Soldier Seiya - A Era de Poseidon 01 escrita por Léo Rasmus


Capítulo 7
"Shun de Amphitrite, O Soldado Eleito Pela Deusa"


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo contem falas e frases que foram adaptadas de cenas do mangá ou do anime de Saint Seiya e também de Kogiro No Fuuma. Tem várias referências, se você percebê-las, deixe-me saber!



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CAPITULO 06

“SHUN DE AMPHITRITE, O SOLDADO ELEITO PELA DEUSA”

Shun e Leda se encaram no meio da Arena. Daidaros de Maelstrom, mestre de Shun, está de pé, próximo aos outros Comandantes Marinas, observando a luta que se inicia com uma postura séria e compenetrada.

Os dois lutadores são jovens esguios, de estatura mediana, e aparentam ser bastante delicados. Shun tem longos cabelos de um esmeralda escuro e um olhar que remete a uma enorme pureza de sentimentos. Leda, por sua vez, é um rapaz em que é fácil notar uma forte arrogância e certo desprezo pelo seu oponente. Seus cabelos são compridos, em um tom de rosa claro e seu semblante é ameaçador.

A Escama almejada pelos dois, Amphitrite, representa a sereia que foi desposada por Poseidon na mitologia grega. Um de seus símbolos era a âncora, peça que compõe a armadura na forma de uma poderosa arma com correntes: a Âncora Relâmpago. Por isso, tanto Shun quanto Leda vão se digladiar utilizando réplicas da Âncora Relâmpago e de suas correntes.

— Muito me admira você ter chegado até aqui, Shun. O que fez, chorou tanto que os outros tiveram pena de você e desistiram de lutar? — provoca Leda.

— Sem dúvidas eu preferiria me tornar Soldado de outra forma que não envolvesse uma luta desnecessária. Mas já que você pergunta, Leda, devo lhe dizer que de todas as lutas que enfrentei até aqui, não houve uma que não fosse necessária, por isso, passei por todas sem nenhum pesar. Elas valeram cada gota de suor e de sangue. Valeram cada lágrima.

— “Ele não parece aquele menino chorão de alguns anos atrás, que perdia de todos durante os treinamentos na Ilha de Amphitrite.” — pensa Leda. — “Vou por um fim nisso de uma vez!”

Leda avança em direção a seu oponente girando sua âncora velozmente:

— Prepare-se Shun!

Ele lança a âncora em direção a Shun e este consegue se esquivar saltando alguns metros para trás. A âncora atinge o chão com tamanha força que perfura o piso da arena.

Antes que Shun possa pensar em um contra-ataque, ele vê a âncora sendo arremessada novamente, dessa vez em direção a seu rosto, e ele só tem tempo de desviá-lo um pouco para o lado. A arma pega de raspão e faz um corte logo abaixo de seu olho direito.

Quando Shun volta a olhar para frente, Leda já havia atirado a outra ponta da longa corrente em sua direção e ele tem seu braço direito agarrado por ela. O rapaz de cabelos rosados puxa a corrente com força e Shun é lançado pelo ar até atingir o chão no outro lado da arena.

— A técnica de Leda é mesmo impecável — repara Longinus, manifestando-se pela primeira vez sobre os combates, dirigindo-se diretamente a Daidaros.

— Sim. — responde Daidaros. — Ambos tiveram treinamentos rigorosos. Mas Leda fez todo seu treinamento na Ilha de Amphitrite, onde esteve a maioria dos candidatos à Escama de Amphitrite, sob a tutela de outros comandantes. Shun, por sua vez, fez a maior parte de seu treinamento aqui em Atlântida, sob minha total supervisão. Shun vencerá.

— Está menosprezando o treinamento dado na Ilha de Amphitrite, Daidaros? Saiba que eu fui um dos Comandantes Marinas que treinou os candidatos a soldado de lá.

Daidaros abre um sorriso e dá uma risada contida:

— Menosprezando, Longinus? Não sou homem disso. Apenas confio nos meus ensinamentos, os quais eu tenho certeza que Shun utilizará com sabedoria. — Daidaros volta sua atenção para a arena e pensa: — “E Shun, sua ligação com Amphitrite já está selada desde aquele dia.”

Shun levanta-se com dificuldade e detritos do piso da arena caem de seus ombros. Ele agarra a sua âncora e corrente com força e salta vários metros para cima, ficando de costas para a luz do sol. Lá no alto, ele as lança na direção do rival.

— Um ataque direto? — desdenha Leda — Que ridículo!

Leda agarra a âncora que foi arremessada e dá um puxão forte na corrente, o que faz com que Shun seja projetado na sua direção. Leda prepara o punho para golpear a aparente presa fácil, mas a luz do sol ofusca a sua visão. O alvo não está mais lá. Shun desapareceu?

Leda sente um frio na espinha e quando percebe, seu corpo é enroscado pela corrente de Shun que ele mesmo havia segurado, como se esta tivesse ganhado vida própria, e ele é puxado com violência e jogado do outro lado da arena.

— Shun, maldito, o que fez? — vocifera Leda.

— Manipulação da matéria... — responde Shun.

— ...através do cosmo. — completa Daidaros, que vira o rosto para Longinus esboçando um sorriso de como quem pergunta “Eu não disse?”.

Longinus desmonta sua postura séria e não consegue evitar a perplexidade.

— Mas como um candidato a soldado pode ter tamanho controle sobre o cosmo? — ele indaga.

Shun recolhe suas correntes e retoma sua âncora nas mãos. Leda também volta a se armar:

— Entendi, Shun. Você aproveitou a luz do sol para ocultar seus movimentos e depois transmitiu seu cosmo através da corrente para manipular seus movimentos e fazê-la me constringir. Mas você não consegue fazer o mesmo com coisas que não esteja tocando, não é?

— Verdade, Leda. — Shun abaixa suas armas, em tom amistoso. — Eu mostrei a você que tenho força suficiente para ser um bom soldado. Por favor, dê-se por vencido e vamos acabar com essa luta por aqui.

—Está de brincadeira? Shun, isso só acaba quando um de nós cair e não conseguir mais levantar. E eu vou providenciar pra que seja você a beijar o chão desta arena.

Leda avança de forma resoluta enquanto Shun assume uma postura defensiva. Leda segura sua âncora pela haste com as duas mãos e a utiliza para proferir seguidos ataques diretamente em seu rival. Shun usa as correntes para se proteger das investidas, mas Leda é rápido e não pretende dar chance para que Shun use suas técnicas novamente.

— E então, Shun, eu já vi que você só é bom em combates à distância.

Leda golpeia Shun de forma ininterrupta e a ele só resta tentar bloquear os ataques.

— Gosta de manipular objetos com o cosmo?

Os golpes vão ficando mais intensos, frontais e laterais, Shun já não consegue esquivar, sua corrente está se despedaçando.

— Vamos ver agora, Shun...

As correntes de Shun se quebraram. Agora ele tenta bloquear os ataques com sua âncora, a única arma que restou.

— Vamos ver o que você vai manipular, maldito!

Os golpes de Leda se tornam mais violentos e em seu olhar, nota-se uma sede de sangue quase lunática.

— Leda, pare, você quer mesmo me matar?

A âncora de Shun se parte em dois pedaços e cai ao chão. Shun cai ajoelhado, muito ferido.

— Isso é o que torna você um verdadeiro soldado, Shun, a intenção assassina. Não basta dominar o cosmo ou demonstrar ter mais poder! No fim, vence aquele que estiver de pé!

 Leda posiciona-se atrás de Shun e utiliza sua corrente para estrangulá-lo. Ele aperta o pescoço do jovem rapaz com cada vez mais força. Em momentos difíceis como esse, Shun costuma pensar em seu irmão, de quem ele se afastou há muito tempo:

  — “Ikki, meu irmão, será o meu fim? Foi pra isso que passei por tudo isso, durante todos esses anos?”

  A memória de Shun regressa a uma época em que ele e seu irmão viviam juntos. E a realidade parecia bem mais cor-de-rosa, ao menos em sua imaginação de criança.

  “Foi há quatorze anos. Eu tinha apenas quatro anos de idade e meu irmão, Ikki, tinha oito. Vivíamos em um orfanato no Japão, o qual eu nem lembro mais o nome. Ikki me dizia que nunca conheceu nosso pai e que nossa mãe nos abandonara ali e desaparecera, quando eu ainda era apenas um bebê.”

  “Ikki nunca aceitou ter que viver ali naquele orfanato, seu maior sonho era que nos tornássemos Soldados Marinas e que entrássemos para o exército de Poseidon. Assim, poderíamos nos tornar fortes e ter uma vida melhor.”

 “Planejamos fugir durante a noite. Fazendo uma corda com os lençóis velhos do quarto, conseguimos sair pela janela do segundo andar e chegar ao solo em segurança. Eu consegui ouvir quando uma das crianças acordou e gritou bem alto que nós estávamos fugindo.”

 “Corremos até o muro, em um ponto onde havia um buraco escondido por uma moita. Ikki o havia feito no dia anterior. Conseguimos sair a tempo, antes que nos pegassem. Para mim, foi assustador ter que fazer tudo aquilo, mas meu irmão me dava toda a confiança de que eu precisava. Perto dele, eu sentia que podia tudo.”

“Naquela mesma noite, Ikki e eu fomos até uma estação de trem e dormimos lá até de manhã, prontos para pegar a primeira viagem. Eu me surpreendi quando Ikki deu um dinheiro para um homem e este fingiu ser nosso tio, para podermos entrar no trem. Ikki já havia planejado tudo com antecedência, esse homem era o mesmo que ia sempre entregar o leite na porta do orfanato, meu irmão deve tê-lo persuadido de alguma maneira. Quanto ao dinheiro, bem, a dona do orfanato deve ter colocado a polícia para nos procurar depois que viu o caixa vazio.”

 “Eu confesso que não me sentia feliz em saber que meu irmão cometia esses delitos, alguns inclusive para conseguir nossas refeições, mas segundo ele, era a lei da sobrevivência. A partir de então, esse foi nosso modo de vida, caronas, dormidas ao relento, pequenos furtos por parte de meu irmão... Coisas que sozinho eu jamais teria feito.”

 “Meu irmão me protegia de todos os perigos, por eu ser menor e mais frágil e por eu sempre ter repudiado atos de violência. Como uma vez em que alguns garotos de rua me cercaram quando eu estava dormindo em um beco. Meu irmão tinha saído para conseguir nosso café da manhã e eu estava indefeso. Não entendi o motivo das agressões, mas eles diziam que meu rosto parecia o de uma menininha e que iam me ensinar a parecer um homem de verdade. E eu só tinha quatro anos de idade.”

 “Quando Ikki chegou, não sobrou nem um de pé. Um deles chegou a desmaiar e foi levado pelos outros. Ikki também apanhou um pouco, mas ele não estava nem aí. Ele me olhou e me abraçou e eu, como sempre, cai no choro, dizendo que não queria ter que lutar.”

“Shun — disse ele — as lutas virão até nós, não importa o que a gente faça. Algumas delas não vão valer a pena o esforço, essas você pode evitar. Mas haverá aquelas que serão necessárias. Essas lutas sim, Shun, valerão cada gota de suor e de sangue. — Ikki enxugou minha lágrima com um de seus dedos — Elas vão valer cada lágrima.”

 “Nossa viagem nos fez percorrer muitos países e passamos por muitos apuros, mas jamais desistimos, meu irmão é a pessoa mais obstinada que já conheci. Finalmente chegamos à costa da Espanha e o plano era entrar em um navio cargueiro que iria até Atlântida.”

 “Já estava quase na hora da saída do navio e Ikki já devia estar articulando algo por ali. Eu fiquei no cais, olhando para o mar e, na areia, vi um peixe se debatendo, incapaz de voltar para a água. Era um belo peixe e suas escamas brilhavam em vários tons de azul. Um cão bravo, espumando pela boca, estava se aproximando do peixe e parecia que ia abocanhá-lo a qualquer momento. Fui impelido a me aproximar e tomei o peixe nas mãos, eu tinha que devolvê-lo ao mar antes que ele morresse, ou fosse morto.”

  “O cão raivoso veio na minha direção, com seus caninos à mostra, pronto pra reaver sua presa. Nesse instante eu percebi que aquela seria uma luta necessária, a primeira da minha vida. Senti um poder dentro de mim, que eu já sabia que existia, mas que eu evitava deixar sair. Meus olhos se iluminaram e ergui minha mão direita em direção ao animal descontrolado. Eu vi minha mão irradiar uma energia intensa e o cão baixou sua guarda. Com o rabo entre as pernas, ele deu meia-volta e fugiu amedrontado. Rapidamente tratei de jogar o peixe ao mar e ele desapareceu em meio às ondas. Eu fiquei feliz, pois havia vencido minha primeira batalha, com minhas próprias forças.”

 “Meu irmão me chamou — já estava tudo pronto para entrarmos no navio como clandestinos. Partimos, escondidos em uma das câmaras inferiores do enorme navio e eu até lembro seu nome, Andrômeda. Ikki até me levou pro convés para vermos o mar. Ele na certa já havia arrumado tudo com alguém e ninguém pareceu se importar com duas crianças ali.”

“Tudo ia bem, mas algum tempo depois, o céu ficou escuro e o mar revolto. Começou a ventar de forma violenta e eu vi ondas imensas se formando, muita água invadindo o navio. Homens corriam de um lado para o outro e o navio parecia que ia virar a qualquer momento. — ‘É um maremoto! ’ — diziam. O navio incrivelmente se partiu ao meio, deve ter batido com alguma rocha muito grande. Eu e meu irmão fomos lançados ao mar e nós dois nos agarramos em pedaços de madeira para podermos flutuar. Eu chamei por Ikki e eu o ouvia chamar por mim, mas as águas nos separavam cada vez mais.”

“Foi aí que eu a vi. Uma bela mulher, que parecia sair das águas e imediatamente me tomou em seus braços. Quando a vi de perto, reparei que seus cabelos compridos tinham a cor do mar, seus olhos eram de um verde cintilante e seu corpo... da cintura para baixo era um peixe. Um peixe de brilhantes escamas em vários tons de azul.”

“Ela me disse — Meu pequeno, você me salvou quando fui imprudente e cheguei muito perto da superfície! Mesmo sendo esposa de Poseidon, fui pega desprevenida pela rebentação das ondas, em minha forma de peixe, quando quis contemplar o mundo dos homens! Agora eu o salvarei da ira dos mares! Você será meu protegido, será meu menino! Assim jura Amphitrite!”

“Naquele momento, foi como se todas as preocupações do mundo tivessem desaparecido por completo. Adormeci em seus braços e não vi mais coisa alguma.”

“Quando acordei, eu não sabia quanto tempo havia se passado e nem onde eu estava. Havia alguns soldados, com os trajes das tropas de Poseidon, me espetando com lanças. Eles diziam que iam me levar para um hospital. Eu me sentei na areia e um deles forçou meu queixo para que eu olhasse em sua direção. — ‘Mas é apenas uma menina’ — disse ele. — ‘O que iremos fazer? ’”

“Súbito, um homem trajando uma brilhante armadura azul os repreendeu: — ‘Deixem esse garoto em paz’ — ele ordenou. Os soldados se afastaram e o homem abaixou-se perto de mim e perguntou se eu estava bem. Senti uma forte segurança em seu olhar e apenas fiz que sim com a cabeça. Ele tocou em meu peito e sua mão brilhou da mesma forma que a minha lá no cais.”

“Garoto de sorte. — disse ele. — Poseidon deve ter gostado de você, não há nenhum sinal de ferimento ou de afogamento. Eu sou o Comandante Marina, Daidaros de Maelstrom. E você, quem é?”

“A partir daí fiquei sabendo que eu estava em Atlântida e o senhor Daidaros me adotou como seu pupilo. Eu o contei toda a aventura pela qual eu havia passado nesses últimos dias ao lado de meu irmão. Falei sobre a aparição que eu vi no mar, e que aparentemente salvou minha vida. Também falei do nosso sonho de nos tornarmos Soldados Marinas. Decidi então que iria treinar todos os dias para ficar cada vez mais forte e assim, utilizar essa força para encontrar meu irmão, que eu sei que está vivo em algum lugar e que também procura por mim.”

“Eu ainda tenho um propósito. Tenho que encontrar meu irmão Ikki. Isso não pode acabar aqui!!”

— Não vai acabar aqui, Leda. — fala Shun, reunindo todas as suas forças. — Decididamente esse não é o fim.

— Ah, Shun, não adianta se debater. — responde Leda — Não vê que não lhe resta mais nada?

Leda aperta a corrente contra o pescoço de Shun com ainda mais força. Shun eleva seu cosmo e gera uma onda de energia que destrói a corrente que o estrangulava e lança seu inimigo para longe.

— Shun, não adianta! Eu ainda tenho minha âncora e grande parte da corrente! Você não tem mais nada! Acabou!

Leda salta novamente em direção a Shun, que até então mantinha os olhos fechados. Shun abre seus olhos, que emanam um intenso brilho. Os olhos na armadura em forma de sereia que é Amphitrite brilham em ressonância com o cosmo de Shun.

— Eu não tenho nada? — retruca Shun. — Isso está longe de ser verdade, Leda!

Para o espanto de todos ali, a âncora e a corrente que fazem parte da armadura se desprendem e voam em direção ao jovem que, até então, estava desarmado. Shun está agora de posse da poderosa Âncora Relâmpago.

— Isso é incrível! É como se a armadura de Amphitrite já tivesse elegido Shun como seu usuário! — impressiona-se Longinus.

— Interessante! — observa Gilbert — Todos nós sabemos que apenas as Escamas dos Comandantes, Capitães e Generais é que escolhem seus donos. Para selecionar os Soldados, foi criado este torneio. Mas temos aqui uma armadura de soldado expressando sua vontade! Isso já aconteceu alguma vez antes?

— Nunca antes na história desse país, menino. — responde Acetes, tomando um longo gole de rum — e nem desse mundo.

— Mas o que esse garoto tem de especial, gente? — pergunta Leile, indignada. — E põe indignada nisso, querido!

— É o que eu pensei. — conclui Daidaros. — Amphitrite já o escolheu. Desde aquele dia.

Leda joga sua âncora em direção a Shun. Shun, com seu cosmo radiante, faz o mesmo enquanto anuncia:

— ÂNCORA RELÂMPAGO!!!

A âncora de Shun e a de seu rival se chocam, mas a as armas de Leda simplesmente se desintegram. Ele é atingido em cheio, tendo seu corpo rodeado por correntes. Quando percebe, Leda está atado no alto de um dos pilares que circundam a arena, completamente imóvel.

— Acabe com isso, Shun, vamos! — exige Leda.

— Essa luta acabou. A partir daqui, estar nessa arena com você já é desnecessário para mim.

Shun se volta para a arquibancada, e olha para seu mestre, que mexe a cabeça em sinal de aprovação. Shun se volta para a Escama de Amphitrite e ela desmonta-se em partes, indo em direção ao corpo de seu guerreiro eleito, Shun de Amphitrite.

 Perto dali, um homem corre em direção à arena. Ele sabe que chegou o momento de sua luta final e se apressa. Seus passos são tão velozes quanto os de um tigre e seu avanço faz o vento soprar com força, levando folhas e galhos, levantando uma nuvem de poeira atrás de si. Ele é um homem desconhecido, vagando com o vento, vivendo como o vento. Ele é Ohko, o Tigre, e quase não consegue se conter de tanta exaltação. Hoje ele finalmente vai matar Shiryu, o Dragão Ascendente de Rozan.

ILHA DA RAINHA DA MORTE – NAQUELE MOMENTO

Ikki levanta-se depois de ter permanecido ajoelhado por alguns minutos. Ele estava fazendo suas preces perante os dois túmulos que ali se encontravam, marcados com cruzes de madeira no alto de uma colina florida. Ele deixa uma pluma de metal alaranjada aos pés da cruz onde está escrito “GUILTY” e acomoda uma bela orquídea branca junto à cruz onde se pode ler “ESMERALDA”.

 — Podemos ir agora, Shaka. — diz ele, voltando-se para o homem de longos cabelos dourados que o aguardava.

 — Ainda é doloroso para você, Ikki?

 — A morte é inevitável. Talvez seja a tristeza que domine nossas vidas, mesmo quando superamos o sofrimento, mesmo que busquemos o amor e a felicidade. No fim a morte irá transformar tudo em nada. 

 — Ikki, meu amigo, a morte não é o fim de tudo. As flores brotam e morrem, as estrelas brilham, mas um dia se apagarão. Tudo morre: a Terra o Sol, a Via Láctea e até mesmo todo esse universo não é exceção… Comparado a isso, a vida do homem é tão breve e fugidia quanto o piscar de um olho. Nesse curto instante, os homens nascem, riem, choram, lutam, sofrem, festejam, lamentam, odeiam pessoas e amam outras. Tudo é transitório, e em seguida todos caem no sono eterno chamado morte. A morte não é mais do que outra transformação.

— Belas palavras, Shaka. — responde Ikki — Certamente elas confortam as almas de Guilty e Esmeralda, que jazem sob estes túmulos que eu mesmo cavei. Mas para mim, que estou aqui de pé, só me resta buscar minha vingança.

 — Você mudou bastante Ikki. Não vejo mais aquele jovem benevolente que conheci aqui nesta ilha, dez anos atrás.

 — Aquele jovem morreu no instante em que ele voltou para essa maldita ilha e se deparou com o massacre de todos que nela moravam. Ilha da Rainha da Morte. Esse nome nunca fez tanto sentido.

 — Senhor Fênix, senhor Shaka, já está tudo pronto. — Diz Kiki, o aprendiz de Mu, que já é um jovem de quatorze anos de idade. Ao seu lado, está o Soldado Marina recém formado Hyoga de Aegir, que vem agindo como agente duplo desde que regressou da Sibéria. Ele não está trajando sua Escama.

 — Shaka, Fênix. — relata Hyoga — já implantei na Fortaleza a notícia de que esta ilha é o esconderijo da Rebelião de Athena. Eles pensam que sou um soldado infiltrado na rebelião. Em breve mandarão algumas tropas para cá.        

— Perfeito. — considera Ikki — Já temos a técnica de Shaka que vai dar cabo de quem quer que apareça. E a nova tecnologia que a Fundação Graad vinha desenvolvendo por todos esses anos poderá finalmente ser posta em prática.

Ikki retira uma máscara de dentro de sua capa. É a mesma máscara que seu mestre Guilty utilizava durante os treinamentos. Ele a coloca e assume uma postura sombria. Ikki dá alguns passos e retira uma espada de madeira dourada que estava cravada ao solo. Ele está pronto.

— O Fênix renasce. — anuncia Ikki. — E a Rebelião de Athena seguirá implacável. Chegou a nossa vez de derrubar a tirania de Tritão e de Poseidon e devolver este mundo para as mãos de Athena!

PRÓXIMO CAPÍTULO DE “CAVALEIROS DO ZODÍACO – SOLDIER SEIYA – A ERA DE POSEIDON”:

“O TIGRE E O DRAGÃO – SURGE SHIRYU DE AZURE!”

QUIEME COSMO! ALÉM DOS SETE MARES!!


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Notas finais do capítulo

Pessoal, eu também publico esta fanfic no Spirit e no Wattpad. Lá no Wattpad eu coloco várias imagens, o que deixa a história mais ilustrada e bonita. Alguns desenhos saõ de minha autoria. Dêem uma olhada lá também!

https://www.wattpad.com/story/222103823-soldier-seiya-a-era-de-poseidon



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