A Princesa e o Guerreiro escrita por asthenia


Capítulo 2
As promessas e as possibilidades


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo desse conto sendo escrito com todo o amorzinho do mundo!
Espero que gostem ♥



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O grande dia chegara. Naruto colocou tudo o que levaria para o piquenique em uma grande cesta. Separou queijos nobres, chocolates, frutas silvestres e vinho. Ele escolhera um canto mais afastado do bosque, próximo ao um mirante natural que dava a vista ao misterioso palácio, ao longe. O fim de tarde dava ao dia uma cor alaranjada, deixando ainda tudo mais romântico.

Espalhou o pano sobre a grama, colocando os alimentos por cima. Não demorou que Sakura chegasse até lá, olhando para os lados, usando um vestido simples de camponesa. Ela parecia cansada com olheiras abaixo dos olhos. Assim que ela se aproximou, Naruto a pegou com uma das mãos, convidando-a a se sentar. A Haruno sorriu em retribuição. Naruto serviu a ela vinho e queijo, levantando sua taça em um brinde ao aniversário de sua amada.

— Não precisava de tudo isso, Naruto.

— Isso não é nada. – Ele sorriu, em retribuição. – Hoje é um dia muito especial, Sakura-chan.

Ela sorriu, comendo um pedaço de queijo que ele lhe oferecera.

— Teve um dia difícil hoje?

— Sim, bastante. – Sakura suspirou alto. – Estive a noite toda com a senhora Tsunade, atendendo um caso de emergência.

Naruto apoiou seu rosto em uma de suas mãos, olhando-a apaixonado.

— Você é a melhor médica de todo o vilarejo, Sakura-chan!

Ela riu, balançando a cabeça.

— E você é um exagerado. – Seu olhar intensificou a ele. – Você deve parar com isso, Naruto. Gasta todo seu pouco dinheiro com presentes caros como esses. Não devia.

O Uzumaki estufou o peito.

— Já disse, não é nada. Você vai ver só, eu vou me tornar um grande guerreiro, nós vamos nos casar e eu vou sustentar você e nossa família!

Sakura franziu a testa, cruzando os braços em seguida.

— Como vai fazer isso? Você é o menino da lenha, Naruto!

Ele se aproximou dela, ajoelhando a sua frente, pegando uma de suas mãos.

— Acredite em mim. Eu vou provar para você. – Ele sorria, confiante. Com uma mão alcançou o bolso de sua calça, tirando dois convites dali, oferecendo a Sakura. – Mas antes, você aceita ir comigo ao baile?

O som de garganta arranhando tirou a atenção dos dois. Os olhares foram para ele, parado em uma pose imponente e vestes impecáveis.

— Sasuke-kun!

A feição de Naruto logo mudara. Sakura levantou, afoita.

— Estou atrapalhando alguma coisa?

— Claro que sim. – Naruto caminhou até ele, que o olhava com desdém. -  O que faz aqui? Não tem que vigiar a vila?

— E você, não tem que ir catar lenha?

O loiro rangeu os dentes, baixo. Sakura se aproximou dos dois, entrando no meio, interrompendo aquela disputa de olhares.

— Naruto preparou esse piquenique para mim em comemoração ao meu aniversário, Sasuke-kun. Quer se juntar a nós?

Naruto soltou o ar, rolando os olhos, insatisfeito pelo convite feito por Sakura, que encarava Sasuke com afeição.

— Não quero atrapalhar nada. – Sasuke encarou Naruto, com indiferença. – Você já contou a ele com quem vai ao baile, Sakura?

A médica se virou para o Uzumaki.

— Eu já aceitei o convite de Sasuke para ir ao baile.

O loiro cruzou os braços, insatisfeito. Sasuke sorria de soslaio e Sakura se encontrava sem palavras. O Uchiha sempre chegava primeiro e era visível o quanto a Haruno caía de amores por ele, sempre suspirando a sua presença. Ele não era nada. Era só um sobrenome.

— Tudo bem. – O loiro encarava Sasuke. – Ela pode ir com você no baile, mas vai ser comigo que ela vai se casar!

Sakura enrubesceu, sem acreditar nas palavras do loiro. Sasuke não segurou o próprio impulso e começou a rir.

— Você ficou maluco, Naruto? – Sakura disse, aos gritos.

Logo o Uchiha voltou a sua posse altiva, ainda sorrindo irônico.

— E como vai ser isso? Sakura vai virar sua parceira em pegar lenha na floresta?

O loiro deu um passo à frente, diminuindo ainda mais a distância entre ele e Sasuke, ainda o encarando.

— Eu vou ser um grande guerreiro, melhor que você ou qualquer Uchiha!

Sasuke sustentou o olhar.

— Você sabe muito bem que os Uchihas são os melhores guerreiros de todo o vilarejo.

— Não melhores que os Hyuuga.

O silêncio que se seguiu não foi o suficiente para tirar o olhar determinado de Naruto.

— Naruto. – Sakura disse, encarando Naruto incrédula. – Você pretende aprender a ser um guerreiro com os Hyuuga? Nós não podemos nem nos aproximar do castelo!

— Eu aposto que você nunca nem viu um Hyuuga.

O Uzumaki se arrependeu das próprias palavras assim que as disse. No entanto, decidiu não voltar atrás. Respirou fundo, estufando o peito. Sasuke e Sakura continuavam olhando, esperando que respondesse.

— Mas é isso que eu vou fazer!

— Então façamos um acordo. – Sasuke parou a frente do loiro. – Se em um mês você conseguir ser treinado por um Hyuuga e me provar em batalha, eu saio do seu caminho e declaro para toda a vila que você é o guerreiro mais forte e o maior merecedor da mão de Sakura.

Sakura ficou chocada com as palavras de Sasuke. Naruto abriu um grande sorriso pela oportunidade.

— Caso contrário, – O Uchiha continuou. – você sai do meu caminho e desiste de Sakura. Para sempre.

O silêncio que se seguiu deixou Sakura apreensiva. Sasuke continuava sorrindo ao mesmo tempo que a expressão de Naruto ia mudando. A animação na face dele foi morrendo. Porém, não durou muito. Logo a expressão desafiadora e determinada iluminava a feição do Uzumaki.

— Aceito. – Ele esticou a mão e Sasuke apertou. O acordo estava feito.

O sorriso de Sasuke só não era maior que o de Naruto. O moreno se despediu e saiu, caminhando, parecendo satisfeito. Assim que se afastou o suficiente, a Haruno se virou a Naruto, exasperada:

— Você ficou maluco? Como vai treinar com os Hyuugas? Você não pode nem se aproximar o castelo deles! Você sequer conhece um?

O loiro olhou para Sakura, no fundo de seus olhos e pegou em sua mão, pretensiosamente, beijando-a em seguida.

— Você vai ver, Sakura-chan, eu serei o melhor guerreiro e marido do mundo!

—/-

Jiraya procurava a melhor palavra para descrever a cena quente. Mas nada vinha a sua cabeça. Suas inspirações estavam ficando escassas e talvez ele precisasse voltar mais vezes ao bordel de dona Naomi para que sua mente fosse sempre refrescada. Teve uma ideia, de repente, escrevendo em seguida, animado. No papel, ele descrevia o encontro quente entre a moça apaixonada e seu salvador, a quem ela lhe dava um beijo apaixonado.

Mas a porta sendo aberta com entusiasmo demais tirou a atenção de Jiraya ao papel. Naruto entrara correndo, animado demais, falando sem parar.

— Você tem que me ajudar, Ero-sensei! Eu tenho que ser mais valente que aquele irritante do Sasuke e ser treinado por um Hyuuga!

Jiraya riu, cruzando os braços.

— Onde pretende achar um Hyuuga disposto a te treinar?

— É nisso que você tem que me ajudar, sensei! Você, por acaso, poderia falar com aquele seu ami-

Jiraya se levantou da mesa, segurando sua taça de madeira.

— Nem pense nisso. – O mais velho deu as costas a Naruto, indo em direção a cozinha. – Ele nunca aceitaria treinar você. Sem contar que você jurou a mim que nunca falaríamos nisso.

Naruto se ajoelhou no chão, agarrando as pernas de seu sensei.

— Por favor, fala com ele! Eu não vou contar a ninguém que ele me treinou! E assim que eu me casar com a Sakura-chan eu-

— Espere. – Ele olhou para baixo, em direção a Naruto agarrado as suas pernas. – Você prometeu ser treinado por um Hyuuga para se casar com Sakura?

O loiro se levantou, coçando sua nuca, envergonhado. Sabia que levaria uma enorme bronca de seu padrinho.

— Mais ou menos. Eu apostei com Sasuke um duelo e quem perdesse desistira de Sakura. É por isso que eu preciso ser treinado por alguém mais poderoso que os Uchihas, ou seja, um Hyuuga!

Jiraya suspirou alto.

— Moleque, eu disse que o treinaria, mas não para ficar se mostrando por aí!

Naruto sorriu sem graça.

— Pois eu acho que você merecia um treinamento sofredor, desses que o fizesse jurar nunca mais fazer promessas estúpidas como essa! – Jiraya tomou um último gole de vinho de sua taça. – Eu falarei com ele. Vou pedir que arranque seu couro para aprender a ser menos idiota!

Jiraya saiu, bravo, batendo a porta do casebre com força. Naruto não sabia dizer se aquilo era bom ou não.

—/-

Mesmo ouvindo os chamados pelo seu nome e os passos apressados das empregadas, Hinata não se atreveu a sair de dentro do seu armário. Ela se manteve ali, em silêncio, sem mal se mexer, com medo de ser descoberta. Porém não durou muito. De repente, a porta do armário foi aberta, fazendo com que as empregadas e a governanta do palácio a descobrissem.

— Hinata-sama! O que faz escondida dentro do armário? Que vergonha!

— E-Eu não queria-

— A senhorita deve se arrumar agora mesmo, seu noivo deseja vê-la. Não há tempo para ficar se escondendo como uma criança.

Hinata abaixou a própria cabeça com a reprimenda da governanta.

— Chie-sama.

A voz feminina chamou a atenção de Hinata. Ao olhar para o lado, vira a sua irmã, encarando-a seriamente.

— Deixe-me a sós com minha irmã, por favor.

A governanta, juntamente aos outros empregados reverenciaram Hanabi, saindo em seguida. Hanabi correu até a porta, fechando e trancando, garantindo que as duas estavam sozinhas no quarto e que ninguém poderia interrompê-las.

— Você ficou maluca, Hinata? Se esconder dentro do armário?

— Eu entrei em desespero, Hanabi! – Hinata andava de um lado para o outro, levantando as próprias saias. – Toneri quer que eu o acompanhe em todas as atividades e fica me olhando estranho, eu não gosto. Sem contar que eu tenho a impressão que ele quer forçar uma situação para estar sozinho comigo.

Hanabi suspirou alto. As duas tinham diferença de três anos, porém Hanabi era muito menos inocente que Hinata. Talvez fosse por sempre estar com homens, nos treinamentos, ou por questões de personalidade. A mais nova pegou sua irmã, por uma de suas mãos, sentando-se com ela na cama.

— Eu sei que é covarde da minha parte, mas ele me apavora.

— Não é covarde de sua parte. Eu já vi como ele te olha. Hinata. – A Hyuuga chamou, fazendo com que Hinata a olhasse nos olhos. – Fuja.

O choque na face de Hinata não afetou a postura decidida de Hanabi.

— O... O quê?

— Eu não gosto dele. E tenho certeza que Neji também não. Fuja dele, Hina.

— Eu não posso fazer isso, Hanabi! – Hinata se levantou, andando de um lado para o outro em seu quarto. – Papai iria ficar furioso!

— Chega, Hina! Chega! Você sempre foi criada para agradar aos outros! Papai, Neji, o clã! Se você não quer se casar com Toneri, não se case! Ele é horrível!

— Mas é isso que eu devo fazer.

— Não, não é. – Hanabi segurou sua irmã pelos ombros. – É isso que eles querem o que você faça. Pense no que eu estou lhe dizendo. Se você não quer se casar com aquele nojento, me fale e eu te ajudo a sumir daqui.

Hanabi beijou a testa de sua irmã, sorrindo a ela, cúmplice.

— Eu só quero a sua felicidade e nós sabemos que não é com Toneri.

—/-

Jiraiya conhecia aquele buraco melhor do que qualquer pessoa que por ali passasse. Era através da colina, por detrás dos pinheiros, no meio da mata que a pequena cabana ficava. Fizera aquele caminho tantas vezes que seus pés o levavam sem pensar muito. Afastou alguns galhos e cipós com os braços. Depois de alguns minutos de caminhada, enxergou a cabana. Atravessou o córrego e chegou até a porta, batendo levemente.

O som das trancas da porta sendo destravadas por dentro garantiu a Jiraiya que seria recebido. Ao abrir a porta, a visão de um homem de barba longa e capuz fez Jiraiya sorrir.

— O que faz aqui?

Abriu caminho, deixando o grisalho entrar na cabana.

— Ora, não é assim que se recebe um amigo, Hizashi! – Jiraiya levantou um de seus braços. – Trouxe uma cesta de coisas para você: vinhos, queijos, salames. Tudo do bom e do melhor!

Hizashi tirou seu capuz, revelando seus cabelos compridos e seus olhos lilases. Sua barba estava pouco abaixo de seu queixo.

— Tem certeza que ninguém o viu vindo para cá?

— Qual é, que medo é esse? Quantas vezes eu já fiz esse caminho? Vim até sem meu cavalo para não deixar rastros. – O escritor colocou a cesta sobre a mesa. – Vamos, sente-se! Eu te sirvo!

Hizashi se sentou à mesa, sorrindo a seu velho amigo. Jiraiya já conhecia o casebre bem o suficiente, sem ter qualquer dificuldade em achar os utensílios para cortar os queijos e os salames. O Hyuuga pegou uma das taças e encarou seu amigo.

— A que estamos brindando? O que veio me pedir?

— Você é esperto, Hyuuga. Brindemos a nossa amizade!

Os dois encostaram as taças, levemente, bebendo em seguida. Jiraiya soltou um som de satisfação, respirando fundo em seguida.

— Quero pedir que treine Naruto.

— Isso está fora de questão. – Hizashi disse, tomando outro gole do vinho.

— Ele quer ser um grande guerreiro. Não posso deixar que ele seja lenhador para sempre!

— Você pode treiná-lo. Treinou o pai, por que não o filho?

Jiraiya riu, cruzando seus braços em seguida.

— E você a mãe. – Hizashi apenas retribuiu o olhar.

— Escuta. – Jiraya disse, fazendo com que o Hyuuga o olhasse. – Você sabe que nós devemos isso a ele. Konoha, os Hyuuga, eu. Todos nós.

O outro encarou Jiraya.

— Você pode o treiná-lo, Jiraya. Já pensou o que o velho Sarutobi fizesse caso descobrisse que eu estou treinando o moleque?

— Ele vai ter que aceitar quem realmente é Naruto. Sabemos o que pode acontecer a qualquer momento, não sabemos? – O olhar de Hizashi era baixo, ao ouvir seu amigo. – Somente um Hyuuga é capaz de ter controle da situação. E não se preocupe, eu estarei nesses treinamentos.

O silêncio que se seguiu fez o som da flora entrar pela janela. Jiraya continuava petiscando os queijos e salames que havia trazido ao seu amigo. Hizashi levantou, incomodado.

— Ele não me parece muito inteligente. Além de que, só posso treiná-lo se ele tiver interesse nesse treinamento.

— Ele tem! – O grisalho disse, levantando os braços. – Está mais que animado!

O Hyuuga o olhou sem entender.

— Por quê? Ele não sabe de nada, sabe?

Jiraya tomou outro gole de seu vinho.

— Não. Ele está disposto a impressionar uma jovem. - Riu. – Quer treinar por amor, vaidade. Mas tenho certeza que isso não irá durar muito.

Jiraya sabia que seu amigo estava pensando no assunto. Por mais ranzinza que fosse, Hizashi Hyuuga era bastante sensato e sabia do perigo que rodeava Konoha em relação a Naruto Uzumaki. Nunca concordara com rumo da história do jovem rapaz. Olhou para Jiraya que mastigava satisfeito uma fatia de queijo. Talvez, finalmente, fosse seu momento contribuir para a justiça daquele rapaz.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo já tá em produção! ;)



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