Filhos da Noite 4 - Para Sempre escrita por CM Winchester


Capítulo 6
Capítulo 5 - Três adolescentes e um banheiro




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No final do dia eu já estava recuperada para levantar e ir para a fazenda. Nora estava me esperando quando cheguei. Ela correu para me abraçar, mas segurei seus braços a impedindo.
— Estou toda ferrada. - Resmunguei.
— Você está bem?
— No limite. Mas estou.
— O que aconteceu lá?
— É complicado. Mas Pepper quer encontrar...
— Eu já sei disso. Quero saber o que aconteceu com você.
— Dante. Ele me deu uma bebida com artes do mal.
— Artes do mal? Quem está fabricando isso? - Perguntei.
— Blakley. Patch achou que isso tinha acabado com a morte de Hank, mas não.
— Sabe que eu ficaria feliz em saber dessa informação.
— Desculpe. Eu achei que soubesse já que seu pai também sabia.
— Eu tentei me manter longe disso por tempo demais. Foi um erro. Meu pai está no inferno e a guerra bate a nossa porta. É hora de saber o que fazer e agir. Tenho que concordar com Dante, Nora. Temos que assumir um lado o mais rápido possível. Por que vai ser pior ter duas raças atrás de nós.
— Eu não quero essa guerra.
— Infelizmente você não tem escolha. Vamos ter que agir como podemos. E tentar sair dela vivas. - Ela segurou a minha mão e a apertou.
— Obrigada por hoje. Não sei o que teria acontecido se não fosse por você.
— Você teria se saído bem. - Sorri. - Tyler e Nico vão ficar de vigia de noite. Ben talvez apareça também.
— Patch disse que vai ficar por perto também.
— Bom. Isso é ótimo. Eu preciso dormir. E preciso de um banho.
Me arrastei pelas escadas e fui direito para o chuveiro.
Quando acordei meu corpo estava bem melhor. Levantei e observei pela janela. Tyler e Nico estavam conversando sentados no telhado. Ben estava caminhando lá embaixo. Tirei meus curativos e meus machucados estavam completamente curados.
Vesti um short jeans estampado com a bandeira da Inglaterra na frente, camiseta decote canoa rosa escuro e bota de montaria. Fiz uma trança rapidamente e sai pela janela. Passei pelos meninos e saltei para o chão pousando ao lado de Ben.
— O que está te deixando preocupado?
— Os Anjos caídos. Eles não possuíram seus vassalos essa noite. Tem coisa grande se erguendo no ar. Eu tenho que ir. - Ele beijou meus lábios e sorriu. - Eu te amo.
— Eu te amo. - Respondi sorrindo.
Ele se afastou e sumiu entre as árvores. Com a magia verde saindo das mãos eu voei até o telhado e parei em pé na frente dos meninos.
— O que aconteceu? - Nico perguntou.
— Nenhum vassalo foi possuído essa noite. Isso significa que está acontecendo algo grande.
— Eles estão se preparando para a guerra. - Tyler falou.
— O que eles poderiam estar planejando? - Perguntei.
— Ontem você teve uma visão. - Nico comentou me encarando. - Tente controlar isso e descobrir o que eles estão planejando.
— Acho que não posso controlar isso. Pelo que li em livros sobre isso. As visões acontecem quando decisões são tomadas. Seja o que for que eles estejam planejando a decisão ainda não foi tomada.
— O que me preocupa é que talvez essa visão venha quando seja tarde demais. - Nico resmungou.
— Bom, não sei nem como consigo fazer isso, muito menos como controlar.
— Vai ter que treinar. - Tyler falou.
— Ah, diga outra novidade que eu ainda não saiba, Tyler. - Retruquei.
— Da para você voltar a ser a pessoa boazinha de antes?
— Tenho problemas demais para me preocupar agora. Vão para casa dormir. Descansem e se cuidem.
— O que você vai fazer? - Nico perguntou.
— Ir atrás de Caroline.
— Irmã...
— Agora não, Nico. Eu já disse que só vou descansar quando encontra-la e arrasta-la até o inferno.
Entrei de volta pela janela. Sai pela cidade e vasculhei o galpão do meu pai. Pelo menos o que tinha sobrado dele. Ben poderia me entregar Caroline. Mas ele não queria.
Só que tinha outra pessoa que tinha o endereço de Caroline, Dante. Ele sabia onde ela estava.
Primeiro liguei para Scott depois liguei para Dante.
— Sou eu, Nicolle. Tem um minuto?
— Estou terminando meu treinamento com Nora. Me encontre perto da casa dela. Estarei na estrada.
— Ok.
Dirigi de volta e encontrei ele parado na estrada, estacionei o carro e desci.
— Do que precisa?
— Como sabe que eu preciso de algo?
— Para me ligar é por que precisa de algo.
— Oh Parabéns! Quer uma medalha por descobrir isso sozinho? - Ele sorriu cruzando os braços. - O endereço de Caroline. Você disse que tinha.
— E você está mesmo lutando conosco?
— Por enquanto estou lutando por mim mesma. Quero encontra-la e arrasta-la para o inferno.
— Você sabe que isso vai mexer muito com você não é?
— Não me importo desde que ela pague.
— Nossa. Não sabia que você era assim. - Ele andou a minha volta me observando.
— Assim como? - Perguntei colocando as mãos nos bolsos de trás do short.
Fechei minha mão no canivete que eu tinha no bolso. Era pequeno. Mas era banhado com uma erva que poderia nocautear qualquer ser.
Depois do que aconteceu ontem acho que o presente que papai tinha deixado para mim era bem-vindo.
— Vingativa.
— Eu sou. E muito. - Respondi. - Qual o endereço dela?
— Tem planos para hoje à noite?
— Por que quer saber?
— Se você sair comigo, eu ajudarei você a procura-la.
— Estritamente profissional. - Ele sorriu.
— Está com medo ou é o seu Anjo caído que tem medo?
— Medo do que? De você? Ou de eu me envolver com você? Nem se você fosse o último ser existente da terra eu não me envolveria com você. E Ben não tem medo disso. Ele é muito seguro de si para achar que vai me perder para você ou qualquer outro. E sabe que minha fidelidade é dele.
— Então você vai lutar ao lado dos Anjos caídos?
— Vou lutar ao lado de Nora. Já que você não sabe o endereço eu tenho que ir.
Voltei para o Skyline e quando entrei, Dante parou ao lado da janela.
— Me encontre nesse endereço que eu vou te ajudar a achar ela. - Agarrei o papel da sua mão e liguei o carro.
Quando estacionei na frente da casa de Nora parei observando o carro de Marcie ali. Desci do carro e empurrei as caixas de mudança da frente da porta. Parei na varanda sem ter coragem de entrar e saber que Marcie iria dividir a casa com nós.
— Se liga. Somos parentes. - Entrei e parei perto da sala ao lado de Nora.
— Ai, Nora. - Blyte falou. - Todos nós sabíamos mesmo sem ninguém disposto a dizer. Sob as circunstâncias Hank iria querer que eu recebesse Marcie de braços abertos. Marcie é da família e embora as circunstâncias sejam um pouco estranhas ela fez certo em nos procurar para pedir ajuda. Se não puder contar com a sua família com quem poderá contar? Já abrimos a casa para uma amiga por que não abrir de novo para outra.
Marcie colocou a mão na cabeça quando Nora acusou ela de fazer truques mentais com Blyte.
— Oh! Como fez isso? - Marcie perguntou.
— Marcie, vou limpar o quarto sobressalente para você até a hora que voltar da escola de tarde. - Blyte falou lançando a Nora um olhar raivoso. - Perdoe a Nora por ser tão indelicada. Ela está acostumada a ser filha única e a conseguir o que quer. Talvez esse novo arranjo de moradia lhe dê uma nova percepção.
— Eu estou acostumada a conseguir o que eu quero? - Nora retrucou. - Marcie também é filha única. Se vamos apontar dedos que pelo menos sejamos justas. - Marcie sorriu juntando as mãos.
— Muito obrigada Sra. Grey. Agradeço mesmo. - Marcie falou.
— Só me mate. - Nora murmurou para mim me encarando.
— Cuidado com o que deseja. - Marcie cantarolou e eu semi cerrei os olhos para ela.
"Durma com um olho aberto e outro fechado, Marcie!" Avisei mentalmente para ela.
"Você também!" Ela devolveu e eu sorri.
Seria interessante vê-la tentar.
— Está pronta para isso? - Nora perguntou para Blyte. - Três adolescentes, uma terrível rivalidade e o mais importante de tudo um banheiro compartilhado. - Blyte sorriu.
— Família: o esporte mais radical de todos. Depois da escola vamos levar as caixas da Marcie para o andar de cima, instalá-la, e então vamos sair para comer pizza. Nora poderia chamar o Scott para ajudar? Algumas caixas devem ser pesadas.
— Acho que o Scott ensaia com a banda nas quartas. - Nora mentiu.
— Eu falo com ele. - Marcie falou. - Scott é um amorzinho. Posso convencê-lo a vir para cá depois do ensaio. Tudo bem se eu convidá-lo para comer pizza, Sra. Grey?
Franzi a testa e lancei um olhar para Nora. Estávamos falando do mesmo Scott?
— É claro. - Blyte respondeu.
— Tenho que tomar banho. - Nora falou.
— Ah, Nora? E Nicolle? - Blyte falou. - A escola deixou uma mensagem no telefone ontem de tarde. Acho que era da secretaria. Sabe por que eles ligariam?
— Hm, vou dar uma passadinha na secretaria hoje e ver o que eles precisam. - Nora falou. - Provavelmente foi uma ligação de rotina.
— É provavelmente. - Marcie repetiu sorrindo.
— E Nikki onde estava?
— Fui até a casa da fazenda. - Menti. - Precisava falar com Tyler.
— Você está com o Tyler?
— Não. Somos só amigos. - Respondi.
Fui até a cozinha e comecei a preparar o café da manhã. Quando Nora apareceu e sentou ao meu lado eu estava comendo minha segunda torrada.
Olhei para o papel com o endereço e mordi o lábio. Levantei e peguei minha mochila.
Depois da escola fui direto para a casa de Ben. Ele estava em casa por um milagre da natureza.
— Não esperava que você fosse aparecer. Não ligou.
— Tentei a sorte. E ganhei na loteria. - Brinquei sorrindo e o abraçando.
Ele sorriu antes de me beijar. Seus braços me ergueram no colo e ele me carregou para o seu quarto.
Horas mais tarde eu observava o teto do quarto enquanto ele estava deitado em meu peito escutando meu coração.
— Por que você gosta de fazer isso?
— Deitar no seu peito?
— Escutar o meu coração. - Expliquei.
— Você está viva. É isso que me deixa feliz.
— Temos uma nova tripulante na casa.
— Como assim?
— Marcie está morando conosco.
— Está falando sério?
— Bem que eu queria estar mentindo, mas sim. Estou falando sério. Ela disse que está tendo problemas com a mãe então resolveu ir morar com Nora. Família tem que ficar junto. - Enruguei o nariz. - É uma desculpa. Só não sei o que ela quer de verdade.
— Não quero ver o que vai acontecer com vocês duas na mesma casa.
— Nem eu quero ver. - Resmunguei. - Mas preciso ficar lá. Conseguiu descobrir o que os Anjos Caídos estão tramando?
— Não. Eles não tem muita confiança em mim. - Mordi o lábio. - Não é sua culpa. Eles já não tinham confiança em mim antes.
— Falando em confiança. Tenho que te falar uma coisa.
— O que?
— Vou encontrar Dante hoje à noite para achar o endereço de Caroline.


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