Um vira-tempo com defeito escrita por Lady M


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse! ^.^



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Pov Hermione Granger

Hermione terminou aquela noite sozinha, dormindo no sofá do salão comunal da Grifinória. No primeiro dia de aula do primeiro ano ainda não era amiga de Rony e Harry, a amizade deles desenvolveu-se depois deles a resgatarem no banheiro. Assim como não era amiga deles, não era amiga de ninguém ainda, deixando o dormitório estranho para ela naquela noite. A conversa que teve com Malfoy e as poucas informações que ele tinha sobre o vira-tempo deixaram-na desanimada, mas o fato dele querer ter um futuro com ela, tirava um grande peso dos seus ombros.

Ela acordou dentro de um trem, com o rosto apoiado no braço do Malfoy. Ela abriu os olhos e sentado de frente para ela tinha um garotinho de seis anos loiro dormindo e uma menina linda de nove anos bem serelepe. O cabelo de Rose estava um pouco abaixo dos ombros, mas os cachos eram bem marcados. Os dois estavam de calça jeans escura, mas Scorpius estava com uma blusa de frio azul e um cachecol branco, fazendo par com suas luvas, enquanto Rose estava com cachecol vermelho fazendo par com sua toca, a blusa de frio dela era creme.

A menina estava cutucando o irmão incessantemente.

— Vamos Scorp, você disse que contaria as montanhas junto comigo.

O menino abriu os olhos, eles eram idênticos ao do Malfoy. Como ela não percebeu de cara? Naquela biblioteca, vestindo o uniforme da Sonserina ele era a cópia fiel, escrita e escarrada do pai dele. Hermione achava graça quando as mães reclamavam que carregaram a criança no ventre por nove meses para ela nascer idêntica ao pai, no caso dela, Hermione sentia-se orgulhosa por Scorpius ser tão bonito quanto Draco. Rose era idêntica a ela, então de certa forma, se ela algum dia se ressentisse, a pequena já era seu consolo.

O menino empurrou a irmã de leve.

— Eu não quero Rose.

A menina ficou emburrada e Hermione sorriu ao constatar que o humor de sua filha era bem semelhante ao do Malfoy. Scorpius percebeu como a irmã ficou chateada e se pôs a contar as montanhas com ela. Hermione notou que aquele pequenino tinha um coração nobre e leal como o dela.

Malfoy passou a mão nas suas costas.

— Acorda Herms, precisamos descer na próxima estação.

Hermione desencostou-se do ombro dele e recebeu um sorriso caloroso das duas crianças. Os quatro desceram na estação central, andaram juntos pelos bairros trouxas e pararam no portão de sua antiga casa. Surpresa e ansiosa Hermione viu seus filhos entrarem na casa gritando pelos avós.

Malfoy colocou a mão no ombro dela. Ele estava com um sobretudo preto, sem cachecol algum, mas com as luvas cinzas que ela deu para ele no sétimo ano. Ela também estava de sobretudo, mas o dela era cinza, o cachecol dela era azul, ela também estava de luvas.

— Vamos entrar?

Hermione assentiu e estendeu a mão para que ele a pegasse, ela sentiria mais confiança se estivesse com ele, fazia um tempo desde que encarou seus pais pela última vez. Os dois entraram e Hermione foi abraçada pela mãe, ela não desabou em lágrimas porque isso seria incompreensível para os demais presentes naquela sala de estar, mas se ela pudesse, não iria soltar a mãe nunca mais. O pai dela também a abraçou e Hermione sentiu-se plena, a garotinha que eles tinham adotado também estava ali, mas agora era uma adolescente. Jane estava no jardim brincando com seus filhos, eles a chamavam de tia e ela chamava-os de sobrinhos. Para Hermione ter uma irmã era algo novo, ela sempre foi filha única.

Malfoy estava conversando com seu pai, Hermione estava fazendo bolo junto com sua mãe, quando um grito agudo veio do quintal. Hermione saiu em disparada para o jardim, Malfoy também foi com ela, logo atrás seus pais. Todos ficaram ali vendo Scorpius flutuar pelo jardim. Hermione sentiu vontade de pegá-lo no colo imediatamente.

Rose estava segurando a mão dele, o menino estava de cabeça para baixo no ar, todo esticado tentando não soltar a mão de sua irmã.

Ele pedia sem parar:

— Não me solta Rose, não me solta!

Malfoy sacou sua varinha e com um feitiço silencioso trouxe o filho para o chão em segurança.

Jane estava sentada na grama com olhos vidrados balbuciando:

— Ele estava brincando e sem motivo algum começou a voar.

A mãe de Hermione pegou Jane pelos ombros tentando tranquilizá-la, o pai dela estava ali, mas parecia não entender como eles iriam agir naquela situação, Malfoy veio para socorrê-los. Hermione começou a parabenizar Scorpius e acalmá-lo, aquele pequeno susto era na verdade sua primeira manifestação de magia.

Preocupado o menino perguntou:

— Então isso não vai acontecer mais, mãe?

Hermione estava sentada no chão com Scorpius deitado em sua perna, fazendo um carinho tenro em seus fios platinados.

— Não meu bem, isso não vai acontecer de novo.

Rose estava sentada ao lado do irmão, depois do susto ela não conseguia desviar os olhos dele.

— Eu também já manifestei a minha magia, mas no meu caso eu fiz comida voar pelos ares.

Scorpius olhou assombrado para irmã.

— Sério Rose?

A menina assentiu e contou como deixou o teto e a tia Gina sujos. Scorpius gargalhava e o coração de Hermione aquecia-se aos poucos, seus pais logo voltaram para o quintal. Jane não estava com eles, mas Hermione perguntaria dela mais tarde. Os avós e os netos ficaram o resto da tarde comendo bolo e correndo pelo jardim. Hermione preferiu ficar na cozinha colocando as coisas em ordem, para o deleite dela Malfoy foi ajudá-la no final.

Hermione perguntou:

— Como está a Jane?

Malfoy estava enxugando as vasilhas e colocando-as no armário para ajudá-la.

— Nada que um obliviate não resolva.

Hermione soltou a colher que estava ensaboando dentro da pia.

— Como?

Malfoy terminou de guardar as vasilhas e empurrou-a de leve tirando-a de sua função momentaneamente, ele sabia como aquele feitiço era um assunto delicado para ela.

Por esse motivo ele explicou de maneira tranqüila:

— Seus pais não querem contar para ela que somos bruxos, logo sua irmã acredita que nós somos parentes trouxas que moram bem longe daqui, para ser mais especifico na Austrália. Ser estrangeiro não é capaz de explicar para Jane porque Scorpius voa, não é mesmo? Sempre que acontece um acidente desses ou algo parecido com isso seus pais me pedem para fazê-la esquecer, eles acham que isso é mais saudável para ela.

Seus pais não contaram para Jane que eles eram bruxos? Isso só significava uma coisa para Hermione, eles a achavam estranha, quando ela era criança eles eram muito amorosos, depois de seu primeiro sinal de magia eles começaram a tornar-se distantes, mas no fim quem decidiu afastá-los por completo foi ela. Então que direito ela tinha de questioná-los? Nenhum ela concluiu infeliz.

Draco colocou um pouco de espuma na ponta do nariz dela.

— Você não precisa se preocupar com isso Herms, não é culpa sua.

Hermione sorriu e declarou:

— Scorpius nos deu um susto e tanto.

Malfoy sorriu de volta.

— Não chega nem perto da bagunça que Rose deixou na sala dos Potter aos quatro anos.

Hermione sentiu-se sendo puxada por Malfoy e aconchegou-se entre os braços dele. O abraço caloroso dele começou a sumir aos poucos, ela sabia que estava mudando de lugar mais uma vez. Ela só conseguia torcer para que fosse a última.

 

Pov Draco Malfoy

Draco explicou o que ele pretendia fazer para Mcgonagall, ela o apoiava amplamente, qualquer coisa parecia ser uma ponta de esperança. A diretora só queria que as coisas entrassem nos eixos novamente, pelo menos uma vez na história ela queria que a Granger tivesse um ano escolar normal e seguro.

Scorpius escutou as instruções do pai.

— Vamos voltar juntos, mas você vai ir com a capa da invisibilidade para sala de poções, vai esperar até o final da aula e derrubar a Granger.

Scorpius olhou para o pai abismado.

— Por que eu deveria fazer isso mesmo?

Draco explicou:

— Naquele dia a Granger enfatizou que os papeis dela não poderiam ter caído no chão daquela maneira, talvez ela estivesse certa. No corredor ela também disse que tinha visto algo. Tenho quase certeza que esse algo era você.

Scorpius assentiu.

— E você pai? Onde você vai?

Draco sorriu.

— Vou enfeitiçar um pomo de ouro, depois disso, vou deixar o resto para o destino. Vamos nos encontrar na sala precisa. Deseje me encontrar, ok?

Scorpius assentiu, ele ficou em posse do mapa do maroto e da capa da invisibilidade. Os dois voltaram para a primeira semana de aula em Hogwarts. Scorpius fez sua parte. Mesmo morrendo de medo o menino entrou na sala localizada nas masmorras, assistiu à aula tediosa do professor Slughorn sentado no chão o mais distante possível de todos. Scorpius concluiu que o tempo realmente não ajudou em nada aquele professor metido, ele detestava as aulas dele, pelo visto seu pai também. A única que estava suportando bem era a mãe dele.

Depois que todos saíram Scorpius escutou sua tia Pansy sendo desagradável ao falar da sua mãe, mas isso ele até que entendia, tia Pansy queria proteger seu pai, assim como a tia Gina sempre queria o melhor para sua mãe. Esperou ansioso pelo momento em que Draco chegou à frente da mesa do professor. Para ele poder tentar interceptar Hermione e derrubá-la, mas Scorpius não precisou fazer nada, no meio do caminho ela atrapalhou-se sozinha.

O que o menino fez foi avançar para tentar segurá-la, mas não poderia fazer nada se tinha que continuar invisível, temendo pelo pior ele ficou parado e pode ver o momento onde seu pai segurou ela. Os dois faziam um casal e tanto, as folhas voando em volta deles. O menino adiantou-se para sair da sala e acabou pisando em uma das folhas, mas não deu importância alguma para o ocorrido.

Seu pai estava enganado, aquele momento foi pura coincidência, o menino chamaria de destino, aquele era o destino dos pais dele. Usando o mapa ele viu a localização de Draco e encontrou-se com ele antes de entrar na sala precisa, os dois retornaram juntos para o tempo do pai dele.

Draco estava claramente aborrecido.

Scorpius arriscou perguntar:

— O que houve?

Draco jogou-se na cadeira da escrivaninha que tinha em seu quarto de maneira desleixada.

— Não precisei fazer nada.

Scorpius soltou o ar que estava prendendo.

— Eu também não. Minha mãe atrapalhou-se sozinha.

Draco olhou assombrado para o filho.

— No meu caso descobri que Blásio e Theo enfeitiçaram o pomo por conta própria.

Scopius disse maroto:

— Acho que é o destino.

Draco deu de ombros.

Scorpius declarou positivo:

— Mesmo que o seu plano tenha falhado, ele está dando certo, pai. Não desanima!

Draco olhou para Scorpius avaliativo.

— O que você quer dizer com isso Scorp?

O menino sentou-se no beliche.

— Hoje sonhei com a minha mãe, no dia em que dei meu primeiro sinal de magia. As lembranças que tenho da Rose estão tornando-se mais nítidas e as dores de cabeça pararam. Isso é um bom sinal, não é?

Draco sorriu e bagunçou os fios do cabelo do filho de maneira carinhosa.

— Sim, isso quer dizer que o plano da Granger pode estar dando certo.

 

Pov Hermione Granger

 Ela estava sentada na cama de frente para uma grande janela, aquele lugar parecia um chalé, as paredes rústicas, a cama de casal com dossel, a lareira dentro do quarto e a vista dos pinheiros cobertos de neve lá fora. Hermione levantou e andou até umas das portas do quarto, atrás dela era possível ouvir o som de água corrente denunciando a existência de um banheiro e alguém tomando banho nele.

Hermione abriu a outra porta deparando-se com um corredor que levava para uma sala bem mobilhada em mogno, com uma cozinha muito bem equipada. Uma vontade grande de comer sorvete tomou conta dela, uma vontade quase insana. Ela abriu a geladeira e depois o congelador, no meio de sua busca cega, Malfoy entrou na cozinha só de calça de moletom.

Esquecendo-se do sorvete momentaneamente ela admirou aquele físico perfeito dele. Algumas gotas de água ainda desciam pelo abdômen do loiro, Hermione sentiu-se tentada a acompanhar com as unhas o caminho que elas percorriam pela pele dele.

Malfoy perguntou presunçoso:

— Está com desejo de alguma coisa senhora Malfoy?

Hermione olhou para mão dela que estava apoiada na porta da geladeira e depois para dele, aquelas alianças estavam no porta-retrato de casamento.

Ela respondeu emburrada:

— Não existe um pote de sorvete de morango por aqui.

Malfoy negou e perguntou divertindo-se:

— Não, é isso o que você quer?

Ela assentiu. Malfoy apontou para o banco perto da bancada, Hermione moveu-se até ele e sentou-se. O loiro não demorou para conjurar o que ela pediu, ele abriu o pote e entregou uma colher para ela.

— Pronto, esse pote é todinho seu.

Hermione sorriu e em vez de comer estendeu a colher para ele.

— Come para mim?

Ele olhou para ela assombrado.

— Eu não gosto muito de sorvete Herms, ainda mais de morango.

Ela fez a melhor carinha pidona para ele, com essa arma secreta ela esperava derrubar a resistência e as possíveis negações dele.

Hermione pediu:

— Só uma colherada.

Ele assentiu e aceitou, depois que ele comeu ela beijou ele de surpresa.

Ela declarou mais do que satisfeita:

— Está uma delicia.

Ele deu de ombros puxando-a pela cintura e colocando-a sobre a bancada. Os dois comeram metade do pote de sorvete entre beijos e caricias.

Draco sussurrou na curva do pescoço dela.

— Essa é a melhor lua de mel de todas.

Hermione soltou uma gargalhada. Ele desceu ela da bancada e deixou-a sentada no sofá da sala, quando ele voltou estava carregando um porta jóias vermelho de veludo.

— Esse é o meu presente de casamento para você.

Ela pegou a caixa e quase teve um susto quando terminou de abri-la, ali diante dos seus olhos estava o vira-tempo em perfeito estado.

— Eu pedi para gravar as suas iniciais no último arco.

Hermione passou os dedos sobre o HM, então era isso, Hermione Malfoy.

Ela disse:

— Ele é lindo Draco.

Malfoy sorriu para ela.

— Ele não é apenas lindo, ele é a nossa melhor recordação, sempre que quiser voltar para um momento nosso que você gostaria que durasse para sempre, você pode usar essa belezinha.

Hermione passou os dedos na ampulheta.

— Eu sei Malfoy.

Ele encarou ela sem entender.

— Eu sou a Hermione de dezenove anos, uma Hermione que não é a sua Hermione.

Ela mostrou o vira-tempo que estava escondido pela roupa dela.

Assombrado Malfoy pegou a ampulheta, diferente de Dumbledore, Malfoy não usou feitiço algum, só de olhar para aquele objeto ele já sabia que algo estava errado.

— Ele não é seu é?

Antes mesmo dela responder ele concluiu:

— Óbvio que não, esse vira-tempo está com as suas iniciais, quero dizer com as iniciais da minha esposa.

Hermione podia ver e sentir como ele amava aquela Hermione.

— Você sabe como tentaram concertá-lo?

Dumbledore falou algo sobre uma tentativa errada de concertá-lo.

— Sim, lançaram um Reparo nele.

Malfoy assentiu e pediu para Hermione ficar parada. Ele lançou dois feitiços silenciosos nele e antes de tentar usá-lo Malfoy olhou para ela.

Com ternura ele pronunciou:

— Eu te amo.

Ela não desviou os olhos dos dele, ela podia responder, pelo bem dela e do Scorpius ela precisava apenas dizer.

Hermione respirou fundo e sussurrou:

— Amo você Malfoy.

Ele sorriu, o vira-tempo vibrou na palma da mão dele e assumiu um aspecto dourado.

— Obrigado por isso Granger.

Ela deu de ombros.

— Não precisa agradecer, eu realmente me apaixonei por você pelo caminho até aqui.

Malfoy sentou no sofá ao lado dela.

— Você está no corpo da minha Hermione a quanto tempo?

Ela corou.

— Desde a hora em que eu acordei, me desculpa por beijá-lo. Eu aprendi que é melhor seguir o fluxo quando estou em um tempo desconhecido. Assim não atrapalho o andamento natural das coisas.

Malfoy sorriu de lado, aquele sorriso que ficava bem sexy nele, ela tinha que admitir.

— Espero que só tenha passado por isso mesmo.

Ela tombou a cabeça para o lado.

— O que você quer dizer com isso?

Ele deu um beijo na bochecha dela.

— Que ontem foi a minha primeira noite oficialmente casado, então você pode maginar o que aconteceu. Esse corpo onde você está agora, precisa tomar cuidado com ele, ela...

Hermione riu sem graça.

— Grávida, eu sei, ela está grávida.

Malfoy assentiu.

— Quantas coisas do futuro você já sabe?

Ela listou todas os momentos que passou no corpo das outras Hermiones, inclusive as vezes em que esteve no passado sem alterá-lo. Malfoy ficava surpreso e chocado ao longo da narrativa dela. Hermione o agradeceu mais de uma vez pelo caminho, também desculpou-se pelo aniversário e encontro deles que ela estragou. Ele notava como ela falava dele, ás vezes parecia querer matá-lo, às vezes beijá-lo, mas não importava o quê nem o porquê, ela sempre voltava para ele.

— Tenho que te dar três instruções básicas para a segurança de todos os envolvidos nessa história. Primeiro você vai voltar no momento em que você sumiu, não para se impedir, mas para entregar o vira-tempo para o Scorpius, assim você evita que o meu eu do passado acabe em apuros. Segundo, você vai explicar para o Scorpius que ele precisa voltar para o dia em que ele quebrou o vira-tempo. Terceiro você vai pedir para Mcgonagall apagar a sua memória.

Hermione não queria esquecer daqueles momentos, mas ela sabia que seria melhor assim.

Derrotada ela concordou:

— Tudo bem.

Malfoy acariciou a lateral do rosto dela.

— Está na hora de você voltar para o seu Draco e devolver a minha Hermione.

Ela sorriu e estendeu a mão para ele.

— Obrigada por me dar esse futuro incrível Draco.

Ele pegou na mão dela, mas em vez de apertá-la ele levou ela até os lábios dele, com um beijo cálido e um piscar de olhos ele disse.

— Eu que agradeço pela oportunidade.

Ela sorriu e girou o primeiro aro, depois o segundo, quando o terceiro começou a mover-se, Malfoy disse:

— Pense bem no momento onde pretende ir.

Ela assentiu e o obedeceu.

Pov Draco Malfoy

 Ele acordou e olhou para Scorpius a cabeça dele começou a doer muito, Scorpius não consegui mexer-se ele começou a desaparecer diante dos olhos de Draco.

Draco questionou em meio a dor de cabeça que o assolou também:

— O que está acontecendo?

Scorpius sorriu e acenou despedindo-se do seu pai mais novo, algo dentro dele dizia que estava tudo bem, ele não estava morrendo, apenas voltando. Draco tentou segurar seu filho, mas o menino desapareceu antes que ele o abraçasse. Lágrimas turvaram a visão do loiro e ele fechou os olhos e assim que os abriu teve a sensação de dejavù.

Ele estava dormindo, mas não sabia com o que tinha sonhado, acordou com a sensação de ter perdido algo muito importante, mas sem saber exatamente o quê. Draco olhou seu horário e percebeu que teria dois tempos com uma certa grifina. Foi tomar café da manhã e Pansy tirou sarro dele amplamente, deixando-o completamente exasperado e desmoralizado entre os seus amigos, aqueles cabeças ocas, só conseguiam pensar no tempo que estavam treinando em vez de perceber o tanto que estavam evoluindo como time.

Ele terminou o café da manhã e rumou para as estufas. O dia estava frio e o vento gelado obrigou os alunos a vestirem agasalhos, cachecóis e luvas. Draco avistou a Granger de touca, colocando as luvas enquanto caminhava distraída, devido a um vento forte o cachecol dela agarrou no galho de uma árvore fazendo-a voltar para trás em um solavanco.

Draco sacou a varinha e sutilmente mexeu o punho pronunciando:

— Wingardium Leviosa.

Granger ficou sentada no ar por um momento curto, ela olhou em volta até perceber que ele a sustentava no ar. Draco tirou o cachecol do galho da árvore e desceu ela para o chão sutilmente, colocando-a de pé. Ele colocou o cachecol dela de volta no lugar e ela acompanhou o movimento das mãos dele com olhos atentos e avaliativos.

Ele disse:

— Já é a terceira vez essa semana, Granger. Acho que podemos dizer que somos quase amigos?

Granger assentiu.

— Talvez eu deva aceitar isso, Malfoy. Tem um ditado trouxa que diz que uma vez é sorte...

Draco a interrompeu e completou a frase dela, aquilo estava na ponta da língua dele:

— Duas vezes é coincidência e três é destino. Você acredita nisso Granger?

Surpresa ela respondeu:

— Vou deixar você na dúvida Malfoy.

Granger entrou nas estufas alegre, deixando-o para trás.

A aula da professora Sprout aconteceu e ele nem notou, estava sentindo-se estranho, fora do lugar, mas não disse nada, apenas seguiu com aquele dia que parecia estar sendo reprisado. Ficou com a Granger e falou sobre a poção contraceptiva, prensou ela contra a parede e sentiu seu corpo sentir falta do dela. Conversou sobre a vaga possibilidade de ir ao cinema com ela. Almoçou sem vontade e desviou-se das provocações de Pansy e Blásio, se arrastou para o treino de quadribol enquanto uma sensação de pânico apossava-se dele.

Estava dando a última volta no campo com sua nova apanhadora quando viu Granger no corredor, mas ela não estava sozinha. Ele se despediu da garota e foi voando para o lugar onde a grifina estava.

O menino parecia ser um primeiranista da Sonserina, mas Draco nunca viu aquele rosto pelo seu salão comunal, ele ficou surpreso, mesmo sem conhecê-lo, Draco sentia uma certa familiaridade com o garoto. Os olhos do menino eram acinzentados como os dele.

Draco desviou sua atenção para Granger e uma grande explosão dourada levou a garota diante de seus olhos. Ele voou até o lugar exato onde Granger estava a poucos segundos, com olhos arregalados, notou que o garoto estava extremamente assustado e pálido.

O loiro perguntou friamente:

— O que aconteceu aqui?

Mas antes que o menino fosse capaz de responder, outra grande explosão dourada surgiu e junto com ela, a Granger.

Ela estava sorridente e sem aviso nenhum jogou-se nos braços dele, sem entender Draco devolveu o abraço. Ela soltou-se dele e virou-se para o garoto.

— Scorpius, você precisa fazer exatamente o que vou te falar, ok?

O menino assentiu.

— Você terá que voltar para o momento em que quebrou o vira-tempo, só assim as coisas vão voltar ao normal.

O garoto sorriu aliviado.

Granger fez um carinho no cabelo dele.

— Obrigada pelo passeio que me deu Scorp, espero que não se meta em grandes confusões no futuro. Se fizer isso vou ter que colocá-lo de castigo.

Ela entregou um colar para o menino que o pegou prontamente.

Assim que ele estava sendo engolindo por uma explosão dourada, a Granger disse:

— Pense firmemente no momento que precisa ir Scorp.

O menino respondeu:

— Obrigada mãe!

Depois que ele sumiu ela voltou para os braços de Draco.

— Eu senti tanto a sua falta Draco Malfoy você nem imagina o quanto.

A declaração dela o pegou de supetão, ele não sabia o que responder, mas sabia o que perguntar.

— Mãe? Você já é mãe Granger?

Ela sorriu de lado, um sorriso que era a marca registrada dele.

— Ainda não, mas quando isso acontecer você será o primeiro a saber Malfoy.

Ele estranhou a resposta dela, mas como aquele dia estava complicado em excesso ele decidiu deixar para lá. Os dois andaram juntos pelo corredor e conversaram sobre quadribol e a copa das casas, Granger falou que se ele não quebrasse nenhum osso durante os jogos que se seguissem ela iria torcer pela Sonserina na final.

Ele sorriu amplamente com essa possibilidade, ele treinaria bem, afinal ver Hermione Granger torcendo pela casa dele seria impagável.

Estavam no corredor da sala da diretora quando ele perguntou:

— Onde você foi Granger?

Ela deu de ombros.

— Se eu te contasse você me mandaria para a ala psiquiátrica do St. Mugnus, confia em mim Malfoy, tem coisas que é melhor não saber.

Ele assentiu, não estava convencido, mas se ela não queria contar agora, ele perguntaria em outro momento. Pelo menos foi o que ele pensou, mas nada daquilo ficou em sua mente a diretora Mcgonagall chamou ele mais tarde naquele mesmo dia e tudo sobre aquele primeiranista sumiu da sua mente sem deixar qualquer vestígio.


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Notas finais do capítulo

Eaí pessoal? Como está o coraçãozinho de vocês? ^.^



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