— Então você é o famoso "Cas" — disse Sam, dando ênfase ao apelido.

— Hola, Sammy — cumprimentou, sem saber que Sammy era um apelido de Sam.

— Até parece que vocês já estão íntimos. — Dean riu e se sentou à mesa, junto deles.

— É como se eu conhecesse ele, já que você não para de falar dele pra mim.

Castiel olhou para Dean e o loiro se engasgou, mesmo sem estar comendo nem bebendo nada.

— Jesus, Sammy. Eu não falo tanto assim.

— Acredite, ele fala.

— Bien o mal? — perguntou Castiel. Dean quis matá-lo por continuar com o assunto.

— Pelas coisas que ele diz, você é a perfeição em pessoa.

— Não acredite nele, Cas. Ele só quer me constranger, é isso que os irmãos fazem.

— Lo sé, yo también tengo hermanos así.

— Você não me falou isso — disse Dean, curioso para saber mais sobre a família de Castiel.

Castiel começou a contar momentos constrangedores que seu irmão mais novo, Gabriel, e Balthazar, seu irmão mais velho, passaram.

A garçonete da lanchonete interrompeu os relatos de Castiel para anotar e os pedidos e depois interrompeu novamente para servi-los.

Dean tentou ignorar o fato da garçonete se debruçar sobre ele para colocar os pratos na mesa, mas Sam não deixou isso passar.

— Aposto que ela vai deixar o número do telefone pra ele — disse para Castiel. — Elas sempre fazem isso.

— Es el precio de ser hermoso. — Castiel piscou para Dean.

— Esto debe suceder a usted, también. — Dean sorriu.

Castiel corou com o elogio e desviou o olhar.

— Podem parar. — Sam olhou de um para o outro e fez uma careta. — Eu não vim aqui pra segurar vela.

— Qué es... segurar vela? — perguntou Castiel, quase sussurrando.

— Não é nada, Cas — respondeu Dean, dando uma mordida em seu lanche.

— Segurar vela é ficar junto com um casal, mas ficar sem fazer nada porque eles ficam namorando ou fazendo qualquer coisa de casal, deixando a pessoa de lado — explicou Sam, ignorando os olhares de reprovação do irmão.

Depois disso, todos comeram em silêncio. Quando terminaram, Dean foi pagar a conta e Castiel aproveitou para falar com Sam.

— Crees que yo y su hermano... — Castiel parou de falar, sem saber as palavras que usar.

— Se eu acho que vocês são um casal? — Sam olhou para os lados para ver se Dean estava por perto, pois sabia que ele o mataria se estivesse. — Cara, ele está na sua. Eu entrei no notebook dele ontem, acredita que os sites mais visitados são: um tradutor e um dicionário espanhol? — Olhou para os lados novamente e continuou: — Ele até comprou um ebook espanhol, chamado "Los Amantes Secretos".

Castiel não soube o que responder. Dean comprara seu livro e o fato dele estar mergulhando de cabeça na língua espanhola por causa de Castiel era um forte indício de que as intenções do loiro eram algo a mais.
Dean voltou do caixa e os três foram embora no Impala, em direção ao apartamento de Castiel.

(...)

— Está entregue — disse Dean, estacionando em frente ao prédio onde Castiel morava.

Castiel se despediu de Dean e Sam que estavam sentados nos bancos da frente e saiu do veículo. Antes de ir em direção ao prédio, Castiel surgiu na janela do lado em que Dean estava.

— Espero que goste do livro — sussurrou bem próximo ao ouvido do loiro.

Antes que Dean pudesse esboçar uma reação, Castiel beijou seus lábios por apenas um segundo e foi embora.

Sam sorriu e Dean logo percebeu que tinha dedo do irmão nisso, mas estava contente demais com o que acabara de acontecer para brigar com Sam.