The Riddle escrita por ablxgden
Museu Britânico de História Antiga
10H45 am
O bracelete reluziu diante dos olhos da pesquisadora, e a joia que por mais de 2 mil anos tivesse sido soterrada por quilos e quilos de areia continuava contendo um brilho intacto e sedutor. Manuseando com cuidado a mulher descansou a preciosidade no encaixe perfeito da espuma feita sob medida, e com o mesmo cuidado fechou a mala. Agora Arnold Thompson, dono do Museu Britânico de História Antiga, ele mesmo digitou sua senha, assim trancando a peça.
ㅡ Agora apenas o Sr. Ahmud poderá abri-la, e ninguém mais. ㅡ Arnold mostrou que entregaria a mala a mulher mas antes que o fizesse apontou o indicador em sua cara repetindo o aviso assim como fazendo uma ameaça ㅡ Apenas o Ahmud poderá abri-la. Entendido?
ㅡ Sim, Sr. Thompson, e eu irei entregá-la no prazo indicado. ㅡ E mesmo com a promessa de cuidar do artefato, Thompson levemente relutou em entregar o objeto na mão da sua assistente, mas o fez. O homem virou para as outras três sombras em seu encalço, três homens da força tarefa em seus ternos alinhados e armas em sua cintura abaixo do terno preto, mostravam serem policiais.
ㅡ Eles te acompanharão para a segurança, mas apenas um deles irá ter contato direto com você. ㅡ Um loiro alto de olhos azuis deu um passo à frente, respeitavelmente ele assentiu para a mulher. Ela devolveu sutilmente a cordialidade. ㅡ Agora vão.
Todos saíram, e Arnold Thompson permaneceu dentro da sala de segurança, vendo as quatro figuras se distanciar pelo corredor. E tudo estava em seus planos, tudo iria acabar como o combinado. Ele pegou o celular, e discou o número salvo ㅡ Eles acabam de sair.
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O policial segurava a mala enquanto a mulher estava caminhando, olhando para trás, há cinco metros, estavam os dois policiais disfarçados. Por mais que a pesquisadora tenha sido acostumada a lidar com situações como aquelas em cada transação de peças que fazia, daquela vez, estava especialmente tensa. Ela tentou uma tática melhor ao invés de permanecer em silêncio o trajeto inteiro, o loiro que Arnold havia escolhido para permanecer ao seu lado estava ali, carregando a mala para ela, então tentou puxar algum assunto.
ㅡ Aliás, meu nome é Leigh ㅡ Ela estendeu a mão para ele enquanto caminhavam ainda, o homem demorou a entender aquela cordialidade repentina, mas apertou mesmo assim sua mão. ㅡ E o seu?
ㅡ Tristan.
ㅡ Prazer, Tristan. ㅡ Ela sorriu. Eles continuaram caminhando pelo aeroporto. Silenciosos. Passos e passos. Ela observou a cintura dele e recordou a arma que havia visto na sala minutos atrás. ㅡ Você é policial a quanto tempo?
ㅡ Dois anos.
ㅡ Também tenho esse tempo como pesquisadora.
ㅡ Hm.
O homem assentiu e continuaram andando.
ㅡ Você gosta do que faz? ㅡ Ela percebeu que ele suspirou buscando ter paciência ㅡ Okay. Sem perguntas.
Subitamente ele parou e virou para Leigh, no meio do aeroporto.
ㅡ Ouça, recebi ordens diretas para proteger a todo custo o que estamos levando ao Cairo, e sei que você não sabe, mas não sou muito fã desse lugar, então se pudesse me deixar trabalhar… ㅡ Foi quando por cima dos ombros de Leigh observou uma movimentação suspeita, um homem estava com um ponto eletrônico e disfarçadamente foi flagrado, Tristan não sabia de outro agente policial cuidando daquele caso ou de outro naquele dia. A mulher a sua frente estava irritadiça e começou a resmungar algo que ele não estava ouvindo e precisou dizer um ríspido ‘’Shh’’ para silenciá-la, o que causou mais protestos vindo dela.
ㅡ Escute aqui, ninguém diz ‘Shh’ pra mim!
ㅡ Fred. Gavin. ㅡ Tristan falou em seu ponto ㅡ Estamos sendo seguidos ㅡ E havia acabado de dizer quando Fred, um homem atlético de seus 30 anos, cai no chão em um ataque epilético. A comoção deu início. Rapidamente Gavin o outro policial responsável pela transação se colocou ao lado do amigo caído.
Gavin comunicou a Tristan pelo ponto.
ㅡ Copiado. Siga com o protocolo. ㅡ Ordenou Gavin agachado ao lado de Fred ㅡ Tire o objeto daqui. Agora!
Tristan agarrou o braço da mulher e a fez correr consigo, saindo dali o quanto antes. Eles chegaram ao hangar privado em minutos e poderiam ver o jato particular na pista a apenas alguns metros deles quando ouviram o primeiro tiro. Leigh gritou. Tristan sacou a arma e devolveu o tiro atirando e seu primeiro instinto foi proteger tanto o objeto quanto a vida da mulher. Ele a escondeu atrás da escada do jato, enquanto isso arriscava sua vida ao mirar no atirador ao tentar ao mesmo tempo se proteger naquela barreira. Notava o homem se aproximando, chegando cada vez mais perto deles e o policial precisou agir rápido. Tristan virou e olhou para a mulher e entregou a mala.
ㅡ Melhor fechar os olhos, madame.
ㅡ Eu não vou fechar os olhos porque um trogloditas como você me orde ㅡ O atirador apareceu. Tristan não hesitou em surpreender enfiando o cano da arma na sua cara e atirando quatro vezes. Leigh gritou desesperadamente. E ela não parou de gritar, tremendo em choque.
Tristan voltou para perto e pegou a mala dela, ainda teve a audácia com um sorrisinho em lhe dizer:
ㅡ Avisei para fechar os olhos. ㅡ Tristan ganhou um tapa além de um empurrão. Ela tomou a mala novamente das mãos dele e marchou para dentro do jato. Ele riu da atitude da moça, mas seu sorriso desapareceu assim que olhou para o corpo morto. Aquilo estava errado e sentia aquilo com toda a convicção do mundo.
Dentro do jato, sentados um de frente para o outro, a viagem de cinco horas inicialmente parecia que iria ser de um ignorando o outro e Leigh parecia achar melhor assim até porque estava abalada emocionalmente desde o que havia acontecido no aeroporto. Ela sentia as mãos tremendo e frias, o que não era um bom sinal. Tristan estendeu a mão, foi quando ela viu que na mão dele havia um lenço que oferecia, foi a primeira vez desde que se conheceram que ela sorriu com gratidão. ㅡ Obrigada. Disse ela ㅡ Levando a enxugar os olhos marejados de lágrimas que insistiam segurar. Ele assentiu respeitosamente e voltou sua atenção a janela, onde parecia observar as nuvens por que sua mente estivesse longe. Quem havia os delatado? Sua mente projetava suspeitos e tentava encaixar as peças, até mesmo quem havia os atacado. O atirador não estava ali para matá-los, ou a arma que estava em punho teria feito mais do que um simples buraco no corpo deles. Não, o atirador não os queria mortos, e por alguma razão isso não se encaixava.
ㅡ Você sempre matou pessoas? ㅡ A voz frágil de Leigh chamou a atenção de Tristan assentiu calmamente, e observou os olhos dela enxergam de água novamente. Ela estava mesmo nervosa. ㅡ Lido com corpos às vezes, e já fui a enterros de familiares meus, mas nunca senti ou vi a violência que causa a morte.
ㅡ Você se acostuma. ㅡ E ela ao fitá-lo notou o peso daquelas palavras refletidas no peso do seu olhar. Leigh assentiu.
ㅡ Aquela pessoa não queriam nos matar e por alguma razão continuamos vivos aqui. ㅡ Ele voltou o corpo para frente buscando encará-la ㅡ Você suspeita de alguém?
Rapidamente Leigh negou com a cabeça.
ㅡ Apenas aqueles que estavam naquela sala. Essa transferência custa milhões demandar mais pessoas seria perigoso, por isso a imprensa também está fora disso, ninguém além de nós e do comprador sabe dessa transferência.
Tristan suspirou frustrado.
ㅡ Tudo bem.
Não estava tudo bem e precisaria descobrir rápido antes que pudesse custar a vida de todos os envolvidos.
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