Saída do Colégio

Depois do sermão, do tapão que havia levado e da conversa que havia tido com Mônica, estava se sentindo o maior idiota de todos, só oque lhe restava fazer era pedir desculpas aos dois pelo que fizera e por ter duvidado deles. Sabia que Magali estava muito magoada com ele, também, depois do que havia falado pra ela, capaz de não querer mais vê-lo nem pintado de ouro, precisava agir antes que fosse tarde demais.

Na saída, viu os três indo pra casa juntos e resolveu ir atrás. Quando estavam mais próximos de casa, vira Magali olhar pra trás e arregalar os olhos ao vê-lo e então sai correndo. Ele fica chateado, mas não tinha o direito de reclamar, então se desculpa com Cebola e vai pra casa logo em seguida.

Chegando em casa, vai direto pro quarto, larga sua mochila e se joga na cama. Estava quase dormindo quando sua mãe o chama pra comer, o mesmo desce e come, conversam um pouco, depois a ajuda com a louça e sobe novamente pro quarto, o mesmo estuda um pouco e depois fica jogando videogame até que sua mãe aparece na porta.

— Filho, a Cascuda tá lá embaixo e disse que quer conversar contigo – Avisa – Mas se não quiser falar com ela eu digo

— Ta de boa, mãe. Vou la ver oque ela quer – Diz se levantando.
 
  Desceu as escadas e seguiu em direção a porta, ao abrir a mesma, da de cara com sua ex namorada.

— Oi, Cas. Tudo bem? - Sorri

— Hã…. Oi. Tudo certo, e contigo? - Sorri minimamente

— Tudo sim... Hã, bem eu... Queria conversar contigo – Diz um pouco atrapalhada

—Bom, pode falar – Diz se encostando no batente da porta e cruzando os braços

— Eu quero voltar – Diz séria

O garoto não estava acreditando no que ouviu. Ele ficou sem reação por alguns instantes, esperou meses para que ela viesse na sua porta e pedisse pra voltar que ele aceitaria sem pensar duas vezes, mas agora…. Algo mudou dentro dele, e não era mais ela que ele queria.

— Olha, Maria…. Sinto muito mas, não. Não podemos voltar.

— Mas…. Por qual razão? - Pergunta confusa achando que levaria um sim logo de cara.

— Eu esperei meses pra que tu viesse me procurar e pedisse pra voltar

— Então? Por que não aceitar agora? - Diz abrindo um sorriso

— Porquê eu não sinto mais o mesmo por ti – Vê o sorriso da menina se desmanchar e ficar com uma cara de surpresa - Eu sempre fiz tudo por ti, quando tu chamava eu ia atrás sem pensar duas vezes, sempre que a gente brigava eu que tinha que pedir desculpar mesmo estando certo. Então não. Não quero mais isso pra mim – Diz calmamente, porém sério.

— Eu não acredito…. Eu... - Fica sem palavras e seus olhos se enchem de lágrimas.

— Desculpa, Maria. Sou grato por tudo que vivemos juntos e pelo que me proporcionou, sempre vou ter um enorme carinho por ti, mas acabou. Espero que nós ainda possamos ser amigos – Diz gentilmente a menina

— Difícil ouvir isso da pessoa que nós amamos – Sorri enquanto seca as lágrimas que escorrem por sua face – Mas eu respeito a sua decisão, me desculpa por tudo. Bom... hã... Eu vou indo nessa - Diz e vira as costas rapidamente e indo embora sem dar a chance pro rapaz responder

Então o sujinho entra e vai direto pro quarto, ainda estava assimilando oque havia acontecido. Havia dito não pra Maria, depois de meses esperando ela pedir pra voltar e ele diz não, só podia estar louco mesmo. Oque aquela Comilona havia feito com ele? Pensou. Ele precisava falar com ela, e rápido.

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No dia seguinte….

Colégio do Limoeiro, intervalo

Magali estava quieta durante a manhã toda. A morena não parava de pensar no beijo, havia ficado mexida com ele, não dava pra negar, mas DC era apenas um amigo, oque havia feito? Pensou.

Na hora do intervalo, os três amigos foram sentar num dos bancos no pátio pra conversarem.

— Eu sento no meio, não vou aguentar melação hoje – Diz sentando entre o casal e os fazendo rir

— Ta bom, mas só hoje – Diz Mônica rindo da cara da amiga

— Masentão, qual as novidades? - Pergunta Cebola dando uma mordida em seu lanche

— Nada de novo. E vocês? - Pergunta Mônica comendo seu salgado

— Nada também – Diz Cebola dando de ombros

— Eu beijei o Do Contra – Diz Magali parada olhando pro nada enquanto mordia sua maça

O casal se olham espantados e ficam sem reação ao ouvir aquilo, era algo totalmente aleatório e inesperado.

— Caralho, isso foi muito aleatório. Como assim tu beijou o DC? - Pergunta Cebola incrédulo

— É, como assim, mulher? Explicaaaaa – Pergunta a dentucinha enquanto sacode a outra.

— Ta, calma. Eu vou explicar – Diz se

Magali explica a história toda e os amigos a ouvem atentamente, as vezes fazem caras e bocas em certas partes. A morena admite ter gostado do beijo e que havia mexido com ela de certa forma, os dois se encaram e ficam sem reação e sem ter oque falar. Ambos só conseguem imaginar que Cascão terá que pedalar muito agora.

Bateu o sinal pra voltar pra sala, os três vão juntos em direção a sala, estava quase no fim do período, Magali pede pra ir ao banheiro. Depois de ir ao banheiro, sai no corredor já vazio em direção a sala e sente alguém lhe pegar pelo braço e lhe puxar pro vão dentre os corredores.

— Mas que porra é essa? - Diz brava se virando pra ver a cara do seu “sequestrador”

— Calma, gatinha. Assim vai chamar muita atenção – Diz DC sussurrando e dando um sorriso de lado, com uma mão na parede ao lado da garota e a outra em seu queixo

— Cacete, DC! Tu quase me matou de susto – Diz sussurrando

— Relaxa, eu só quero conversar – Diz chegando perto de seus lábios e selando a distância entre eles.

— To vendo a conversa que queria ter – Diz a menina sorrindo quando seus lábios se separam

— Desculpa, eu não aguentei – Da de ombros – Enfim, quero saber se vai la em casa pra nós terminamos de montarmos a playlist. Falta pouco até o dia da festa

— Claro. Vou sim. Temos que terminar isso logo

— Certo, te vejo as 14 h lá em casa – Sorri malicioso

A garota fica vermelha ao ver como ele a olha de cima a baixo, afirma com a cabeça e segue pelo corredor em direção a sala de aula. Entre e senta em seu lugar feito um pimentão, logo depois DC entra, Mônica e Cebola a encaram e ela finge não ver os olhares em cima de si. Ao evitar o olhar do amigo, acaba direcionando seu olhar a Cascão, seus olhares se encontram e ela sente aquela sensação novamente. O frio na barriga, como se tivessem mil borboletas dentro dela, o coração acelerado e parecendo que ia saltar pela boca. Ai que raiva. Pensou. E virou pra frente e tentar prestar atenção na aula, ele não queria saber dela, havia deixado bem claro, já estava na hora de esquecer isso e seguir em frente.