Segunda chance para o nosso amor escrita por Denise Reis


Capítulo 33
Capítulo 33




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Em todos os dias de folga da turnê, Kate e Castle sempre acordavam por volta das oito horas da manhã para poderem aproveitar a cidade.

Castle conhecia a maioria das cidades do itinerário programado por Gina, por já terem sido locais onde, anteriormente, fizera lançamentos de seus outros livros.

Já Kate, conhecia apenas algumas delas.

Ainda em Nova York, antes de iniciar a viagem, Castle fizera um levantamento dos municípios que Kate não conhecia e, ele próprio, preparou roteiros de city tour com pontos marcantes para visitação, coisa rápida que não fosse cansativo, haja vista que teriam apenas um dia de folga em cada cidade.

A primeira semana da turnê fora concluída com sucesso, tanto do ponto de vista literário, quanto no lazer.

Iniciariam a segunda semana em uma cidade desconhecida de Kate.

Chegara o dia de folga, mas Kate permanecia dormindo.

— Acorda, amor, vamos! O dia está lindo! Você vai amar conhecer a cidade. – Castle tentava acordá-la.

— Ainda estou morrendo de sono, Rick. – Kate murmurou ao esconder sua cabeça sob o edredom e se agarrar aos travesseiros, se recusando a abrir os olhos quando Castle tentou fazê-la se levantar – Não quero sair hoje.

— Você sabe que ficamos somente dois dias em cada cidade, Kate. Ontem foi o lançamento do livro e hoje é o nosso dia de folga e à noite iremos para a próxima cidade, ou seja, só temos hoje.

— E o que eu faço com o meu sono, eihm? – ela se queixou.

Castle achou graça, pois estava com a impressão que estava lidando com Alexis quando a filha não queria se levantar para ir para à escola.

Vendo a noiva tão sonolenta, ele concordou – Então... Tudo bem... – ele avisou – Te dou mais meia hora.

Kate nem respondeu ou mesmo agradeceu, muito menos abriu os olhos. Ela retirou o edredom do rosto e se acomodou sobre os travesseiros e apenas balançou a cabeça de modo afirmativo, murmurou um “ãhããnn”, quase inaudível, e, no instante seguinte, já dormia.

Castle foi para o sofá da sala de estar contígua ao quarto de dormir.

Ele começou a ler o jornal para ficar à par das notícias do mundo e, entre uma notícia e outra, ele olhava para Kate.

Nunca a vira dormir tanto e até ficou preocupado, pois, por mais que ela passasse os dias correndo atrás de criminosos, nada se igualava a viajar de dois em dois dias para uma cidade diferente, as vezes de carro, outras vezes de ônibus, outras de avião. Era muito cansativo.

Apesar de estar acostumado com turnês, o próprio Castle mesmo estava cansado.

Consultou o relógio e decidiu que, ao invés da meia hora prometida, daria uma hora a mais de sono para Kate, até porque eles caminhariam muito tempo no passeio que programara, ou seja, seria cansativo.

As notícias prenderam sua atenção e quando se deu conta, passou do horário que ele estipulara e ao olhar para Kate, para sua surpresa, ela ainda dormia o sono dos justos.

Levantou-se e foi acordá-la.

Desta vez ela acordou sem reclamar e ao se espreguiçar, falou que a noite foi maravilhosa.

— Vou pedir o dejejum, amor. – Castle avisou.

— Beleza! Estou morrendo de fome! Enquanto não chega, eu vou tomar logo meu banho para adiantar. – ela avisou e se ergueu.

Kate se levantou rápido, entrou no espaçoso banheiro e quando ia começar a despir o roupão de seda, ela sentiu uma tontura.

— Meu Deus! – ela pensou – Eu levantei muito rápido... Ou será que estou com tanta fome assim, a ponto de ficar tonta?

Com destreza, sentou-se na borda da banheira, bem próximo ao vaso sanitário.

Como não tinha barra de ferro para se sustentar ou qualquer saliência para Kate se segurar, então, com bastante cuidado, ela foi apalpando a parede e, com cuidado sentou-se no tapete felpudo. Até tentou dobrar os joelhos, mas não conseguiu. Sentia-se fraca.

Respirava fundo, pois estava com medo de desmaiar. Sentia seu corpo gelado e até tentou chamar o noivo, mas sua voz não saía.

Mesmo estando parada, parecia que o mundo rodava. Fechou os olhos, mas a sensação de vertigem persistia.

Só que, o que já estava ruim, ficou pior, pois um enjoo fora do comum agitou seu estômago e, mesmo sem ter comido nada aquela manhã, sentiu-se muito mal.

Sem saber como conseguiu força, ela moveu sua cabeça na direção do vaso sanitário e o agarrou. Vomitou.

Mesmo se sentindo muito mal, Kate se sentiu num filme de comédia bizarra, onde a personagem abraçava o vaso sanitário para vomitar, sem forças para mais nada.

Ela precisava do Castle, mas não conseguia chama-lo.

Seus olhos lacrimejavam e pesavam. Observadora, Kate viu que ao lado do vaso sanitário havia um cesto de lixo de metal e o pegou e, sem saber como, o arremessou longe, atingindo a porta do banheiro.

O barulho chamou a atenção do Castle que logo a chamou.

— Kate! O que aconteceu?

Ela não conseguia responder. Estava escorada entre a banheira e o vaso sanitário. Parecia um boneco de pano, pálido e sem vida.

Para sorte de Kate, o Castle entrou no banheiro e, ao ver o estado em que Kate se encontrava, ele ficou aflito.

— Kate! O que aconteceu? – Castle logo a carregou.

Ela apenas fez um sinal negativo com a cabeça informando desconhecer o que se passava com ela e, no segundo seguinte, desmaiou.

Passados alguns segundos, que para o Castle pareceram horas, Kate voltou a si.

Ela logo percebeu que estava deitada na cama e seu noivo estava ao seu lado.

Muito amoroso, ele passava uma toalha úmida no rosto da noiva e também acariciava os logos cabeços da moça.

— Hey, amor! – Castle a saudou assim que a viu de olhos abertos – Eu chamei o serviço médico do Hotel. Eles estão vindo te ver.

— Não precisa, amor. Já estou melhor. – ela tentou se levantar.

Mas o Castle desaconselhou - Fique mais um pouco deitada, meu amor.

Kate não insistiu, pois ainda se recordava da reação dele à sua queda tola na escada da casa dos Hamptons.

Mesmo tentando disfarçar, Castle não escondia sua aflição.

Duas batidas à porta avisavam a chegada do serviço médico.

Após uma rápida conversa com Kate, a médica plantonista descartou qualquer doença grave, até porque seus sinais vitais e sua temperatura corporal estavam normais.

— A minha sugestão é que você faça um simples exame de gravidez.

— Teste de gravidez? – Kate indagou confusa.

— Teste de gravidez? – Castle indagou ao mesmo tempo da noiva, só que um sorriso era visível no rosto dele.

— Sim, aqueles de farmácia mesmo. – a médica explicou – Coisa simples.

— Não posso acreditar nisso. Não precisa... – Kate falou com segurança – Não há a menor possibilidade de eu estar grávida.

Diante daquela afirmativa tão categórica da Beckett, a médica, muito gentil e educada, ficou pensativa e não conseguiu esconder sua curiosidade – Bem... Eu sou médica e não uma fofoqueira, muito menos uma orientadora de casais... Mas... Então... Você disse que não há a menor possibilidade de você estar grávida, então... Deixem-me entender... Quer dizer que vocês são noivos, dormem no mesmo quarto, na mesma cama, mas estão esperando o casamento para consumação... Seria isso?

— Não! – Kate respondeu.

— Então, querida, como é que você disse que não há a menor possibilidade de você estar grávida? Não entendi...

— Porque eu não quero e porque tomamos as precauções... Simples assim...

— Ah! – a médica era muito simpática e deu um sorriso leve – Acho que na ciência as coisas não funcionam assim... Por vias da dúvida, aconselho a fazer um exame simples de gravidez. Esse, sim, é muito simples.

— Kate, acho melhor você ouvir a médica. – Castle aconselhou e, tomando a frente da situação, decidiu acatar a recomendação médica, tentando, ao máximo esconder sua ansiedade por um resultado positivo – Vou providenciar, Doutora.

— Ah, nem se preocupe, sr. Castle. Não será necessário o senhor providenciar. Isso é mais comum do que o senhor imagina, tanto que temos aqui na nossa maleta de primeiros socorros. – a médica pediu o teste para a enfermeira que a acompanhava no atendimento e a jovem prontamente lhe estendeu a caixinha com o teste.

Castle ajudou a noiva a se sentar, apesar de Kate dizer que estava bem e ao fazê-lo, o fez com doçura – Não estou doente, amor.

Kate olhou para a caixinha do teste de gravidez e ficou confusa. Nunca tinha usado e não fazia ideia de como fazê-lo.

Acostumada com aquela expressão de confusão nas fisionomias de algumas hóspedes, a enfermeira se adiantou – Venha, que eu te oriento.

Kate foi com a enfermeira até a porta do banheiro e lá, a jovem explicou com detalhes o que Kate deveria fazer e, assim, ela entrou sozinha no banheiro.

Assim que a porta foi fechada, Castle ficou angustiado – Será que ela vai desmaiar novamente?

— Os sinais vitais dela estão ótimos! Foi um mal-estar passageiro. Tente ficar tranquilo, Sr. Castle.

— Mas eu a vi andar tão devagar agora... Nem parecia a mulher que eu conheço.

— Ela está assustada por ter passado mal e também pela possibilidade de estar grávida. Pelo visto vocês não planejavam.

— Para ser bem franco, eu quero muito, mas ela quer adiar mais para frente. – ele confessou.

A médica consultou o relógio – Agora é só aguardar. Eu e a enfermeira vamos retornar ao posto médico. Vocês mesmos conferem o resultado. É fácil! Se precisarem de outro atendimento, é só chamar.

— Não vá, Doutora! Por favor, espere mais um pouco para o caso de Kate precisar.

Sentindo que o hóspede estava aflito, a médica o convenceu que aquilo era muito normal - Caso o teste dê positivo, aconselho marcarem uma consulta com o médico dela o mais rápido possível para a gravidez ser acompanhada desde o início. E caso dê negativo vocês podem procurar um médico para investigar melhor o mal-estar que ela teve, talvez fruto do cansaço da viagem. Mas, se preferirem, ela poderá fazer outro exame de gravidez. Fica a critério de vocês.

Aceitando a opinião médica, Castle agradeceu a visita.

A médica e a enfermeira se retiraram do quarto.

Passados alguns minutos Kate saiu do banheiro de mãos vazias e foi ao encontro do noivo e, juntos, se sentaram na cama.

Tensa, ela apertava o cinto do seu roupão.

— Você está bem, amor? – ele perguntou muito preocupado e passou as mãos pelo rosto e pelo cabelo dela.

— Estou com medo... É aquele medo que eu te falei naquele dia, quando começamos a namorar. – ela murmurou.

Ele a apertou nos braços num abraço acolhedor – Lembre-se do que eu te falei naquele mesmo dia, amor. Eu estou com você para qualquer coisa. Não vou sair do seu lado.

— Eu sei.

Eles falavam baixinho.

— Onde está o teste?

— Eu o deixei sobre a bancada da pia do banheiro.

Castle verificou seu relógio de pulso – Amor, já está na hora de conferir o resultado.

Ao escutar o aviso do noivo, Kate pôs as duas mãos sobre o rosto, como se quisesse se esconder, mas logo as tirou.

Nervosa, buscou o olhar dele. Ela estava aflita.

— Eu vou pegar e olhamos juntos, ok? – Castle avisou.

Kate apenas balançou a cabeça de forma afirmativa.

Apesar de estar muito preocupado com sua noiva, Castle queria que o resultado fosse positivo.

Castle logo retornou com o teste nas mãos.

— Vamos conferir? – ele indagou no momento em que sentou ao lado de Kate.

Juntos, eles observavam cada detalhe contido no pequeno bastão achatado de plástico branco com um visor digital.

A palavra “grávida” foi a primeira coisa que viram no delicado visor digital e logo abaixo estavam os números 4 e 5.

— Estou grávida, Rick!  - ela falou, assustada.

— Vamos ter um bebê, meu amor! – Castle se levantou e a puxou para si, num abraço apertado. A emoção era tanta que as lágrimas escorriam pelo rosto dele. – Meu Deus! É como eu te falei, Kate, meus sonhos se tornam realidade. Eu consegui namorar com você, estamos noivos e agora você está grávida. Em breve, vamos nos casar. É muita felicidade!

Kate já chorava, emocionada – Ainda não consigo acreditar... Estou grávida... Eu terei um filho seu, Rick! Nosso bebê!

— Você está grávida, amor! Isso é muito bom! Maravilhoso!

— Estou assustada, mas estou muito feliz. Muito feliz mesmo. De verdade.

Abraçaram-se.

Kate se afastou e olhou novamente para o teste – Mas o que será que significa esses números, amor?... 4 e 5... Do que se trata?

— Vou consultar a caixinha... Deve haver um tutorial para nos orientar.

Castle foi ao banheiro, trouxe a caixinha do teste, e, juntos, leram as instruções.

— Aqui! – ele localizou o que procuravam - Aqui diz que este teste além de indicar a gravidez, ainda informa quantas semanas fazem que a gravidez ocorreu. – Castle resumiu.

Sentada na cama Kate verificou novamente o teste – Aqui tem dois números... “4 e 5”... Ou seja, quatro ou cinco semanas de gestação... Então, quer dizer que fiquei grávida na nossa primeira vez, amor... Naquela madrugada, na piscina...

— Ou no gazebo, sobre as almofadas.

— Sim.

— Era lua cheia, Kate! Nestas minhas pesquisas para meus livros eu já vi que a lua cheia interfere muito não somente para a mulher conseguir engravidar, mas também induz ao trabalho de parto.

Involuntariamente, Kate passou as mãos sobre o ventre plano - Estou grávida! Ainda não consigo acreditar...

Castle ajoelhou-se no tapete, ficando de frente a Kate e, amoroso, afastou o roupão de seda e ergueu a camisola de Kate e pôs as duas mãos sobre o ventre da noiva e, emocionado, aproximou seu rosto e deu vários beijos no ventre dela – Hay, bebê, eu sou o seu papai. Eu e a sua mãe estamos muito alegres com a sua chegada. Seja bem-vindo.

Castle a levou ao sofá e, juntos e emocionados, ficaram sentados e abraçados até que ele se lembrou que ela ainda não tinha se alimentado, tampouco ele.

O carrinho com o dejejum já havia chegado há bastante tempo e eles se deliciaram com tudo, exceto do café, pois já estava frio.

Depois que se alimentaram, Kate avisou que tomaria o banho e depois queria fazer o passeio prometido por ele.

Ele contestou, alegando que achava melhor ficarem no hotel, já que ela havia passado mal.

— Amor da minha vida, eu sempre ouvi dizer que gravidez não é doença, então, iremos, sim, passear.

— Mas você já está bem?

— Estou ótima! Pode acreditar!

Depois de jurar que já estava ótima, Kate tomou banho e saíram para o city tour.

 

 

... Continua...


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