Embaraço

Por: Archie-sama

Extra — Fuja da Kofuku bêbada

Hiyori chegou à casa de Kofuku esfregando as mãos; sua respiração empurrava vapor pelo ar. Era o primeiro dia de neve do ano, então estava muito frio, mas isso não a impediu de sair de casa. Queria ver Yato o quanto antes, por isso estava ali bem cedo. Desde que haviam se beijado no dia anterior, ela não conseguia parar de pensar nele nem por um segundo.

— Bom dia, Hiyori! — Daikoku a cumprimentou com um sorriso.

— Bom dia, Daikoku-san. — Sorriu de volta, desenrolando o cachecol rosa do pescoço e se aproximando dele. Sentou no chão ao seu lado e passou a observar a deusa da pobreza, que ressonava tranquilamente no colo de seu shinki. O cabelo estava meio desgrenhado e um traço de baba escorria no canto da boca dela, porém ela ainda era a deusa mais fofa do planeta.

Hiyori soltou uma risadinha e voltou a atenção para Daikoku.

— Então... — Corou um pouco, desviando os olhos. — Yato está por aí? — Tentou parecer desinteressada.

— Ele está no quarto. — Daikoku apontou com o polegar. Contudo, antes que a moça pudesse se levantar e ir vê-lo, Kofuku abriu os olhos preguiçosamente e a avistou.

— Hiyorin...! — exclamou, abrindo um sorriso animado, e ergueu-se. Ela pulou sobre Hiyori e a agarrou pelo pescoço. — Senti tanto a sua falta! — Desabou no ombro da garota, cheirando-a e fazendo a moça rir de nervoso. Kofuku parecia um pouco... alta.

— Senti sua falta também. — A moça retribuiu o afeto, afagando a cabeça rosa da deusa e sorrindo.

Kofuku cheirou seu pescoço outra vez e soltou uma risada arrastada.

— Hiyorin, que marca é essa no seu pescoço? — ela indagou, tocando o pescoço da amiga com o indicador e estreitando os olhos.

— Marca? — Hiyori olhou para ela confusa. — Que marca? — Colocou a mão sobre o pescoço, tentando lembrar de algo com que pudesse ter se sujado.

— Daikokuuuu!! — A deusa se virou para o homem e riu novamente, apontando para Hiyori. — A Hiyorin tem um… um chupããão no pescoço...! — ela afirmou, sua língua enrolando e comprometendo sua fala, que se tornou mais engraçada do que já era.

Foi aí que uma lâmpada se acendeu na mente da Iki. Um chupão?! Quando ela e Yato estavam se beijando, ele desceu o rosto para seu pescoço e-

Yato havia deixado um maldito chupão em sua pele!

— Não liga para ela, Hiyori. — Daikoku revirou os olhos, puxando a deusa pela cintura e fazendo-a sentar em seu colo. Ela riu mais. — Ela bebeu demais... — Estava explicado. Hiyori cobriu o rosto com as mãos, totalmente desconcertada. O que iriam pensar dela agora?

— Yato-chan deixou um chupão enoooorme no pescoço da Hiyorin — Kofuku continuou falando embolado, e Hiyori ficou ainda mais rubra. Como ela sabia que havia sido Yato? Era tão óbvio assim...? E olha que ela estava completamente bêbada!

— N-Não é isso... — A humana tentou negar, sem sucesso.

— Yato-chan é um cachorrããão~ — a deusa falou alto, só para Hiyori ficar ainda mais envergonhada, e dessa vez nem Daikoku conseguiu disfarçar direito. Ele uniu os lábios fortemente, tentando não rir, mas seu rosto ficou todo vermelho.

— O que tem eu? — Yato colocou apenas a cabeça para fora do quarto, olhando a cena curioso. Oh, pobre coitado.

— Eu vou te mataaar, Yato!!!!

E assim se seguiu o resto do dia, com Hiyori perseguindo Yato com intenção assassina e ele choramingando “mas o que foi que eu fiiiiz?!”.

Pois é. Nunca deixe um chupão sem aviso no pescoço da sua namorada. Pfft.