Violeta escrita por Arcchan


Capítulo 1
Capítulo Único — A cor do amor


Notas iniciais do capítulo

Amo esse shipp do fundo do meu coração ❤



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Violeta

Por: Archie-sama

Capítulo Único —  A cor do amor 

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Suas palavras eram belas como uma flor
E eu me lembro da sua cor
Violeta
...
No momento em que o ar frio ficava mais quente
Enquanto eu olhava calmamente para você
Eu senti que você estava ficando semelhante a mim

Você era tão perfeita e talvez demais para mim
Eu queria guardá-la em meu coração
...
Eu estava repleto, repleto de você naquele dia
Eu ainda me lembro da cor daquele momento
Violeta

Violet — Pentagon

 

Quando entrou para o Clube de Literatura Clássica, Houtarou tinha plena consciência de que estava ali somente porque sua irmã havia obrigado. E ele era incapaz de recusar qualquer coisa que ela pedisse. Mesmo sabendo que estava sendo manipulado — Tomoe adorava fazer chantagem emocional —, considerava melhor obedecer o que quer que fosse a ter que gastar energia discutindo com ela. No fim das contas ele sempre perdia, então era melhor simplesmente adiantar tudo. 

E lá estava ele, entrando para um clube idiota sem fazer ideia do que o aguardava. Mas não tinha nenhuma expectativa, para falar a verdade. Estava bem do jeito que estava, vivendo uma vida cinza sem quaisquer pesares ou preocupações.  

Até que a conheceu. Chitanda Eru. 

Ela tinha os olhos mais bonitos que ele já vira na vida. Olhos que o pegaram de primeira. Ele ficou completamente paralisado diante dela, sentindo como se fosse absorvido por aquelas íris. Elas eram de um tom vívido de violeta e continham um brilho notório de alegria e entusiasmo, algo completamente desconhecido por ele. Oreki não sentia euforia com nada, ele estava sempre entediado, e nunca havia se incomodado em viver assim. Porém, naquele momento, ele podia jurar que seu coração havia batido mais forte. Estava fascinado. Ele ficou preso àquela belíssima cor que parecia girar num espiral de magia e mistério. Sentiu vontade de mergulhar ali para que pudesse desvendar cada segredo dela. 

Quem era ela? O que normalmente fazia? Do que gostava? De quem gostava? Foram as coisas que começaram a passar pela cabeça dele, dia após dia estando na companhia dela. Nunca havia se sentido assim. 

E, ao passo que ia conhecendo mais e mais aquela garota, ele pôde perceber que ela era cheia de características que o atraíam, e possuía algumas nuances sobre as quais ele não se importaria de aprender. Mesmo que Eru não tivesse nenhuma noção de espaço pessoal, mesmo que o levasse à exaustão sem nem fazer muito esforço, e mesmo que fosse do tipo insistente que o irritava até o último fio de cabelo… Oreki percebeu que não ligava. Não quando era ela. Gastar energia para deixá-la feliz estranhamente o satisfazia de uma maneira que nem sabia explicar. E ele deixou que Chitanda entrasse completamente em sua vida, trazendo cor aos seus dias normalmente monocromáticos e fazendo com que se sentisse... feliz. 

Até o momento em que percebeu estar completamente apaixonado por ela. Pela garota de olhos violeta. 

— Então, Oreki-san… Posso ir na sua casa amanhã? — Chitanda questionou. Naquele momento os dois caminhavam lado a lado na escola, subindo as escadas para o andar onde ficava a sala do clube. — Precisamos resolver os últimos detalhes sobre a antologia. 

— Aa — ele respondeu apenas, as mãos nos bolsos da calça e seus olhos verdes observando-a com discrição. 

Pôde perceber que ela estava particularmente animada naquele dia, entretanto ele não era um rapaz de muitas palavras. Mas, em compensação, tinha ótimos reflexos. 

— Certo, está combina- Uaaah! — A moça tropeçou nos degraus, quase caindo para trás se não fosse por Houtarou, que a segurou com firmeza. O garoto a puxou e rodeou a cintura dela com um dos braços, tomando a mão pequena na sua. Com a respiração levemente alterada, ele apertou os dedos dela suavemente entre os seus.

Os olhares se encontraram. Por instinto, ele a trouxe para mais perto de si. O rosto de Eru se avermelhou por inteiro. E, como um reflexo daquele instante, os corações de ambos começaram a bater ainda mais forte, tanto pelo breve susto quanto pela proximidade em que se encontravam agora. Nenhum dos dois lembrava de já terem se tocado assim. 

— Chitanda, você está bem? — Oreki indagou, claramente nervoso e preocupado, embora sua expressão não o denunciasse totalmente. 

— D-Desculpa, Oreki-san… — ela pediu, envergonhada. — Sou um desastre. — Soltou uma pequena risada, apertando o ombro dele. — Mas eu estou bem, obrigada... — Sorriu docemente, as maçãs do rosto ainda rubras. 

Realmente era como Mayaka-san dizia… Parecia que Oreki estava sempre por perto para salvá-la. 

Houtarou engoliu em seco, sentindo uma gota de suor escorrer por sua têmpora. Estava novamente cara a cara com Eru e aqueles cativantes olhos violeta. E, droga, ainda tinha aquele sorriso! Um maldito sorriso lindo que o deixava sem ar. Quando estavam assim, esse também era o momento em que percebia estar completamente desarmado. Não podia lutar contra aqueles sentimentos, muito menos continuar fugindo deles. 

Ele a encarou incessantemente, sem falar uma palavra. Chitanda, por sua vez, devolveu o olhar na mesma intensidade. Ainda que não soubesse exatamente o porquê de continuarem assim, ela também queria estar próxima a ele, sentir o toque atencioso que lhe era reservado e observar de perto os cabelos bagunçados que tanto adorava. 

Oreki respirou fundo. No instante que se seguiu, sob o olhar que temia e admirava em igual proporção, as palavras simplesmente fluíram:

— Eu gosto de você, Chitanda. 

O silêncio foi ensurdecedor. As batidas do coração dela, no entanto, foram mais ainda. Os olhos púrpura refletiram espanto, mas, além disso, pareceram brilhar com algo mais, algo que Oreki não soube identificar imediatamente. Provavelmente era o mesmo sentimento que o impulsionava naquele momento. 

— Eu também gosto de você, Oreki-san… — ela revelou, sem conseguir evitar a respiração errática, sendo sincera mesmo com o nervosismo que a acometia. 

Fogos de artifício explodiram no peito do rapaz. Borboletas infestaram o seu estômago, uma canção de amor pareceu tocar no fundo de sua mente, e ele sentiu como se toda a energia que tivesse guardado ao longo de seus dezessete anos fosse subitamente sugada. E, ele sabia, apenas algo como o amor era capaz de deixar alguém de joelhos assim — ao menos era o que Satoshi sempre dizia. 

Oreki não conseguiu se segurar mais. No minuto seguinte seus lábios estavam sobre os dela, macios e quentes. Sem pressa, apenas saboreando o momento. Eru não recuou em nenhum instante, somente o apertou mais forte, fazendo questão de mostrar que também havia desejado aquilo durante muito tempo. Pressionou os lábios de volta nos dele, sentindo o cheiro maravilhoso que exalava da pele masculina e um gostinho intrigante de menta na boca. Igualmente apaixonada, torcia para que esse contato pudesse externar tudo o que sentia sem que precisasse dizer mais nada. 

O beijo foi quebrado alguns momentos depois. Eles estavam ofegantes e embaraçados, contudo não foram capazes de se soltar mesmo assim. Apenas fitaram-se de uma maneira ainda mais profunda, numa mistura peculiar de verde e violeta. Aquela era a clara evolução de seus sentimentos para algo mais sólido e consistente, enquanto o relacionamento se transformava, alcançando um patamar diferente e repleto de fases a se ultrapassar. 

E eles gostavam assim. 

Oreki, agora, reconhecia o valor que tinham as ideias estapafúrdias de sua irmã. Porque era por causa delas que ele havia conseguido chegar até ali, que havia conseguido estar ao lado de Chitanda. Naquele instante, ele estava realmente grato. 

E, enquanto alguns diziam que vermelho era a cor do amor, Houtarou discordava veementemente. Para ele, estava bem claro que era violeta. A  cor de todo o mistério que rondava aquela garota espirituosa. A cor que o prendia e o atraía desde a primeira vez em que se viram. A cor que representava seu relacionamento com ela mais do que qualquer outra, e que o fizera se apaixonar perdidamente. Violeta, apenas violeta.

O violeta dos olhos de Eru.


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