Where's My Love escrita por Khaleesi


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi oi!

Voltei em tempo recorde dessa vez kkk
Esse cap ficou bem grandinho em relação aos outros.

Boa leitura



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Os Romanos chegaram em número menor do que os campistas esperavam, apenas um terço da Legião. Mas mesmo assim, eram mais do que o Acampamento podia suportar.

Os campistas ainda de espreguiçavam quando os Legionários cruzaram a fronteira mágica. Uma receptiva estava preparada para mais tarde mas é claro que os romanos chegaram antes do prazo. E é claro que o gregos não estavam prontos para isso. Os chalés ficaram abarrotados com as bagagens, muitos deles foram acomodados na Casa Grande e nos chalés vazios de Zeus e Poseidon. Sim, Percy teve que dividir seu quarto com os colegas Romanos. Ninguém se atreveu a pôr os pés no chalé de Hera, no entanto. As caçadoras chegaram logo em seguida e se acomodaram na cabine de Ártemis como de costume.

Percy recebeu os amigos com um sorriso no rosto, não podia negar que estava feliz em rever seus companheiros de viagem depois de tanto tempo… Mas também não podia negar que a presença deles lhe trazia memórias mais dolorosas do que ele era capaz de lidar. Ele passou a tarde com os amigos e tentou ao máximo se divertir. Não pôde deixar de notar como Nico era próximo de Jason e Reyna, os três não se desgrudaram a tarde toda. Percy chegou até a sentir um pouco de ciúmes… Era como se ele nem existisse mais.

No fim da tarde os irmãos Stoll organizaram uma queima de fogos de artifício na praia e todos se reuniram para assistir as cores dançando no céu, movendo-se magicamente e formando desenhos de ninfas, deuses e criaturas mitológicas, enquanto o sol dava seus últimos suspiros no horizonte. Frank e Hazel assistiam a tudo de mãos dadas e Jason e Piper estavam abraçados na areia enquanto Percy segurava vela ao lado. Sentiu-se grato por Nico estar ali. O garoto lhe lançou um olhar rápido e voltou a atenção aos fogos. Percy pensou ter visto suas bochechas corarem, mas talvez fosse apenas o reflexo das luzes no céu.

 

O sol desaparecera por completo quando Percy se juntou aos outros no pavilhão do refeitório.

Normalmente as regras no Acampamento eram bem rígidas em relação às mesas do pavilhão, mas naquele dia em especial Quíron havia abrido uma exceção e os semideuses se sentaram onde queriam. É claro que foi preciso adicionar algumas mesas extras da Casa Grande para acomodar os romanos.

Os filhos de Apolo cantavam e tocavam enquanto o jantar era servido. O cheiro de churrasco e morangos frescos preencheu as narinas de Percy, mas ele não sentiu fome, como não sentia há muito tempo. Juntou por obrigação alguns pedaços de queijo e pão em seu prato e juntou-se aos amigos em uma das mesas de piquenique. Ele não via aquele pavilhão tão cheio desde… Bem, desde que a guerra forçara todos a se reunir. Mas na época, não havia cantorias, risadas ou cheiro de comida. Eram apenas ruínas no meio de um acampamento destruído sendo usadas como um grande centro médico pelos curandeiros, já que a enfermaria não tinha capacidade de atender tantos feridos. Percy não precisava fazer muito esforço para se lembrar dos detalhes daqueles eventos terríveis, o cheiro de fumaça e sangue no ar ainda impregnava sua mente quando os flashes da batalha lhe pegava desprevenido. 

O barulho cessou gradativamente quando Quíron em sua forma de centauro pediu silêncio aos semideuses. Leo que dividia a mesa com Percy e os demais foi um dos últimos a se calar, como de costume.

— Heróis — começou Quíron com sua postura inclinada. Ele ergueu sua taça. — Guerreiros… Amigos. Hoje nós nos reunimos aqui para celebrar a paz, para abastecer a chama que mantém nossa aliança… Para nos lembrar daqueles que se sacrificaram em nome da vitória.

Jason pousou uma mão no ombro de Percy em um sinal acolhedor e o garoto viu no rosto dos amigos uma centelha triste. 

— E acima de tudo, agradecemos aos deuses por estarmos todos aqui hoje. E que este dia possa se repetir pelos anos que vierem. Um brinde!

Os semideuses ergueram seus copos e ouviu-se o tinido de vidro batendo em vidro pelos próximos segundos. Percy os imitou, forçando um sorriso nos lábios. Então virou o copo na boca e sentiu o refrigerante gelado rasgar sua garganta. 

A cantoria voltou. Agora os semideuses se dirigiam a fogueira no centro do pavilhão para fazer sua oferenda aos deuses. Percy levantou-se sem a mínima vontade e juntou-se a fila. Quando chegou sua vez, o garoto fitou as chamas dançando diante de seus olhos. Olhou para o prato de onde normalmente tiraria o pedaço mais farto e alimentaria o fogo.

Percy nunca se entendera bem com os deuses. Ele tentava, apesar de tudo. Mantinha uma relação suportável com seus parentes imortais, fazia oferendas gordas, realizava favores e tudo o que um semideus deve fazer para agradar um deus. Mesmo assim eles continuavam a maltratá-lo como maltratavam qualquer meio-sangue. Ele não se importava, estava acostumado… Mas isso era antes. Agora Percy sentia que poderia insultar o primeiro ser imortal que pisasse em seu caminho. Os deuses haviam falhado com ele. Haviam falhado com ela.

Retesou a mandíbula sentindo o peso no peito aumentar. Em vez do maior pedaço Percy pescou uma única migalha de pão e jogou ingratamente para as chamas. Não esperou pela repreensão, virou-se e voltou para a mesa de piquenique.

Depois de um jantar tumultuado, os campistas começaram a deixar as mesas e arrumar o pavilhão para a atividade seguinte, trazendo as armas e os estandartes. Quíron reuniu todos em uma grande roda e explicou que o Capture a Bandeira seria diferente naquela noite. Um acampamento contra o outro e as Caçadoras se uniriam aos romanos para igualar seus números. Não seria obrigatório que todos jogassem, então alguns campistas de Afrodite e Deméter ficaram de fora. Percy imediatamente visualizou o caos: mais de oitenta guerreiros reunidos no bosque lutando por uma bandeira.

— Conhecem as regras — disse Quíron por último. — Sem mortes ou mutilações. Todos os ítens mágicos são permitidos.

Gregos e romanos se dividiram no pavilhão. Reyna e Thalia partilharam a liderança do time adversário. Percy sabia que as chances dos gregos seriam quase nulas. Quando se reuniram para decidir a liderança do seu time, todos os olhares caíram sobre ele e Clarisse. Percy aceitou o papel, embora não estivesse muito ansioso para bolar estratégias de luta contra os romanos.

— Vamos colocar nossa bandeira no Punho de Zeus, como de costume — começou Clarisse. — Leo, Piper, quero vocês liderando a defesa — ela apontou alguns filhos de Atena para ajudá-los.

— Hermes e Hefesto ficam na retaguarda — disse Percy. — Criem emboscadas, não deixem eles se aproximarem da linha de defesa. O restante fica na linha de frente.

Clarisse concordou sem objeções, para a surpresa de Percy.

— Quero Apolo nos flancos. Fiquem de olho naquelas Caçadoras. — disse ela. — Stolls, nosso plano de distração está pronto?

Connor tirou um foguete de artifício de uma bolsa que Travis carregava no ombro, daqueles que estavam soltando mais cedo na praia. Clarisse parecia ter tudo pronto em sua cabeça e desempenhava um papel líder muito melhor que Percy, mas ele não se importou. 

— Tudo conforme o planejado — Connor sorriu maliciosamente.

— Uh, isso vai ser bom — Leo esfregou as palmas das mãos.

— Ótimo — continuou Clarisse, ajeitando a bandana nos cabelos. — Percy e eu vamos liderar o ataque. Vamos segurá-los  o máximo de tempo que conseguirmos. E você — ela apontou para Nico que observava a tudo de braços cruzados. — Quero que se infiltre nas defesas deles quando o plano de distração estiver acontecendo e pegue a bandeira. Consegue fazer isso?

— Eles nem vão saber que estive lá — afirmou Nico.

Clarisse sorriu confiante.

— A fumaça vai ser seu sinal. Certo, saímos em cinco minutos, se preparem. Vamos ganhar esse negócio.

O time se cumprimentou com expectativa fazendo uma espécie de grito de guerra, então se espalharam para pegar os equipamentos. Do outro lado os Romanos e as Caçadoras ainda se fechavam em círculo, provavelmente trabalhando em uma estratégia complexa demais para o cérebro de Percy. Mas ele tinha esperanças no time grego. O plano de Clarisse tinha tudo para dar certo.

Mia ao longe era aconselhada pelos campistas de Hermes e Percy acabou se lembrando de como estava tão confuso quanto ela durante seu primeiro jogo se captura a bandeira. Ele rapidamente se vestiu com um peitoral leve de couro, braçadeiras e luvas e certificou-se de pegar um elmo que lhe servisse bem. A penugem da crina havia mudado de cor para laranja, enquanto a do outro time era roxa.

Percy terminou de vestir sua armadura e aproximou-se de Nico, que lutava contra as correias do peitoral de couro.

— Ei, quer ajuda?

O garoto assentiu em silêncio quando deu-se por vencido pela fivela. Virou-se e deixou Percy ajustar sua armadura. Percy prendeu as correias de maneira que ficassem firmes e só então percebeu o quanto o garoto havia crescido fisicamente. Ainda era consideravelmente mais baixo que ele, mas mesmo assim. Percy lembrava-se da primeira captura a bandeira de Nico, quando o capacete ficava solto em sua cabeça e a armadura era pelo menos duas vezes maior que ele. Quis soltar uma piada, mas viu que o filho de Hades estava focado em algo a distância: as Caçadoras conferiam seus arcos e se alongavam, preparando-se para o jogo. Percy sabia que ele estava pensando Bianca.

— Você acha que ela estaria ali? — disse ele de repente, pegando Percy de surpresa.  

Um nó formou-se em sua garganta.

— Talvez ela teria se cansado de viver correndo por aí com um monte de garotas e teria voltado pro acampamento — continuou Nico. 

— Eu não sei… Ela parecia ter encontrado o lugar dela com as Caçadoras.

Nico riu pelo nariz e Percy sentiu uma pontada em seu peito com o olhar que o garoto lançava ao grupo. Conhecia aquela dor bem demais.

— Tem razão. Ela não era de desistir.

Percy terminou de ajeitar a armadura do menor e pegou um escudo na mesa ao lado. 

— Acho que não vai precisar disso. Vai ficar com a maior responsabilidade do jogo, hein? — disse ele.

— Eu podia pegar aquela bandeira antes mesmo dos romanos atacarem. Mas não seria justo com eles — ele sorriu de canto. Percy sabia que era verdade. A maneira como Nico se misturava às sombras durante a noite o tornava quase invisível. Teriam uma boa vantagem com ele em seu time.

Pela primeira vez naquele dia Percy sentiu-se feliz ao perceber como Nico havia se ajustado ao acampamento. Agora tinha um senso de pertencimento ao lugar como qualquer outro campista. Desejou poder dizer o quanto queria que ele se tivesse se sentido aceito antes… Talvez se Percy tivesse tentado mais, tivesse se preocupado mais… Mas as palavras travaram em sua garganta.

Thalia aproximou-se carregando sua lança nas mãos com um sorriso desdenhoso. Os olhos azuis faiscando.

— Preparados para perder? 

— Estava prestes a te perguntar o mesmo — disse Percy.

— É uma pena Quíron ter revogado a regra do time perdedor limpar o chalé do vencedor. O chalé oito está precisando de uma bela faxina — provocou ela. Nico revirou os olhos.

— Nos seus sonhos, Grace.

Thalia se acomodou na beirada de uma das mesas de piquenique ao lado deles.

— Fiquei sabendo que estava com uma ressaca hoje de manhã — disse ela. — Não é um pouco novo demais pra essas coisas? Percy, você é uma péssima babá.

—  A culpa não é minha se ele é um desses adolescente rebeldes! — Percy ergueu as mãos em forma de rendição.

Thalia bagunçou os cabelos de Nico e o garoto se esquivou.

— Eu sou uns sessenta anos mais velho que você dois!

— E uns sessenta centímetros mais baixo também — riu Thalia e Percy a acompanhou enquanto Nico os fuzilava com o olhar.

— Escutem — disse a garota quando se recuperou. Sua expressão ficou séria de repente. — Quíron me contou dos desaparecimentos dos campistas. Parece que os romanos estão tendo os mesmos problemas. Quando partirmos daqui vou ordenar uma busca nas redondezas.

Percy assentiu.

— Bem, se alguém pode encontrar um monte de semideuses perdidos, são vocês.

— Não estou prometendo nada, mas vamos dar nosso melhor. Não quero acreditar que já temos outra ameaça batendo em nossa porta tão cedo. Não depois de tudo aquilo...

A corneta de concha soou ao longe, anunciando que o jogo começaria em breve.

— Nos vemos no campo de batalha — disse Thalia, começando a se afastar. — Tentem não ficar muito surpresos quando nós vencermos.

Ela se juntou a seu time e Nico e Percy a imitaram. Clarisse se encarregou de carregar a bandeira laranja até a clareira com todo o grupo a seguindo de perto. O time adversário fincou a bandeira roxa numa clareira do lado oposto do riacho. Os campistas começaram a se organizar e se posicionar. As armaduras tintilavam e a tensão no ar aumentava. Ao invés de alguns meio-sangues espalhados no silêncio noturno da floresta, os dois grupos se posicionavam a dez metros um do outro, frente a frente, preparando-se para um embate digno de um épico medieval de guerra.

Percy notou que as mãos de Mia tremiam levemente enquanto segurava a espada e olhava com nervosismo para o exército do outro lado.

— Vai ficar tudo bem — tentou tranquilizá-la enquanto passava. — Ninguém se fere muito gravemente no fim do jogo. Na maioria das vezes.

Ela lhe lançou um sorriso torto e Percy seguiu para seu lugar na linha de frente. Lançou um olhar rápido a Nico do outro lado da fileira. Ele acenou com a cabeça. As sombras pareciam se curvar ao seu redor.

— Fulminata, preparar! — gritou Reyna do lado oposto do riacho erguendo sua espada e os guerreiros romanos a seguiram, brandindo as lanças em formação e levantando as vozes.

Clarisse e Percy se entreolharam.

— Ei gregos, vamos chutar umas bundas! — gritou ele, erguendo contracorrente e seus amigos eclodiram em concordância, pulando e batendo as espadas nos escudos.

A corneta soou novamente e então o caos dominou a floresta.

Percy desceu a viseira de seu capacete e correu com contracorrente em riste, seguido de perto por toda a linha de frente do time. Os Romanos vinham em sua direção com igual determinação. Reyna chocou-se contra Clarisse, ouviu-se o som de metal batendo contra metal. Escudos empurravam e golpeavam, flechas com ponta de borracha passavam zunindo nos ouvidos. Percy derrubou o primeiro romano há poucos metros do riacho. O segundo brandiu a espada para ele e com um giro rápido de Contracorrente ele o desarmou e o empurrou para o lado com o escudo. Seguiu o mesmo processo, liberando caminho até a água. Reyna e Clarisse ainda cruzavam lâminas em um embate furioso, emanando ondas de medo pelo campo de batalha. Percy não via sinal de Jason e Thalia, o que significava que os irmãos provavelmente estavam trabalhando juntos para flanquear as defesas e capturar a bandeira. Olhou rapidamente para trás, alguns romanos e Caçadoras haviam se emaranhado em fios de teias de bronze armados pelos filhos de Hefesto, mas a linha de defesa continuava intacta.

Percy adiantou-se para a água após derrubar outro legionário.

— Não deixem-no alcançar o rio! — gritou Reyna a sua esquerda. Ele não sabia como ela tinha capacidade de se concentrar nele e em Clarisse ao mesmo tempo.

Os soldados romanos ao seu redor se alertaram e viraram-se para tentar pará-lo, mas era tarde demais. Com um movimento de sua mão, a correnteza ergueu-se de seu descanso e arrebatou uma fileira de romanos como um chicote de cinco metros. Os campistas voaram pelo campo, esbarrando em seus colegas, os derrubando e abrindo espaço para os gregos avançarem.

Clarisse havia se desvencilhado de Reyna, que agora lutava com outros dois filhos de Ares.

— Connor, agora! — gritou ela.

Percy não conseguiu localizar os irmãos Stoll, mas sabia o que viria a seguir e cobriu o nariz com o braço da espada.

As fagulhas no chão foram avistadas de longe e as pequenas explosões se sobressaíram entre os ruídos da batalha. Uma fumaça espessa imediatamente cobriu a mata, dificultando a visão de Percy. Ele usou a água para se orientar e abriu caminho entre os legionários confusos com seu escudo, concentrando-se em chegar a linha de defesa e ganhar tempo para Nico.

Ousou olhar para trás por um segundo e com muita dificuldade conseguiu distinguir uma descarga elétrica acabando com a linha de defesa de seu time. Apressou o passo, desviou-se de um legionário e derrubou outro. 

A fumaça se dispersava na clareira e o barulho da batalha estava distante agora. Percy correu, mas parou de súbito ao perceber que Frank, que provavelmente deveria estar protegendo a bandeira, estava desacordado no chão, um hematoma marcando sua testa. Ao seu lado, outros dois semideuses estavam desmaiados, um deles amarrado a uma árvore com vinhas, e outro preso a grama, as mesmas vinhas se entrelaçando por seu corpo. Nico se materializou ao lado da bandeira, a espada em riste, mas também percebeu que havia algo errado.

Ele olhou de Frank para Percy, então para os outros semideuses.

— O que aconteceu aqui?

— Eu acabei de chegar — disse Percy, tão confuso quanto ele.

Nico arrancou a bandeira da grama e correu na direção de Percy. Ele olhou uma última vez para Frank, com pena, antes de correr com Nico para a vitória.

Quando os dois garotos cruzaram o riacho, a batalha terminou. Mas Thalia e Jason também corriam com a bandeira laranja em mãos. Quíron cruzou o bosque e se colocou entre os dois times com uma ruga entre as sobrancelhas.

— Parece que temos um empate.

— O quê? Sem essa! Nós pegamos primeiro! — disse Clarisse.

— Não, nós é que pegamos! — defendeu Thalia.

— Vocês jogaram sujo — disse Reyna, afastando a franja dos olhos. — Ao contrário de vocês, nós merecemos a vitória.

— Ah me desculpe se não está familiarizada com as regras, princesa — irritou-se Clarisse. — Todos os ítens mágicos são permitidos. Sua estratégia perfeita devia ter previsto isso.

Travis e Connor Stoll fizeram um high-five, muito satisfeitos. A maioria dos romanos ainda tossia e esfregava os olhos.

— Sinto muito, mas não há como averiguar quem foi o primeiro a pegar a bandeira. É um empate, está decidido.

Uma onda de reclamações seguiram as palavras de Quíron mas ele as silenciou com um aceno da mão.

— Decidiremos o vencedor amanhã, em outra competição. Espero que se lembrem das regras dos Jogos de Guerra.

O lado Romano comemorou enquanto os Gregos se limitaram a suspirar em frustração. Os campistas começaram a recolher escudos e armas caídas e a se dispersar enquanto o chalé de Apolo se apressava para atender os feridos.

— Que perda de tempo — murmurou Nico, fincando a haste da bandeira na grama. — É melhor vermos como está o Frank.

Percy assentiu e os dois se encaminharam de volta a clareira.

— Foi por pouco — Jason aproximou-se dos dois por trás, tinha um leve arranhão na bochecha. — Até que vocês não são tão ruins com uma espada.

— Você sabe que nós vencemos, não é Grace? — disse Nico.

— Isso é o que nós vamos ver, amanhã — sorriu o garoto.

— Claro — disse Percy. — que vença o melhor. Mas nós totalmente vencemos hoje.

Quando chegaram à clareira Jason parou, perplexo.

— Como foi que fizeram isso? — perguntou, examinando as vinhas.

— Não fizemos — disse Nico. — Já estavam assim quando chegamos. Talvez alguém do chalé de Deméter tenha chegado primeiro?

Percy se ajoelhou diante de Frank e o sacudiu.

— Ei, cara, o jogo acabou. — ele continuou chacoalhando o amigo, sem efeito. — Frank?

Nico aproximou-se e segurou firmemente o braço do garoto.

— Acorde. — disse ele, quase como uma ordem.

Frank abriu os olhos debilmente. Ele olhou para Nico e Percy como se fossem de outro planeta, então sentou-se na grama segurando a parte de trás da cabeça.

— Você levou uma bela pancada — comentou Percy. — O que aconteceu, cara?

Frank olhou ao redor ainda confuso, então sua visão focou-se nos outros dois semideuses que Jason tentava soltar.

— Eu não sei… Me lembro de ter visto aquelas vinhas surgindo do nada e… — seus olhos se arregalaram de repente — Hazel!

Ele tentou se levantar com um pulo e imediatamente tombou para o lado. Percy o amparou.

— Vai com calma, o que tem a Hazel?

— Ela estava aqui! Estávamos defendendo a bandeira, alguém a atacou… Eu ouvi ela gritar, mas não consegui fazer nada. Alguma coisa bateu na minha cabeça e eu apaguei.

Nico franziu o cenho e começou a olhar ao redor, nervoso.

— Por que alguém faria isso? É só uma droga de um jogo! 

— Temos que encontrá-la, Percy. Ela pode estar em perigo! — disse Frank.

— Quem quer que tenha feito isso não pode ter ido longe — Percy tentou tranquilizá-lo. — Vamos encontrá-la.

Eles se espalharam para procurá-la. Percy checou qualquer sinal de uma trilha na grama, ou sinais de luta, mas não encontrou nada. Nico chamava pela irmã e olhava de um lado a outro, agitado. Antes que pudessem ter qualquer sucesso na busca, dois garotos surgiram na clareira. Will com o arco em mãos, acompanhado de um campista de Hermes.

— Percy, que bom que está aqui! — o filho de Apolo recuperou o fôlego. — Tem algo errado. A garota que trouxeram ontem…

— Mia?

— Sim, ela sumiu durante o jogo… Os caras de Hermes estão procurando, mas nem sinal dela.

Percy amaldiçoou aos deuses e ao mundo internamente. Porque é que os meio-sangues nunca conseguiam ter sequer uma noite normal?


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Notas finais do capítulo

Tentei resumir algumas coisas porque as cenas de ação tomaram bastante tempo do capitulo. Espero que tenham gostado! Nos vemos no proximo ♥



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