Soldier Seiya - A Era de Poseidon 01 escrita por Léo Rasmus


Capítulo 14
A Explosão da Ilha da Rainha da Morte




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CAPÍTULO 13

A EXPLOSÃO DA ILHA DA RAINHA DA MORTE

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Shiryu está no alto de um penhasco, sob uma chuva forte. A lua manifesta apenas uma tímida claridade, escondida por detrás de nuvens enegrecidas. Ele observa o chicotear das ondas do mar à sua frente, que castigam o paredão de pedra, somente para anunciar uma tempestade que se avizinha.

O Soldado do Dragão tem o peito nu, seus longos cabelos negros voam a favor da monção que sopra terra adentro, exibindo a exuberante tatuagem de Senryuu, o deus dragão do leste, que brilha em suas costas. Do seu lado esquerdo repousa a Escama de Azure Dragon, constituindo a forma do dragão. Do lado direito, figura a lança de Azure, cravada no penhasco.

Um intenso borbulhar das águas do oceano chama a atenção do soldado. Alguma coisa, de enormes proporções, está se erguendo aos poucos das profundezas e se aproximando. Shiryu percebe claramente. O próprio Deus Dragão veio até ele.

— Seiryuu! O Deus Dragão do Leste! — saúda Shiryu — Fico honrado por estar em sua presença.

— Não há honra nenhuma quando não se passa de um perdedor.

— Perdedor? Eu não entendo...

— Você me matou, Shiryu. A ira de Poseidon recaiu sobre mim, por sua culpa.

O fulgurante clarão de um relâmpago se faz e, antes do retumbar do trovão, Shiryu vê aparecer sobre a cabeça do colossal dragão a figura do Deus do Mar em pessoa. Sua armadura dourada resplandece na chuva e seus cabelos têm a mesma cor dos oceanos. O seu rosto, porém, esconde-se nas sombras de seu elmo, sendo possível apenas contemplar seus olhos, que são como duas luzes de um azul esverdeado.

— Mas é... Poseidon?

— Soldado Shiryu de Azure. — pronuncia-se Poseidon, e sua voz é como o próprio som da tempestade — Você falhou na luta contra Fênix e os Marinas Negros. Por sua culpa todos os soldados que você liderava perderam a vida.

Com o lampejo de mais um relâmpago, Shiryu pode ver, jogados contra as pedras abaixo do penhasco, os corpos inertes de Seiya, Hyoga e Shun.

— Mas eu não posso acreditar! Então quer dizer que eu fui mesmo derrotado?

— Não duvide de seu deus, soldado! — brada Poseidon — O dragão Seiryuu, que você representou, será agora sacrificado em meu nome para compensar sua falha. E você morrerá junto com ele!

Poseidon crava seu tridente dourado no crânio do dragão e com isso, a armadura de Azure e também a lança se transformam em pó e são levadas pelo vento. Poseidon e o Deus Dragão desaparecem, dando lugar a inúmeros redemoinhos de água que sobem em direção aos céus. Shiryu é tragado por um deles e, em seguida, ele se vê imerso nas profundezas escuras do oceano.

— Você me decepciona, Shiryu!

— Mestre Dohko?

— Você deveria ser meu sucessor! Mas vi que todos aqueles anos de treinamento foram uma grande perda de tempo.

— Mas mestre, eu...

— O mestre está certo, Shiryu!

— Ohko?

— Sou eu quem deveria ser o soldado de Azure! Depois que você morrer, tomarei o seu lugar e serei um soldado muito melhor para Poseidon!

— Porque não nos salvou, Shiryu?

— Seiya, Hyoga, Shun?

— Que tipo de líder você é?

— Estamos mortos por sua culpa!

Sua culpa!

Sua culpa!

— Não! Não é minha culpa! — grita Shiryu, despertando daquele pesadelo, ajoelhando-se no solo da Ilha da Rainha da Morte, com o Fênix à sua frente.

— O que fez com Shiryu? — pergunta Seiya — Que tipo de ataque foi esse?

— Esse foi o meu “Golpe Fantasma de Fênix”. Com isso, a mente de Shiryu está em frangalhos. Agora é a vez de vocês, Soldados Marinas!

Seiya e Shun se preparam para lutar. Hyoga ainda não pode revelar que faz parte da rebelião, mas mesmo que quisesse agir ele não poderia, pois está muito enfraquecido.

— Vamos agora, Shun! “Turbilhão do Centauro Marinho!”

Ikki já viu o golpe de Seiya mais de uma vez e consegue se desviar do padrão daquele ataque. É fácil com a ajuda da armadura.

— Os golpes de Seiya estão ainda mais velozes. — pensa Ikki — Não... Parece que sou eu que estou mais lento... O que está acontecendo?

 Enquanto Ikki se preocupa em se defender dos múltiplos golpes de Seiya, Shun prepara uma nova investida:

“Redemoinho de Amphitrite!”

Fênix não esperava um golpe com a Âncora Relâmpago em uma nova configuração. Ele é pego de surpresa e é atingido, tendo parte de sua armadura de aço danificada pela primeira vez: Uma avaria no ombro direito e outra no braço esquerdo. Além disso, a máscara que cobre sua face se partiu.

— Malditos... — esbraveja ele, cobrindo o rosto com a mão, furiosamente.

Ikki se lembra da morte de sua amada Esmeralda e de seu estimado mestre Guilty por obra do império atlante. Ele pensa em todas as injustiças já cometidas em nome de Poseidon por todos esses séculos. Ele se enfurece e volta a encarar seus inimigos, contudo, o rosto que ele vê na sua frente o faz, por um segundo, esquecer de tudo aquilo.

— Ikki? — espanta-se Shun.

— Shun? Então é você mesmo? Eu não conseguia lembrar, eu...

— Shun, não vai me dizer que... — diz Seiya, pasmo — O Fênix é seu irmão Ikki?

Inesperadamente, o ar se torna pesado e pequenos pedregulhos elevam-se no ar.

— Mas que cosmo agressivo é esse, causando essa pressão? — espanta-se Ikki.

Enquanto isso, aos pés do vulcão, Jabu e seus companheiros, Ban, Geki, Ichi e Nachi finalmente voltam a si.

— O que aconteceu? — pergunta Ichi, com a mão na cabeça dolorida.

— Aconteceu que levamos uma surra do maldito Fênix! — responde Nachi, limpando a sujeira do ombro.

— Mas onde ele está? — pergunta-se Geki, olhando de um lado para o outro.

— Droga, eu não tenho fala nesse momento... — diz Ban.

— O importante é que ele não está aqui, enquanto nós estamos exatamente onde deveríamos. — diz Jabu, apontando para o vulcão. — Vamos subir até o topo desse vulcão, rapazes. Concluiremos nossa verdadeira missão, que nos foi confiada pelo Tritão em pessoa.

Enquanto Jabu e os outros prosseguem, a belicosa cosmo-energia continua a ganhar força ao redor de Ikki, Seiya, Shun e Hyoga e eles escutam a voz daquele que a manifesta:

— Devo agradecer a você, Fênix. — é Shiryu, que se ergue uma vez mais — Graças a seu golpe ilusório, pude confrontar alguns de meus medos. O medo de falhar ou de não suprir expectativas me impedia de ser um guerreiro completo. Mas agora chega.

— Impossível! — diz Ikki, surpreso — Como você pode ter uma mente tão forte a ponto de suportar meu Golpe Fantasma?

Shiryu larga seu escudo e sua lança no chão.

— Enlouqueceu, Shiryu? — pergunta Ikki — Está se desfazendo de sua defesa impenetrável e de sua arma de ataque. Muito bem, deve ter perdido a razão por causa de meu golpe fantasma. Acabarei com isso de uma vez.

— Ikki, meu irmão... — balbucia Shun, desejando que tudo aquilo acabe.

— Você morrerá, Shiryu de Azure! “Ave Fênix!”

A tempestade de fogo gerada pelo golpe de Ikki avança fulminante em direção ao dragão desarmado. De olhos fechados, Shiryu projeta ainda mais sua cosmo-energia:

Acesso à quarta mansão de Azure: O Chifre. “Grande Ascensão de Senryuu!”

A primeira mansão de Azure, o Escudo, confere a mais poderosa defesa. A segunda mansão, a Lança, possibilita um potente ataque, podendo ser acessada junto com a primeira. A terceira mansão, a Garra, abre mão de toda a defesa por um milésimo de segundo, mas desfere um ataque ainda mais potente, o “Cólera do Dragão”.

A quarta mansão de Azure, o Chifre, combina ataque e defesa. Shiryu tem o corpo totalmente protegido pelo cosmo que o envolve na forma de um dragão, enquanto ele avança pelo ar, em um vôo na velocidade do som, com um incrível poder de ataque em área, ainda que este seja um pouco menos potente que o Cólera do Dragão e o consumo de cosmo seja maior.

Shiryu atravessa as chamas de Fênix, completamente ileso, e o acerta em cheio com seu punho do dragão. Ikki voa longe e sua armadura fica ainda mais danificada.

— Minha armadura... Ela utiliza meu cosmo como combustível. — fala Ikki, para si mesmo — Mas parece que ela está o consumindo em grande quantidade e... Quanto mais eu utilizo seu poder, mais rápido eu enfraqueço...

            Shiryu se aproxima determinado, apesar de já estar bem debilitado após as lutas:

            — Fênix, você vem comigo.

            Nesse momento, Shun se interpõe entre os dois.

            — Shiryu, eu não posso deixar que você faça mal ao meu irmão.

            — Shun, o fato de ele ser o seu irmão não apaga os crimes que ele cometeu. Fênix promove uma rebelião contra Poseidon! Saia da frente, eu estou ordenando como líder dessa missão.

            — Não saio. — retruca Shun, com sua âncora em punho — Antes você terá que me matar.

— Shun... — Ikki se impressiona com a coragem de seu irmão. Ele mudou muito desde que o viu pela última vez, há quatorze anos.

            — Sendo assim, farei como pede. — conclui Shiryu, preparando seu punho para mais um ataque.

            — Calminha aí, ô lagartixa. — interrompe Seiya. — Shun e eu fizemos uma promessa. Nós dois perdemos entes queridos, aos quais temos buscado por toda a nossa vida e faremos de tudo pra ajudar um ao outro, até encontrá-los. Se você quiser separar Shun de seu irmão, vai ter que passar por cima de Seiya de Centauro Marinho.

            Jabu e os outros chegam ao topo do vulcão. A fumaça cáustica e o odor de enxofre dificultam a respiração. O calor é extenuante, mas nada vai impedi-los de completar a tarefa que lhes foi delegada.

No dia anterior, Leile de Falajitax havia levado Jabu e os outros, o primeiro time formado para a missão na Ilha da Rainha da Morte, à presença de Tritão. Ele os havia chamado, pois queria passar suas ordens pessoalmente, já que se tratava de uma missão sigilosa, da qual nem mesmo os soldados do outro time poderiam ter conhecimento. Tritão aproximou seu indicador direito ao chifre do Narval da armadura de Jabu, que fica alojado sobre a luva do braço direito do soldado. O chifre brilhou dourado por um instante e voltou à sua cor branca em seguida.

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— Nossa missão é implantar o chifre do Narval, que foi tocado pelo Grande Mestre, nas profundezas deste vulcão. — relembra Jabu, destacando o chifre da luva de sua armadura — De acordo com o que ele nos disse, o chifre vai reagir com a lava incandescente, causando uma reação em cadeia que deverá culminar...

— Com a explosão da Ilha da Rainha da Morte. — completa Nachi

Jabu e os outros queimam seus cosmos o máximo que podem e o chifre ganha novamente uma tonalidade dourada. O Soldado de Narval, então, arremessa o objeto vulcão adentro com toda a sua força.

— E agora? — pergunta Ichi ao ver que, de imediato, nada aconteceu.

De repente, o vulcão inteiro começa a tremer e uma luz é lançada pela boca do vulcão, em direção ao céu. É o início de uma erupção vulcânica.

— Agora é hora de dar no pé! — diz Ban, sendo o primeiro a correr.

Os demais o seguem, em meio a poderosos tremores.

Mais abaixo, a alguns quilômetros dali, a situação entre os integrantes da equipe de Shiryu segue bastante tensa.

— Não quero iniciar mais uma luta entre nós, Seiya. Digo o mesmo pra você, Shun. — declara Shiryu.

Ele se volta para Ikki e continua:

— Me responda algo que eu sempre quis saber, Fênix. Porque luta por Athena? A Deusa da Guerra há muito tempo foi destituída por Poseidon. Ela era uma deusa maligna que só trazia calamidades para este mundo. O que você, Shaka e todos os rebeldes esperam que aconteça?

Ikki se levanta com certa dificuldade. Ele olha nos olhos de Shiryu e fala:

— Você está cego, Dragão. É Poseidon quem tem cometido várias atrocidades através dos séculos. Foram suas tropas que atearam fogo no Vilarejo de Potâmide, matando dezenas de inocentes e quase mataram a irmã de Seiya. E depois disso, quando eu finalmente voltei à Ilha da Rainha da Morte, eu soube do que aconteceu...

“O oásis onde viviam os habitantes da ilha estava completamente destruído. As casas, os jardins, as plantações, nossa capela, tudo havia sido dizimado. Meus amigos, com os quais eu havia crescido, estavam todos mortos pelo chão. Corri como um louco, a procura de meu mestre Guilty e de Esmeralda, para saber se eles estavam bem e perguntar o que havia acontecido.”

“Eu cheguei à choupana onde Esmeralda vivia, um dos poucos lugares que ainda estavam de pé. Respirei aliviado e entrei apressadamente. Foi quando eu ouvi um sussurro vindo do quarto em que ela dormia. Esmeralda estava deitada e ao me aproximar, percebi que estava com um grave ferimento.”

“Ela pediu que eu chegasse bem perto de seus lábios e me contou, com um fio de voz, que um antigo discípulo de Guilty (que era seu pai também e meu mestre) havia chegado à ilha, a nado. Era Aioria, que um dia fora o líder da rebelião. Ele havia me enfrentado em Atlântida, nos traindo, e depois foi até a ilha.”

“Aioria estava com a Escama de Megalodon e disse que iria matar todos ali. Sem entender o porquê daquela atitude de Aioria, que sempre foi um homem bom e justo, Guilty vestiu sua antiga Escama de Merlion, da época em que ele ainda servia Atlântida como Capitão Marina.”

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“Os dois iniciaram um combate e o Megalodon fazia questão de causar o máximo dano possível aos vilarejos da ilha durante os golpes. Por fim, Guilty foi derrotado e morto por Aioria, que tratou de realizar o massacre que havia prometido.”

“Esmeralda nada podia fazer para impedir aquela atrocidade. Aioria de Megalodon, o recém-consagrado Capitão Marina de Poseidon a atingiu com um golpe cortante no abdômen e foi embora da mesma forma que veio.”

“Pedi que ela descansasse, tentei salvá-la, mas foi inútil. Ela foi vítima da violência de Atlântida e morreu em meus braços.”

— Além disso, Shiryu — prossegue Ikki — As tropas de Atlântida promovem perseguições a outras religiões, instigam a violência, exterminam qualquer um que ouse se levantar contra eles! Você acha isso certo?

— Mas Ikki, e quanto à minha irmã? — pergunta Seiya — O que houve com ela enquanto isso?

Nesse momento, a ilha inteira começa a tremer assustadoramente. Todos olham em direção ao vulcão e vêem a poderosa nuvem de fumaça que sobe aos céus, bem como a lava que irrompe em poderosas explosões.

— O que está acontecendo? — pergunta Hyoga, fazendo um enorme esforço para se levantar.

— Erupções vulcânicas são comuns nesta ilha, mas nunca vi nada nessa magnitude... — informa Ikki — Há algo de muito errado aqui.

No alto de um paredão de pedra, aparecem Jabu e seus companheiros:

— Se eu fosse vocês eu trataria de voltar para as embarcações. — diz Jabu, falando alto devido ao forte barulho das explosões — A ilha vai explodir!

— Como é, chifrinho? — questiona Seiya — Como assim? Você quer dizer a ilha inteira?

— Ordens de Tritão! — revela Jabu, fazendo jeito de importante — E aí, gostou? A gente tinha uma missão secreta, bobalhão! Mandar essa ilha pelos ares!

— Ei, Jabu, mas se era secreta, porque você tá falando agora? — indaga Ichi.

— Calado, Ichi — responde Jabu — Vamos dar o fora daqui.

Os cinco se vão, enquanto os tremores e explosões ficam cada vez maiores. Jatos de lava começam a brotar do solo, por toda parte. Shiryu se manifesta, aproximando-se de Ikki:

— Chega de conversa, Fênix, você vem comigo. Averiguaremos sua história na prisão e aplicaremos a pena justa.

Seiya e Shun se preparam para proteger Ikki, mas nesse momento, uma barreira de energia envolve os dois, juntamente com Ikki, para surpresa de Shiryu e Hyoga.

— É minha vez de ajudar, Fênix. — anuncia Shaka, cobrindo-se também com um globo de energia e fazendo-os flutuar velozmente pelos ares, até saírem do alcance do Dragão.

— Eles conseguiram fugir. Eu falhei. — entristece-se Shiryu, observando-os desaparecer de sua visão.

— Vamos sair daqui, Shiryu. — diz Hyoga, já de pé — Ei, anime-se! Não esqueça que você descobriu e desbaratou uma tentativa de insurreição contra Atlântida, ainda pior do que a própria Rebelião de Athena.

— Tem razão Hyoga. — concorda Shiryu. — Vamos embora dessa ilha antes que nós afundemos com ela.

— Sim, vamos.

Os dois começam a correr, desviando-se dos jatos de lava e das pedras que caem das montanhas. Em certo ponto, já próximo do litoral, onde está atracada a embarcação atlante, Shiryu não consegue conter sua dúvida e pergunta:

— Hyoga, me diga... Você também faz parte da rebelião?

— Então você notou algo, Shiryu. — responde Hyoga, olhando sempre para frente — Mas não se preocupe. Por ordens de Atlântida, eu vinha agindo como infiltrado na rebelião. Fui eu quem passou para Kanon a informação de que eles estariam nessa ilha. Mas agora meu disfarce já era.

— Entendo. Você é um bravo soldado, Hyoga.

— Na verdade sou um agente duplo, Shiryu de Azure. — pensa Hyoga — Espero que Fênix esteja bem. Eu não esperava que Seiya e Shun acabassem o protegendo. Será que lutarão por Athena ao nosso lado?

Longe dali, um barco navega afastando-se da ilha. Nele estão alguns integrantes da rebelião de Athena, que amparam seu líder Fênix e também Shaka, mas se assustam ao ver que há dois Soldados Marinas a bordo.

— Babel, Dante, Jamian e todos os demais, tenham calma, eles estão conosco. — tranqüiliza-os Ikki, duvidando, porém, das intenções de Seiya.

— Que legal! — ironiza Seiya — Acabamos de nos tornar traidores de Atlântida. Seremos procurados até dentro da latrina sagrada de Hades!

— Ikki, meu irmão, você está bem? — pergunta Shun.

— Estou, Shun. Temos muito o que conversar.

Ikki observa a figura de Shaka, parado na popa, testemunhando o colapso final da ilha. Ele pede um minuto a seu irmão e se aproxima do amigo.

— Essa ilha era meu lar. Os túmulos de Esmeralda e Guilty se foram para sempre.

— Eu rezarei pela alma deles, velho amigo. — promete Shaka

— Shaka, nós estamos indo ao Japão para nos reunirmos ao Senhor Kido e à Athena. A viagem será longa. Quer falar sobre o que houve na ilha?

— Sei que está preocupado, Fênix. Por causa daquela visão que tive, minha alma se encheu de dúvidas e, como consequencia, caí nas mãos de forças maléficas. Preciso ter certeza de que isso não vai se repetir.

— O que pensa em fazer?

— Rumarei de volta para minha terra natal, na Índia. Passarei um tempo em meditação, à procura de iluminação e discernimento.  

— Entendo. Tome o tempo que precisar. — Ikki dá uma pausa e continua — Shaka, quando eu estive sob o efeito do Ciclo das Seis Existências, eu também pude contemplar o outro universo que você viu, e sabe de uma coisa? Era um universo totalmente diferente do nosso, mas uma coisa é exatamente igual.

Shaka vira seu rosto para Ikki, esperando que ele continue:

— No fim, os cavaleiros de Athena saem vitoriosos. — conclui Ikki, enquanto o último pedaço da Ilha da Rainha da Morte afunda para sempre no Oceano Pacífico.

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EPÍLOGO 01

ATLÂNTIDA – SALÃO DO MESTRE TRITÃO

Tritão, também conhecido pelo nome de Dócrates, senta-se em seu suntuoso trono, com uma taça de vinho tinto na mão. Ajoelhado à sua frente, está o General Kasa de Lymndades, trajando sua escama. Tritão sorri maliciosamente:

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— Finalmente.  Agora sim eu terminei o que eu devia ter feito há séculos atrás. Agora já não resta mais nada daquele maldito continente de Mu, que eu destruí na época da Primeira Guerra Santa.

— E quanto à Ânfora de Athena, senhor? — questiona Kasa — Aquela que estava em Marrakesh não passava de uma réplica.

— Ordenarei que Kanon continue organizando buscas. Mesmo com Athena morta, seria perigoso se Hades pusesse as mãos nela. A batalha contra o Deus do Submundo se aproxima, bem como o despertar de meu pai, Poseidon. Devemos nos preparar!

EPÍLOGO 02

ARREDORES DO CABO SOUNION – GRÉCIA.

No Cabo Sounion ergue-se um dos mais belos templos em honra a Poseidon espalhados pelo mundo. É a embaixada de Atlântida na Grécia.

Aos pés de um farol abandonado, encontram-se Mu, Aldebaran e Kiki. Eles aguardavam o homem que agora se aproxima, vestido elegantemente, com um sobretudo de couro azul marinho, blazer e gravata.  À medida que ele se aproxima, podemos notar seus cabelos longos e dourados, com parte dele preso por um elástico acima da altura das orelhas e o restante caindo pelas suas costas. Ele é Daidaros, o Comandante Marina de Maelstrom.

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— Infelizmente, a Ânfora não está no templo do Cabo Sounion. — informa Daidaros.

— Puta Teba! — reclama Aldebaran — Seguimos outra pista falsa.

— Talvez não. Descobri algo interessante — continua Daidaros — Como Comandante, tenho acesso a todos os lugares do templo, inclusive às áreas subterrâneas. Encontrei uma câmara secreta três níveis abaixo do solo e havia um pedestal vazio, onde estava escrito “Αθηνά αμφορέα”.

— É “Ânfora de Athena” em grego. — fascina-se Mu — Quer dizer que a ânfora realmente esteve aqui.

Kiki bate o punho direito fechado na palma da mão esquerda, como quem faz uma grande dedução:

— Então alguém encontrou o vaso antes de nós!

— Querem saber o que eu acho? — pergunta Daidaros, retoricamente — Se o vaso não está aqui, só pode estar em um lugar. Na Fortaleza de Atlântida.

EPÍLOGO 03

Uma ligação telefônica.

A voz é de Marin de Arraia:

— Exatamente, Senhor Kido. Seiya já encontrou Ikki, o Fênix. Ele está, finalmente, indo encontrar Athena no Japão. Tudo correu conforme planejado, apesar de alguns contratempos.

— Já falei pra me chamar de Mitsumasa, Marin. Você é como se fosse minha filha! E fico feliz. Vamos enfim deixar de ser uma simples rebelião para erguermos novamente o Reino de Athena.

A ligação é encerrada. Do outro lado, com a linha grampeada, Shina de Serpente Marinha ouviu toda a conversa.

Então Marin é realmente uma traidora! — pensa ela — O milionário Mitsumasa Kido está com a Rebelião. E o pior: Athena pode estar no Japão, ainda viva!”

EPÍLOGO 04

BRASIL - AMAZÔNIA

Uma embarcação que transportava cem barris de petróleo de Coari a Manaus, no Amazonas, é atacada por um grupo terrorista. Eles invadem a embarcação violentamente, levam toda a carga e depois a afundam.

Esses terroristas vêm agindo há vários dias e têm causado milhões em prejuízos. Jamais capturados, eles são conhecidos como os Cavaleiros Fantasmas das Águas. Dizem por toda a Amazônia que eles são liderados por uma mulher tenebrosa, que é intitulada de Matriarca dos Monstros. Seu nome é Geist de Equidna.

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FIM DA FASE 01.

PRÓXIMO CAPÍTULO DE “CAVALEIROS DO ZODÍACO – SOLDIER SEIYA – A ERA DE POSEIDON, FASE 02”:

“O ATAQUE À FUNDAÇÃO”

QUEIME COSMO! ALÉM DOS SETE MARES!!


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Notas finais do capítulo

A história seguirá agora na Fase 02, em um livro separado: "Saga da Amazônia - Geist e os Marinas Fantasmas", onde Seiya e seus amigos vão enfrentar a maligna Geist de Equidna! Será uma trama curta, devendo ter 04 ou 05 capítulos e depois vem a Fase 03, com os "Comandantes Marinas".

A história d'A Era de Poseidon se dará em aproximadamente 07 fases, podendo mudar de acordo com o desenrolar da trama (às vezes eu me empolgo). Esta saga aqui, por exemplo, estava programada pra ter apenas 10 capítulos e acabou que ficou com 13 + prólogo!

Espero ver todos vocês novamente no Livro 02!



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