Resumir a vida em apenas uma cor não deve ser nada fácil. Mas e se você tiver todo seu processo e o fim que ela teve? Vamos ao passo.

O primeiro contato:

Lembranças não tenho, mais sabemos que ao nascer temos o primeiro contato com ela, o sangue, nele viram varias conexões, nas quais com o tempo aprenderemos mais, genética, história, nossos pais, talvez irmãos...

No entanto, essa cor que pode ser decifrada de várias formas, em mim tem apenas um significado.

Destino.

Dizer que foi sorte é pouco perto do que ela me presenteou.

"Nós vamos embora, não da mais para ficar aqui.''

Ouvir minha mãe dizer tais palavras mesmo ao dez anos de idade nunca foram tão desesperadora, não tinha ideia do que seria dali em diante. Pois perderia meus amigos, meu primeiro pensamento, depois meus tios e depois meus... primos... isso... sangue do meu sangue, minha família, mais também nela tinha meu maior pesadelo.

Fase 1: O Distanciamento

Achar que a distância poderia ajudar a esquecer, foi de longe o maior erro poderia cometer. Pois o que eu podia apagar estando acordada as memórias deles, as lembranças vinham acompanhada nos sonhos.
Elas ganhavam formas de olhos vermelhos, garras, olhos de prazeres, enquanto isso minha alma era dilacerada, rasgando em minhas costas como se fosse a faca. Eram pra ser meu porto seguro mais se transformaram nisso.

"Levanta a cabeça pra andar"

Foi quando me dei conta.
Meus pés eram mais convidativos do que pessoas ao meu redor. Meu quarto era meu lugar preferido, meus desenhos minha distração, bicicleta minha liberdade.

Então tive minha meu segundo contato com ela, veio da pior forma, a forma que pensei que jamais obteria dela.

Segunda fase: O primeiro amor

Primeiro esse que me foi dado em migalhas, parecia tão lindo, as formas que corações e brilhos que transpareciam em meus olhos, as cartas que trocávamos, era tudo maravilhoso, até ele ir embora com promessas vazias. Então a fase ganhou outro grau.

O coração partido.

Superar foi difícil. Tentar dar uma chance a outro foi mais difícil, descobrir que a ingenuidade era alta diante do total desconhecimento do que era a vida.

"Você é virgem?"
"Não, capricórnio"
"Você tem que pedir pra sua mãe ti explicar sobre essas coisas"

Mãe.

Como poderia buscar algo dela se ela estava tão destruída, carregando e e empurrando a vida com resto de força que tinha. Traída, trocada, abandonada, não uma, mais varias, até vir o fim e cuidar de três vidas, fruto do que era para ser eterno.

Não tinha coragem.

Terceira fase: O caso e a descoberta

Quando se tem o entendimento de algo você pode reagir de várias formas.
Um caso levou ao questionamento de antes, então a descoberta foi da pior forma. Mais alguém querido feriu a confiança, mesmo não sendo o alvo do feito, a sensação do ato e situação era compartilhada.

Descobrir através do caso o que era pra ser sagrado foi tirado.

A inocência.

Agora os sonhos eram acompanhado de tudo junto a lagrimas de sangue.

Quarta fase: Chance.

"Aceita namorar comigo?"

A resposta era fácil, sim ou não, mais elas nunca tinham sidas tão difíceis de ser pronunciadas como naquele momento.

"Devo dizer que não sou digna?"
"Devo dizer que não posso, porque sou suja?"
"Devo confiar de novo?"

Então as três mais belas palavras vieram.

"Eu te amo"

E o sim foi automático.
Mergulhei fundo, aproveitei como nunca, mais eu não conseguia aproveitar ao máximo, era instável, inconsequente, impulsiva e isso fez com que o ''conto de fadas acabasse''.

''Foi bom enquanto durou''

Quando tempo passa temos noção de que a vida é uma caixinha de surpresas. Que por mais que os tons que você experimentou tenham sidos ruins, desastrosos e alguns bons, que as experiências não foram nada agradáveis de certa forma, que suas tentativas de acabar de vez com o tormento foram falhas...

Você descobre que o destino traçou naquela despedida o reencontro com o mais puro sentido da cor.

Quinta fase: O recomeço

Tentativas falhas.
Planos que foram por água abaixo.
Viajem canceladas.
Perdas.

''Qual a razão de não conseguir sair daqui!? QUERO IR EMBORA!?''

Até que ele apareceu, o fio que constantemente ia e voltava, que se emaranhava, por fim chegaram ao destino certo, as pontas se conectaram e a entrega de ambos os lados foi inteira, passados superados, segredos revelados e a aceitação.

"Você ainda tem as músicas do Link Park?"

E da forma mais hilária e cômica,que ainda rende altas risadas ao lembrar da cena no poço, onde pela primeira vez...

''Eu dei o primeiro passo.''

Onde tempo depois a três palavras foram ouvidas novamente.

''Eu te amo''

E por insistência na minha pessoa consegui dizer sem medo.

''Eu te amo''

Enfim o sonhos mudaram, o que antes eram quatro horas mal dormidas se tornaram horas de sossego, mesmo com vacilo aqui e ali, agora o porto era seguro, o apoio era confiável, os toques eram quentes, prazerosos, a alma estava sendo limpa a sensação de liberdade era sentida de varias formas.

Então outra perspectiva foi obtida.

O vermelho do destino.

Desencontros foram feitos.

Testados e fortalecidos.

Para então receber a forma mais pura da que a cor pode ter.

O amor incondicional.

Não a que existia em nós.

Mais sim o que fizemos, que surgiu do nosso amor.

O fruto.

Uma outra Vida.

''Akai Ito:
Um fio invisível conecta os que estão destinados a conhecer-se, independentemente do tempo, lugar ou circunstância, o fio pode esticar ou emaranhar-se, mas nunca irá partir.'' 
— Provérbio japonês