Invisible Play - Level Up escrita por Douglastks52


Capítulo 6
Realeza


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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—Nada também... -Suspirou Lizzy. 

—Ainda sobraram alguns lugares que não fomos, mas já estamos procurando há bastante tempo. -Comentou Sasesu. -E para ser sincero, eu tenho um pouco de fome... 

—Eu também, quer ir procurar algum lugar para comer? 

—Se eu me lembro bem, tem um restaurante aqui perto que é bastante popular. 

—Vamos lá então. -Sorriu Lizzy. 

Os dois caminharam até o tal restaurante e o lugar realmente era popular. Após esperarem algum tempo na fila e terem alguma dificuldade para encontrarem um lugar, os dois sentaram-se e começaram a comer sem muita pressa: 

—A comida é realmente boa, valeu a pena o tempo que estivemos à espera! -Comentou Sasesu. 

—Isso é tão bom! -Disse Lizzy. -Me faz lembrar a comida da minha mãe. 

—Agora que penso nisso, você está morando na casa do Kurokawa, não é mesmo? Os teus pais não ficam preocupados? Não que ele seja uma pessoa horrível...ele apenas é...estranho... 

—Para ser sincero, meus pais nem sequer sabem. -Respondeu ela. -Eu...meio...que fugi de casa... 

—Sério?  

—Sim, meus pais são ótimas pessoas, mas eles são muito protetores. Eu sinto que nunca provaria meu valor para mim mesma se ficasse apenas na sombra deles durante a minha vida inteira. Eu queria ter saído de casa sem ter brigado com eles, mas meu pai é muito cabeça-dura então não houve outra alternativa. Ah, desculpa, acabei por começar a falar da minha vida e você provavelmente nem está interessado... 

—Não tem problema, eu estou interessado... -Respondeu Sasesu com confiança, mas desviando o olhar devido à vergonha. -Eu também tenho bastante problemas com os meus pais, eles querem decidir o meu futuro por mim e isso não é algo que eu posso aceitar. 

—Entendo... 

—Bom, eu acho que vou buscar sobremesa, você quer alguma coisa? -Perguntou Sasesu levantando-se. 

—Sim, traga alguma gelatina para mim, por favor. 

Sasesu novamente teve que enfrentar a fila para conseguir sua comida e alguns minutos mais tarde ele voltou. Enquanto retornava ao lugar onde Lizzy estava sentada, ele notou uma outra figura que estava consideravelmente perto dela. Ainda sem entender a situação, ele aproximou-se com calma: 

—Eu trouxe gelatina de morango. -Disse ele interferindo a conversa. 

O jovem de cabelos loiros e encaracolados com olhos azuis afastou-se um pouco ao perceber a presença de Sasesu: 

—Ela não quer mais. -Disse aquele homem. -Eu não queria ser chato, mas você não percebe que está atrapalhando alguma coisa aqui? 

—Atrapalhando especificamente o que? -Perguntou Sasesu adotando uma postura agressiva. 

—Você podia ir embora, por favor? -Pediu Lizzy. -Só estamos tentando almoçar aqui e não queremos confusão. 

Aquele homem desmanchou o sorriso arrogante que carregava no seu rosto, permaneceu estático durante alguns segundos e finalmente seguiu o conselho de Lizzy: 

—Vocês não têm a mínima ideia de com quem estão se metendo, mas tudo bem, eu vou reconhecer que agora é um bom momento para me retirar. Até a próxima, amigos. 

Sasesu sentou-se enquanto entregava a gelatina a Lizzy: 

—Quem era aquele? 

—Não faço ideia, só mais uma pessoa desagradável. -Respondeu ela um pouco cabisbaixa. 

—Não deixe que pessoas como ele estraguem o teu dia. Vamos, se você não comer a tua gelatina, ela vai esfriar. 

—Mas ela já está fria... 

—Essa é a piada. -Sorriu Sasesu. 

Lizzy encarou-o com uma expressão bastante séria durante alguns segundos e depois desatou a rir: 

—Você tem razão, ainda temos que ir a vários lugares hoje. 

Os dois terminaram de comer e com suas forças recuperadas, deram continuação à busca por mais informações sobre a missão de Lizzy. Sasesu e Lizzy visitaram vários NPCs que pensavam serem capazes de analisar a chave, mas todos eles não foram capazes de providenciar algum  detalhe útil. Sasesu sentou-se num banco enquanto encarava o céu: 

—Ah...estou cansado... 

—Também...-Disse Lizzy sentando-se também. -E frustrada... 

—Bom se fosse fácil, outras pessoas já teriam conseguido completar a missão, não é mesmo? 

Lizzy sorriu: 

—Você é uma pessoa bem otimista. 

—Temos que ser, é a única opção. Mas está ficando tarde, vamos terminar isso por hoje? 

—Acho que sim. 

Os dois permaneceram sentados por mais alguns minutos e em seguida começaram a caminhar em direção ao portal que os levaria de volta à Vila. Mas nesse momento, uma figura problemática apareceu: 

—Olha, que coincidência, vocês dois, aqui? -Disse o loiro de mais cedo de uma forma sarcástica. 

—Ignore-o, Sasesu. -Disse Lizzy rapidamente entendendo que aquelas palavras não passavam de provocações. -Não vale a pena. 

Sasesu e Lizzy continuaram caminhando: 

—Sim, “Sasesu”, seja um cachorrinho obediente e faça o que a tua dona pediu. 

Sasesu respirou fundo e manteve a sua postura indiferente: 

—Parabéns, eu achei que você fosse um vira-lata agressivo, mas já entendi que você foi domesticado. -Disse aquele homem com um sorriso desagradável. -Bom, não é como se eu pudesse deixar vocês irem de qualquer forma. 

Outros jogadores começaram a se aproximar, Lizzy e Sasesu rapidamente perceberam que estavam cercados: 

—Eu tenho uma posição importante na guild Royalty, então quando vocês me desrespeitam dessa forma, vocês estão desrespeitando a guild e tudo o que ela representa, e isso não é algo que eu possa ignorar... 

Sasesu imediatamente sacou o seu martelo e sorriu: 

—Lizzy, agora não há problema se eu quebrar esse atrevido em dois, certo? 

Lizzy sacou as suas adagas e suspirou: 

—Parece ser a única saída mesmo. 

—O nome é Narzo! -Disse ele fazendo um corte no rosto de Sasesu com o seu florete. -Não que faça diferença, homens mortos não falam. 

Sasesu tentou atingi-lo, mas ele esquivou-se sem nenhuma dificuldade e recuou: 

—Mesmo para uma tentativa de ataque, aquilo foi bem patético. -Riu Narzo com uma postura despreocupada. 

—Você fala demais! Onda de vento! -Gritou Sasesu ativando uma habilidade. 

Narzo novamente desviou como se o ataque não representasse nenhuma ameaça: 

—Não, meu pequeno vira-lata. -Respondeu ele fazendo um corte no peito de Sasesu. -Eu estou apenas tentando deixar claro a diferença entre nós tanto através de palavras quanto de ações. 

Enquanto isso Lizzy e os outros jogadores que a impediram de avançar trocavam olhares intimidadores: 

—Calma... -Disse ela mudando de postura. -Eu já entendi que o teu amigo ali é um babaca e que vocês não podem me deixar passar, mas isso não significa que precisamos lutar. Podemos deixar o meu amigo e o teu amigo resolverem os problemas deles usando violência, enquanto isso nós podemos...sei lá...conversar ou ficar aqui torcendo por eles, o que acham? 

—É, o Narzo é um babaca, mas ele continua sendo um membro importante da guild então te derrotar aqui vai me dar pontos com ele, e com sorte, talvez eu consiga promoção na guild. -Disse um dos figurantes. 

—Calma, todos vocês concordam com isso então? -Perguntou Lizzy. 

—Sim. -Disseram eles mais ou menos em harmonia. 

—Eu só quero machucar pessoas mesmo. -Acrescentou outro. 

Lizzy entendendo a situação correu na direção de Sasesu: 

—Sasesu! Troca comigo! 

—An? Não! Eu quero descer a porrada nesse cara! -Respondeu Sasesu. 

—Isso não vai dar certo, você não consegue atingir ele por causa da diferença de velocidade. -Explicou ela agarrando Sasesu e arremessando-o em direção ao grupo de jogadores. -E eu não gosto de bater em pessoas sem motivos, o único errado aqui, é você, Nate! 

Narzo riu tentando manter a sua postura arrogante, mas claramente irritado: 

—Meu nome é Narzo...E você não acha que está sendo meio arrogante, minha flor? Se nem o teu amigo conseguiu fazer alguma coisa contra mim, porque você acha que vai ter sequer alguma chance? 

—Não, eu apenas tenho certeza que vou vencer, Nadia. -Provocou Lizzy. - Arte Ninja: Shuriken. 

—Meu nome...é NARZO! -Gritou ele disparando na direção de Lizzy. 

Narzo avançou numa velocidade incrível e tentou atacá-la de um ponto cego, mas uma súbita sensação de dor nos  seus pés fez com que ele perdesse o equilíbrio. Essa pequena brecha deu tempo para Lizzy reagir: 

—Arte Ninja: Veneno de Paralisia. 

Distraído com a dor e confusão do momento, Narzo teve duas adagas cravadas nos  seus ombros. Subitamente o seu corpo parecia muito mais pesado, os seus músculos endureceram, as suas pernas fraquejaram e os seus joelhos chocaram-se contra o chão. Lizzy aproximou-se com bastante calma, abriu o seu inventário e retirou mais uma adaga: 

—É como dizem, é melhor prevenir do que remediar! -Sorriu ela. -Arte Ninja: Veneno de Paralisia. 

Lizzy cravou a adaga na perna de Narzo e viu-o gritar em dor ainda sem entender o que tinha acontecido. Sasesu e o grupo de outros jogadores apenas observava a situação com alguma admiração e medo: 

—Sasesu, eu já terminei por aqui, você vai demorar muito ainda? -Disse ela sentando-se no peito de Narzo. 

—Ah...sim...tudo bem... -Respondeu ele impressionado. -Bom, é isso, rapazes, eu vou descontar minha raiva em vocês. 

De um momento para o outro, aquelas pessoas já não pareciam tão inclinadas a lutar: 

—Pensando bem...não sei se essa é realmente uma boa ideia... 

—É verdade! Estávamos apenas seguindo ordens de Narzo... 

—Tarde demais para desculpas! -Disse Sasesu arremessando um deles para longe com um ataque do seu martelo. 

Aquele grupo rapidamente desfez-se devido a confusão e hesitação, e Sasesu derrotou-os sem muita dificuldade: 

—Você está bem? -Perguntou Lizzy reparando nos ferimentos de Sasesu. 

—Eu tenho algumas poções de cura e os ferimentos não são muito profundos, ele tinha ataques muito rápidos, mas eles não eram tão fortes assim. -Respondeu Sasesu. -Hoje eu aprendi bastante sobre você, inclusive que você consegue ser bastante assustadora quando quer... 

—Não foi nada muito incrível, ele é apenas muito arrogante e despreparado, o meu nível é mais alto do que o dele, mas mesmo assim ele me subestimou, atacou de forma previsível e descuidada, nem sequer reparou nas shurikens que eu tinha jogado no chão e depois foi completamente imobilizado pelo meu veneno. Eu nem acredito que um amador como ele seja um membro importante de uma guild... 

—Mas o que vamos fazer com ele? 

—Eu não quero matá-lo, mas sinto que tenho que ensinar-lhe uma lição, caso contrário, ele vai apenas repetir o que fez... 

—Eu acho que tenho uma ideia então. 

Os dois carregaram Narzo até o centro da cidade, retiraram a maioria de suas roupas e deixaram-no inconsciente e amarrado num poste: 

—Isso deve ser o suficiente. Vamos voltar? -Perguntou Sasesu. 

—Sim... 

Os dois caminharam em direção ao portal de Euler e retornaram à Vila. Sem muita pressa, eles começaram a caminhar em direções opostas. Lizzy parou e virou-se na direção de Sasesu: 

—Eu acabei por não te agradecer por tudo o que você fez por mim hoje, Sasesu. 

—Não é preciso, eu fiz tudo porque queria e eu também me diverti bastante. 

—Você é uma pessoa...muito interessante, Sasesu, espero que possamos nos encontrar de novo. 

—Você também... -Sorriu ele desajeitado. -Adeus. 

—Tchau! 


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Notas finais do capítulo

A continuação da aventura romântica de Sasesu e Lizzy com direito até a luta.