Levou alguns dias para Tobio absorver totalmente a notícia de sua paixonite por Shouyou Hinata. Levou alguns dias também para tomar coragem de contar tudo. Ele nunca encontrava o momento certo, nem sabia quais palavras usar. Nunca foi um cara muito sentimental, sua preocupação sempre foi o vôlei e nada mais - nem mesmo as notas eram tão importantes.

Sentado no vestiário, ele matutava em como faria para se confessar. Estava tão imerso em ideias que não percebeu quando outro membro do time entrou, nem quando parou para encará-lo.

— Kageyama? — a voz de Nishinoya soou preocupada. — Por que tá parado aí que nem tonto?

— N-Nishinoya-san! — respondeu, o encarando levemente assustado. Logo sua expressão voltou a ser a estoica de sempre. — Estou apenas pensando....

— Em quê?

Ele suspirou por um momento, em dúvida se deveria ou não falar algo. Por fim, mordeu o lábio, receoso.

— Se você está com um problema pode contar comigo! Eu sou seu senpai e vou te ajudar no que precisar! — falou, dando um tapinha – na verdade forte o suficiente para fazer o corpo do outro se inclinar para frente – de apoio.

— É que... — começou, ainda incerto. — Eu gosto de uma pessoa e não sei como contar e chamá-lo para sair.

— É o Shouyou? — perguntou na cara dura.

— C-c-como você sabe? — indagou, afoito e corado até nas orelhas.

— Porque você olha para ele como eu olho para Asahi-san. — deu de ombros. — Você tem que convidá-lo para sair logo, antes que outra pessoa faça!

— Espera! — Tobio estava confuso.

Desde quando Nishinoya sabia? Ele gostava de Asahi? Quem iria convidar Hinata antes dele? Eram tantas perguntas que o deixavam desnorteado. Entretanto, uma coisa era certa, ele não iria se acovardar e perder nenhuma oportunidade.

— O que devo fazer, Nishinoya-senpai?

— Oh, meu caro kouhai, eu tenho uma ideia perfeita! — sorriu, totalmente satisfeito.