Aventuras em Unova - Black & White escrita por Arthur Saboia


Capítulo 1
Prólogo - Bianca




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Mais uma vez o sol nascia naquela pequena cidade costeira, no interior da região de Unova, a Cidade de Nuvema. Pelas ruas, ainda quase vazias, os Patrats corriam e se escondiam em meio a vegetação mais alta ao menor sinal de perigo que captavam.

Bem... o perigo, não passava de uma garotinha de 8 anos, que corria serelepe rumo ao seu destino. Seu nome era Bianca, Bianca Lins.

A doce menina de pele alva, olhos verdes e madeixas loiras, vestia um lindo vestido branco estampado com flores rosa, que ia até a altura do joelho, e completava o visual com pequenas pregadeiras em formas de Pokebolas, que impediam que a sua franja cobrisse os olhos.

Seus passos diminuíam de intensidade à medida que se aproximava de uma das poucas casas da cidade. A menina se curva, pegue um pedregulho no chão e o arremessa em direção as janelas de vidro do segundo andar.

Pic... pic... pic...

Faziam as pequenas pedras na janela, mas sem o risco de causarem maiores danos, o intuído de Bianca fica claro ao emitir um grito

— HILBERT!! ANDA LOGO, ACORDA! VOCÊ NÃO LEMBRA O QUE COMBINAMOS? – exclamou a garota, talvez um pouco alto para aquela hora da manhã.

Do outro lado da janela, esteva aquele por quem a garota clamava, Hilbert White, seu vizinho e amigo de infância.

O garoto, com o barulho das pedras, começa a ter o sono interrompido, a se remexer na cama, até perceber a inquietação do lado de fora. Ele se senta na cama, e coça a cabeça enquanto emite um som de bocejo.

Com o rosto amaçado, cabelos castanhos bagunçados e o tom alvo de sua pele em contraste com belos olhos castanhos, Hilbert puxa a cortina, na intenção de ver o que ocorria.

Com os olhos ainda um pouco fechados, agora provavelmente devido a claridade do sol, o garoto abre o vidro e responde com voz de sono:

— Bianca... não está muito cedo para todo esse barulho?

— NADA DISSE SERIA PRECISO SE O SENHOR ESTIVESSE ACORDADO HILBERT WHITE!! – retruca a menina juntando os braços e franzindo a cara.

— Ta bem... ta bem... só vou trocar de roupa e já desço... espera aí e vê se faz menos barulho, - respondeu o garoto.

— Ta... ta...

Hilbert se levanta, vai a caminho do banheiro para escovar os dentes. Ao se fitar no espelho, percebe que seria impossível arrumar o cabelo, portanto opta por escondê-lo com um boné. Mantendo a mesma blusa preta, e aparentemente gasta pelo tempo, o garoto as calças do pijama por uma bermuda, e desce silenciosamente as escadas para não acordar a mãe que dormia no quarto ao lado.

Da escada foi possível fitar o grande e peludo Stoutland que dormir folgado no tapete da porta principal. Era o Pokémon de sua mãe, enquanto mais jovem, desbravara a região de Unova para enfrentar a Liga Pokémon, o tão sonhado objetivo de Hilbert.

Diante da situação, o garoto pensou sem melhor pular a janela, pois se acordasse o Pokémon não conseguiria mais sair para o encontra com a amiga que o esperava lá fora.

— Ah... ahhhhh!! – Exclamou o garoto ao cair e derrubar os vasos de planta que enfeitavam o lugar, mas o tombo, por sorte, não foi capaz de acordar sua mãe, que se encontrava em um sono profundo.

— Ai ai, sempre desastrado né Hilbert... Anda, vamos logo! Ele ta esperando a gente! A propósito... você lembrou de trazer o que te pedi? – Indagou a menina, que ao olhar com o semblante de raiva para o amigo, já sabia que era bem provável que ele teria esquecido.

Hilbert apenas deu um sorriso sem graça e colocou as mãos atrás da cabeça.

— Mas é um cabeça dura mesmo né?! – responde Bianca, ao puxar o menino pelas orelhas, e continua – a sua sorte que eu trouxe também para garantir, por que se dependesse de você ele ia morrer de fome!!

Os dois amigos seguem caminho, adentrando o bosque que circundava a Cidade de Nuvema. Bianca, sempre atenta e astuta, olhando para todos os lados, para garantir que ninguém da cidade veria o caminho que os dois faziam.  Um tempo depois de caminhada, os jovens chegam ao destino.

Uma parte mais aberta do bosque, com um grande tronco caído, coberto por musgos e folhas. A vida Pokémon naquele lugar era abundante, Pidoves olhavam atentos de seus ninhos nas altas árvores, enquanto Patrats, curiosos e atentos, olhavam as crianças do mato alto, havia também uma mamãe Stoutland com sua ninhada de Lillipup. Mas nenhum Pokémon se atrevia a chegar perto, talvez por medo de passadas experiencias com humanos, embora aqueles dois não apresentassem um real perigo.

— Shiiu – fez a menina, ao diminuir a intensidade dos passos, pedindo pelo máximo de silencio possível do atrapalhado amigo.

— Olha Hilbert, parece que ele já ta bem melhor! Não é amiguinho? – ecoou a jovem ao remover uma grande folha que cobria um misterioso Pokémon de pelos rubro negros. De porte pequeno, e detalhes em seu pelo que lembravam chamas, o pequeno Pokémon, aparentava estar ferido, mas melhorando devido aos cuidados dos amigos.

— Bi, você tem certeza que ele não é perigoso? – questionou o menino.

— Claro que não Hilbert, olha só essa carinha... – disse a jovem de madeixas loiras ao acariciar o rosto do Pokémon, que expressou um tímido sorriso com o afeto.

— Pega as frutas oran que estão na minha bolsa Bert, o papai disse que essa fruta é capaz de curar os Pokémon, e realmente parece que está funcionando!

O menino abriu a bolsa de ombro da amiga, que tinha ficado um pouco mais atrás no chão, pega a fruta, e a entrega para que seja dada para o pequeno e frágil Pokémon.

— É, até que de perto ele é bem fofinho mesmo – pensou alto o menino, que deu retribuiu o sorriso para o Pokémon misterioso.

— Oooopa! – exclamou o jovem ao derrubar a fruta, que percorreu um caminho rolando no chão do bosque, e foi seguida pelo olhar curioso de Hilbert, que logo muda ao vê-la sendo parada por um par de botas pretas. Ao subir o olhar, fitando aquela silhueta, o menino se depara com um enorme homem, trajando um manto, divido nas cores azul e amarelo, que combinava com a cor de seus longos cabelos e olhos verdes. Um de seus olhos, era coberto por uma espécie de óculos com uma lente alaranjada.

Tremendo o jovem perguntou – Que... que... quem é você?

Bianca rapidamente se vira, e no susto tenta esconder atrás de seu corpo o Pokémon do qual cuidavam.

— Ora meu jovem, me chamo Ghetsis. – respondeu o gigante homem, com tom arrogante, que enquanto completava sua fala, ordenava com às mãos que um exército que o acompanhava, cercasse o local. – Eu e meus amigos estamos procurando esse pequeno ser de pelagem negra, que vamos levá-lo conosco, tudo bem?

Hilbert, olhou por cima do ombro para trás, onde Bianca estava, ele sabia que a amiga não entregaria o Pokémon, e nem mesmo ele sabia se seria a melhor opção, dada a postura do homem que o procurava, era perceptível que não parecia ser alguém com boas intenções.

O homem se aproximou das crianças, ignorando Hilbert e indo de encontra a Bianca. Não havia o que fazer, os dois jovens estavam tremendo de medo, e de repente de viram cercados por um exército de pessoas estranhas, trajando longas roupas que misturavam cinza e branco, e capuz que cobriam seus cabelos, deixando apenas os rostos a mostra.

 - Ande garota! Eu não tenho o dia todo! ME ENTREGUE ZORUA AGORA – exclamou o homem com grosseria, que completa – Ou eu vou ter que tirá-lo de você? – sussurrando

— Zorua? – pensou a garota. – Então esse é o seu nome..., mas o que esse senhor quer com você? Por que isso tudo? – a garota olhava fixa para o homem, e escondia o Pokémon com a grande folha que antes o cobria.

Num ato de coragem, Bianca se recompõe, enxuga as gotículas de lagrimas que começavam a escorrer de seu pequeno rosto e se levanta em direção a Ghetsis.

— Eu não vou entregar coisa nenhuma a você e a ninguém! – exclamou a menina, que instantaneamente deixou todos boquiabertos.

— Bianca? O que você está fazendo? Não trate ele assim, não sabemos do que ele é capaz – suplicou Hilbret, em vão.

— Esse Pokémon, o Zorua, é nosso amigo, ele está machucado e nós estamos cuidando dele, agora saiam do bosque antes que...

A menina foi interrompida com uma aproximação ainda maior de Gehtsis, que conclui – antes que o que garota? Você acha que pode nos enfrentar?

— Bianca! NÃO!! – gritou Hilbert, correndo em direção ao homem que se aproximava de as amiga.

Ghetsis o pega pelo braço e grita, - Essas crianças já foram longe demais! Guardas! Levem o garoto daqui, prendam a menina e o Pokémon, já!

— Zorua, você tem que fugir! – Suplica a menina, já com os olhos cheios de lágrimas.

Nesse momento, um som espantou a todos. O pequeno Pokémon emitiu um grunhido que provavelmente foi ouvido por toda a floresta. Ghetsis e os demais guardas pareciam conhecer aquele som.

— Senhor! Ele está fazendo aquilo outra vez! – gritou um dos guardas.

— Vamos terminar isso rápido e sair daqui! – ordenou o aparente líder do bando.

Os guardas se aproximaram, e mesmo que relutante, Bianca foi pega. Hilbert em gritos implorava para que os guardas deixassem sua amiga.

Num instante, o bosque estava rodeado de chamas, os Pokémon que antes observavam tranquilamente entraram em desespero e corriam para todos os lados na tentativa de fugir do fogo, que era cada vez maior.

Ghetsis finalmente se aproxima de Zorua e o pega pelo pescoço, - olha quanta confusão você me causou? Agora vão achar que machuco criancinhas – retrucou o homem, entregando o Pokémon para um guarda, que o prendeu em uma jaula.

— Senhor! O que fazemos com eles? – perguntaram os guardas que seguravam os jovens pelos braças, impossibilitando seus movimentos.

— Hmm deixe-os para trás, desacordados... os demais da cidade vão pensar que foi o fogo... assim não deixaremos rastro.

Nesse instante, Hilbert consegue se soltar, mordendo a mão de um dos guardas, e corre em direção a Ghetsis, na tentativa heroica de proteger sua amiga. O homem revida com um tapa na cabeça do garoto, que cai desacordado no chão.

— HILBEEEEERRTT!! – grita a menina, aos prantos, sem reação.

Ao cair, Hilbert vê as chamas se fechando ao seu redor, e em um vulto, Bianca desaparece junto a todos os outros.

Continua...


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