havíamos conquistado antes, ganhamos o jogo.

***

Aproveitei o vestiário para tomar um banho rápido e me arrumar para a festa de comemoração. Estávamos no Texas e fazia calor, por isso, usei o short jeans mais curto que tinha e uma blusa soltinha, que cobrisse a ponta deste. Mantive a maquiagem que usara para dançar, mas soltei os meus longos cabelos castanhos, dando mais leveza.

Saí do vestiário, mas não encontrei Nate do lado de fora, então voltei para procurar. Parei em frente ao vestiário masculino, esperando que alguém saísse para que eu pudesse perguntar dele, mas só ouvi uma gritaria do lado de dentro:

—Eu não sei como eu pude me envolver com pessoas como vocês.- Era a voz de Cameron. Ele parecia extremamente bravo.- Vocês são nojentos. E você. Não vai encostar um dedo nela ou eu acabo com a tua raça, estamos entendidos? Isso acaba agora e eu não quero saber os motivos para ter começado. E você? Nunca imaginei que pudesse ser tão baixo.

—Cam, eu nunca pensei que se preocupasse com elas dessa forma.- Era a voz de Jason retrucando. - Você falava mal delas até não poder mais, eu só quero aproveitar a carne.- Ouvi um estrondo e dei um pulo.

—É da minha família que vocês estão falando.- Ele parecia prestes a bater em qualquer um que chegasse próximo a ele. Eles estavam falando de Emma?  –Vocês não vão encostar em nenhuma das duas nunca mais, não vão dirigir a palavra a elas, estão me ouvindo? - Ele continuou. Me perguntava sobre o quem poderiam estar falando.

—E se elas quiserem?- Respondeu Jason novamente.- Não vai ter nada que você possa fazer. Além disso, do jeito que fala, até parece que tem sentimentos por ela.

—Eu cansei dessa baboseira toda. - Era a voz de…Nate? Logo em seguida ele apareceu na porta, surpreso em me ver. - Oi, meu amor. Ia te procurar agora. Está pronta?- Eu assenti e ele passou a mão pelos meus ombros.

Jason saiu do vestiário logo depois e Nate começou a me guiar para a saída. Ouvi estrondos parecidos com o anterior de forma constante saindo do vestiário. Antes de terminar o corredor, olhei para trás e vi Cameron me encarando com… Pesar?

 

***

No meio da festa de comemoração, Nate me chamou em um canto. Ele me puxou pela mão até um quarto vazio e começou a me beijar fervorosamente. Era bom ter a atenção dele, mas eu não podia negar que algo parecia muito errado. Sentia isso desde que ouvira a discussão no vestiário. O afastei de forma gentil:

—Nate, acho melhor voltarmos para a festa.- Disse esboçando um sorriso.- Vão sentir nossa falta.

—Não vão, não.- Retrucou ele.- Está tudo certo. - Logo antes de se aproximar novamente com força e beijar meu pescoço. - Quero você só pra mim por um tempo.- Ele passou as mãos pelo meio das minhas coxas com brutalidade.- O afastei com força. Ele me olhou confuso.

—Nate, já falamos sobre isso. - Ele apoiava o peso sobre as minhas mãos, que estavam em seus ombros, afastando-o.- Eu não estou pronta para isso ainda.

—Qual é, gatinha? - Ele parecia irritado.- Já estamos juntos a três meses e ainda estamos no zero a zero.

—Eu não vou discutir isso com você, Nathan. - Disse soltando-o e me virando para abrir a maçaneta da porta.- Você sabia que seria assim quando começamos a namorar. - Fechei a porta atrás de mim.

Antes que eu alcançasse a escada, Nate encostou no meu ombro:

—Ei. Desculpe por te pressionar, eu juro que não foi a minha intenção.

—Tudo bem. Eu entendo se não quiser esperar - Ele começou a esboçar um sorriso. -, mas, se este for o caso, terá que procurar outra pessoa. - Olhei firmemente nos olhos dele.- Pense com carinho, ok?

Ele me puxou para um abraço não muito confortável. Eu o afastei gentilmente e desci as escadas sem pressa. Fiz um sinal para Emma, que entendeu rapidamente e voltamos para a casa dela.

***

Emma capotou rapidamente, enquanto eu não conseguia processar tudo o que tinha acontecido naquela noite. Guardei muitas coisas para mim, pois queria juntar todas as peças do quebra-cabeças para não deixá-la preocupada sem necessidade.

Depois de quase uma hora revirando na cama, decidi pegar um copo de água na cozinha. Desci as escadas e entrei no cômodo em total silêncio e no escuro. Por este motivo, tomei um susto gigante, quando acendi a luz e vi Cameron sentado no banco do balcão da cozinha, com as mãos cobrindo o rosto.

Ele me olhou e pude ver sua face marcada, com cortes e roxos em diversos lugares:

—Ai meu deus, Cameron, o que houve com você? - Eu disse abrindo o congelador e colocando algumas pedras de gelo dentro de um pano de prato.

—Você tinha que ver o outro cara. - Ele disse antes de dar um leve sorrisinho de lado. Eu dei um soco forte em seu braço antes de lhe entregar o gelo.- Ai.

—Isso foi por entrar em brigas. - Tirei o gelo da sua mão e apliquei da forma correta embaixo do seu olho esquerdo. - Você vai ficar todo roxo.

—Se eu te contasse o motivo, você me daria razão.

—Você é o que? Um homem das cavernas?- Comecei a notar seu rosto desinchar levemente.- Não sabe conversar, não?

—Nesse caso não adiantaria. Acredite, eu tentei. - Me peguei pensando se a briga tinha a ver com a discussão no vestiário.

—Não vai me dizer que foi por causa da Ashley. - Fiz uma careta involuntária.

—Não… Essa aí já é passado faz tempo. - Disse olhando em meus olhos.

Não podia negar que uma pontinha de felicidade se formou em meu peito com aquele comentário. Não, Sam, você pode negar, sim. Você tem um namorado. Será que tinha mesmo? Depois daquela noite, nada estava muito certo. De qualquer forma, ninguém, nem mesmo Cameron Woods, merecia ser traído.

—Segura assim.- Disse pegando sua mão e posicionando no lugar correto.

O toque das mãos dele nas minhas me fez arrepiar levemente. Meu coração disparou. Voltei para o armário de copos e tentei alcançar um no armário alto, mas em vão. Pulei, mas mesmo assim não alcancei.

Senti a mão de Cameron na minha cintura, o que me fez arrepiar novamente. A outra mão dele alcançou o copo e seu corpo estava colado no meu. Me virei de frente para ele para pegar o copo de sua mão, deixando nossos rostos a poucos centímetros de distância. Ele aproximou seu rosto do meu lentamente. Eu ansiava por aquilo… mas não podia. Desviei meu rosto levemente:

—Cameron, eu tenho namorado. - Sussurrei.

—Eu gostava mais quando você me chamava só de Cam. - Eu olhei novamente para ele. Nossos olhos se mantinham firmes uns nos outros. Ele não fez questão de aumentar a distância entre nossos rostos.- Porque não me chama mais assim? - Sua voz tinha certa carência. Ar? Onde está você?

—Eu… acho que fiquei com raiva quando você entrou na peça e desacostumei a usar seu apelido. - Eu falava pausado, buscando as palavras corretas, focada naqueles olhos verdes que me encaravam.

—Você ainda tem raiva de mim, Sammy? Por causa disso? - Nós estávamos sussurrando. Balancei a cabeça em negativa.- Então me chame com carinho, por favor?- Ele segurou meu queixo e roçou levemente seus lábios nos meus, sem me beijar, o que só me fez ter bem mais vontade de ceder ao beijo e relembrar o que senti durante as apresentações da peça.- Eu gostava bem mais daquele jeito.

—Ok, Cam. - Falei apenas. Ele fechou os olhos.

—Assim que eu gosto. - Ele disse com a voz ainda mais rouca apertou levemente a minha cintura.

Eu fechei meus olhos e abri levemente a boca. Senti ele sorrir com os lábios encostados nos meus.

—E mesmo que você tenha um namorado, - continuou ele.- não acho que ele seria o cara certo para você. - Acordei levemente do transe. Abri os olhos e me afastei alguns centímetros. Ele não estava falando o que eu achava que estava. Estava?

—E quem seria o cara certo para mim? Você? - Perguntei com a sobrancelha arqueada, ironizando a situação. Ele abriu os olhos e me encarou, dando de ombros logo em seguida.

—Só estou dizendo que, mesmo que tenha perdido a virgindade com o cara, você não é obrigada a ficar com ele, se não achar que é o cara certo.- Eu coloquei a mão em seu peito, o afastando um pouco mais.

—Não que seja da sua conta, mas eu não transei com Nate. - Estava começando a ficar irritada. - E, a não ser que tenha algo pra me contar, a minha vida amorosa continua sendo preocupação única e exclusivamente minha.

—Não transou? Mesmo? - Olhei para ele com os olhos arregalados e neguei com a cabeça. Ele parecia… Aliviado? O que ele estava pensando ao me fazer aquelas perguntas?

—Agora que você já está atualizado sobre a minha vida sexual, e muito bem cuidado, eu vou dormir. - Disse me virando de costas.

—Tudo bem. Boa noite, Sam. - Olhei para ele por cima do ombro, ele tinha um sorriso sacana cravado no rosto.

—Boa noite, Cam.- Disse cedendo.


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Notas finais do capítulo

Queria dizer que estou me compadecendo cada vez mais com vocês. Sei que duas vezes por semana pode deixar vocês agoniados e por isso acabo juntando dois capítulos e postando de uma vez, como foi o caso do de hoje.
Me respondam algumas coisas: Vocês surtaram tanto lendo quanto eu escrevendo? O que estão achando disso tudo? O que estão achando da história como um todo? Falem comigo, me contem o que estão achando, mesmo se não seja positivo! Comentários construtivos são sempre bem-vindos!
Amo vocês e até sábado!



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