A Princesa e o Guerreiro escrita por asthenia


Capítulo 4
A fuga e o encontro


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos!
Desculpem o capítulo gigaaaante, é muita coisa para contar!
Espero que gostem ♥



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Sua ansiedade estava a mil. Naquela noite, assim que todos foram para os seus aposentos, Hinata começou a pôr em prática seu plano de fuga. No dia seguinte todos no palácio estariam preocupados demais com o primeiro dia de caça da estação e os preparativos para seu casamento, previsto para acontecer em três dias. Hanabi havia planejado passo a passo de como sua irmã se libertaria.

Vestida com um dos vestidos das empregadas, com uma bolsa transversal improvisada de pano, Hinata colocou poucas peças de roupas. Um de seus vestidos preferidos – lilás, com detalhes em pedras finas – coube em sua bolsa. Aquela era a única lembrança que levaria de sua vida de luxo. Estava apavorada com o que poderia acontecer assim que atravessasse os grandes portões do jardim. Mesmo assustada, seu peito se enchia de coragem com o que quer eu fosse acontecer. Olhou-se no espelho uma última vez e amarrou em volta de sua testa o tecido que Hanabi lhe dera, e em seguida colocou o capuz de seu casaco.

No meio da madrugada os seus passos eram silenciosos. Ao chegar ao jardim, olhou uma última vez para trás, tendo a visão daquilo que achava ser seu único lar. Respirou fundo. Agora não podia mais voltar atrás. Caminhou até o grande portão de saída, encontrando sua irmã, parada. Olhou para Hanabi que a abraçou, sincera.

— Siga o plano exatamente como te falei, está bem?

Hinata concordou. Seus olhos estavam cheios de lágrimas. Despedir de sua irmã seria a tarefa mais difícil. Hanabi a abraçou mais uma vez.

— Nós vamos nos ver de novo, nii-chan. Isso é para seu bem.

— Eu sei Hanabi. Obrigada por tudo. – A mais velha deu um beijo na testa de sua irmã, já em lágrimas. – Cuide-se.

Hanabi, visivelmente emocionada, sorriu.

— Vá e seja livre, Hina!

Hinata atravessou a fresta aberta por Hanabi. Seu coração estava em pedaços, porém, esperançoso. Sua irmã era a pessoa que mais se importava com ela e tinha a plena certeza que estava fazendo a escolha certa. O plano era simples e por isso, eficaz. Hinata seguiria o caminho que iria até o vilarejo de Konoha, mas desviaria desse caminho, seguindo através da colina, adentrando a floresta entre os pinheiros, cada vez mais a fundo. Hanabi lhe disse que haveria um cedro de flores roxas. Ali, uma descida, íngreme, e depois a cabana, quase irreconhecível. Era a cabana de Hizashi.

A Hyuuga fazia os passos lembrando-se de cada palavra de sua irmã. Andou por quase duas horas, o dia estava começando a nascer. Não achou a colina, tampouco a floresta. Entrou na mata algumas vezes, mas não via nada. Nem os pinheiros, nem a colina. Começou a se desesperar. O que havia feito de errado? Jurava ter seguido os passos que sua irmã lhe dera. O desespero começou a tomar conta. Voltou alguns passos, refez o caminho, até que percebeu que estava dando voltas.

A Hyuuga estava completamente perdida. Voltou a estrada principal, que ia até Konoha. Sem impedimentos, já com o sol brilhando pelos campos verdes a sua volta, Hinata sentou-se à beira da estrada e chorou. Como é que tivera essa ideia? Não era tão inteligente como Hanabi. Era apenas uma garota mimada que mal entendia as coisas ao seu redor. Seu pai estava certo. Só servia mesmo para ser uma esposa de enfeite. Debruçou. O que faria? Não poderia voltar ao palácio, mas como seguiria?

Seu choro foi interrompido com o som de uma carroça. Levantou-se, assustada, quando alguém lhe chamou. Ao levantar os olhos viu, sentada na carroça, uma senhora, sorrindo, com poucos dentes em sua boca.

— O que há menina bonita? Está perdida?

Hanabi lhe dissera para não confiar em ninguém. No entanto, a idosa que lhe sorria sincera não aparentava apresentar algum perigo.

— Q-Quem é a senhora? – Hinata perguntou, limpando suas lágrimas.

A idosa desceu de sua carroça, aproximando-se.

— Sou Mizui. Estou indo vender verduras e legumes no vilarejo. E você, quem é?

Mizui sorria, humildemente.

— Sou Ayumi. – Assim como indicado por Hanabi, Hinata usaria o nome de sua empregada para não levantar suspeitas.

— Está perdida, querida? Se quiser posso ajuda-la. – Mizui se sentou ao lado de Hinata. – Imagino que uma empregada dos Hyuuga esteja precisando.

— Como sabe...?

— Seus olhos. – A velha senhora sorriu. – Trabalhava para os Hyuuga e decidiu fugir, não é?

Hinata concordou. Por um segundo havia se esquecido que seu rosto denunciava de onde vinha, onde quer que fosse. Seus olhos, brancos. Felizmente a faixa que Hanabi disse para vestir na testa também denunciava que ela vira de uma classe mais baixa do clã Hyuuga.

— Eu estou indo para o vilarejo, posso lhe dar uma carona. Lá a senhorita com certeza será bem recebida.

O sorriso modesto da senhora fez Hinata se sentir acolhida. A morena concordou. Talvez em Konoha ela poderia achar outro caminho para a floresta.

—/-

Terceira vez que ele ficava naquela posição e Hizashi chamava sua atenção. Ou eram os cotovelos, ou as mãos, os joelhos: sempre tinha algo mal posicionado ou ele se mexia. Tentou mais uma vez. Mantendo os braços colados no corpo – assim como Hizashi havia lhe dito – ele fechou os olhos. Mas não durou muito, ele simplesmente não conseguia ficar parado! Logo o Hyuuga chamou sua atenção. Ouviu o riso de Jiraiya ao fundo, que só assistia.

— Você não deve se mexer! – Hizashi disse, impaciente. – Deve se concentrar nos sons externos apenas. Não é simplesmente fechar os olhos e meditar!

— Isso é impossível! Quem que fica parado sem se mexer nenhum músculo por mais de dez segundos?

Jiraiya se aproximou, ainda rindo. Naruto cruzou os braços, insatisfeito.

— Os Hyuuga sabem, eu sei. Você não queria o melhor treinamento de toda Konoha? – Naruto desviou o olhar ainda emburrado. – Hizashi, tenho uma sugestão. Dê chá a ele. Aquele com mistura de ervas calmantes e medicinais que você sempre toma. Tenho certeza que isso o ajudará.

Hizashi suspirou, concordando.

— Farei o chá. Você aceita, Jiraiya?

— Obrigado, mas nesse momento eu preciso de inspiração! – Jiraiya sorriu, suspirando. – Tenho que escrever novos capítulos para o meu romance e preciso fazer minhas pesquisas!

Cruzando os braços, Naruto não hesitou em comentar:

— Mais uma desculpa só para ir naquele bordel. – Jiraiya lhe deu um cascudo. – Ai!

— Volte ao seu treino e obedeça Hizashi! – Jiraiya se voltou ao Hyuuga. – Se tiver sorte, vejo vocês amanhã!

Jiraya acenou, indo em direção ao seu cavalo.

Hizashi apenas observava toda a cena, de braços cruzados. Assim que Jiraiya saiu dali, montado em seu cavalo, sorrindo, o sensei voltou a seu aluno.

— Vamos. Vou lhe preparar o chá e depois voltamos ao treinamento!

—/-

O caminho, junto a senhora Mizui até o vilarejo, foi bastante agradável, apesar de se sentir temerosa pelo o que viria. Os campos esverdeados que via lhe davam uma vista totalmente diferente da que conhecia. Viu algumas plantações de vegetais, pomares de frutas, com uma mistura de cores que não estava acostumada.

— Me diga querida, por que decidiu sair daquele luxuoso palácio?

— Eu não era feliz lá. – Hinata respondeu, evitando olhar para a senhora.

— Você será feliz. Te levarei para um lugar muito especial!

— Não precisa, eu agradeço a carona, mas não precisa se incomodar.

— Eu faço questão, querida! – A senhora sorria, segurando as rédeas dos cavalos.

Hinata não soube como responder, sem graça. Apenas sorriu em resposta.

Depois de mais ou menos meia hora, chegaram a Konoha. O lugar era simples, com cheiros e pessoas que Hinata nunca tinha visto. As pessoas andavam de lugar para o outro, parecendo ocupadas. Havia casas pequenas – algumas pareciam menores que seu quarto – e outra maiores, mas nada como o palácio onde vivia. Olhar para todos os lugares que podia, o que a deixou encantada, sem perceber o caminho que Mizui fazia. A senhora chamou Hinata, que se voltou a ela.

— Você vai conhecer Naomi, uma amiga minha. Ela com certeza irá te ajudar com trabalho, comida e teto.

— Obrigada senhora, mas não precisava.

— Pelo menos por hoje, querida. Naomi tem um bom coração. Só a obedeça que ela irá te ajudar!

Sem nem lhe dar tempo de resposta, a velha parou a carroça próximo a uma casa, de dois andares, com música e bastante barulho.

— Um minuto, querida! Já já venho te buscar!

Mizui desapareceu assim que entrou.

Parecendo estar num porão, a luz do sol mal entrara para iluminar o local. Algumas mulheres andavam de um lado para o outro, outras estavam à vontade com homens a sua volta, outras seminuas.  O lugar fedia a álcool e suor. Atrás do balcão, limpando-o, estava Naomi. Ela era mais velha, robusta e bela. Seu decote e os lábios avermelhados eram apenas acessórios comparados ao olhar bem delineado. Mizui se aproximou.

— O que faz aqui, Mizui? Está cedo para beber.

— Já lhe pedi que me chamasse de senhora, Naomi! – De repente, a simpatia da velha mulher evaporou. – Tenho algo para você! Vim fazer negócios!

Naomi rolou os olhos.

— Eu conheço bem os negócios da senhora. Não, obrigada. – Disse, voltando a atenção aos copos sujos, enchendo uma bandeja.

— Escute: o que acha de ter uma nova atração? Uma que ninguém tivesse. Algo como... – A velha sorriu, maliciosa. – Uma Hyuuga?

Naomi parou o que fazia e encarou a senhora.

— Uma Hyuuga?

— Sim, ela está lá fora na minha carroça. Seria uma atração e tanto!

Naomi cruzou os braços, evidenciando ainda mais seu decote.

— E desde quando uma Hyuuga iria querer trabalhar em um bordel? A última vez que a senhora me trouxe alguém contra vontade, quase tive um cliente esfaqueado!

— Não, não querida, não se preocupe! Essa quer trabalhar aqui sim! – Naomi continuava a olhando desconfiada. – Ela está apenas com vergonha de começar o trabalho, mas com uma boa orientação ela se adequará rapidinho!

Ainda sem acreditar, a morena suspirou.

— E quanto a senhora quer por isso?

Assim que a porta se abriu, Hinata viu Mizui se aproximar e próxima a ela uma morena de curvas suntuosas, bem maquiada. A Hyuuga temeu quando a mulher se aproximou olhando-a de cima a baixo.

— Essa é Naomi. Ela irá te ajudar, querida. Naomi, essa é Ayumi.

Com a ajuda de Mizui, Hinata desceu da carroça, pegando sua bolsa. Parou frente a frente de Naomi, que ainda a encarava.

— Você tem certeza que é isso o que quer?

Os olhos de Hinata foram para Mizui, que continuava a sorrir. A senhora havia lhe ajudado muito. Talvez, descansando, no dia seguinte poderia procurar o caminho até a cabana de seu tio.

— Sim, senhora. Eu não pretendo incomodar, será por um curto tempo.

— Então vamos para dentro. Eu posso te ajudar.

A Hyuuga mal teve tempo de agradecer a senhora. Naomi a levou para dentro, fechando as portas de madeira atrás de si. Quando Naomi pediu que Hinata a seguisse, a outra ficou estática. Mulheres seminuas, pelo espaço, sem qualquer pudor. Algumas beijavam homens, outras estavam mais além disso. Sentiu seu rosto esquentar. Que lugar era aquele?

Naomi continuava a falar, mas Hinata não se movia, inerte. De um lado, mulheres seminuas, aos beijos com homens, também, quase nus. O cheiro de álcool e suor era forte. Viu quando uma mulher puxou a mão de um dos homens para subir as escadas junto dela.

— Está surda, querida? – Naomi a chamou pela terceira vez. Hinata a encarou, surpresa. – Vamos para os fundos. Vou separar novas peças de roupas e te explicar como funciona aqui.

— N-Não senhora, por favor, houve um equívoco, eu não-

Hinata foi interrompida quando a porta da frente se abriu, com força.

— Que belo dia, Naomi! – Um homem grisalho entrava, sorrindo. Ele era alto, com os cabelos compridos. Por mais que os seus cabelos fossem brancos, ele não parecia tão velho. – Quero que separe o melhor quarto para mim, algumas garrafas de saquê, e lindas mulheres que queiram ser minha inspiração!

Naomi suspirou alto, colocando as mãos em sua cintura.

— Já sabe, Jiraiya. Pagamento adiantado! – A mais velha esticou sua palma aberta em direção a Jiraiya.

Hinata ficou muda observando a cena. Reparou que que aquele homem era realmente alto. Depois do homem pagar a Naomi, sentiu seu braço ser apertado e empurrada para frente.

— O que acha dela, Jiraiya? – Disse, referindo-se a Hinata. – Depois de um belo preparo, estou pensando em torna-la uma nova atração daqui.

Quando os olhares se encontraram, o sorriso de Jiraiya morreu. A expressão de satisfação foi trocada pela surpresa. Hinata tremeu sob aquele olhar.

— Vamos, diga! – Naomi gritou. – O que acha dela?

Jiraiya respirou fundo, ainda encarando a jovem.

— Quero que a mande para o meu quarto, por favor. Apenas ela.

Em seguida Jiraiya subiu as escadas e Hinata foi arrastada para o fundo do bordel. Naomi não a deixou falar nada, dizendo que ela teria que se preparar o mais rápido possível para um de seus melhores clientes. Naomi jogou a ela um vestido e em seguida a trancou numa sala apertada, sem janelas. O vestido era rosa, sem mangas. Sua saia comprida era solta, mas da parte da cintura para cima era extremamente apertado, com um grande decote em V. Hinata vestiu aquilo para não levantar suspeitas. Ela iria dar um jeito e fugir daquele lugar. Foi até sua mochila e pegou uma faca, escondendo na abertura das costas do vestido, na cintura, por debaixo dos tecidos. Pegou sua bolsa e apertou contra si, tentando esconder o decote. Naomi a pegou pelo braço e subiu as escadas junto dela. A Hyuuga estava bastante aterrorizada com tudo aquilo, porém sabia que tinha que criar coragem.

— Ele vai te ensinar tudo direitinho. – Naomi disse, batendo na porta do quarto. Depois de ouvir “entra”, abriu a porta, empurrando Hinata.

O quarto era realmente grande, com uma cama luxuosa no meio. A frente dela estava o homem grisalho, encarando-a. Rapidamente, a Hyuuga deixou sua bolsa cair e pegou a faca de suas costas, apontando na direção do homem. Suas mãos tremiam e seus olhos enchiam de lágrimas.

— Não se aproxime! Eu não sou o que pensa!

— Se acalme, está bem? – A voz dele era serena. – Eu sei que você não é.

— Então por que me chamou até aqui? Eu não acredito em mais ninguém!

A passos lentos, Jiraiya se aproximava.

— Eu conheço você e sua família. Abaixe essa faca. Eu não vou fazer nada.

As lágrimas molhavam o rosto da Hyuuga, que ainda mantinha a faca levantada.

— Sei da onde veio e eu só quero ajudar. – Agora Jiraiya estava a menos de um metro da morena. – Seu tio me mataria se algo acontecesse a você, Hinata.

Mesmo surpresa, ela continuou apontando a faca. Jiraiya continuava com as mãos para cima, agora parado.

— Meu nome é Ayumi!

— Você é Hinata Hyuuga, filha de Hiashi Hyuuga que é irmão de Hizashi Hyuuga. Que por sorte é um grande amigo meu.

Ela se manteve em silêncio, encarando os olhos dele. Não via nada de suspeito. Ele parecia calmo.

— Q-Quem é você?

— Eu sou Jiraiya. Escrevo romances e sou um guerreiro também. Por muito anos fui aliado dos Hyuuga, além de sensei junto a eles. – Jiraiya a olhava, preocupado. – Vamos, guarde essa faca. Eu tenho que te tirar daqui o mais rápido possível.

O corpo de Hinata se enrijeceu.

— P-Por quê q-quer me tirar daqui? P-Para onde vai me levar?

— Para o seu tio, Hizashi Hyuuga.

Seus olhos se encheram de lágrimas mais uma vez. Derrotada, Hinata guardou sua faca em suas costas, debaixo do tecido.

— Vamos. – Jiraiya se virou tirando os lençóis da cama. – Amarre as pontas dos lençóis um ao outro. – Entregou os lençóis a Hinata, correndo em seguida até uma janela. – Você vai descer por aqui. – A Hyuuga concordou. – Ache Gamabunta, meu cavalo. Ele é bege e bem manso. Está atrás do bordel. Chame-o, se cubra com um dos lençóis. Me espere e em seguida eu apareço. Não deixe ninguém te ver.

Sem reagir direito, Hinata concordou. Após amarrarem as pontas, ela desceu pela janela, até o chão. A altura tinha poucos metros, mas mesmo assim ela desceu com bastante cuidado. Ao chegar ao chão olhou para cima e viu Jiraiya fazer um sinal e em seguida, desaparecer.

— Eu não volto mais aqui, Naomi! – O berro de Jiraiya chamou a atenção de todos no salão. Naomi estava atrás do balcão, sem entender.

— O que aconteceu, Jiraiya? Já estava indo levar o saquê.

— Pois pode dispensar! Eu vou embora! O quarto estava um chiqueiro e eu mereço mais do que isso! Passar bem!

Jiraiya saiu pela porta da frente, correndo até seu cavalo. Hinata já estava ao lado de Gamabunta. Jiraiya montou seu cavalo, ajudando Hinata a subir em seguida.

— Vamos. Vou te levar até Hizashi.

—/-

Hizashi massageou suas têmporas ao observar o loiro errar o alvo pela terceira vez. Naruto fazia certo a posição com o arco e flecha, no entanto, ao soltar a flecha em direção ao alvo, desfazia a pose.

— Já te disse, você tem que se manter na posição inicial!

O loiro suspirou, chateado.

— Vá até o lago e banhe-se. Você ainda deve cortar lenha e levar a vila. Nós continuamos amanhã.

Desanimado, Naruto deixou o arco e flecha em cima de uma pedra e desceu o morro por detrás da cabana. Hizashi observou o jovem. Ele era bastante esforçado mas precisava de mais treinos. O Hyuuga voltou a sua cabana, pronto para preparar mais um chá. O barulho de folhagens sendo pisadas chamou a atenção. Não deu tempo de olhar pela janela, de repente, sua porta foi aberta. Era Jiraiya ali, mas mesmo assim a situação era estranha.

— O que está acontecendo Jiraiya?

O outro não respondeu, apenas abriu espaço. Sem demora, uma figura feminina, de baixa estatura, coberta por um lençol apareceu. Ao se descobrir do lençol, Hizashi se encontrou mudo.

— Tio.

— Hinata. É... É você mesmo?

Em lágrimas, a Hyuuga correu para abraçar seu tio, que a recebeu de braços abertos. Ela não conseguia segurar o choro – fosse pelo cansaço ou por toda aquela jornada. Aquele abraço lhe era familiar.

— É tão bom vê-la! – Ele disse, acalmando-a. – Você está uma linda moça.

A voz dele não mudara.

— Se acalme. Está tudo bem.

Jiraiya, ainda observando, encaminhou-se a pequena cozinha.

— Vou fazer chá.

Hizashi colocou sua sobrinha sentada em um banco de madeira, enquanto ela se recuperava do choro.

— O que aconteceu?

— E-Eu já te conto tio. – Hinata disse, limpando as lágrimas. – M-Mas será que eu posso tirar essa roupa? E-Eu estou-

— Claro. – Hizashi apontou para uma porta. – Pode se trocar ali.

Hinata agradeceu, indo até o quarto ao fundo.

Hizashi olhou para Jiraiya, confuso.

— Não me pergunte o que aconteceu. Sei tanto quanto você.

—/-

Qual era o problema dele, afinal? Não conseguia se concentrar, não conseguia meditar. Ele era um idiota e completamente inútil. Como alguém como a Sakura iria querer ficar com ele? Subia o morro de volta a cabana emburrado e com raiva. Não via avanço nos treinamentos com Hizashi. Mas não podia desistir. Ele tinha que vencer Sasuke! Ele tinha que ser melhor do que aquele metido idiota!

Ao levantar a cabeça, sua mente se esvaiu. Naruto só podia estar sonhando. A poucos metros havia uma janela da cabana aberta. Lá estava uma mulher de cabelos escuros, azulados, olhando para baixo, desamarrando seu vestido. Os olhos de Naruto logo foram até seu grande decote e seus grandes.... Sentiu seu rosto esquentar, não se permitindo terminar o pensamento. Quem era ela e o que estava fazendo na casa de Hizashi?


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Notas finais do capítulo

Jiraiya é ou não é maravilhoso? ♥
Me sigam no twitter @asthe_nia
Muuuito obrigada!



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