I'm promisse escrita por Daroon


Capítulo 1
Único;




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John encarava atentamente as costas nuas de Nove. Seus longos cabelos negros presos em um coque, sempre lhe deixavam com um certo charme na opinião de John. Sentado naquele chão, com suas costas escoradas na parede, Quatro percebia em como o outro estava tenso conforme socava cada vez mais forte o saco de pancadas, descontando todas as suas frustrações nele. Quatro sentia o mesmo. Seu coração se apertava toda vez que o outro tentava se manter forte durante as situações. Eles saíram por pouco vivos, quer dizer, Oito não sobreviveu e conhecendo Stanley sabia que se culpava. Não importa o quanto tentasse se manter forte, John sabia. 

“Pretende ficar quanto tempo me secando?” indagou Nove num tom rude. Pegando a toalha de rosto e pondo em seu pescoço conforme secava seu rosto. John engoliu seco sem dizer nada, observando-o pegar a garrafinha, tomando o restante da água que continha no recipiente. “Pretende se fingir de surdo por um acaso?” E novamente aquele tom, estúpido, mas no fundo, acanhado. Toda vez que estavam sozinhos, com nervos à flor da pele, Nove agia daquela maneira, tão inconstante.

Umedeceu os lábios rachados, ponderando brevemente o que dizer, não tinha a mínima noção do que falar e sabia que a qualquer instante o outro iria explodir. “Sabe que não foi a sua culpa.” Como sempre, não conseguia se segurar. Reparou os ombros largos do maior enrijecerem. John sabia que tinha acabado de pisar num território minado e por Deus, não sabia o que dizer sem que no fim, acabaria levando um soco na cara.

“Veio aqui pra me consolar, foi?” Aquele humor ácido lhe dava um aperto em seu peito. Desviou o olhar para o chão, aproximando seus joelhos para mais perto do peito e abraçando-os. 

“Eu também me culpo.” murmurou, deixando Nove mudo. 

Stanley suspirou, deixando os ombros caírem. Olhou para John que já não o olhava mais e aproximou-se. Agachou-se na frente de Quatro passando a acariciar seus joelhos. Teve o foco dos olhos surpresos do outro por sua atitude, mas nem mesmo Nove sabia direito o que estava fazendo, para si, aquilo estava sendo tão certo. “Não é a sua culpa, nem minha e nem de ninguém. A culpa sempre foi e sempre será dos malditos mogadorianos. E nós vamos vingar o Um, Dois, Três e o Oito.”

Um micro sorriso surgiu na face de Quatro, ele estava ali para tentar consolar o outro, mas no fim ele estava sendo consolado. Eles os vingariam, sabia disso, mas logo sua mente foi inundada por tudo que teriam que passar até o fim, e aquele sentimento desesperador de ver Nove morrendo o atingiu. Agarrou os braços alheios com medo. “Me promete que não vai morrer?” pediu num sussurro sofrido.

Nove olhou em choque por breves segundos para John antes de desviar o olhar. Não poderia prometer algo do gênero. Era uma guerra e nas batalhas é normal os soldados morrerem. “Sabe que não se pode prometer esse tipo de coisa.” Tentou trazer certa lucidez para aquele pedido, mas John sentiu pânico. Lágrimas surgiram e Nove não sabia o que fazer. “Hey, hey, hey…” Tentava amparar, mas Quatro lhe abraçou deixando-o assustado. 

“Por favor, eu não quero perder mais ninguém, nem você, principalmente.” A última palavra foi num tom quase inaudível, mas Stanley escutou. Seus lábios ficaram secos e sentiu seu coração se apertar. Fechou os olhos ao retribuir o abraço. Beijou os fios loiros do menor e disse: 

“Eu prometo.”


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