As corujas entraram voando e a coruja marrom de mamãe pousou ao meu lado trazendo doces e uma carta. As meninas se aproximaram de mim para ler a carta.
"Espero que estejam bem. Estou curiosa para saber se estão gostando de Hogwarts. Me enviem uma carta meninas. Serena."
— Vou escrever para ela depois. - Falei.
Seguimos os alunos do quarto ano mais precisamente Harry e seus dois amigos ate a estufa numero 3 da Professora Sprout. Assim que chegamos lá ela nos mostrou plantas nojentas que pareciam lesmas. Se contorciam e tinham bolhas pelo corpo.
— Bubotúberas. Precisa-se ser espremida. Recolhe-se o pus...
— O que? - Um garoto da Grifinória perguntou.
— Pus, Finnigan. E extremamente precioso, por isso não o desperdice. Recolhe-se o pus, como eu ia dizendo, nessas garrafas. Use as luvas de couro de dragão, podem acontecer reações engraçadas na pele quando o pus da bubotúberas não esta diluído.
Era nojento espremer aqueles tumores, mas o liquido verde-amarelado cheirava a gasolina então não era tão ruim. Ainda assim rendeu muitas expressões de nojo da minha parte e de muitos alunos. Katherine e Stephanie se divertiram rindo as minhas custas.
Recolhemos tudo nos vidros.
— Isso vai deixar Madame Pomfrey feliz. - Professora Sprout falou. - Um remédio excelente para as formulas mais renitentes de acne, o pus da bubotúberas. Pode fazer os alunos pararem de recorrer a medidas desesperadas para se livrar das espinhas.
— Como a coitada da Heloisa Midgen. - Uma garota da Lufa-lufa falou. - Ela tentou acabar com as delas usando um feitiço.
— Que menina tola. - Sprout falou balançando a cabeça. - Mas no fim Madame Pomfrey fez o nariz dela voltar a forma anterior.
A sineta tocou e a turma se separou. A turma da Lufa-lufa subiu as escadas em direção ao castelo e nós descemos o jardim em direção a pequena cabana do Hagrid.
Quando finalmente chegamos vimos ele em pé segurando um cachorro pela coleira. Aos seus pés tinham caixotes abertos. Dentro deles ouvíamos o som de chocalhos. Tipo explosões.
— Dia! - Hagrid falou. - Melhor esperar pelos alunos da Sonserina. Eles não vão querer perder isso. Explosivins!
— Como é? - Weasley perguntou.
— Arrre! - Uma garota gritou ao olhar os caixotes.
Dentro haviam uns tipos de lagostas só que sem cascas e deformadas. com uns 15 centímetros elas rastejavam nos caixotes umas em cima das outras e batiam nas paredes dos caixotes a cegas. Largavam faíscas da calda as vezes.
Era muito nojentas!
— Acabaram de sair das cascas. - Hagrid falou. - Por isso vocês vão poder criar os bichinhos pessoalmente. Achei que poderiam fazer uma pesquisa sobre eles.
— E por que iriamos querer criar esses bichos! - Um garoto da sonserina perguntou.
Ele tinha os cabelos incrivelmente loiros e os olhos cinzas além de um nariz empinado. A voz arrastada já mostrava o quanto ele era um idiota.
Hagrid não sabia o que responder.
— Quer dizer, o que eles fazem? - O garoto perguntou de novo. - Para que servem?
Hagrid ficou sem reação por um segundo.
— É ai que entra a parte da pesquisa. - Stephanie respondeu por Hagrid.
Hagrid observou Stephanie que encarava o garoto.
— Isto é na próxima aula, Malfoy. Você só vai alimentar os bichos.
Lancei um olhar para Katherine que observava o garoto. Pelas famílias, mamãe explicou nossa arvore genealógica um dia. Falando de quem éramos filhos e parentes de quem. Stephanie não tinha muitos parentes bruxos, eu muito menos. Já Katherine era uma Black. Uma família imponente que tinha o sangue puro em primeiro lugar. Nós sabíamos que Sirius tinha primas. Uma estava presa. Uma vivia com um mestiço. E a outra era casada com um Malfoy.
Mamãe disse que eles eram comensais da Morte, mas alegaram que foram forçados por isso saíram impune. Já a outra prima de Sirius foi presa e esta em Azkaban ate hoje. Claro que aquele garoto era primo de Katherine e para ela era decepcionante ver que ele era um idiota.
— Agora vamos ter que experimentar diferentes alimentos. - Hagrid falou. - Tenho ovos de formiga, fígado de sapo e pedaços de cobra. Experimentem um pedaço de cada um.
— Primeiro pus e agora isso. - Finnigan murmurou.
Concordei mentalmente com ele.
Peguei um pedaço de cobra e estiquei para um dos bichos enquanto Katherine pegava um ovo de formiga e Stephanie um fígado de sapo.
— Ai! Ele me pegou. - Um garoto da Grifinória gritou e Hagrid correu ate ele. - A calda dele explodiu. - Mostrou a mão queimada e eu rapidamente me afastei daqueles bichos.
— Ah, é isso que acontece quando eles disparam. - Hagrid explicou.
— Arre! Arre, Hagrid! O que essa coisinha pontuda neles? - A garota gritou de novo.
— Alguns tem espinhos. - Hagrid explicou. - Acho que são os machos. As fêmeas tem uma espécie de sugador na barriga. Acho que talvez seja para sugar o sangue.
— Bem, sem a menor duvida eu entendo por que estamos tentando manter esses bichos vivos. - Malfoy falou. - Quem não iria querer animaizinhos de estimação que podem queimar, picar e morder tudo ao mesmo tempo?
— Só por que eles não são muito bonitos não quer dizer que não sejam uteis. - Hermione rebateu. - Sangue de dragão é uma coisa assombrosamente magica, mas você não iria querer um dragão de estimação não é?
Depois da aula voltamos para o Salão Principal. Eu devia estar verde ou branca.
— Vocês esta com uma cara. - Stephanie falou pegando uma taça com agua e colocando na minha frente. - Você esta bem?
— Sim. - Respondi. - Já posso voltar para França? - Elas riram e eu passei a mão nos cabelos.
— Você esta bem? - Lancei um olhar para a pessoa que tinha perguntado.
— Estou. - Respondi.
Se eu dissesse que estava enjoada por causa daquelas coisas ele iria me achar uma garota mimada e entojada.
— Cedrico Diggory. - Se apresentou  com uma mão erguida para mim que a peguei.
— Charlotte Lancaster. E Katherine a morena, Stephanie a ruiva. São minhas irmãs. - Assentiu e eu soltei sua mão.
— Muito diferente de Beauxbatons?
— Como você sabe que viemos de lá?
— A escola é grande, mas as pessoas comentam. É difícil alguém se transferir.
— Ainda mais três garotas que são irmãs, mas são diferentes. Isso chama atenção do povo.
— Eu diria que são três garotas bonitas.
Senti minha bochechas ganharem cor.
— Obrigada? - Perguntei e ele sorriu.
Stephanie e Katherine estavam se segurando para não rir da minha reação.
— A maioria perguntaria por que somos tão diferentes, mas você é direto hein? - Katherine debochou sorrindo sem conseguir se segurar e Stephanie riu.
— As pessoas comentam também que somos adotadas. - Stephanie falou.
— Isso eu não sabia, mas faz sentido. - Cedrico respondeu depois virou para mim. - Espero que esteja gostando daqui. - Sorriu antes de se afastar.
Lancei um olhar para as meninas que voltaram a rir.
— Pelo menos isso fez seu rosto criar cor. - Katherine debochou e Stephanie empurrou um pedaço de carne para o meu prato.
— Você precisa comer!
— Mudando de assunto. Como aquele garoto pode ser tão insuportável? - Katherine perguntou lançando um olhar para Malfoy sentado a mesa da Sonserina.
— O que você esperava? - Stephanie perguntou.
— Falando em esperar. Quando vai se apresentar? - Perguntou lançando um olhar para Harry.
— Não acho que seja legal isso. Eu realmente não queria ter que mentir.
— Nossa vida é uma mentira. Uma a mais, uma a menos.
— Mas eu não queria mentir para ele.
— Nós estudamos juntos. - Falei. - Uma hora ou outra você vai ter que se apresentar.
Stephanie bufou voltando a comer.
— Você acha que alguém além de Dumbledore sabe? - Katherine perguntou.
— Acho que não. - Respondi. - Por quê?
— Aquele homem de cabelo lambido preto usando uma capa preta, passa só encarando. E parece que não é um olhar amigável.
Lancei um olhar para onde ela estava olhando e de fato o cara estava nos encarando.
Olhei para Katherine de novo.
— Vamos esperar pela reação na aula dele.
— Hey Fred? - Katherine falou e um dos gêmeos ruivos se virou para nós. - Quem é o professor com o cabelo lambido?
— É o Snape. - Respondeu sorrindo. - Professor de poções.
— Obrigada. - Ela respondeu e voltou a nos encarar. - Isso responde muita coisa.
Não era segredo que Snape odiava Sirius e principalmente Tiago. Sirius por que infernizava a vida dele e Tiago por que tinha casado com Lilian o amor da vida dele.
— Se ele não sabe, desconfia. - Stephanie murmurou e nós assentimos.