Dual escrita por carlotakuy


Capítulo 7
Farsa




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Dentro do carro Beatriz tomou fôlego depois do encontro inesperado e agradeceu mentalmente ao castanho quando ele deu partida e saiu quase automaticamente de sua casa. Acomodada no assento ela finalmente falou, sendo acalentada pelo ar-condicionado do veículo.

— Você gosta de me arrastar subitamente para suas escapas, não é?

A risada de Thomas preencheu o carro, parcialmente escuro. A imagem dele à meia luz a lembrou do dia em que o beijou loucamente ali e Beatriz se segurou, apertando os lábios um contra o outro. Não ajudaria nada sua outra personalidade, a que estava verdadeiramente apaixonada pelo garoto, se ela decidisse se jogar em cima dele ali mesmo.

Calor subiu a espinha da mesma.

— Seu estômago não se ressente nem um pouco.

Olhando além da janela, afastando as reações de seu corpo, Beatriz se sentiu ficar lentamente melancólica.

— Você vai adorar o lugar dessa vez.

Com um sorriso fechado para o garoto no volante ela focou na estrada, triste por estar indo daquela vez como Beatriz e não Ana. Ainda mais pelo fato de Thomas não saber disso.

•••

— Não acredito!

Thomas sorriu presunçoso ao seu lado a ajudando a sentar na mesa preenchida por uma barca caprichada, com vinho e uma belíssima rosa apoiada sobre ela. Olhando animada para o garoto ao seu lado Beatriz foi convencida pelo estômago de que talvez aquela noite não fosse assim tão ruim.

Beatriz poderia aproveitar pacificamente ela enquanto adotava aquela personalidade.

— Gostou?

— Sim, eu...

Ela olhou desconfiada para o castanho sentando a sua frente.

— Como sabia que eu gostava dessas peças?

Com um sorrisinho de arrogância Thomas ergueu o nariz reto bastante orgulhoso.

— Seus pais.

Balançando a cabeça e ainda sorrindo sem acreditar ela organizou-se a mesa.

— Ainda não acredito. Obrigada – Beatriz soltou um breve suspiro – hoje eu realmente precisava relaxar.

Num movimento com as mãos, de quem sabia o que estava fazendo, ele começou a encher as taças dispostas sobre a mesa.

— Todos nós precisamos de um pouco de descanso às vezes.

Assentindo Beatriz bebeu da taça, com os olhos fixos nos esverdeados, sem saber muito como se sentia ao receber aquele mimo dele num dia tão conturbado. E o mimo ser para outra.

•••

Durante o resto da semana Beatriz e a faculdade foram surpreendentemente suportáveis. Hugo pagava apenas uma cadeira com eles e durante ela Thomas fez questão de encher a cabeça dela, fosse com provocações, discussões ou a fazendo “trabalhar” para ele.

O acordo ainda estava de pé durante aqueles dias e, apesar de reativa, Ana fez o que Thomas pediu, se dividindo entre comprar lanche e tirar xerox. No final dos dias os dois ficavam nas mesas ao ar livre se alfinetando e estudando para as provas que viriam.

Beatriz riu muito das histórias do garoto de sua infância, fazendo gracinhas e sendo travesso. Chegou a gargalhar quando Thomas a contou de um feriado na casa da avó que acabou escondendo a dentadura dela e todos na casa se desdobraram para achar a peça, muito bem guardada dentro da geladeira.

 De algum modo a intimidade que ele possuía com a Beatriz, sua outra face, pareceu complementar o que Ana agora sabia, depois de tantas histórias que paravam seus estudos.

Thomas estava próximo, próximo demais, e já não era receio que Beatriz sentia em relação a ele. Se ele a rejeitasse, que o fizesse, ela não se importava em levar um não ao se declarar. Mas não era só isso, se recordava insistentemente. Ela tinha um bolo de neve acumulado prestes a explodir fingindo ser alguém que não era é esse fato sim podia estragar tudo.

Enganar o garoto pelo qual se apaixonou parecia agora sufocante.

•••

Na segunda-feira, com o clima de prova tomando toda a instituição, Beatriz não encontrou Thomas quando chegou. O viu unicamente quando entrou na sala para a avaliação escrita e o sorrisinho dele, assim como o sussurro de vamos ver quem vai melhor nessa prova, a fez quase desistir de sentir sua falta.

Como alguém conseguia ser tão irritante?

Mas sorrindo de volta, o rebatendo, ela engatou na avaliação. Pondo de lado o quanto a forma como ele parava para pensar, mordendo a ponta do lápis, o deixava sexy e o quanto ela odiava estar na pele de Ana e não de Beatriz.

Como queria ter colocado​ tudo de lado e beijado ele loucamente naquele carro! E feito tantas coisas mais.

Se repreendendo e resmungando que deveria estar ovulando para estar pensando aquele tipo de coisa ela se voltou para a próxima questão, lentamente deixando o advento Thomas de lado.

Na saída a animação de passar na cara dele que havia ido super bem minguou quando Beatriz esbarrou em Hugo no corredor saindo dos das salas. A careta dela foi involuntária.

Ah, não.

— Está fugindo de mim, querida?

— O que você quer?

Cruzando os braços Beatriz o encarou, mais corajosa do que nunca, saindo do caminho dos outros estudantes e o encurralando no canto. Algumas pessoas ao redor conversavam baixinho sobre as questões, não prestando muita atenção na dupla.

— Eu quero conversar, só. Nós acabamos de um jeito meio...

— Não existe mais nós e o que tinha para ser dito você disse naquele quarto.

A expressão de Hugo se tornou de apreensão.

— Ana, eu posso explicar.

A risada dela o surpreendeu.

— Explicar o que, Hugo? Que você me traiu durante um ano e meio e que falou coisas íntimas nossas para minha prima?

— Eu e Paula nos amamos e precisamos do seu perdão.

— Pois se amem bem longe de mim – ela fez gestos com a mão, o mandando para longe.

Como tinha a cara de pau de ir até ali para isso?

— E meu perdão vocês não vão ter. Então melhor ir embora e esquecer que eu existo. Não quero e não vou ouvir nada de você.

Tomando fôlego ela o encarou.

— O que eu não consegui te dizer naquela época, eu digo agora: acabou, Hugo. Não só o namoro, mas qualquer relacionamento entre a gente. Sem amizade, sem sermos conhecidos. Se eu te encontrar na rua, vou para o outro lado.

Irritado pela recusa Hugo resmungou consigo deixando de lado toda a insistência para uma reconciliação.

— Paula precisa de um lugar para ficar aqui.

Beatriz ergueu a sobrancelha para ele.

— O único lugar que ela pode ficar aqui na cidade é na sua casa.

A garota quase bufou rindo cética.

— Pensasse nisso antes de fazer o que fez na minha casa. Vocês dois são realmente engraçados. Penso como foi possível termos namorado tanto tempo.

Vendo que ela não cederia Hugo a encarou com a expressão mais irritada do que conciliativa.

— Porque você era boba, Ana, fácil de agradar, fácil de enganar.

Ela recuou corporalmente com aquela fala, mas o rebateu com o olhar.

— Ainda bem que mudei, não acha?

O garoto abriu um sorriso de lado.

— Você acha? Eu não vejo muita mudança – a olhou de cima a baixo.

Logo ao lado o elevador apitou abrindo.

— Você e aquele garoto não parecem ter muita diferença. Thomas o nome dele, não é? É o típico cara que vai te enganar com as mesmas mentiras que eu. Pense Ana, ele não está fazendo as mesmas coisas?

Thomas não estava, ela repetiu para si, reativa sem querer sequer cogitar aquilo. Se fosse antes rapidamente Beatriz encontraria indícios disso, mas não agora, porque por mais que fossem indícios ela confiava em Thomas.

Diferente do garoto a sua frente.

— Não estamos saindo – falou rápido, mas o sorriso de Hugo aumentou.

— Não estão? Vai me dizer que não era ele naquela noite quando fui humildemente me desculpar com chocolates e o seu irmão, Murilo, me colocou para fora à ponta pés?

Beatriz estava pronta para rebatê-lo e dizer que não, mas a voz que veio de trás dela a deixou estática. Prendendo a respiração Thomas entrou no campo visual dela.

— Quem é Murilo?

Thomas ficou ao seu lado olhando confuso de Hugo para Beatriz. A garganta dela ficou seca.

— Você me disse que seu irmão se chamava Anthony.

Hugo abriu um sorriso delicioso.

— Você mentiu para ele, Aninha? – fez um chiado de decepção – Então não é ele quem está enganando você, é você quem está fazendo isso agora.

A expressão no rosto do garoto encheu Beatriz de uma raiva absurda.

— Aprendeu muito bem comigo.

Sem controlar a raiva ela se lançou em cima de Hugo, pronta para arranhar seu rosto até os ossos, e ele até se intimidou com a reação dela, recuando, mas Thomas a segurou antes que conseguisse. Se debatendo nos braços do castanho Beatriz grunhiu chamando a atenção do restante dos estudantes ali presentes.

— Por que tanta raiva? – Hugo riu, meio nervoso – Está realmente com algum plano para ele? O quê, seu pai faliu e está procurando se casar com um cara rico? Tsc, tsc, tsc Ana, você já foi melhor que isso.

— Desapareça daqui – ela rosnou, com uma das mãos acertando o rosto dele e o arranhando – eu não sou como você, seu nojento.

— Então por que o nome falso? Murilo fez alguma coisa? Ah, já sei, deve estar com medo do irmão bissexual roubar seu namorado, estou certo?

O ódio cresceu dentro de Beatriz e nem mesmo Thomas conseguiu controla-la.

— Não fale do meu irmão com essa sua boca imunda!

As mãos dela desceram, com as unhas grandes, no braço do garoto que chiou de do sendo golpeado três vezes antes de Thomas conseguir segurá-la novamente, repetindo, ao seu pé do ouvido, para se acalmar.

— Ou – Hugo continuou segurando o braço arranhado, tomado pela raiva – ele não sabe que sua família é rica?

Os olhos de Beatriz a traíram.

— É isso, não é? – riu satisfeito – Que horrível Ana, se aproveitando do garoto!

Os movimentos agitados da garota foram lentamente parando, junto ao seu choque com aquelas palavras, e Hugo olhou para Thomas animado em contar a novidade.

— A garota que está defendendo é filha de uma das mais ricas famílias da cidade, Ana Beatriz Marinho.

Beatriz tomou fôlego, fraca. Thomas saberia que ela era Beatriz. Saberia a verdade e pior: a odiaria por isso. O sentimento de rejeição já começava a se apossar do corpo da garota enquanto Hugo falava, sem parar, das aquisições de seus pais.

As pessoas ao redor olhavam curiosas e surpresas​. Ninguém imaginaria que Ana, a mesma Ana simples e gente boa que conheciam, tinha um patrimônio tão grande. Que fosse de uma realidade totalmente diferente da deles.

O coração de Beatriz apertou.

— E agora você está se divertindo com esse pobre coitado – os olhos escuros de Hugo nunca foram tão repulsivos – sua vadia.

As palavras mal saíram da boca do garoto quando Thomas o socou. O soco foi em cheio e o nariz de Hugo automaticamente começou a sangrar, com ele cambaleando contra a parede meio desnorteado.

— Limpe a boca antes de falar dela, babaca.

A voz de Thomas e a posição dele, protetora, a sua frente, tiraram Beatriz do torpor que a consumia. E ela notou que ele estava com raiva. Pôde sentiu no calor que irradiava de seu corpo como no dia que brigou com os amigos no terraço.

Muita raiva.

Hugo ainda cambaleou mais um pouco, o chamando de estúpido, mas Thomas o ignorou pegando o pulso da garota e a puxando na direção das escadas, logo ao lado do elevador. Subiram três andares sem parar e ofegante, indo para o próximo, Beatriz puxou sua mão da dele, fazendo-os parar.

O castanho tomou fôlego antes de voltar a encará-la, procurando desesperado algum ferimento. Ao não encontrar nada suspirou, cansado, e sentou com tudo nos degraus acima dela.

— Você é louca.

Beatriz sorriu, sem acreditar que ele estava dizendo aquilo com tanta coisa para cobrar, e riu, quase desesperada, extravasando a adrenalina e a raiva de minutos atrás. Ambos riram na escada vazia e lentamente a garota sentou logo abaixo de Thomas.

— Não me admira que você não esteja namorando – comentou o garoto, saindo dos risos – o seu ex é completamente babaca.

Beatriz sorriu ao comentário, mas o sorriso se tornou tristonho. Dentro de si ela sabia que precisava contar a verdade à Thomas. E o momento era aquele. Nem mesmo que seu corpo inteiro rejeitasse a ideia, repetindo que ela estava ficando maluca, que isso acabaria com a amizade deles, com tudo que eles tinham até o momento.

Beatriz não podia mais fugir. Não tinha desculpas ou formas de driblar o inevitável. Era hora de dar adeus à Beatriz, seu outro lado. As cartas estavam na mesa.

— Mas ele está certo – Beatriz murmurou baixinho – eu estou enganando você.

Seu coração apertou e ela não conseguiu olhar para o garoto, focando na parede branca e mal pintada à sua frente.

— Eu sou filha de Eliza e Alberto Marinho, amigos dos seus pais. Eu sou Ana Beatriz, a filha deles e a garota que você está levando a restaurantes para despistar seus pais.

Beatriz fez uma careta, falando tudo rapidamente, e olhou receosa para Thomas em seguida, pronta para ser mandada embora. Mas ao ver os olhos verdes brilhando de diversão e um sorrisinho preencher seu rosto, algo dentro de si se agitou.

— Você é muito fofa quando está tendo discussões internas, sabia?

Ele apoiou o queixo na mão ainda olhando diretamente para ela.

— Mas eu já sabia disso.

Todo o caos parou dentro de Beatriz e ela olhou meio incrédula para ele, com a boca não totalmente fechada denunciando sua reação.

— O quê?

Thomas riu de sua reação.

— Você não é muito boa em fingir ser quem não é, Ana.

Mudando de posição no degrau, descendo até o dela, ele ficou frente a frente, apoiando o cotovelo no degrau superior.

— Desde quando?

Esfregando uma mão na outra, enquanto pensava, o castanho deu de ombros.

— Você ri igual, sorri igual e tem o mesmo jeito de dar conselhos e falar.

Agora rindo da expressão de perplexidade de Ana ele continuou.

— Tive minhas suspeitas no resort, depois de conversar com você, e só fui juntando as peças. Você não se impressionou com o Mustang que aluguei para te levar a pizzaria – ele fez beiço e Beatriz ergueu a sobrancelha – e você me disse sua altura, duas vezes, uma em cada “personalidade” – fez aspas com as mãos.

— Então, quando me chamou pra sair naquele dia...

Corando levemente Thomas acenou um sim meio a contragosto, apoiando a cabeça na parede logo atrás.

— Sabia que você estava mal e, bem, não consegui fazer muita coisa por você naquele parque mal-assombrado. Quando cheguei em casa pensei por que não?.

Ele sorriu orgulhoso.

— E você tinha acabado de me dizer que gostava de japonês.

O tapa que Beatriz deu no braço garoto o surpreendeu, porém não mais do que os olhos dela, marejados.

— Seu idiota! E me deixou fazendo papel de boba esse tempo inteiro?

Abrindo um sorrisinho de lado o castanho deslizou, de baixo para cima, os dedos na calça jeans de Beatriz, que mesmo com a camada de tecido sentiu o calor o acompanhar.

— Ah, mas é porque você fica tão bem quando finge me enganar naquela roupa, com aquele salto e...

A mão parou a alguns centímetros da cintura dela, apertando propositalmente seu quadril. A respiração de Beatriz acelerou, descontrolada, e ela se perdeu completamente quando Thomas começou a se aproximar.

— Aqueles olhos.

Tirando delicadamente os óculos de Beatriz ele sorriu olhando pela primeira vez Ana sem eles. E a associação entre as duas pareceu completamente​ lógica. O nariz, a boca, os cílios naturalmente longos. Os olhos castanhos e a covinha em sua bochecha.

— Ana, eu quero te beijar.

As mãos de Beatriz começaram a gelar e quase sem voz, presa nos olhos que a esquadrilharam sedentos, ela sussurrou:

— Desde quando você começou a me pedir permissão para isso?

O sorriso no rosto do castanho se tornou divertido.

— Eu quero beijar Ana agora.

Ele colocou seus rostos a centímetros de distância.

— Desesperadamente.

Olhando o rosto de Thomas, o mesmo de sempre, com seu nariz irritantemente reto e olhos de um verde intenso Beatriz não quis pensar, nem tão pouco responder.

Então sorrindo de lado puxou-o contra si, selando seus lábios. Thomas a correspondeu avidamente, desesperado como avisou que estava, e o beijo roubou todo o oxigênio da dupla em segundos.

Era diferente, intenso, gostoso. Não foi como no banheiro, não foi como no carro, era mais. Um desejo que consumia a dupla por completo e o espaço da escada pareceu sumir, assim como tudo ao redor.

Se afastando para respirar, o suficiente, ele riu.

— Sabe de uma coisa?

Respirando fundo Beatriz negou com a cabeça.

— Beijar você como Ana é muito mais gostoso— o sussurro dele a fez rir.

Balançando a cabeça, ainda em negação, ela o puxou para mais um beijo, surpreendendo a si mesma pela súbita desinibição, que a fez subir no colo de Thomas aprofundando o segundo beijo, esquecendo que talvez eles estivesse sendo vigiados por alguma câmera de segurança.

Quando eles se distanciaram, poucos centímetros, o suficiente para respirar, ambos sorriram. Era loucura, a consciência de Beatriz dizia, e ainda assim pedia imensamente que não fosse. E todas as memórias deles passou como um flash pelos pensamentos dela, a fazendo sorrir ainda mais.

— Eu ainda te odeio, sabe disso não é?

Apertando a cintura de Beatriz contra si Thomas abriu um sorriso de lado.

— Só até eu fazer você se apaixonar perdidamente por mim.

O castanho cassou os lábios dela, sedento, e com a frase no ar enchendo Beatriz de interpretações, esperanças e desejo ela afundou em Thomas sentindo cada pedaço do seu corpo queimar contra o dele.

•••

— Estou bastante curioso sobre como tudo isso começou.

O comentário de Thomas, coberto de curiosidade, fez Beatriz fazer uma careta, sentando primeiro que ele na mesa abaixo da árvore que costumavam estudar. Sem conseguir fugir dos olhos dele, logo a sua frente, ela suspirou.

— Digamos que eu queria rir da sua cara no início – ele a olhou teatralmente ofendido – mas acabamos, você sabe, no banheiro, e eu realmente não queria que você soubesse que fui eu, quem, você sabe.

Apoiando um de seus livros na mesa Beatriz fugiu do contato visual. Maldita hora que tinha começado a gostar de Thomas Mason!

— Então tentou esconder sua identidade de mim por causa disso? – Thomas riu – Interessante.

Ela ergueu a sobrancelha elevando os olhos do livro.

— E aí você roubou meu diário e meio que acabamos nesse bolo.

Deslizando sua bolsa sobre a mesa Thomas sorriu.

— E aqui estamos nós.

Assentindo vagarosamente ela retribuiu o olhar que ele a lançava e com os olhos tão próximos tudo dentro dela se agitou, quente, como estava se acostumando a fazer perto dele.

Apaixonada, a consciência dela disse quase que num resmungo.

Apaixonada, repetiu outra parte sua, mais animada do que a anterior.

O mar revolto que era o garoto a sua frente, sorrindo travesso, eram águas que até então ela se recusara a desbravar. Mas agora estava disposta, ainda mais quando podia livremente se agarrar a ele se subitamente naufragasse.

O pensamento a deixou com mais segundas intenções do que imaginou.

— Tudo isso porque não queria que eu soubesse – ele a despertou risonho – que você geme tão gostoso?

— Thomas!

Beatriz o estapeou, corada, e ele riu à mesa. O sol ameno da manhã os alcançou suave e revirando os olhos ao som dos risos do castanho Beatriz começou a estudar junto com ele, pensando, talvez até um pouco demais, no que o futuro reservava para eles.

Bastante sexo, desejou internamente, e logo em seguida entrou num debate caloroso com o castanho que a fez mudar o pedido automaticamente para bastante paciência.


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Notas finais do capítulo

Sim, é isso, acabou nossa fic... mas o futuro deles vai muito além né? Com muito sexo e paciência misturados e muito para se conhecer um do outro ahsjahsa. Esse casal foi meu amorzinho pro muito tempo, espero que tenha gostado! ♥



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