A Menina de Branco escrita por Fofura


Capítulo 1
Assombração?




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Você acredita em entidades? Fantasmas? Coisas sobrenaturais e inexplicáveis?

Já viu acontecer? Ouviu histórias sobre isso? Gostaria de presenciar?

Isabelle sim.

Belle era apaixonada por filmes de terror, assistia todos que saía, não tinha medo de nenhum deles, na verdade, achava fascinante. Não via graça nos outros gêneros, eles não causavam arrepios, não deixava os espectadores tensos, vidrados na tela, os de terror e suspense sim, pois eles sim davam medo.

Mas a menina ficava decepcionada, pois muitas pessoas tinham histórias desse tipo pra contar, menos ela.

Belle morava perto de uma floresta. Passava em frente sempre que ia e vinha da escola, era uma floresta comum, porém grande e com centenas de árvores idênticas. Ela sempre quis entrar lá, mas viviam dizendo que não era uma boa ideia, pois era fácil de se perder. Sua mãe havia lhe proibido e não entrava lá por conta disso.

Mas sua curiosidade e vontade aumentou quando pessoas começaram a relatar que viram uma menina de branco perambulando pelo meio da floresta não tão escura. Ela caminhava lentamente por entre as árvores com seu cabelo preto escorrido pelos ombros. Ninguém a conhecia, ela não frequentava a escola, ninguém nunca a viu pela rua, somente lá, na floresta. Então começaram a supor que a menina era um fantasma, uma entidade, uma miragem, um vulto, uma assombração... já a chamaram de inúmeras coisas diferentes.

Belle ficava indignada com a situação.

— Não é justo, Cristine! Todo mundo da região já viu a menina de branco, menos eu.

— Eu também não vi, e sinceramente, eu nem quero, Belle. Você tem que parar com isso.

— Isso o quê?

— Ficar querendo que aconteçam coisas ruins, isso não é saudável.

— Cris, deixa de ser careta. Não estou desejando coisas ruins. Fantasmas não existem. Eu sou de ver para crer. Se todo mundo viu, menos nós, significa que está todo mundo alucinando. Ou não?

— Eu não sei no que acreditar.

— Só tem um jeito de saber.

Cristine entendeu na hora o que a amiga quis dizer com aquilo.

— Não! Não! Não!

— Sim! Só tem um jeito de saber se é real ou se estão pregando uma peça em todo mundo, fingindo que tem fantasma por aí.

— Você ficou louca? Sua mãe vai te matar! Isto se aquela coisa não te matar antes!

— Se acalma, não tem nada demais em ir à floresta. Eu vou, não vou ver nada e vou voltar pra casa. Mas caso eu veja alguma coisa…- sorriu. — Vou registrar, com certeza. Vamos?

— Você é completamente pirada, eu não vou com você!

— Medrosa!

~ ✞ ~

Dito e feito! Assim que Belle saiu da escola, passou pela floresta pra dar uma olhada.

 

A floresta não era assustadora vista de fora como a maioria dizia então Belle não ficou com medo de entrar, só ficou meio receosa quando já estava lá dentro. Estava frio, havia um pouco de névoa e o barulho do vento balançando as árvores não era tão bonito quanto devia, pareciam assobios que arrepiavam a espinha. Belle sabia que era coisa de sua cabeça.

Com muito cuidado para não se perder, ela andou por quase vinte minutos e não viu ninguém. Bufou.

— Francamente!- deu as costas para ir embora, mas ouviu um barulho de pé quebrando galho e se virou novamente pra onde olhava. — Quem está aí?- não houve resposta. Achou que alguém tinha ficado sabendo que ela ia pra lá e a tivesse seguido para poder assustá-la. — Cris, é você? Não vai conseguir me assustar, eu já vi muito filme de terror assim.- sem resposta novamente. — Por Deus, os filmes são mais assustadores que isso.- resmungou e ao se virar pra ir embora, deu de cara com uma menina pálida com a cabeça ensanguentada.

— E aí?- perguntou a figura sorrindo, mostrando seus dentes podres.

Belle imediatamente soltou um berro e saiu correndo com o susto que levou. Parou mais à frente tentando respirar, mas foi surpreendida com a menina de branco seguindo seus passos.

Correu mais ainda e saiu da floresta. Sem fôlego, ficou aliviada por não vê-la mais, e foi direto pra casa.

Tentando controlar a respiração, Belle entrou em casa, falou brevemente com sua mãe e correu para seu quarto trancando a porta. Achou que estava livre, porém, ao se virar, quem ela encontra no canto do quarto? A menina de branco, a mesma da floresta.

Quando fez menção em gritar, a menina logo a impediu.

— Calma, calma…- pediu com as palmas das mãos viradas pra ela. — Não se apavore de novo.

— Ai meu Deus, ai meu Deus…- Belle fez menção em sair do quarto, mas ela se aproximou tentando impedi-la.

— Não, não vai. Eu não quero te assustar.

Belle, ainda estática, pálida de medo, respondeu.

— Não está conseguindo.- engoliu a seco. Se a menina chegasse mais perto dela certamente o cheiro em suas calças não ficaria bom. Reuniu toda a coragem tinha e a questionou, mas suas pernas ainda tremiam. — Por que me seguiu? O que você quer?

— De todos que já se assustaram comigo, você foi a que mais gritou. O que é engraçado, porque você não deveria ter medo.

— Por que não?- a menina ia se aproximar mais e Belle quase gritou. — Fica aí!!- a fantasma então parou e riu, permanecendo onde estava. Em seguida prosseguiu.

— Achei que ia gostar de me ver pelas coisas que gosta de assistir e ler. Tenho observado você já tem um tempo. Não apareci pra você antes porque achei que a reação seria melhor que essa!- reclamou.

— Eu estou levando bronca por ter me assustado? Sério isso?

— Você não gosta de filmes de terror?!- sabia que sim, mas perguntou.

— Gosto, mas... Meu Deus, eu estou falando com um fantasma…

A menina ignorou esse comentário e prosseguiu nos argumentos.

— Você dizia que queria ver essas coisas, que queria que acontecesse com você também.- recordou-se.

— Mas eu não achei que fosse acontecer. 

— Ata, e você nunca viu os avisos de “baseado em fatos reais” né.- ironizou.

— Eu achei que era brincadeira, que era só pra assustar, chamar mais atenção. Isso nunca me causou medo. Essas coisas não existem... bom… pelo menos eu achava que não.

— Você não devia ficar chamando essas coisas.- depois de revirar os olhos, ela aconselhou Belle. — Podia muito bem ter vindo um espírito do mal visitar você. Mas sou só eu.

Belle franziu o cenho.

— Você não é maligna, nem nada do tipo?

— Não. Eu morri por aqui.- falou como se não fosse nada demais. — Uma morte estúpida.- revirou os olhos balançando a cabeça.

— Como assim?- ficou curiosa e sentou-se na cama. A figura continuava de pé no canto do quarto como Belle pediu, não queria que ela saísse correndo de novo e parecia que aos poucos ela estava se acalmando do susto.

— Eu tropecei. Quem morre tropeçando?!- a pergunta retórica foi no automático. Podia passar quanto tempo fosse que ela continuaria achando sua morte estúpida. Ela com certeza sofreria bullying na convenção dos fantasmas, se existisse uma.

Belle se segurou pra não rir do jeito que ela falou.

— E por que o vestido branco?

— Ah, é um vestido velho da minha mãe.- ela olhou para o mesmo e mexeu a calda enquanto falava. — Eu achei e quis brincar com ele. Corri pela floresta fingindo ser uma donzela que abandonou o noivo no altar.- riu ao lembrar da bobagem. — Tropecei no vestido e bati a cabeça numa pedra. Tcharan! Estou morta. Viu só que morte estúpida?

— Quando foi isso?- Belle ficou curiosa, mas ainda estava com receio dela não ser quem diz ser. Uma entidade boazinha não teria aquela aparência.

— Há uns cinquenta anos.

— Puta merda! Cinquenta???

— É. Tenho vagado por aí a toa. Confesso que me diverti assustando algumas pessoas.

— Você assusta as pessoas de propósito? É instinto?

— Algumas pessoas merecem, são idiotas. Eu juro que eu não quis assustar você. Tentei fazer amigos, falar com alguém esses anos todos, mas sempre que eu aparecia, corriam de mim.

— Não é pra menos.

— O que??- perguntou a entidade, ofendida.

— Você é medonha.- revelou com uma careta, como se mesmo dizendo a verdade não queria ofender.

— Ah, muito obrigada!- ironizou. — Me sinto bem melhor agora.

— Desculpa, é que…- foi interrompida por uma voz vinda de fora do quarto.

— Belle!

— Oi mãe!- gritou de volta.

— Com quem está falando?- a mulher ia passando pelo corredor quando ouviu a voz da filha.

— Com ninguém.

— Muito obrigada de novo.- ficou ainda mais ofendida.

— Ela já acha estranho o tipo de filme que eu gosto de assistir e as coisas que eu gosto de ler. Se eu falar que estou conversando com um fantasma, ela me interna.

A menina riu.

— Não seria uma má ideia.


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Notas finais do capítulo

Se você chegou até aqui, muuito obrigada ♥ Deixem suas opiniões nos comentários se puderem, eu gostaria muito de saber ^^
Eu consegui causar tensão e riso? Se não, podem dizer, não vou ficar chateada não hsuash só vou chorar um pouco suahsaj parei
Abraço de urso quentinho em cada um que leu :3



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